CRONOLOGIA
1937
Nélida Cuiñas Piñon nasce no dia 3 de maio, em Vila
Isabel, no Rio de Janeiro.
"Vila Isabel foi minha casa espiritual por
muito tempo (...) A cultura popular me enriqueceu. Poucos sabem que fui
freqüentadora da Rádio Nacional, do programa do César de Alencar..."
São seus pais Olivia Carmen Cuiñas Piñon,
brasileira filha de galegos, e Lino Piñon Muiños, comerciante, natural de
Borela, município de Cotobade (Galiza). Na década de 1910, seu avô materno,
Daniel Cuiñas, chega de Carballedo (Cotobade) "para conquistar o
Brasil".
"Inventar é uma saga antiga, precedeu-me antes
do nascimento. Talvez tivesse sido a vocação de meu avô, Daniel, imigrante
galego, que se aventurou cedo a cruzar o Atlântico, obedecendo ao gosto da
aventura, e à necessidade de instalar-se numa terra que lhe ofertasse
horizontes mais amplos. Ou talvez inventar tenha começado com meu pai, Lino,
igualmente disperso e com a cabeça tantas vezes mergulhada nos livros."
1947
Aos dez anos muda-se com os pais e os avós maternos
para Borela, onde ficam dois anos. Para a menina urbana, a aldeia galega é uma descoberta
e um encantamento. A forte presença da natureza, o modo de vida camponês, e,
sobretudo, o imaginário galego, iriam se infiltrar, mais tarde, na matéria de
sua ficção.
"Para esta Galícia fui levada menina, quando
aprendi suas lendas, sua língua. Assimilei sua poderosa oralidade, pois ali é o
território onde as histórias, uma vez iniciadas, não merecem parágrafo."
1956
Temporada de 4 meses na Europa, com a mãe e uma
tia. Na chegada ao Brasil seu pai, Lino, as recebe com uma festa no cais do
porto.
1957
Gradua-se em Jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro.
Durante a faculdade escreve para o jornal universitário Unidade.
1959
Publica os primeiros contos.
1961
Publica o romance 'Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo'. A
crítica a considera inovadora em sua linguagem, porém hermética.
"Em 61, quando estreei, ganhei o estigma de
ser uma escritora difícil, uma escritora de elite, quando naquele momento, eu
estava iniciando minha campanha pessoal, minha campanha de artista em relação a
uma linguagem. Eu buscava expressar-me através de uma linguagem nova, de uma
sintaxe pessoal.
Lutei por isso porque, desde menina, compreendia
que tinha de subverter a sintaxe bem comportada, pois as palavras que nela
estão, são, de modo geral, também muito bem comportadas. São palavras
oficializadas, institucionalizadas, estatutizadas. Então, eu busquei um caminho
que subvertesse essa noção de realidade que me implantavam. Pressenti que a realidade
que me deixavam ver era insuficiente, que havia outros níveis de realidade. E
que me cabia ir atrás deles, ainda que expondo-me, com riscos à minha reputação
de artista"(Folha de São Paulo, 1978)
1963
Publica o romance Madeira Feita Cruz.
"É um romance que nasce de um sentimento
medievalista. O século XII foi um dos mais fascinantes da história, pois nele
se produzem grandes mudanças: instaura-se o espírito mariano, que não é outra
coisa senão a irradiação do espírito feminino, rompem-se os limites do mundo
com as grandes travessias ultramarinas. (...) Madeira Feita Cruz ambienta-se
nesta época, em seus espaços tenebrosos, naquele mundo ao mesmo tempo sagrado e
profano."
Escreve contos e artigos para a imprensa
brasileira. É correspondente da revista Mundo Nuevo, editada em Paris.
1965
Recebe a bolsa de estudos Leader Grant, concedida
pelo governo americano. Por três meses viaja pelos EUA, quando realiza
conferências sobre literatura brasileira, visita universidades, e faz amizades
no meio intelectual norte-americano. Desde então, a escritora-viajante Nélida
realiza, anualmente, inúmeras viagens de caráter profissional e pessoal:
"Penso que cheguei à escritura levada por uma
irresistível atração pela aventura. Sonhava em jamais dormir duas noites sob o
mesmo teto, ainda que no lar fosse uma menina feliz. Eu queria ser Simbad,
navegar sem jamais me deter."
