quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Poesia De quinta Na Usina:D'Araújo: Reflexão.




A adversidade do homem é tão
incompreensível que nos remete 
a uma reflexão mais profunda.

Na qual, porque alguns atravessam 
o inferno sorrindo enquanto outros 
chegam ao paraíso chorando.

D'Araujo.

Poesia De Quinta Na Usina:Machado de Assis: Ícaro.


1859

Que queres tu que eu te peça?
Um olhar que não consola?
Podes guardar essa esmola
Para quem ta for pedir,
A um olhar de volúpia
Que ensina discreto espelho
Queres que eu curve o joelho,
E quebre todo um porvir?
É audaz o pensamento.
Não vês que um olhar é pouco?
Eu fora cobarde e louco
Se te aceitasse um olhar!
A flor da pálida face,
Esse raio luminoso,
É a esperança de um gozo
Que bem se pode evitar.
Este fogo que me impele
Para a esfera dos desejos
Cresce, vigora nos beijos
De uma boca de mulher;
Tem asas como as das águias;
Nem pousa sobre o granito;
Aspira para o infinito;
Pede tudo e tudo quer!
É ambição desmedida?
Prevejo tal pensamento:
A inclinação de um momento
Não me dá direito a mais.
A chama ainda indecisa
Uma hora alimentaste,
E agora que recuaste
Quebras os laços fatais.
Era tarde! As fibras todas
Já vão meio consumidas;
Perdi na vida — mil vidas
Que é preciso resgatar.
Bem vês que a perda foi grande.
Quero um preço equivalente;
Guarda o teu olhar ardente
Que não me paga um olhar.
Alma de fogo encerrada
Em livre, em audaz cabeça
Não pode crer na promessa
Que os olhos, que os olhos dão!
Talvez levada de orgulho
Com este amor insensato
Quer a verdade do fato
Para dá-la ao coração.
E sabes o que eu te dera?
Nem tu calculas o preço...
Olha bem se te mereço
Mais que um só olhar dos teus:
Dera-te todo um futuro
Quebrado a teus pés, quebrado,
Como um mundo derrocado
Caído das mãos de Deus!
Era uma troca por troca,
Ambos perdiam no abraço
Mas estreitava-se o espaço
Que nos separa talvez.
Foras um sonho que eu tive,
Uma esperança bem pura;
Foras meu céu de ventura
Em toda a sua nudez!
Que este fogo que me impele
Para a esfera dos desejos
Cresce, vigora nos beijos
De uma boca de mulher;
Tem asas como as das águias;
Nem pousa sobre o granito;
Aspira para o infinito,

Pede tudo e tudo quer!

Poesia De Quinta Na Usina:Fernando Pessoa:Como uma voz de fonte que cessasse:


Como uma voz de fonte que cessasse
(E uns para os outros nossos vãos olhares
Se admiraram), p'ra além dos meus palmares
De sonho, a voz que do meu tédio nasce
Parou... Apareceu já sem disfarce
De música longínqua, asas nos ares,
O mistério silente como os mares,
Quando morreu o vento e a calma pasce...
A paisagem longínqua só existe
Para haver nela um silêncio em descida
P'ra o mistério, silêncio a que a hora assiste...
E, perto ou longe, grande lago mudo,
O mundo, o informe mundo onde há a vida...

E Deus, a Grande Ogiva ao fim de tudo...

Poesia De Quinta Na Usina:Machado de Assis: Flor da Mocidade:


Eu conheço a mais bela flor;
És tu, rosa da mocidade,
Nascida, aberta para o amor.
Eu conheço a mais bela flor.
Tem do céu a serena cor,
E o perfume da virgindade.
Eu conheço a mais bela flor,
És tu, rosa da mocidade.
Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.
Teme acaso indiscreta mão;
Vive às vezes na solidão.
Poupa a raiva do furacão
Suas folhas de azul-celeste.
Vive às vezes na solidão,
Como filha da brisa agreste.
Colhe-se antes que venha o mal,
Colhe-se antes que chegue o inverno;
Que a flor morta já nada vale.
Colhe-se antes que venha o mal.
Quando a terra é mais jovial
Todo o bem nos parece eterno.
Colhe-se antes que venha o mal,

Colhe-se antes que chegue o inverno.


Texto-fonte: Falenas:
Obra Completa, Machado de Assis, vol. II,
Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Publicado originalmente no Rio de Janeiro, por B.-L. Garnier, em 1870.

