Ando
perdida nestes sonhos verdes De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha
a tatear paredes
E
nem ao menos sei quem me cegou! Não vejo nada, tudo é morto e vago...
E a minha
alma cega, ao abandono Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo
as asas brancas cor do sonho...
Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo E não
ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!...
E
chamam-nos a nós Iluminados! Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer
pelos outros té à morte!
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