1966
Exerce o cargo de editora-assistente da revista
Cadernos Brasileiros (Rio de Janeiro), e colabora em diversos jornais.
Publica Tempo das Frutas, livro de contos.
"Depois de minhas duas primeiras obras, não
sei por que me senti tentada pelo desejo de contar uma série de histórias
breves em que se introduzia o proibido. Em um dos relatos, por exemplo, se fala
de uma mulher que, com setenta anos, está disposta a parir."
1969
Publica o romance Fundador.
"Fundador pretende ser um romance total, um
romance que abarca o espaço e o tempo. Seus personagens são homens míticos que
fundam cidades e mundos. Um deles é um cartógrafo que cruza os tempos e que,
finalmente, acaba entrando em uma loja de pornografia. E foi ele quem, de algum
modo, desenhou a terra pela primeira vez baseando-se nas opiniões dos
navegantes medievais e renascentistas. Outro de seus personagens é um precursor
da teologia da liberação."
1970
Assume a direção do recém criado Laboratório de
Criação Literária na Faculdade de Letras da UFRJ.
Recebe o Prêmio Walmap pelo romance Fundador.
1971
Passa o ano em Nova York, dando palestras e
escrevendo. Em suas crônicas comenta os grandes movimentos de contestação
(feminista, estudantil, contra a guerra no Vietnã) que presenciava.
1972
Publica o romance A Casa da Paixão.
"A Casa da Paixão é a erotização do verbo.
(...) é um grande discurso amoroso de alta densidade erótica, onde se encontram
as forças mais misteriosas, mais obscuras da vida."
1973
Publica o livro de contos Sala de Armas.
"Sala de Armas é um conjunto de relatos, uns
mais irônicos, outros mais líricos, mas sempre com esta atmosfera de
estranheza, porque o mundo é um grande reino de confusão. Temos que desconfiar
de nossas estruturas emocionais, de nossas estruturas verbais, pô-las em
quarentena e continuar buscando."
Recebe o prêmio Mario de Andrade (da APCA –
Associação Paulista de Críticos de Arte) por A Casa da Paixão.
1974
Publica o romance Tebas do meu Coração.
"Aparentemente Tebas surgiu de uma grave crise
de linguagem. E tão aguda, posto que repercutia em mim com dificuldade, que
cheguei até a pensar em nunca mais voltar a escrever. (...) Tebas quis ser
lábios, rosto, pele, circulação sangüínea de um pensamento a que intitulei
Brasil, como se não se tratasse de uma terra a que se podia alcançar a nado. Se
antagonizei o texto em excesso, contando com uma operosidade iluminada e
subterrânea ao mesmo tempo, foi com a intenção, isto sim, de fortificar e
denunciar a realidade ao mesmo tempo"
1977
Publica o romance A Força do Destino.
"(...) é uma grande celebração do melodramático.
A elite intelectual não gosta de trabalhar com o melodramático porque acha que
está se rebaixando, buscando o sucesso fácil com histórias sentimentais. No
entanto, enquanto a sociedade pretende nos dar uma imagem filtrada de nós
mesmos, o melodramático não o faz, e nos mostra tal como somos, como lobos que
devoramos o amor e a vida, que nos devoramos uns aos outros. Neste sentido, A
Força do Destino é uma paródia da obra de Verdi e também, através da cronista
Nélida presente no romance, uma reflexão sobre a arte de narrar."
Participa da redação do primeiro documento da
sociedade civil contra a ditadura, entregue ao Ministro da Justiça.
1978
Eleita vice-presidente do Sindicato dos Escritores
do Rio de Janeiro, com Antonio Houaiss na presidência.
Foi escritora visitante da Universidade de Columbia
por um semestre.