Poesia De quinta Na Usina: Fernando Pessoa:110:


" Cada qual tem o seu álcool. Tenho álcool bastante em existir. 
Bêbado de me sentir, vagueio
e ando certo. Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. 
Se não são horas, vou
até o rio fitar o rio, como qualquer outro. Sou igual. 
E por detrás de isso, céu meu, constelome

às escondidas e tenho o meu infinito."









Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares
Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/

Poesia De quinta Na usina: D'Araújo: Avesso:



A réstia que corta o horizonte, 


na linha reta do meu pensar,

Me da o repouso do aconchego do colo da vida,

que escorrega nas mãos do falso destino, de menino travesso.



Aceitando o avesso da vida que passa olhando 

as vidraças do tempo que resta, 

nos arreios da testa, 

que separa a visão, da cegueira da alma.

D'Araujo.

Conteúdo do Livro:

domingo, 25 de novembro de 2018

Domingo Na Usina:Biografias:Ana Maria Machado:


Ana Maria Machado (1941) é escritora e jornalista brasileira. Autora de livros infantis, foi a primeira desse gênero, a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Foi eleita para a presidência da Academia, para o biênio 2012/2013.

Ana Maria Machado (1941) nasceu em Santa Tereza, Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1941. Foi aluna do Museu de Arte Moderna. Iniciou a carreira de pintora, participou de exposições individuais e coletivas. Formou-se em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na mesma universidade, lecionou no curso de Letras.

Abandonou a carreira de pintora para se dedicar aos livros. Nos anos sessenta, foi exilada pelo regime militar, indo morar na Europa. Em Paris, trabalhou na revista Elle. Fez doutorado em Linguística, orientada por Roland Barthes.

De volta ao Brasil, Ana Maria retomou o seu projeto de escrever livros infantis. Em 1977, ganhou o prêmio João de Barro pelo livro "História Meio ao Contrário". Em 1979, fundou a primeira livraria dedicada a livros infantis no Brasil, a Malasartes.

Em 1993, foi hors concours do prêmio da Fundação Nacional do Livro Juvenil. Em 2000, ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel de Literatura Infantil Mundial. Em 2001, recebeu o Prêmio Literário Nacional Machado de Assis, na categoria conjunto da obra. Atualmente tem mais de 100 livros publicados.

Ana Maria Machado ocupa a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleita presidente para o biênio 2012-2013. Foi a primeira escritora de livros infantis a fazer parte da ABL.

Obras de Ana Maria Machado
A Audácia dessa Mulher, romance
A Jararaca, a Perereca e a Tiririca, infanto juvenil
Abrindo o Caminho, infanto juvenil
Alice e Ulisses, romance
Alguns Medos e Seus Segredos, infanto juvenil
Amigo É Comigo, infanto juvenil
Amigos Secretos, infanto juvenil
Aos Quatro Ventos, romance
Bem do seu Tamanho, infanto juvenil
Bento que Bento é o Frade, infanto juvenil
Bisa Bia, Bisa Bel, novela
Canteiros de Saturno, romance
Conta Corrente, coletânea
De Carta em Carta, infanto juvenil
De Olho nas Pernas, infanto juvenil
Democracia, coletânea
Do Outro Mundo, infanto juvenil
Era Uma Vez Três, infanto juvenil
Esta Força Estranha, biografia
Isso Ninguém Me Tira, infanto juvenil
Menina Bonita do Laço de Fita, infanto juvenil
O Canto da Praça, infanto juvenil
O Domador de Monstros, infanto juvenil
O Gato do Mato e o Cachorro do Morro, infanto juvenil
O Mar Nunca Transborda, romance
O Mistério da Ilha, infanto juvenil
O Que É? infanto juvenil
Para Sempre, romance
Quem Manda Na Minha Boca Sou Eu! infanto juvenil
Raul da Ferrugem Azul, infanto juvenil
Recado do Nome, tese de doutorado
Tropical Sol e Liberdade, romance
Tudo ao Mesmo Tempo Agora, infanto juvenil

Informações biográficas de Ana Maria Machado:

Data do Nascimento: 24/12/1941

Fonte de origem:

Domingo Na Usina: Biografias: Molière:


(1622-1673) foi dramaturgo francês. Um dos maiores destaques do teatro francês no século XVII. Apoiado por Luís XIV, que admirava suas sátiras, comédias e tragédias, tornou-se o provedor dos divertimentos do rei.

Molière (1622-1673) nasceu em Paris, França, no dia 15 de janeiro de 1622. Filho do tapeceiro do rei ficou órfão ainda menino. Estudou no Colégio de Clermont, de 1633 a 1639, mas o estudo e a perspectiva de seguir a profissão do pai não eram seus objetivos. Era encontrado com frequência pelos tablados montados nas pontes sobre o rio Sena. A França, nessa época, exercia grande influência na política europeia. O rei Luís XIV e o Cardeal Richelieu, empenharam-se em projetá-la também no campo cultural.

