quinta-feira, 7 de março de 2019

Poesia De Quinta Na Usina:Paulo Leminski:



No raio de uma estrela Subir até

Sumir

Subir até sumir No brilho puro Subir mais Subir além

Além de toda a treva De toda a dor

Além de toda a treva


De toda a dor Deste mundo

Poesia de Quinta Na Usina: Machado de Assis:VERSOS:




Escritos no álbum da Exma. Sra. D. Branca
P. da C.
Pede estrelas ao céu, ao campo flores;
Flores e estrelas ao gentil regaço
Virão da terra ou cairão do espaço,
Por te cobrir de aromas e esplendores.
Versos... pede-os ao vate peregrino
Que ao céu tomando inspirações das suas,
A tua mocidade e as graças tuas
Souber nas notas modular de um hino.
Mas que flores, que versos ou que estrelas
Pedir-me vens? A musa que me inspira
Mal poderia celebrar na lira
Dotes tão puros e feições tão belas.
Pois que me abris, no entanto, a porta franca
Deste livro gentil, casto e risonho,
Uma só flor, uma só flor lhe ponho

E seja o nome angélico de Branca.




Poesias dispersas
 Textos-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. III,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Toda poesia de Machado de Assis. Org. de Cláudio Murilo Leal.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2008.

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa:104:


" O pensamento colectivo é estupído porque é colectivo: nada passa as barreiras do colectivo
sem deixar nelas, como real de água, a maior parte da inteligência que traga consigo.
Na mocidade somos dois: há em nós a coexistência da nossa inteligência própria, que pode ser
grande, e a da estupidez da nossa inexperiência, que forma uma segunda inteligência inferior.
Só quando chegamos a outra idade se dá em nós a unificação. Daí a acção sempre fruste da

juventude - devida, não à sua inexperiência, mas à sua não-unidade."



Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares
Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/

Poesia De Quinta Na Usina:D'Araújo: Rocha.





Forte feito a água que apesar de sua leveza,
destrói a rocha pacientemente

Acariciando-a sem a pressa do tempo findo.
E como tudo no universo o meu desejo por ti,
aflora a revelia do meu querer.

E ficar sem te ver chega a ser 
quase um tormento eu não mais aguento
ficar sem você.

Entre dois amores e dois desejos,
 me sobra o sobejo de um ser abalado 
pela incapacidade de ser feliz em toda sua plenitude.



D'Araujo.

Poesia De quinta Na Usina: D'Araújo: Orgasmo:


Deslizando a lâmina por entre a flor do teu desejo, quente e úmida,
Em movimentos simétricos, que pontualmente fazia tão somente,
Aquele corpo em transe, bailar em movimentos sinuosos.

Os teus gemidos e sussurros, e a graciosa face tremula e descontrolada.

Inundava o ambiente.
A carne branca e nua refletia sob a luz do abandono da alma.
Os inevitáveis impulsos involuntários fazia a lamina penetrar cada vez mais profundo, entre suas torneadas colchas, seu quadril laceava meu desejo num bailar quase sinfônico,
Nestes colossais minutos de prazer e fúria, que nos tornava um só ser, até que restassem apenas dois corpos, sobre os lençóis brancos da satisfação.
E por fim nossos olhares se cruzam como resposta aquele orgasmo que nos eternizam um pro outro.


D'Araújo.
Conteúdo da obra: "Desejos Impróprios"
Editora: www.clubedeautores.com.br
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