Participa de simpósios e encontros de escritores na
Dinamarca, Suécia, Espanha e Estados Unidos. Viaja pelo Brasil dando palestras.
É nomeada diretora da Divisão Cultural, órgão do
Departamento de Cultura do Estado do Rio de Janeiro (atual Secretaria Estadual
de Cultura).
1980
Publica o livro de contos O Calor das Coisas.
"O Calor das Coisas começa com um relato, O
Jardim das Oliveiras. (...) Este conto narra na primeira pessoa a história de
um preso que não suporta ser torturado, que examina os horrores da ditadura e a
covardia moral dos seres humanos. Assim como Pedro nega Cristo, o protagonista
desta história pretende negar-se a si mesmo. É a expressão do grande medo da
humanidade, pois todos os seres estamos prostrados pelo medo de viver."
Participa do Congresso do Pen Club Internacional,
nos EUA. Realiza diversas palestras em Nova York e em diversas cidades do
Brasil.
1981
Passa 45 dias em Congonhas escrevendo o romance A
República dos Sonhos, na pensão Cova de Daniel.
1983
Araken Távora realiza um vídeo biográfico sobre
Nélida, para o projeto Encontro Marcado. O projeto propõe encontros de
escritores com estudantes universitários, com palestra, debate e apresentação
do documentário.
1984
Publica A República dos Sonhos.
"A República dos Sonhos rende homenagem, por
um lado, a uma Galicia medieval, de tradição oral, terra de peregrinações e, ao
mesmo tempo, de emigrantes. Por outro lado, oferece a visão da América como a
de um grande sonho e de uma grande desilusão. Não esqueçamos que os espanhóis
falavam das "Américas", das "Índias". Isto porque nunca
existiu uma, mas múltiplas Américas. Neste romance trabalho com realidades
próximas, e com outras menos tangíveis que foram as que engendraram o grande
sonho europeu de abarcar o mundo. Além disto, fala também do homem como
sonhador de realidades fracassadas. Vivemos para concretizar uma determinada
república que se ajuste à nossa natureza, à nossa concepção das coisas, e
ficamos velhos sem termos sido capazes de construí-la. Somos herdeiros de
sonhos fracassados, de sonhos que outros, nossos pais, tiveram e não puderam
realizar, como nós, tampouco, poderemos faze-lo. No fundo, A República dos
Sonhos é a república dos fracassos."
Participa do projeto Encontro Marcado em diversas
universidades.
Colabora na concepção do programa de política
cultural de Tancredo Neves, então candidato à presidência da República.
Faz diversas palestras na Espanha.
1985
Participa, com outros 80 intelectuais, da
elaboração de um Programa Cultural para o Ministério da Cultura.
É eleita membro do Pen Club do Brasil.
Integra a comitiva de dez escritores brasileiros em
visita oficial a Portugal.
O romance A República dos Sonhos ganha o Prêmio
Ficção do Pen Clube - melhor livro do ano, e o Prêmio APCA (Associação Paulista
de Críticos de Arte).
Participa do II Encuentro de Intelectuales por la
soberania de los pueblos de Nuestra America, em La Habana, Cuba.
Viagem à Espanha para Congresso de Escritores e
palestras.
1986
Participa de congresso de escritores em Moscou, o
primeiro depois da abertura (glasnost).
Grava entrevista para o arquivo da Library of
Congress (Departamento Hispânico), em Washington. Viaja pelos EUA dando
palestras.
Jurada do Prêmio Latino-Americano de Literatura de
Manágua, na Nicarágua.
Faz diversas palestras na Espanha.
1987
Publica o romance A Doce Canção de Caetana, que
recebe o Prêmio José Geraldo Vieira – da União Brasileira de Escritores de São
Paulo - como melhor romance do ano.
"Acima de tudo, A Doce Canção de Caetana
mostra um dos sentimentos mais elevados, mais profundos que sinto em mim mesma:
a compaixão. Não faço julgamentos cruéis, senão compassivos. E se pode notar
esta atitude do narrador não somente diante da figura de Caetana, senão diante
do ser humano em geral, diante de sua audácia, mesmo que seus sonhos fracassem.