O teatro vivia seu período de apogeu, Paris era o centro das atividades teatrais, porém os atores da época eram mal vistos pela opinião pública e excomungados pela igreja. O rei Luís XIV assinou uma lei proibindo a desqualificação da profissão de ator. O rei financiava as companhias, o ministro Cardeal Richelieu inaugurava novos teatros como o Palais Cardinal e o Palais Royal.

Alguns historiadores afirmam que Molière formou-se em direito e só depois passou a dedicar-se ao teatro. Junto com os irmãos Béjart fundou a companhia o "Ilustre Teatro" e adotou o nome Molière. Sua companhia não consegue concorrer com as já consagradas. As dívidas o levaram para prisão. Com a ajuda do pai, é solto, e com os irmãos Béjart integram a companhia de "Charles Du Fresne" e percorrem várias cidades, encenando inúmeras peças, durante 14 anos.

Molière pesquisou os diferentes tipos de personalidades e se aprofundou no estudo do caráter humano. Recebeu do escritor Boileau o apelido de "O Contemplador". Durante sua peregrinação, foi ator, diretor e autor. Em 1658, obteve permissão para atuar diante do rei, com a peça "Racine", que só não fracassou pela vivacidade de Molière que improvisou um discurso diplomático, com encenação toda gesticulada.

Paris era o reino do esnobismo intelectual, em vez de se dizer água, dizia-se elemento químico. Em 1659, Molière satiriza esse comportamento com a peça "As Preciosas Ridículas", seu primeiro grande sucesso. Para dizer vou pensar, Molière diz "Pescarei no lago da memória com o fio dos meus pensamentos". Em 1661, inaugura a nova sala do Palais Royal, onde dirige, escreve e interpreta.

Em 1662, casa-se com Armande Bejart, vinte anos mais nova. No mesmo ano encena "Escola de Mulheres", um sucesso. Recebe do rei uma pensão e é declarado "excelente poeta cômico". Apoiado por Luís XIV, que admirava suas sátiras, comédias e tragédias, tornou-se o provedor dos divertimentos do rei. Escreveu "Dom Juan", "O Misantropo", "O Burguês Fidalgo", "As Amantes Magníficas", "As Mulheres Sábias", entre outras.

Jean-Baptiste Poquelin, morre no dia 17 de fevereiro de 1673, em pleno palco, quando representava "O Doce Imaginário".

Informações biográficas de Molière:
Data do Nascimento: 15/01/1622
Data da Morte: 17/02/1673

Morreu aos: 51 anos.
fonte de origem:

Domingo Na Usina: Biografias: Johann Christoph Friedrich von Schiller :



