O meu cérebro tem azia.
Minha
alma tem refluxo.
E
meu viver alegrias.
Ai
eu transformo dores em poesia.
O meu cérebro tem azia.
Minha
alma tem refluxo.
E
meu viver alegrias.
Ai
eu transformo dores em poesia.
Inferno não é viver na companhia da tirania
Da
dor da solidão.
Inferno
é viver com a silenciosa e fulminante
Insatisfação
de uma companhia indesejada.
Se
te censuram, não é teu defeito,
Porque
a injúria os mais belos pretende;
Da
graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo
a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto
fores bom, a injúria prova
Que
tens valor, que o tempo te venera,
Pois
o Verme na flor gozo renova,
E
em ti irrompe a mais pura primavera.
Da
infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo
o assalto ou do assalto distante;
Mas
não penses achar vantagem neste
Fado,
que a inveja alarga, é incessante.
Se
a ti nada demanda de suspeita,
És
reino a que o coração se sujeita.
William
Shakespeare
Quando à corte silente do pensar Eu...
A
longa distância apenas serve para unir o nosso amor.
A
saudade serve para me dar
a
absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...
E nesse momento de saudade,
quando
penso em você,
quando
tudo está machucando o meu coração
e
acho que não tenho mais forças para continuar;
eis
que surge tua doce presença,
com
o esplendor de um anjo;
e
me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...
Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar me, e novas
esquivanças; que não pode tirar me as esperanças, que mal me tirará o que eu
não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me
esconde Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto um não
sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê.
Bem sei, Amor, que é certo o que receio; mas tu, porque com isso
mais te apuras, de manhoso mo negas, e mo juras
no teu dourado arco; e eu to creio.
A mão tenho metida no teu seio, e não vejo meus danos às escuras; e tu
contudo tanto me asseguras,
que me digo
que minto, e que me enleio.
Não somente consinto neste engano, mas inda
to agradeço, e a mim me nego tudo o
que vejo e sinto de meu dano.
Oh! poderoso mal a que me entrego! Que, no
meio do justo desengano, me possa inda cegar um Moço cego!
Ele
faz meus olhos brilharem...
Meu
coração disparar...
Minha
pele arrepiar...
Minha
boca desejar...
Meu
corpo tremer...
Me
desmonta inteira...
Me
prende em seus braços...
Me
perco en seus abraços...
Dono
dos meus desejos...
Senhor
das minhas vontades...
Paixào
que não tem fim..
Amor
para vida inteita...
Andrėa
Tabatini
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