Compaixão diante da decadência humana: a decadência física, a decadência dos
sonhos, a decadência de nossas concepções morais e ideológicas."
O romance A República dos Sonhos é designado melhor
livro de ficção do ano pela Associação dos Críticos de Arte.
Em março viaja para a França, com um grupo de
escritores brasileiros, em visita oficial.
É escritora visitante na Johns Hopkins University
(EUA), dando curso e palestras nesta e em outras universidades.
Vai para Valencia (Espanha), em junho, para o
Congreso Internacional de Intelectuales y Artistas, em comemoração pelos 50
anos do Primeiro Congresso Anti-Fascista, organizado durante a Guerra Civil
Espanhola.
Participa de congressos de literatura no México
(agosto), no Peru (setembro), na Alemanha (setembro/outubro), na França e no
Canadá (outubro). No Brasil, viaja como palestrante por diversas cidades.
É nomeada presidente da Associação de Amigos da
Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, cargo que exerceu por um ano.
1989
É eleita para a Academia Brasileira de Letras em 27
de julho.
Recebe o título de Personalidade do Ano, deferido
pela União Brasileira de Escritores.
Participa do Congresso de Escritores de Língua
Portuguesa, em Lisboa, e em abril viaja aos EUA para o lançamento de The
Republic of Dreams, traduzido por Helen Lane.
Participa de congressos em Barcelona, em Toronto e
em Montreal, de onde segue para Iglatik, no Ártico canadense, onde realiza uma
conferência.
Realiza palestras em diversas cidades de Israel (de
5-12 de dezembro).
No Brasil, é convidada para seminários e palestras
por diversas cidades.
1990
Toma posse na ABL com o discurso Sou Brasileira
Recente.
Recebe o Prêmio Golfinho de Ouro- Letras, pelo
conjunto de obras, concedido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Condecorada com o grau de Oficial da Ordem de Rio
Branco.
Faz a palestra em Nova York (junho), em encontro de
escritores em San Sebastian, na Espanha (julho) e em Buenos Aires (novembro).
Integra a Delegação Brasileira que definiu o Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado por sete países lusófonos. (Academia
de Ciências e Letras, Lisboa, de 10 a 15 de outubro)
É escritora visitante na Universidade Johns Hopkins
(Baltimore, EUA).
1991
Assume a Cátedra Henry King Stanford em
Humanidades, na University of Miami, ministrando cursos semestrais de
Literatura Comparada. Ocupou a cátedra até 2003, inclusive. (Miami, EUA)
Participa do XVI International LASA Congress (Latin
American Studies Association), em Washington. (abril)
Palestrante em encontro sobre meio ambiente em
Morélia, México. Integra o Grupo dos 100 e assina a Declaración de Morelia -
Manifiesto Ecológico de los 100 Artistas e Intelectuales (setembro)
É convidada para as feiras do livro de Paris
(outubro) e de Santiago do Chile (novembro/dezembro).
Recebe, pelo conjunto de obras, o Prêmio Bienal
Nestlé na categoria Romance.
1992
A University of Miami organiza o International Symposium
“The World of Nélida Piñón” dias 3 e 4 de abril, no Lowe Art Museum, Miami.
(detalhes no currículo completo)
Participa do Congresso Internacional do Pen Club,
em Barcelona e do Congreso Internacional de Literatura Iberoamericana, na
Universidade de Barcelona (abril)
Faz a palestra Invenção na Casa da Galiza, em
Madri. (18 de junho)
Condecorada com a Medalla Castelao, outorgada pela
Xunta de Galiza (parlamento galego).
Participa do Congreso Gabriel García Márquez, por
ocasião dos 25 anos de publicação de 'Cem Anos de Solidão', em Zaragoza,
Espanha.
Condecorada com a distinção Lazo de Dama de Isabel
la Católica, concedida pelo rei Juan Carlos da Espanha.