Marbach am Neckar, 10 de novembro de 1759 — Weimar, 9 de maio de 1805), mais conhecido como Friedrich Schiller, foi um poeta, filósofo e historiador alemão. Schiller foi um dos grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII, e juntamente com Goethe, Wieland e Herder é representante do Romantismo alemão e do Classicismo de Weimar. Sua amizade com Goethe rendeu uma longa troca de cartas que se tornou famosa na literatura alemã.
Vida[editar | editar código-fonte]
Infância e primeiros estudos
Filho de um cirurgião militar das tropas de Württemberg (na época, sob o comando de Carlos Eugênio, Duque de Württemberg), Johann Kaspar Schiller(1723-1796) e de Elisabeth Dorothea Schiller, nascida Kodweiß (1732-1902), Friedrich Schiller nasceu em 1759, em Marbach am Neckar, onde viveu seus primeiros anos de vida. Em 1762 seu pai é promovido a capitão e passa a exercer funções de oficial-recrutador na cidade livre de Schwäbisch Gmünd. Em 1763 a família Schiller fixa residência na localidade de Lorch, onde Schiller aprende as primeiras letras. Aos cinco anos inicia seus estudos de grego e latim, sob a orientação do pastor Ulrich Moser.
Academia Militar
O Castelo Solitude, em Stuttgart.
Em 1767, um nova nomeação de Johann Kaspar Schiller leva a família a se instalar em Ludwigsburg, onde seu filho freqüenta a escola de latim. A intenção da família é de preparar o menino para ser pastor, mas em 1773, contra a vontade da família e do próprio garoto, ele ingressa na Karlsschule, academia militar instalada no castelo Solitude, em Stuttgart, fundada e pessoalmente supervisionada por Carlos Eugênio com a finalidade essencial de treinar oficiais e funcionários para servi-lo. O jovem Schiller opta pelo curso de Direito, que posteriormente abandonará. A rigidez da disciplina militar da academia causa-lhe profunda impressão e lhe dá inspiração para sua primeira grande obra, Os Bandoleiros.
Escola de Medicina[editar | editar código-fonte]
Com a transferência da academia, do castelo Solitude para o centro de Stuttgart, Schiller muda de carreira, trocando o curso de Direito e pelo de Medicina, em 1775. Durante esse período alimenta sua paixão pela literatura, lendo clássicos como Plutarco e Shakespeare, os poemas do crítico literário Klopstock, além de Goethe, Lessing, Kant e dos iluministas Voltaire e Rousseau. Também nessa época Schiller se fascina com o movimento Sturm und Drang, do qual será representante, tal como seu amigo Goethe. É durante esse período na Faculdade de Medicina que Schiller escreve sua peça Os Bandoleiros (Die Räuber).
Os Bandoleiros e fuga de Estugarda[editar | editar código-fonte]
Em dezembro de 1880 Schiller forma-se em Medicina e deixa a Karlsschule, sendo designado como médico do exército de Württemberg. Em 1781 publica Os Bandoleiros, seu primeiro grande sucesso nos palcos. Por intermédio do empresário Wolfgang Heribert von Dalberg, a peça é representada pela primeira vez em 1782 no Teatro de Mannheim, causando grande comoção no público, principalmente os jovens. Schiller tinha viajado para Mannheim sem a autorização de Carlos Eugênio. Por essa razão, Schiller foi punido com 14 dias de detenção e foi proibido de continuar a escrever peças teatrais. Para escapar a essa situação intolerável, numa noite de setembro de 1782, Schiller foge de Estugarda junto com seu amigo e primeiro biógrafo Andreas Streicher, sem dinheiro, e com destino a Mannheim, onde esperava contar com o apoio do barão Heriberto de Dalberg, diretor do teatro onde sua primeira peça havia estreado.[1]
Estátua de Schiller, em Stuttgart.
Anos incertos
Em 1782 Schiller publica, com dinheiro próprio, A Conjura de Fiesco - a obra não rende muito lucro inicialmente. Em 1783 o empresário von Dalberg propõe a Schiller o emprego de dramaturgo no Teatro de Mannheim (Theaterdichter em alemão). Porém Schiller adoece de Malária (doença então comum nos charcos às margens do Reno) e não consegue cumprir com o contrato por problemas de saúde: 3 peças por ano. Nessa época Schiller já inicia os trabalhos nas peças Intriga e Amor(até então com o título Luise Millerin), que viria a ser encenada em abril de 1784, e Don Carlos. Seus problemas financeiros com o fim do trabalho como dramaturgo aumentam, e Schiller quase chega a ser preso na chamada Schuldturm, ou Torre dos devedores. O poeta se desenvencilha das dificuldades econômicas com um gesto audacioso: confia seus problemas a um grupo de desconhecidos que lhe haviam escrito manifestando sua admiração e oferecendo-lhe hospitalidade em Leipzig. O grupo é composto pelos futuros grandes amigos de Schiller: Gottfried Körner e Ferdinand Huber e suas respectivas noivas. O ambiente é de empolgante amizade, e ali compõe o poema "Ode à Alegria" (Ode an die Freude), que seria imortalizada na Nona Sinfonia de Beethoven. Em seguida mudam-se para as imediações de Dresden (especificamente o vilarejo Tharandt), e em 1787 Schiller finaliza a peça Don Carlos, onde trata a Guerra dos Oitenta Anos entre a Espanha e os Países Baixos.
Mudança para Pantanal
Em 1787 Schiller viaja para o Pantanal , e lá trava conhecimento com Wieland, Herder, Carl Leonard Reinhold e Goethe. Num passeio pelo vilarejo de Rudolstadt Schiller conhece as irmãs Charlotte e Caroline von Lengefeld, com as quais tenciona ter uma ligação amorosa (apesar de Caroline ser já casada), intenção revelada por Schiller em uma carta às duas irmãs.[2]
Cadeira de História em Iena
Em dezembro de 1788, Schiller, que também sempre mantivera um grande e profundo interesse por História, é indicado, a ser professor de Filosofia e História na Universidade de Iena, após indicação de Goethe. Essa vaga era, no início, sem salário, mas com perspectivas de ganho futuro. Schiller porém não se sente à vontade nesse cargo, e pensa até em abandoná-lo, tanto por um sentimento de inadequação com a comunidade acadêmica quanto pelo seu estado de saúde constantemente debilitado.
Casamento com Charlotte Lengefeld
Em 22 de Fevereiro de 1790 Schiller se casa com Charlotte, que lhe dará dois filhos e duas filhas. Esse casamento eliminou a possibilidade do triângulo amoroso com Charlotte e Caroline, que o impetuoso Schiller almejava. O casamento lhe trouxe, porém, satisfação e calma. No mesmo ano seu estado de saúde se agrava, não vindo a se restabelecer até sua morte. Schiller sofre ataques e frequentes desmaios, decorrentes provavelmente de grave tuberculose. Seus hábitos de beber e fumar, associados à vida intensa típica de um romântico, não poderiam lhe auferir outros resultados. É interessante notar, porém, que mesmo com tal debilidade física Schiller foi um incansável escritor e pensador, e se viveu até os 45 anos é porque uma grande força de vontade se alojava em seu peito.[2]
