No
Livro Maior, cantam, as vozes dos profetas,
verdades
míticas e arquétipos, vivos, sempiternos.
Falam
pouco do efêmero; muito, de outros mundos;
e
mundos de muitos outros: alados ou terrenos.
Nos
livros menores, cantam, os pequenos sonhadores,
as
insânias de estarem presos às áridas irrelevâncias,
enquanto
os seus corações irmanam-se, fiéis nas dores,
às
alcovas dos poetas mortos, em si, ainda crianças.
A
beleza de tal áureo canto não nasce ou irrompe,
senão
da cor mais doída e rubra: a tinta do teu sangue,
que
faz parir, entre gritos e gemidos, do ventre eterno,
a
plúmbea névoa do fugaz e a sua nívea e radiante cura.
Deise
Zandoná Flores
16-10-2020