domingo, 9 de fevereiro de 2020

Domingo Na Usina: biografias: Nélida Piñon:


CRONOLOGIA
1937
Nélida Cuiñas Piñon nasce no dia 3 de maio, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro.
"Vila Isabel foi minha casa espiritual por muito tempo (...) A cultura popular me enriqueceu. Poucos sabem que fui freqüentadora da Rádio Nacional, do programa do César de Alencar..."

São seus pais Olivia Carmen Cuiñas Piñon, brasileira filha de galegos, e Lino Piñon Muiños, comerciante, natural de Borela, município de Cotobade (Galiza). Na década de 1910, seu avô materno, Daniel Cuiñas, chega de Carballedo (Cotobade) "para conquistar o Brasil".
"Inventar é uma saga antiga, precedeu-me antes do nascimento. Talvez tivesse sido a vocação de meu avô, Daniel, imigrante galego, que se aventurou cedo a cruzar o Atlântico, obedecendo ao gosto da aventura, e à necessidade de instalar-se numa terra que lhe ofertasse horizontes mais amplos. Ou talvez inventar tenha começado com meu pai, Lino, igualmente disperso e com a cabeça tantas vezes mergulhada nos livros."

1947
Aos dez anos muda-se com os pais e os avós maternos para Borela, onde ficam dois anos. Para a menina urbana, a aldeia galega é uma descoberta e um encantamento. A forte presença da natureza, o modo de vida camponês, e, sobretudo, o imaginário galego, iriam se infiltrar, mais tarde, na matéria de sua ficção.
"Para esta Galícia fui levada menina, quando aprendi suas lendas, sua língua. Assimilei sua poderosa oralidade, pois ali é o território onde as histórias, uma vez iniciadas, não merecem parágrafo."

1956
Temporada de 4 meses na Europa, com a mãe e uma tia. Na chegada ao Brasil seu pai, Lino, as recebe com uma festa no cais do porto.

1957
Gradua-se em Jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro. Durante a faculdade escreve para o jornal universitário Unidade.

1959
Publica os primeiros contos.

1961
Publica o romance 'Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo'. A crítica a considera inovadora em sua linguagem, porém hermética.
"Em 61, quando estreei, ganhei o estigma de ser uma escritora difícil, uma escritora de elite, quando naquele momento, eu estava iniciando minha campanha pessoal, minha campanha de artista em relação a uma linguagem. Eu buscava expressar-me através de uma linguagem nova, de uma sintaxe pessoal.
Lutei por isso porque, desde menina, compreendia que tinha de subverter a sintaxe bem comportada, pois as palavras que nela estão, são, de modo geral, também muito bem comportadas. São palavras oficializadas, institucionalizadas, estatutizadas. Então, eu busquei um caminho que subvertesse essa noção de realidade que me implantavam. Pressenti que a realidade que me deixavam ver era insuficiente, que havia outros níveis de realidade. E que me cabia ir atrás deles, ainda que expondo-me, com riscos à minha reputação de artista"(Folha de São Paulo, 1978)

1963
Publica o romance Madeira Feita Cruz.
"É um romance que nasce de um sentimento medievalista. O século XII foi um dos mais fascinantes da história, pois nele se produzem grandes mudanças: instaura-se o espírito mariano, que não é outra coisa senão a irradiação do espírito feminino, rompem-se os limites do mundo com as grandes travessias ultramarinas. (...) Madeira Feita Cruz ambienta-se nesta época, em seus espaços tenebrosos, naquele mundo ao mesmo tempo sagrado e profano."

Escreve contos e artigos para a imprensa brasileira. É correspondente da revista Mundo Nuevo, editada em Paris.

1965
Recebe a bolsa de estudos Leader Grant, concedida pelo governo americano. Por três meses viaja pelos EUA, quando realiza conferências sobre literatura brasileira, visita universidades, e faz amizades no meio intelectual norte-americano. Desde então, a escritora-viajante Nélida realiza, anualmente, inúmeras viagens de caráter profissional e pessoal:
"Penso que cheguei à escritura levada por uma irresistível atração pela aventura. Sonhava em jamais dormir duas noites sob o mesmo teto, ainda que no lar fosse uma menina feliz. Eu queria ser Simbad, navegar sem jamais me deter."

1966
Exerce o cargo de editora-assistente da revista Cadernos Brasileiros (Rio de Janeiro), e colabora em diversos jornais.
Publica Tempo das Frutas, livro de contos.
"Depois de minhas duas primeiras obras, não sei por que me senti tentada pelo desejo de contar uma série de histórias breves em que se introduzia o proibido. Em um dos relatos, por exemplo, se fala de uma mulher que, com setenta anos, está disposta a parir."

1969
Publica o romance Fundador.
"Fundador pretende ser um romance total, um romance que abarca o espaço e o tempo. Seus personagens são homens míticos que fundam cidades e mundos. Um deles é um cartógrafo que cruza os tempos e que, finalmente, acaba entrando em uma loja de pornografia. E foi ele quem, de algum modo, desenhou a terra pela primeira vez baseando-se nas opiniões dos navegantes medievais e renascentistas. Outro de seus personagens é um precursor da teologia da liberação."

1970
Assume a direção do recém criado Laboratório de Criação Literária na Faculdade de Letras da UFRJ.
Recebe o Prêmio Walmap pelo romance Fundador.

