William Cuthbert Faulkner (New Albany, 25 de setembro de 1897 — Byhalia, 6 de julho de 1962) foi um escritor norte-americano, considerado um dos maiores romancistas do século XX. Recebeu o Nobel de Literatura de 1949. Posteriormente, ganhou o National Book Awards em 1951, por Collected Stories e em 1955, pelo romance Uma Fábula. Foi vencedor de dois prémios Pulitzer de Ficção, o primeiro em 1955 por Uma Fábula e o segundo em 1962 por Os Desgarrados. Utilizando a técnica do fluxo de consciência, consagrada por James Joyce, Virginia Woolf, Marcel Proust e Thomas Mann, Faulkner narrou a decadência do sul dos Estados Unidos, interiorizando-a em seus personagens, a maioria deles vivendo situações desesperadoras no condado imaginário de Yoknapatawpha. Por muitas vezes descrever múltiplos pontos de vista (não raro, simultaneamente) e impor bruscas mudanças de tempo narrativo, a obra faulkneriana é tida como extremamente complexa e desafiadora. Faulkner nasceu trinta anos após o sul dos Estados Unidos ter sido derrotado na Guerra da Secessão. Antes, toda a região apresentava uma rígida estrutura social, construída sob a supremacia dos brancos de origem inglesa e religião protestante; assim sendo, a tradição puritana e colonial marcou-o em todos seus aspectos econômicos, políticos e religiosos. Em 1861, com a Guerra da Secessão, desmorona todo um universo familiar a negros e brancos. Durante quatro anos, o sul é devastado, desfazem-se a delicadeza e as maneiras gentis e instaura-se a degeneração moral e física dos poor white ("brancos pobres") e das famílias arruinadas pela abolição. Faulkner cresceu em meio a esse ambiente, que se refletiu marcadamente em sua obra. Não tentou escrever nem reproduzir a situação do sul decadente. Ao contrário, procurou refazê-la, reconstruí-la. Através de uma incansável reconstituição de fatos e pessoas, trabalhou em busca das raízes profundas. Faulkner descendia de antiga e ilustre família sulista à qual pertencem diversos políticos. Seu avô, William C. Falkner (o u foi acrescentado pelo escritor) foi herói da guerra civil, construiu uma linha de estrada de ferro e foi morto depois de sair vencedor de uma eleição local. Ele é retratado pelo autor como o velho Coronel Sartoris do romance Sartoris (1929) e em várias novelas. Também seu avô, banqueiro, e seu pai, comerciante, são transformados em personagens em algumas novelas e em Os Desgarrados. Faulkner abandonou os estudos para trabalhar no banco do avô. Propenso à melancolia e à solidão, escrevia poemas, lia e tentava pintar, mas era amigo de Phil Stone, advogado que tinha relações com os jovens escritores T. S. Eliot, Robert Frost, Ezra Pound e Sherwood Anderson. Por medir somente um metro e sessenta centímetros de altura, Faulkner foi recusado pelo serviço militar americano e acabou por alistar-se na Força Aérea canadense, mas não chegou a participar da Primeira Guerra Mundial na Europa. Depois de passar um ano na Universidade do Mississippi, em Oxford, onde estudou inglês, francês e espanhol, Faulkner foi trabalhar em uma livraria em Nova York. Logo estava de volta a Oxford, onde exerceu as profissões de carpinteiro, pintor de paredes e chefe dos Correios e publicou seu primeiro livro, a coletânea de poemas The Marble Faun, (1924). No ano seguinte, partiu para Nova Orleans, onde conheceu Sherwood Anderson, a única influência literária que ele admite ter tido. Escreveu artigos para jornais e revistas e publicou o primeiro romance, Paga de Soldado (1926). Tendo se estabelecido definitivamente em Oxford, Faulkner casou-se com Estela Oldham em 1929 e publicou Sartoris, a primeira obra passada no mítico Condado de Yoknapatawpha, cenário da maior parte de suas obras subsequentes. Nos anos seguintes publicou seus principais livros, aqueles com os quais receberia, lentamente, o respeito da crítica, mas não o favor dos leitores: de toda sua produção, somente Santuário (1931) e Os Desgarrados foram sucesso de público. Passou a intercalar períodos de recolhimento com outros em Hollywood, com quem sempre teve uma relação conturbada, mas a quem recorria quando precisava de dinheiro. Lá trabalhou como roteirista, habitualmente com Howard Hawks. Comprou uma fazenda com o que ganhou no cinema, em 1936, mas passava o tempo caçando, pescando e ouvindo as lendas das pessoas humildes de sua terra.