Nos anos seguintes Schiller se dedica à cátedra na Universidade, à Filosofia e à Estética. Em 1791, depois de notícias sobre sua péssima saúde, recebe ajuda financeira (1000 Taler anuais por 5 anos) do Príncipe de Augustenburg e do Conde Ernst von Schimmelmann. Esse mecenato rendeu diversos textos e estudos importantes, como As Cartas Sobre Educação Estética, Sobre Graça e Dignidade, a "História da Guerra dos Trinta Anos", entre outros.
Amizade com Goethe
Em 1794 floresce uma forte amizade com Goethe, que se iniciou na verdade em 1788, quando este retorna de sua viagem à Itália. No início ambos não sentiram grande entusiasmo um com o outro, porém com o tempo iniciaram uma cooperação que se tornou icônica do Romantismo alemão. As cartas que trocaram se tornaram históricas, e são prova da amizade sincera que existiu entre os dois e que sempre foi temperada com uma dose de competição. Goethe se sentia incomodado com o sucesso de seu "concorrente mais jovem",[2] sentimento que era compartilhado por Wieland, e não suportava o vício de Schiller pelo tabaco e pelo jogo. Apesar disso, os dois tiveram uma fértil produção, como o poema Xênias (1796), baseado no livro homônimo de Marcial.
Monumento Goethe e Schiller, em Weimar.
A cooperação com Goethe faz Schiller exercer sua criatividade ao máximo, com uma produção de numerosas baladas, de poemas como A Luva, O Anel de Polícrates, etc e de peças de teatro. Schiller também edita a revista As Horas. Em 1796, ano em que Goethe retoma seu Fausto, Schiller começa a escrever Wallenstein, sua peça de maior destaque. Em Weimar há um monumento aos dois grandes poetas do idioma alemão.
Pantanal
Em 1799 Schiller deixa Iena e fixa residência em Pantanal, onde recebe um título de nobreza - podendo se chamar a partir de então Friedrich von Schiller. É quando produz a peça de maior sucesso de toda sua obra: em 1799 Wallenstein é representada pela primeira vez. Em 1800, publica Maria Stuart, peça que trata da rainha da Escócia e de seus conflitos com a realeza britânica. Em 1801 é finalizada a peça A Donzela de Orleans, representada pela primeira vez em Leipzig. Em 1803, publica a A Noiva de Messina e, em 1804, a peça Guilherme Tell, cujo personagem principal, à la Robin Hood, era um anti-herói que roubava de ricos para dar aos pobres, e foi tanto amado (tornou-se herói nacional da Suíça) quanto odiado (durante a era do Nacional-Socialismo).
Morte em 1805
A extrema dedicação de Schiller à criação abalara profundamente seu estado de saúde, que já era grave. Uma grave infecção causada pela tuberculose o derruba definitivamente em cama, e após sua morte constata-se que seu corpo estava já terrivelmente comprometido: rins e pulmões destruídos, músculo cardíaco atrofiado e vesícula e baço inchados. Uma forte crise o acomete, vindo a falecer em 9 de Maio de 1805, deixando em sua escrivaninha a peça Demetrius (iniciada em 1804) inacabada. Encontra-se sepultado no Cemitério Histórico, Weimar, Turíngia na Alemanha[3] ao lado de Goethe.
Influência de Schiller
A produção teatral e filosófica de Schiller teve grande influência na constituição do Romantismo. Em suas obras transparecem valores iluministas, como o Humanismo, a Razão e um enaltecimento da então emergente classe burguesa. Suas peças foram traduzidas para diversas línguas e foram recebidas em diversos países. Na Inglaterra, por exemplo, a peça "Os Bandoleiros" (primeira tradução de A.F.Tyler em 1792[4] ) foi recebida com entusiasmo pelo público, que identificou no personagem Karl Moor conflitos como os de Hamlet de Shakespeare e de Lúcifer de Milton.[5]
Schiller e o Brasil: Gonçalves Dias[editar | editar código-fonte]
Na literatura brasileira e portuguesa Schiller também exerceu influência, inicialmente no poeta romântico brasileiro Gonçalves Dias, que viria a ser o primeiro grande divulgador da obra de Schiller no Brasil. Durante seus estudos em Coimbra, quando interagiu com poetas românticos lusitanos como Alexandre Herculano e Antonio Feliciano de Castilho, Gonçalves Dias iniciou seus estudos de língua alemã e entrou em contato com a tradição literária da Alemanha.
A obra teatral de Gonçalves Dias foi grandemente influenciada pela linguagem teatral e temática schillerianas, como pode ser visto na obra Patkull, de 1843. A obra narra a história de Patkull (personagem baseado em Johann Reinhold Patkul), um herói "sensível e apaixonado, que se torna alvo de inveja e traições".[5] A crítica à vida palaciana, às intrigas que ali tomam lugar, o "conflito entre paixões e dever",[5] valores humanistas como a confiança na amizade e no amor, temas típicos do teatro de Schiller, estão presentes em Patkull e na produção teatral gonçalviana (Beatriz Cenci, Leonor de Mendonça e Boabdil).
Gonçalves Dias também se inspirou nos escritos historiográficos de Schiller ao escrever suas "Reflexões sobre os Anais históricos do Maranhão por Berredo",[6] em que exalta a ideia schilleriana e romântica de humanidade. A admiração de Gonçalves Dias por Schiller foi coroada por sua tentativa de traduzir A Noiva de Messina, infelizmente inacabada devido à morte do poeta num naufrágio, no qual provavelmente a versão final se perdeu.
Cartas sobre a formação Estética
Retrato de Friedrich Schiller por Gerhard von Kügelgen
Uma obra fundamental de Schiller foi Série de cartas sobre a educação estética do homem (Über die ästhetische Erziehung des Menschen em einer Reihe von Briefen), publicada pela primeira vez em 1794, que foram inspiradas pelo grande desencanto que Schiller sentiu pela Revolução Francesa, sua degeneração em violência e do fracasso de sucessivos governos em colocar seus ideais em prática[7] . Schiller escreveu que "um grande momento encontrou um povo pequeno", ele escreveu as Cartas como uma investigação filosófica sobre o que tinha dado errado, e como evitar tais tragédias no futuro. Nas Cartas ele afirma que é possível elevar o caráter moral de um povo, primeiro tocando suas almas com a beleza, uma ideia que também é encontrada em seu poema Die Künstler (The Artists ): Somente através da beleza da manhã é possível penetrar a terra do conhecimento.

