quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Adalberto Silva:


 

Deixa!!

Deixa eu te beijar toda

Sentir o seu fogo

Os seus gemidos

Deixa eu te massagear todinha

Com um belo amor

Os seus seios me atraem

Essa sua boca.... delícia

O seu corpo....desejo

O seu aroma. . domina- me

Deixa eu te despir na calada da noite

Te chamar de minha princesa

Meu amor preferido

Que gostosura.... tú és

Vamos fazer um amor

Feche somente os seus olhos

Desejo você toda

Sem regras

Ame gritando....ame seduzindo

Deixa- me feliz....meu eterno desejo!

Adalberto Silva

Poesia de Quinta na Usna: Machado de Assis:



V


Oimperador ( Thu-Fu)
Olha. O Filho do Céu, em trono de ouro,
E adornado com ricas pedrarias,
Os mandarins escuta: — um sol parece
De estrelas rodeado.
Os mandarins discutem gravemente
Coisas muito mais graves. E ele? Foge-lhe
O pensamento inquieto e distraído
Pela janela aberta.
Além, no pavilhão de porcelana,
Entre donas gentis está sentada
A imperatriz, qual flor radiante e pura
Entre viçosas folhas.
Pensa no amado esposo, arde por vê-lo,
Prolonga-se-lhe a ausência, agita o leque...
Do imperador ao rosto um sopro chega
De rescendente brisa.
* Provavelmente a forma correta é fronte. Não consta correção na errata.
“Vem dela este perfume”, diz, e abrindo
Caminho ao pavilhão da amada esposa,
Deixa na sala olhando-se em silêncio
Os mandarins pasmados.

Dante Alighieri: A Divina Comédia: Inferno:

 


Tais saíram da turba, em que era Dido, A nós as duas sombras se inclinando, 
87 Tanto as moveu da voz o tom sentido!
— “Entre beni'no, compassivo e brando, Que nos vem visitar por este ar perso,
90 Tendo nós dado o sangue ao mundo infando,
“Se amigo o Senhor fosse do universo, Da paz aos rogos nossos, gozarias,
93 Pois te enternece o nosso mal perverso.
“Enquanto o vento é quedo, o que dirias Havemos nós de ouvir atentamente;
96 Diremos quanto ouvir desejarias.
“Onde, a paz desejando, o Pado ingente Com seus vassalos para o mar descende,
99 A terra, em que hei nascido, está jacente.
“Amor, que os corações súbito prende, Este inflamou por minha formosura,
102 Que roubaram-me: o modo inda me ofende.
“Amor, em paga exige igual ternura, Tomou por ele em tal prazer meu peito,
105 Que, bem o vês, eterno me perdura.