Viajou
pelo Japão, França e Filipinas, participando de encontros de escritores ou
dando palestras. Foi nomeado Escritor Residente da Universidade de Virgínia,
onde passou a viver parte do ano. Em 1950, enquanto arava a terra, recebeu a
notícia de que ganhara o Prêmio Nobel referente ao ano anterior. Eterno tímido,
costumava dizer que preferia a companhia de seus amigos caçadores e da gente
simples de sua fazenda ao brilho das rodas literárias. Tornara-se escritor
movido por uma força interior que lhe proporcionava, nos melhores momentos,
alçar-se à altura de seus autores prediletos: James Joyce, Cervantes, Herman
Melville, Honoré de Balzac, Charles Dickens, Dostoiévsky, Tolstói, Thomas Mann,
Gustave Flaubert, Joseph Conrad, Goethe e os poetas românticos ingleses.
Afirmava que não saía de casa sem levar Shakespeare em um bolso e o Antigo
Testamento em outro.
Faulkner
faleceu de complicações cardíacas em 6 de Julho de 1962, logo depois de lançar
seu último romance, "Os Desgarrados".
Obra
A
ação da maioria da obra de Faulkner transcorre no fictício Condado de
Yoknapatawpha. Sua área e localização geográfica, no extremo norte do estado de
Mississippi, correspondem praticamente ao Condado de Lafayette, cuja cidade
principal, Oxford, serviu de modelo para Jefferson, a sede de Yoknapatawpha.
Nas poucas vezes em que escolheu um cenário diferente, Faulkner produziu obras
menores, sem a força de seus grandes momentos.
Estilisticamente,
a literatura de Faulkner se caracteriza por uma escrita complexa, com longos
parágrafos aninhando longos períodos com pontuação irregular, esparsa, senão
inexistente, intercalados não raras vezes por parênteses e travessões que
acolhem outros longos períodos. Essa maneira de escrever, típica do chamado
"fluxo de consciência" (do inglês stream of consciousness),
inaugurada por Proust e refinada por Joyce, Woolf e outros escritores
identificados com o Modernismo, exige do leitor profunda cumplicidade e aguda
capacidade de concentração. Por isso, aconselha-se que o primeiro contato com
sua obra deva ser feito através de seus contos ou de romances mais acessíveis,
como "Santuário" e, de certa forma, "Os Desgarrados".
Inspirado
pela Comédia Humana de Balzac, Faulkner utilizou a técnica do retorno de
personagens, que aparecem em épocas diferentes de suas vidas: o velho Bayard
Sartoris, apresentado em Sartoris é o personagem/narrador das histórias de Os
Invencidos (1938), em situações que remontam à sua infância; Quentin Compson
suicida-se em O Som e a Fúria (1929) e reaparece em outro estágio de sua vida
em Absalão! Absalão! (1936); e assim com inúmeros outros, ora como personagens
principais, ora como coadjuvantes, em romances ou contos. A se notar, ainda, a
repetição de nomes para designar pessoas diferentes dentro da mesma família (ou
não!), como os dois Bayard, avô e neto, de Sartoris e os dois Jason, pai e
filho, de O Som e a Fúria; e há pelo menos um caso em que o mesmo nome é dado a
pessoas de sexos diferentes: também em O Som e a Fúria, "Quentin" é
tanto o nome do irmão quanto da filha de Caddy.
A
obra de Faulkner pode ser dividida em três períodos (estudiosos há que
reconhecem apenas dois, fundindo o primeiro e o segundo em um só):
O
primeiro, de aprendizado, é formado pelas criações iniciais, abrigando,
inclusive, Sartoris e alguns contos de These Thirteen. Aqui, ainda é grande a
influência da literatura do final do século XIX, principalmente dos poetas
Tennyson e Swinburne e do periódico literário inglês da década de 1890 Yellow
Book, com sua linguagem elegante e estilizada.
