Sem
receio de seres ouvido
Nem
pudor de me ferir
Não
me escondas a verdade
Nem
me deixes iludido
Pois
quero-me prevenir
Tu
que o mundo percorres
Numa
constante viagem
Conta-me
tudo o que viste
Fala
alto, não sussurres
Descreve-me
a dura imagem
Dos
tormentos que assististe
Sei
que há vidas em perigo
Temendo
o vírus malvado
Que
teima em não abalar
Só
posso contar contigo
Que
entras por todo o lado
Pra
me poderes informar
Diz-me
se a esperança ‘inda mora
Na
alma de outros povos
Ou
se o temem ‘inda mais
Se
o sabes conta-me agora
Se
existem remédios novos
Ou
se ‘inda é cedo demais
O
vento nada me conta
Passa
por mim, indiferente
Como
se não me escutasse
Não
tomei como uma afronta
Pois
vai tocar tanta gente
E
temeu que o infectasse
Se
por ora o medo impera
É
com esperança que se aguarda
A
resposta da ciência
Este
mal não é quimera
E
como o remédio tarda
Há
que aguardar com paciência
Pra
lá das minhas questões
Queria
pedir ao vento
Que
espalhasse esta mensagem
Mas
perdi as ilusões
Não
me ouviu um só momento
E
seguiu sua viagem!
‘’Alentejano
e Poeta’’
Augusto
Molarinho de Andrade
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13
de Setembro de 2020
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