abrigo em meu peito o vazio das várzeas
de um rio em flor
saudades e lembranças espirituais
o rio que corre e leva pra longe
esconde dos olhos o teu rosto
e mata de sede a alma de quem te bebe
sou mar , azul e calmo
sou mar de longas e esverdeadas ondas
as aguas do rio que corre em mim
abrupta das pedras e quedas
e nos encontramos , rio e mar
em dias de festa para festejar
Oxum e Iemanjá , Xangô e Oxalá
nas águas que nos renova
fonte de vida , luz e despedidas
as aguas do rio que corre em mim
secando , vazando virando sertão
ser tão solidão de lua cheia
iluminando as lágrimas que umedece
a terra seca
as águas do rio que corre em mim
vazou, e eu, oceano inundei teu jardim
e transbordamos de amor que não resistiu
aos artifícios do tempo de Xangô !
“tempo, tempo, tempo, tempo”
pega leve amigo , amigo!
Mari Gonçalves