O
segundo, e mais importante, começa com O Som e a Fúria e se alonga até
Palmeiras Selvagens (1939). É o período em que o autor encontra seu caminho,
com obras violentas, austeras, plenas de horror, mas onde não falta, por vezes,
uma comicidade exacerbada. É aqui que Faulkner desenvolve seu estilo
avassalador, com frases longas e muitas vezes obscuras que se espalham pela
página inteira e que obrigam o leitor a guardar detalhes ínfimos, que só terão
explicação em um desenlace eventualmente frustrante, porém inexorável. Esta é a
fase das experimentações, com histórias diferentes correndo em paralelo, um
mesmo fato sendo contado por várias personagens alternadamente, contos
encadeados até formar um romance (técnica já utilizada por Sherwood Anderson em
A Verdade de Cada Um/Winesburg Ohio, 1919), o mundo sendo mostrado pelos olhos
de um idiota, o desnudamento do turbilhão desconexo a atormentar o suicida às
vésperas do gesto fatal. Aqui se encontram as narrativas trágicas da decadência
moral e material de famílias inteiras, como os Snopes, os Compson, os Sutpen e
os Sartoris, da derrocada inevitável de um Sul imerso em um passado glorioso
atropelado pela História, a maldição do sangue, o preconceito racial.
No
terceiro período, iniciado por A Aldeia (1940) e que vai até Os Desgarrados,
Faulkner vislumbra alguma esperança para a condição humana, esperança esta que
já transparecia na última história de Os Invencidos, quando Bayard Sartoris se
recusa a vingar a morte do pai. Faulkner também demonstra uma certa desilusão
com os negros, que ele esperava fossem menos passivos ante a condição
sub-humana a que estavam relegados, principalmente nos estados do Sul. Por
outro lado, a escrita do autor torna-se cada vez mais rebuscada, como se
Faulkner se tornasse prisioneiro de seu próprio estilo. Outra característica é
a abertura para o humor de A Mansão (1959) e Os Desgarrados e a narrativa de
cunho policial e sociológico de O Intruso (1948) e dos contos de Knight's
Gambit, 1949.
Romances
e novelas
1926
Soldier's Pay (Brasil: Paga de Soldado /Portugal: A Recompensa do Soldado)
violento
libelo contra a romantização da guerra, conta a história de um aviador que
volta pra casa e é repudiado tanto pela pátria, que não sabe o que fazer dele,
quanto pela noiva, que o esquecera e sente repugnância pelas cicatrizes que ele
traz consigo.
1927
Mosquitoes
paródia
sobre a geração perdida, situada em Nova Orleans.
1929
Sartoris (Portugal: Sartoris)
primeira
obra ambientada no Condado de Yoknapatawpha; a linguagem, no entanto, ainda é
vitoriana.
1929
The Sound and the Fury (Brasil e Portugal: O Som e a Fúria)
livro
mais estudado do autor, acompanha a derrocada dos Compsons pelos olhos de seus
filhos, incluindo um idiota e um suicida; o título vem de Shakespeare: "A
vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem
significado nenhum" (Macbeth, Cena V, Ato V).
1930
As I Lay Dying (Brasil: Enquanto Agonizo /Portugal: Na Minha Morte)
romance
sobre os incidentes da viagem que os Bundren empreendem a Jefferson, para onde
levam o caixão de mamãe Addie para ser enterrado; os mesmos acontecimentos são
narrados e percebidos de maneira diferente por cada membro da família;
divertido e de estrutura inovadora.
1931
Sanctuary (Brasil e Portugal: Santuário)
história
acessível, envolvendo gângsters, estupro, assassinatos, violência desmedida e
personagens cruéis; único grande sucesso comercial de Faulkner, que o escreveu
exatamente com esse fim.
1931
Idyll in the Desert
noveleta
publicada em tiragem de apenas 400 exemplares, foi reimpressa em Histórias
Inéditas, Vol. II.
1932
Miss Zilphia Gant
noveleta
publicada em tiragem de 300 exemplares, também foi reimpressa em Histórias
Inéditas, Vol. II.