Participou, com outros 40 intelectuais e artistas,
do encontro sobre A cultura e os meios de comunicação, promovido pelo Cardeal
Dom Eugênio Salles no Sumaré, Rio de Janeiro.
1993
Durante o período da Cátedra Henry King Stanford
(março, abril e maio), faz palestras em diversas universidades americanas.
Integra o Conselho Federal de Cultura (Brasília, 9
de junho).
Designada membro de honra da Phi Beta Delta Honor
Society. (University of Miami, Miami, EUA).
Dirige o curso Mujeres Creadoras, na Universidade
Complutense. (Madrid, Espanha, 16 a 20 de agosto).
Participa do Congresso Internacional do Pen Club,
em Santiago de Compostela, Espanha (setembro).
Como todos os anos, viaja pelo Brasil dando
palestras.
1994
Publica o livro O Pão de Cada Dia (fragmentos).
"Todo romance arrasta consigo alguns lampejos
confessionais. A literatura se faz a partir de um corpo que leva nome,
biografia, tradições literárias. Penso que O Pão de Cada Dia, que é uma espécie
de diário do pensamento, tem esta característica."
Assina uma coluna semanal para o jornal carioca O
Dia, que manterá até 1998.
1995
Recebe o Premio de Literatura Latinoamericana y del
Caribe Juan Rulfo, outorgado pela primeira vez a uma mulher e a um autor de
língua portuguesa.
Eleita primeira-secretária da Academia Brasileira
de Letras. Primeira mulher, em 98 anos de existência da ABL, a integrar a
diretoria.
Nomeada membro do Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher.
Integra a delegação brasileira junto à IV
Conferência Mundial sobre a Mulher, em
Pequim.
Integra a comitiva do Presidente Fernando Henrique
Cardoso em sua visita ao México.
Recebe o Prêmio Alejandro José Cabassa (União
Brasileira de Escritores) pelo livro O Pão de Cada Dia.
Eleita secretária-geral (vice-presidente) da
Academia Brasileira de Letras, na chapa que elegeu Antonio Houaiss presidente.
(Rio de Janeiro, 7 de dezembro)
1996
Condecorada com a Medalha Aguila Azteca, outorgada
pelo Presidente do México.
Publica o romance infanto-juvenil A Roda do Vento.
Em 12 de dezembro foi eleita Presidente da Academia
Brasileira de Letras, primeira mulher a ocupar a Presidência da Casa de Machado
de Assis.
1997
Como presidente da ABL no ano de seu centenário,
foi responsável pela organização das celebrações. No dia 20 de julho, data
aniversário, houve sessão solene no Petit Trianon com a presença de autoridades
e personalidades nacionais e internacionais, e missa solene no Mosteiro de São
Bento. Foi organizado um concerto comemorativo no Theatro Municipal, e lançados
o selo postal comemorativo, a medalha comemorativa, o livro "Academia
Brasileira de Letras – 100 anos", e o CD-ROM do Centenário. Em sua gestão
inicia-se o processo de informatização da ABL, é criado e implantado o Centro
de Memória, e as portas do Petit Trianon são abertas para visitação pública.Foram
realizados eventos culturais abertos ao público: Ciclos de Conferências,
palestras com convidados estrangeiros e nacionais, mesas-redondas
comemorativas. Atualmente, estes eventos fazem parte da programação permanente
da ABL.
1998
É nomeada Chevalier de l'Ordre des Arts et des
Lettres, comenda do governo francês.
Recebe o título de Doutor Honoris Causa da
Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), concedido pela primeira vez a
uma mulher em 503 anos.
Realiza conferências no México, França, EUA, Cabo
Verde, e Espanha.
Faz diversas palestras no Brasil.
1999
Nomeada, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso,
membro da Comissão de Honra dos Festejos do V Centenário do Descobrimento do
Brasil.
Foi escritora-visitante na Georgetown University
(Washington, EUA) durante um semestre.
Publica o livro de crônicas Até amanhã, outra vez.
Publica o livro de contos O Cortejo do Divino.
2000
É escritora residente na Universidade de Vanderbilt
(Nashville, EUA).