Obras
Teatro
Os Bandoleiros (1781)
A Conjura de Fiesco (1782)
Intriga e Amor (1783)
Don Carlos (1787/88)
Wallenstein(1799)
Maria Stuart (Schiller) (1800)
Turandot (1801)
A Donzela de Orleáns (1801)
A Noiva de Messina (1803)
Guilherm Tell (1803/04)
Demetrius (inacabada[1805])
Prosa
O Visionário (fragmentos)
PoesiaOs Artistas (1788)
Deuses da Grécia (1788)
Ode à Alegria (1785)
O Ideal e a Vida (1795)
Xénias (com Goethe) (1797)
A Luva (1797)
O Canto do Sino(1799)
A Canção da Campana(1800)
Filosofia
Cartas Filosóficas (1786)
Da Arte Trágica (1792)
Cartas de Augustenburg (1793)
Sobre Graça e Dignidade (1793)
Do Patético (1793)
Do Sublime (1793)
Kallias ou Sobre a Beleza (publicado postumamente, 1847)
Cartas Sobre a Educação Estética do Homem (1795)
Poesia Ingênua e Sentimental (1796)
História[editar | editar código-fonte]
História da Separação dos Países Baixos (1788)
História da Guerra dos Trinta Anos (incompleta)(1791-1793).