1932
Light in August (Brasil e Portugal: Luz em Agosto)
dois
enredos que se cruzam, o de Lena Grove à procura do pai do filho que leva na
barriga e de Joe Christmas, cuja ínfima quantidade de sangue negro causa sua
desgraça; o título original é dúbio, pois pode se referir tanto ao Sol do verão
no Hemisfério Norte quanto ao ato de "dar à luz".; mas light também
significa "leve" e "aliviada", o que mais uma vez remete à
Lena Grove; atente-se ainda para a simbologia religiosa tanto no nome quanto
nas iniciais de Joe Christmas.
1935
Pylon
história
próxima à ficção-científica, com personagens sem nome e onde o núcleo familiar
é substituído pelo trabalho em equipe, no caso pilotos de aviões.
1936
Absalom, Absalom! (Brasil e Portugal: Absalão, Absalão!)
a
tragédia dos Sutpen pela perspectiva de três personagens diferentes e
contraditórios; trama complexa sobre degenerescência física e moral e o
problema da mistura de raças; forma com O Som e a Fúria e Luz em Agosto (às
vezes substituído por Os Invencidos) o triângulo das obras do autor mais
apreciadas e estudadas pela crítica.
1938
The Unvanquished (Brasil e Portugal: Os Invencidos)
contos
encadeados em forma de romance, passados na Guerra da Secessão, narrados pelo
velho Bayard Sartoris, aqui ainda criança; o conto final, "Um Odor de
Verbena", em que Bayard, já com vinte e quatro anos, recusa-se a vingar a
morte do pai, marca uma mudança profunda no pensamento de Faulkner, que a
partir daí passa a ver a Humanidade com algum otimismo.
1939
The Wild Palms (Brasil: Palmeiras Selvagens /Portugal: Palmeiras Bravas/Rio
Velho)
o
autor conta duas histórias distintas, em capítulos alternados: uma passada em
1927, sobre um casal que decide fugir da civilização e viver apenas de seu
amor; a outra situa-se em 1937 e mostra como um condenado deixa a penitenciária
provisoriamente para tentar salvar duas pessoas presas numa enchente do Rio
Mississippi; a conexão entre os dois relatos é sutil.
1940
The Hamlet (Brasil e Portugal: A Aldeia)
*
A Aldeia é o primeiro volume da trilogia que conta, de forma irônica e
humorística, a saga dos ardilosos e gananciosos Snopes, uma gente pobre que já
aparecera em vários livros; os Snopes têm passado incerto, negociam com cavalos
e acabam por dominar toda a região, deixando apenas devassidão por onde passam.
1948
Intruder in the Dust (Brasil: O Intruso /Portugal: O Mundo Não Perdoa)
romance sobre preconceito racial, onde um negro é acusado de matar um branco; quase um policial, o livro acompanha os planos do acusado para se livrar do linchamento, ajudado pelo advogado Gail Stevens, personagem recorrente nas obras do autor. 1951 Requiem for a Nun (Portugal: Réquiem por uma Freira) utilizando o formato do teatro, mas com cada um dos três atos iniciando com ensaios sobre o passado do Condado de Yoknapatawpha e no que isso afeta o presente, o livro retoma o personagem Temple Drake, estuprada por Popeye em Santuário e aqui já casada. 1954 A Fable (Brasil: Uma Fábula) Faulkner retorna à Primeira Guerra Mundial numa história alegórica sobre um motim das tropas francesas; de inspiração bíblica, entre os vários episódios identificáveis do Evangelho, avulta o da paixão de Cristo; Faulkner trabalhou dez anos neste livro complexo e considera-o a sua obra-prima.
1957
The Town (Brasil: A Cidade)
segundo
volume da trilogia sobre os Snopes, iniciada com A Aldeia.
1959
The Mansion (Brasil: A Mansão)
volume
final da trilogia sobre os Snopes; os anteriores são A Aldeia e A Cidade.
1962
The Reivers (Brasil: Os Desgarrados)
última
obra do autor, é uma narrativa cômica sobre um menino e dois empregados de seu
avô que roubam o carro da família e vão para Memphis, onde vivem trapalhadas
envolvendo um bordel, a cadeia, malandros, cavalos de corrida, jogadores e
gente de sociedade; apesar da comicidade dos episódios, a linguagem é bastante
empolada, uma característica de suas últimas obras.
