Voz celestial a ninar pela sonora magia
Era como sereia que para atrair encantava
A mata silenciava pássaros segredavam sinfonias
porque o universo calava quando a menina cantava
Corpo de violão em concerto com a leveza de pluma
Em noites de recitais entre ondas de luz flutuava
Olhar felino marcado em compassos de um puma
O mundo parava extasiado quando a menina dançava
As cachoeiras jorravam num pranto que contagia
A chuva caia mais forte, os lagos se enchiam d’água
O canto dos anjos do céu em coro a terra descia
As fontes a lacrimejar quando a menina chorava
Nas entrelinhas da vida a menina então sorria
Encontrou-se na poesia e com desvelo versava
Ladrilhou de estrelas as nuvens e a fantasia
E o poeta sorria quando a menina poetava
Elair Cabral
13/07/14