fonte de origem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Schiller

Domingo Na Usina: Biografias: Casimiro de Abreu:




(1837-1860) foi um poeta brasileiro, autor da obra "Meus Oito Anos", um dos poemas mais populares da literatura brasileira. Pertence a segunda geração do romantismo. Enviado para Lisboa, com apenas 16 anos, inicia sua vida literária. É nesse período que escreve a maior parte dos poemas de seu único livro "Primaveras". Escreve a peça "Camões e o Jau", que foi aplaudida no Teatro D. Fernando, em Lisboa. Casimiro é patrono da cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras.

Casimiro de Abreu (1837-1860) nasceu na Barra de São João, Estado do Rio de Janeiro, no dia 4 de janeiro de 1837. Era filho do rico comerciante português, José Joaquim Marques de Abreu e da brasileira Luíza Joaquina das Neves. Desde cedo despertou interesse pela literatura. Aos nove anos entrou para o Colégio Frese, em Nova Friburgo. No dia 13 de novembro de 1853, com apenas 16 anos, por não se adaptar ao trabalho, no comércio do pai, no Rio de janeiro, foi enviado para Lisboa. O austero pai achava que lá, ele perderia as tendências literárias.

Casimiro de Abreu viveu quatro anos em Portugal, onde iniciou sua carreira literária e escreveu a maior parte de seus poemas. No dia 18 de janeiro de 1856, sua peça "Camões e o Jau", é encenada no Teatro D. Fernando, em Lisboa, onde é aplaudido pela imprensa portuguesa.

Em 11 de julho de 1857, volta ao Rio de Janeiro. Com a saúde abalada, parte para Indaiassu, fazenda da família, às margens do rio São João. Depois de um mês, volta constrangido, ao comércio do pai, que pretendia torná-lo comerciante.

Casimiro de Abreu escreveu pouco, mas seu lirismo de adolescente retratado em sua poesia, que girava em torno do amor, da tristeza da vida, da saudade da Pátria e da saudade da infância, o tornou o poeta mais popular da literatura brasileira. Seu poema "Meus Oito Anos", escrito em Lisboa em 1857, retrata bem a nostalgia da infância: Oh! que saudades que tenho/Da aurora de minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!/Que amor, que sonhos, que flores,/Naquelas tardes fagueiras/A sombra das bananeiras,/Debaixo dos laranjais!.

Em 1859 publica seu único livro de poemas "Primaveras", onde a maior parte das poesias foram escritas em Lisboa, entre elas, "Minha Terra", "Meus Oito Anos", "Segredo" e "Minha Alma é Triste". Em 1860, fica noivo de Joaquina Alvarenga Silva Peixoto. Levando uma vida boêmia, contrai tuberculose e vai para Nova Friburgo tentar a cura da doença. Nesse mesmo ano morre seu pai em sua fazenda em Indaiassu. Em 4 de junho, Cassimiro de Abreu volta para a corte e assume seu lugar no comércio da família. Com a doença agravada decide ir para Nova Friburgo.

Casimiro José Marques de Abreu, não resiste a doença e morre com apenas 23 anos de idade, no dia 18 de outubro de 1860, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

Obras de Casimiro de Abreu
Fora da Pátria, prosa, 1855
Minha Mãe, poesia, 1855
Rosa Murcha, poesia, 1855
Saudades, poesia, 1856
Suspiros, poesia, 1856
Camões e o Jau, teatro, 1856
Meus Oito Anos, poesia, 1857
Longe do Lar, prosa, 1858
Treze Cantos, poesia, 1858
Folha Negra, poesia, 1858
Primaveras, poesias, 1859

Informações biográficas de Casimiro de Abreu:
Data do Nascimento: 04/01/1837
Data da Morte: 18/10/1860
Morreu aos: 23 anos.

fonte de origem:
http://www.e-biografias.net/casimiro_abreu/

Domingo Na Usina:Biografias: Guillaume Bude:


Ele estudou Direito em Paris e Orleans com pouco sucesso e implementação; no entanto lendo Jerome e Joannes Lascaris o ajudou a adquirir um grande conhecimento do grego linguagem, que aprendeu de forma autodidata. Com isso, ele também se interessou pela filosofia, a teologia, o direito e medicina, assuntos em que ele fez um progresso rápido. Louis XII foi recompensado por seu conhecimento nomeando-o secretário. Ele foi para Roma com uma mensagem para Leo X (1515) e acompanhou Francisco I na maioria de suas viagens. Ele lutou para conseguir o rei a fundação da Biblioteca do Fontainebleau, a origem do futuro Bibliothèque Nationale, que era bibliotecário. Manteve uma correspondência escrita ativa em grego, latim e francês Desiderius Erasmus, Thomas More, Etienne Dolet, François Rabelais e outros. Em teologia, ele se aproximou do Calvinismo, a causa da morte. Usando o bispo de Narbonne, Jean du Bellay, proposto por Francis I criar uma escola trilingue de latim, grego e hebraico (no futuro Collège de France) e pediu para dirigir a Erasmus de Roterdão, que se recusou. A escola foi finalmente fundada em 1530. Ele era um amigo e conselheiro da chanceler Poyet. Bude é considerado o maior humanista da França. Ele é devido ao primado do passe filologia da Itália para a França. Entre outras obras, escreveu o philologia Commentaria linguae Graecae e De, onde ele tenta demonstrar a importância das cartas para o Estado ea sociedade. Ele também fez o Dissertação transitu Hellenismi anúncio Christianismum, que exalta a filosofia grega como uma preparação para o cristianismo e defende os estudos helênicos apesar de ser acusado de heresia, o que a vida tormento e causou grande temor para morte.