1973
Flags in the Dust
manuscrito
original do que, após inúmeras alterações, seria publicado como Sartoris.
Contos
1931
These Thirteen
Victory
- All the Dead Pilots - Crevasse - A Justice - Mistral - Ad Astra - Read Leaves
- Divorce in Naples - Carcassone - A Rose For Emily - Hair - That Evening Sun -
Dry September
1934
Doctor Martino
Black
Music - Leg - Doctor Martino - Fox Hunt - Death Drag - There Was a Queen -
Smoke - Turnabout - Beyond - Wash - Elly - Mountain Victory - Honor
1942
Go Down, Moses (Brasil: Desça, Moisés; Portugal: Desce, Moisés)
Celebrada
coleção que gira em torno da família McCaslin e onde se destaca o triptico
formado por "O Velho Povo", "O Urso" e "Outono no
Delta": Foi (Was) - O Fogo e a Lareira (The Fire and the Hearth) -
Pantalão Negro (Pantaloon in Black) - O Velho Povo (The Old People) - O Urso
(The Bear) - Outono no Delta (Delta Autumn) - Desça, Moisés (Go Down, Moses)
1949
Knight's Gambit
Smoke
(já publicado em Doctor Martino) - Monk - Hand Upon the Waters - Tomorrow - An
Error in Chemistry - Knight's Gambit
1950
Collected Stories
Reimpressão
dos contos de These Thirteen e Doctor Martino, aos quais foram acrescentados: Bar
Burning - A Bear Hunt - Artist at Home - The Brooch - Centaur in Brass - A
Courtship - Golden Land - Lo! - Mule in the Yard - My Grandmother Millard and
General Bedford Forrest and the Battle of Harrykin Creek - Pennsylvania Station
- Shall Not Perish - Shingles for the Lord - The Tall Men - That Will Be Fine -
Two Soldiers - Uncle Willy
1955
Big Woods: The Hunting Stories
Coletânea,
feita pelo próprio autor, de suas melhores histórias de caça: The Bear - The
Old People - A Bear Hunt - Race at Morning
1979
Uncollected Stories of William Faulkner (Portugal: Histórias Inéditas)
Contém
contos publicados anteriormente apenas em jornais e revistas, contos inéditos e
contos que foram revistos mais tarde para serem incorporados a Os Invencidos, A
Aldeia, Desça Moisés, Big Woods ou A Mansão.
Volume I - Histórias revistas antes serem publicadas em livro: A Emboscada - A Retirada - Golpe de Mão - Escaramuça em Sartoris - Os Invictos - Vendée - Doido por um Cavalo - Os Lagartos do Quintal de Jamshyd - O Cão - Cavalos Malhados - Leão - O Povo Antigo - Uma Questão de Leis - Nem Tudo o que Luz é Ouro - Polichinelo Negro - Desce, Moisés - Outono no Delta - O Urso - Batida ao Amanhecer - O Porco da Discórdia Volume II - Histórias inéditas: Ninfolepsia - Frankie e Johnny - O Sacredote - Um Dia a Bordo do Lugtr (I) - Um Dia a Bordo do Lugre (II) - Miss Zilphia Gant - Saber Amealhar - Idílio no Deserto - Uma Mulher por Dois Dólares - Era uma Tarde uma Vaca - Mr. Acarius - Um Funeral no Sul - Adolescência - Al Jackson - O Don Juan - Peter - Ao Luar - O Grande Magnate - Uma História Obscura - Um Regresso - Um Homem Perigoso - Evangeline - Um Retrato de Elmer - Com Precaução e Celeridade - Neve Em 1948, a editora portuguesa Atlântida Livraria Editora, Limitada, dentro da coleção "Antologia do Conto Moderno", publicou o volume intitulado "William Faulkner", com as seguintes histórias:
Sol
Poente (The Evening Sun)
Elly
(idem)
Dois
Soldados (Two Soldiers)
Os
Velhos (The Old People)
O
Urso (The Bear)
Outono
no Delta (Delta Autumn)
Poesia
1921
Vision in Spring (impressão particular, não distribuída)
1924
The Marble Faun
1932
This Earth, A Poem
1932
Salmagundi
1933
A Green Bough (inclui The Marble Faun)
1979
Mississippi Poems (edição limitada)
1981