Faz a conferência de encerramento do Congresso
Portugal-Brasil ano 2000 - Literatura e Língua, realizado por motivo dos 500
anos de descobrimento do Brasil.
2001
Foi laureada com o Prêmio Iberoamericano de
Narrativa Jorge Isaacs, pelo conjunto de obras. Primeiro autor de língua
portuguesa e primeira mulher a receber este prêmio. Em Cali, Colômbia, 12 de
setembro.
É convidada para a Cátedra Julio Cortázar, fundada
e patrocinada por Gabriel Garcia Márquez e Carlos Fuentes, da Universidade de
Guadalajara (México).
Grava depoimento para o arquivo do Museu da Imagem
e do Som (MIS).
2002
Publica o livro O Presumível Coração da América,
uma seleção de discursos.
Recebe o grau de Comendador da Ordem de Rio Branco,
entregue pelo Presidente Fernando
Henrique Cardoso. Em Brasília, 12 de junho.
Ocupa a Cátedra Alfonso Reyes, do Instituto
Tecnológico de Monterrey (México), por uma semana.
2003
Laureada com o XVII Premio Internacional Menéndez
Pelayo.
2004
Eleita para a Academia das Ciências de Lisboa.
Lançamento do romance Vozes do Deserto, em 4 de
março.
"Scherezade é um dos mitos do saber narrativo.
Mesmo assim suas histórias, suficientemente conhecidas, não são ouvidas ao
longo do livro. Através de outros recursos narrativos se sente o eco das
batidas de seu coração, seus temores diante da morte. De espírito indômito,
enfrenta a tirania do Califa com a mesma paixão que dedica às causas populares.
De certa maneira a filha do Vizir, casada com o Califa, é uma guerreira da
imaginação, uma militante da palavra que reverbera através de fascinantes
relatos."
Toma posse no Conselho Estadual de Cultura, nomeada
pelo Secretário Estadual de Cultura, Arnaldo Niskier.
Designada pelo presidente do governo espanhol, José
Luis Zapatero, membro da Comissão do IV centenário da publicação do Quixote de
Cervantes (agosto).
Nomeada vice-presidente do Pen Club Iberoamericano.
2005
Indicada Puterbaugh Fellow pela Universidade de
Oklahoma (EUA). O prêmio promove uma semana de debates e palestras sobre a obra
de um escritor, e publica uma seção especial na revista World Literature Today,
editada pela universidade.
É declarada Filha Adotiva de Cotobade, em cerimônia
no salão nobre do Concelho de Cotobade. Na ocasião, fez a conferência
"Galiza na minha obra".
Recebe o Prêmio Jabuti, por Vozes do Deserto, em
duas categorias: Melhor Romance e Melhor Livro de Ficção.
Recebe o Prêmio Príncipe de Astúrias – Letras.
Primeiro escritor de língua portuguesa a receber esta láurea.
Participa de eventos literários em Portugal,
Espanha, México, Uruguai, Guatemala, e em diversas cidades do Brasil.
2006
A IbisaTV (Espanha) realiza o documentário
Sherezade em Galiza
: as verbas
de Nélida Piñón,dirigido por Valentin Carrera, sobre sua vida e obra. Filmagens
no Rio de Janeiro e na Galiza. Duração: 26'.
São realizadas as filmagens para o longa-metragem
Nélida Piñon – O Atlântico e suas correntes, uma produção hispano-brasileira,
dirigido por Júlio Lellis. O filme conta com depoimentos de amigos e
escritores, e cenas de ficção.
Em 10 de agosto estréia a peça A Força do Destino,
adaptada de seu romance homônimo, no teatro do Centro Cultural Telemar (Rio de
Janeiro).
O CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher,
realiza o vídeo Nélida Piñon, dentro do projeto Memória Viva.
Toma posse na Academia de Filosofia do Brasil.
Participa de eventos literários no México, França,
Espanha, e diversas cidades do Brasil.
fonte de origem:
http://www.nelidapinon.com.br/autora/aut_biografia.php
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