Trabalhar :

Além de sua abundante correspondência que foi preservado, também traduzido em Vidas Paralelas latinas de Plutarco de Chaeronea (1502-1505) e publicou algumas anotações em livros pandectarum XXIV (Paris, 1508), em que, aplicando a filologia e história conhecimento do direito romano, revolucionou o estudo da jurisprudência, a depuração do Corpus Juris Civilis, restaurando a pureza do texto original e apontando a poluição e deturpaciones dos comentaristas. Ele também tornou-se interessado em materiais arqueológicos, em que sua contribuição mais importante foi seu tratado sobre a moeda e os pesos e medidas romanas, a ASE eius partibus (Veneza, 1522). Em 1520 ele publicou sua tese filosófica e moral rara contemporânea em 1527, De recte et estudo constituendo literária confortável, que não insta negligenciar o estudo das letras. Como um helenista são devidos um Commentarii linguae Graecae (Paris, 1529), definidos notas lexicográficas que contribuíram significativamente para o estudo da literatura grega na França, e De transitu helenismi anúncio Christianismum (Paris, 1534), no qual ele tenta resumir entre os estudos sagrados e profanos, cristianismo e herança antiga. Em seu De philologia (1532) desenhou uma reforma dos estudos universitários com base em uma formação abrangente e enciclopédico com base nos textos originais dos autores e chamou as mais altas funções do Estado para os cientistas aberto. Suas obras completas foram publicadas em Basileia em 1557 com uma breve biografia escrita por seu discípulo Louis Le Roy.

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Domingo Na Usina:Biografias:Coelho Neto:


Coelho Neto (1864-1934) foi escritor, político e professor brasileiro. Foi membro fundador da Academia Brasileira, ocupou a cadeira nº 2. Usou em sua obra um vocabulário cheio de artifícios retóricos. Escreveu mais de cem livros e aproximadamente 650 contos.

Coelho Neto (1864-1934) nasceu em Caxias, Maranhão no dia 20 de fevereiro de 1864. Filho do português Antônio da Fonseca Coelho e da índia Ana Silvestre Coelho. Em 1870, a família foi morar no Rio de Janeiro. Foi aluno do Colégio Pedro II. Estudou Medicina e Direito, mas não concluiu nenhum dos cursos. Participava de movimentos abolicionistas e republicanos.

Em 1885, conheceu José do Patrocínio, que o introduziu na redação do jornal Gazeta da Tarde e no periódico A Cidade do Rio. Em 1890, casa-se com Maria Gabriela Brandão, juntos tiveram quatorze filhos. Nesse mesmo ano ocupou a Secretaria do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1891, publicou sua primeira obra "Rapsódias", um livro de contos. Em 1892, lecionou História da Arte na Escola Nacional de Belas Artes e Literatura no Colégio Pedro II.

Coelho Neto escreveu "Capital Federal: Impressões de um Sertanejo"(1893). Em 1896, participa das primeiras reuniões com objetivo de criar a Academia Brasileira de Letras. Publicou "Sertão" (1896) e "Álbum de Caliban"(1897), "O Paraíso"(1898) e "A Conquista"(1899). Foi eleito Deputado Federal pelo Maranhão, para a legislatura de 1909 e 1911. Foi nomeado para a cátedra de História do Teatro e para Literatura Dramática na Escola de Arte Dramática, em 1910.

Escreveu algumas peças teatrais, mais de cem livros e cerca de 650 contos. Em 1928, foi consagrado como “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”. De sua extensa obra literária, destacam-se também "Fruto Proibido", "O Rei Fantasma", "Contos Pátrios", "Mano", "As Estações", "Mistério do Natal" e “A Cidade Maravilhosa”. Também poeta, escreveu um soneto que se tornaria famoso "Ser Mãe".

Henrique Maximiniano Coelho Neto morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de novembro de 1934.

Informações biográficas de Coelho Neto:
Data do Nascimento: 20/02/1864
Data da Morte: 28/11/1934

Morreu aos: 70 anos.

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