Helen, A Courtship and Mississippi Poems
Literatura
infantil
1964
The Wishing Tree (Brasil: A Árvore dos Desejos)
Faulkner
e o cinema
A obra de Faulkner forneceu o roteiro para vários filmes. Destes, pelo menos O Mercador de Almas tornou-se um clássico, graças ao diretor Martin Ritt e ao elenco, encabeçado por Paul Newman, Joanne Woodward e Orson Welles. No entanto, deu-se também o caminho inverso: a partir da década de 1930, sempre que precisava de dinheiro, Faulkner ia a Hollywood ajudar na elaboração de roteiros, geralmente para filmes de Howard Hawks. Alguns deles ainda hoje são reverenciados pela crítica, como À Beira do Abismo e Uma Aventura na Martinica. O primeiro é baseado no romance do mesmo nome, assinado por Raymond Chandler, e o segundo em Ter e Não Ter, de Ernest Hemingway. Da convivência de Faulkner com o cinema resultaram várias anedotas, entre elas a que diz que, ao ser apresentado a Clark Gable, na época o indiscutível "Rei de Hollywood", este lhe teria perguntado: "Muito bem, Sr. Faulkner, o que o senhor faz para viver?" Ao que o escritor teria respondido: "Eu escrevo romances. E o senhor?"
Títulos
em português do Brasil
1933
Levada à Força (Story of Temple Drake, direção de Stephen Roberts); baseado em
Santuário
1949
O Mundo Não Perdoa (Intruder in the Dust, direção de Clarence Brown); baseado
em O Intruso
1958
O Mercador de Almas (The Long Hot Summer, direção de Martin Ritt); baseado em A
Aldeia e nos contos Cavalos Malhados e Barn Burning
1958
Almas Maculadas (The Tarnished Angels, direção de Douglas Sirk); baseado em
Pylon.
1959
A Fúria do Destino (The Sound and the Fury, direção de Martin Ritt); baseado em
O Som e a Fúria
1961
Santuário (Sanctuary, direção de Tony Richardson); baseado em Santuário
1969
Os Rebeldes (The Reivers, direção de Mark Rydell); baseado em Os Desgarrados
2013
Último Desejo (As I Lay Dying, direção de James Franco); baseado em As I Lay
Dying
2014
O Som e a Fúria (The Sound and the Fury, direção de James Franco); baseado em O
Som e a Fúria
Faulkner
roteirista
Títulos em português do Brasil
1933 Vivamos Hoje (Today We Live, direção de Howard Hawks); estrelado por Joan Crawford e Gary Cooper
1936
Caminho da Glória (The Road to Glory, direção de Howard Hawks); estrelado por
Fredric March
1937
Navio Negreiro (Slave Ship, direção de Tay Garnett); estrelado por Warner
Baxter
1944
Uma Aventura na Martinica (To Have and Have Not, direção de Howard Hawks);
estrelado por Humphrey Bogart e Lauren Bacall
1946
À Beira do Abismo (The Big Sleep, direção de Howard Hawks); estrelado por
Humphrey Bogart e Lauren Bacall
1955
Terra dos Faraós (Land of the Pharaohs, direção de Howard Hawks); estrelado por
Jack Hawkins e Joan Collins
Bibliografia
FILHO,
Rubens Ewald, Dicionário de Cineastas, Porto Alegre: L&PM Editores, 1988.
MILLGATE,
Michael, William Faulkner, tradução de Mirko Lauer e Julio Ortega para The
Achievement of William Faulkner, Barcelona: Barral Editores, 1972 (em
castelhano).
NATHAN,
Monique, Faulkner, tradução de Hélio Pólvora, Rio de Janeiro: José Olympio
Editora, 1991.
O'CONNOR,
William Van, Vida e Obra de William Faulkner, tradução de Lourdes Souza de
Alencar. In: FAULKNER, William, Paga de Soldado, Rio de Janeiro: Opera Mundi,
1970.
PALLA,
Victor, Prefácio a Antologia do Conto Moderno - William Faulkner, seleção,
tradução e prefácio de Victor Palla, Coimbra: Atlântida Livraria Editora,
Limitada, 1948.
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