1971
Passa o ano em Nova York, dando palestras e escrevendo. Em suas crônicas comenta os grandes movimentos de contestação (feminista, estudantil, contra a guerra no Vietnã) que presenciava.

1972
Publica o romance A Casa da Paixão.
"A Casa da Paixão é a erotização do verbo. (...) é um grande discurso amoroso de alta densidade erótica, onde se encontram as forças mais misteriosas, mais obscuras da vida."

1973
Publica o livro de contos Sala de Armas.
"Sala de Armas é um conjunto de relatos, uns mais irônicos, outros mais líricos, mas sempre com esta atmosfera de estranheza, porque o mundo é um grande reino de confusão. Temos que desconfiar de nossas estruturas emocionais, de nossas estruturas verbais, pô-las em quarentena e continuar buscando."

Recebe o prêmio Mario de Andrade (da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte) por A Casa da Paixão.

1974
Publica o romance Tebas do meu Coração.
"Aparentemente Tebas surgiu de uma grave crise de linguagem. E tão aguda, posto que repercutia em mim com dificuldade, que cheguei até a pensar em nunca mais voltar a escrever. (...) Tebas quis ser lábios, rosto, pele, circulação sangüínea de um pensamento a que intitulei Brasil, como se não se tratasse de uma terra a que se podia alcançar a nado. Se antagonizei o texto em excesso, contando com uma operosidade iluminada e subterrânea ao mesmo tempo, foi com a intenção, isto sim, de fortificar e denunciar a realidade ao mesmo tempo"

1977
Publica o romance A Força do Destino.
"(...) é uma grande celebração do melodramático. A elite intelectual não gosta de trabalhar com o melodramático porque acha que está se rebaixando, buscando o sucesso fácil com histórias sentimentais. No entanto, enquanto a sociedade pretende nos dar uma imagem filtrada de nós mesmos, o melodramático não o faz, e nos mostra tal como somos, como lobos que devoramos o amor e a vida, que nos devoramos uns aos outros. Neste sentido, A Força do Destino é uma paródia da obra de Verdi e também, através da cronista Nélida presente no romance, uma reflexão sobre a arte de narrar."

Participa da redação do primeiro documento da sociedade civil contra a ditadura, entregue ao Ministro da Justiça.

1978
Eleita vice-presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, com Antonio Houaiss na presidência.
Foi escritora visitante da Universidade de Columbia por um semestre.
Participa de simpósios e encontros de escritores na Dinamarca, Suécia, Espanha e Estados Unidos. Viaja pelo Brasil dando palestras.
É nomeada diretora da Divisão Cultural, órgão do Departamento de Cultura do Estado do Rio de Janeiro (atual Secretaria Estadual de Cultura).

1980
Publica o livro de contos O Calor das Coisas.
"O Calor das Coisas começa com um relato, O Jardim das Oliveiras. (...) Este conto narra na primeira pessoa a história de um preso que não suporta ser torturado, que examina os horrores da ditadura e a covardia moral dos seres humanos. Assim como Pedro nega Cristo, o protagonista desta história pretende negar-se a si mesmo. É a expressão do grande medo da humanidade, pois todos os seres estamos prostrados pelo medo de viver."

Participa do Congresso do Pen Club Internacional, nos EUA. Realiza diversas palestras em Nova York e em diversas cidades do Brasil.

1981
Passa 45 dias em Congonhas escrevendo o romance A República dos Sonhos, na pensão Cova de Daniel.

1983
Araken Távora realiza um vídeo biográfico sobre Nélida, para o projeto Encontro Marcado. O projeto propõe encontros de escritores com estudantes universitários, com palestra, debate e apresentação do documentário.

1984
Publica A República dos Sonhos.
"A República dos Sonhos rende homenagem, por um lado, a uma Galicia medieval, de tradição oral, terra de peregrinações e, ao mesmo tempo, de emigrantes. Por outro lado, oferece a visão da América como a de um grande sonho e de uma grande desilusão. Não esqueçamos que os espanhóis falavam das "Américas", das "Índias". Isto porque nunca existiu uma, mas múltiplas Américas. Neste romance trabalho com realidades próximas, e com outras menos tangíveis que foram as que engendraram o grande sonho europeu de abarcar o mundo. Além disto, fala também do homem como sonhador de realidades fracassadas. Vivemos para concretizar uma determinada república que se ajuste à nossa natureza, à nossa concepção das coisas, e ficamos velhos sem termos sido capazes de construí-la. Somos herdeiros de sonhos fracassados, de sonhos que outros, nossos pais, tiveram e não puderam realizar, como nós, tampouco, poderemos faze-lo. No fundo, A República dos Sonhos é a república dos fracassos."

Participa do projeto Encontro Marcado em diversas universidades.
Colabora na concepção do programa de política cultural de Tancredo Neves, então candidato à presidência da República.
Faz diversas palestras na Espanha.

1985
Participa, com outros 80 intelectuais, da elaboração de um Programa Cultural para o Ministério da Cultura.
É eleita membro do Pen Club do Brasil.
Integra a comitiva de dez escritores brasileiros em visita oficial a Portugal.
O romance A República dos Sonhos ganha o Prêmio Ficção do Pen Clube - melhor livro do ano, e o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
Participa do II Encuentro de Intelectuales por la soberania de los pueblos de Nuestra America, em La Habana, Cuba.
Viagem à Espanha para Congresso de Escritores e palestras.

1986
Participa de congresso de escritores em Moscou, o primeiro depois da abertura (glasnost).
Grava entrevista para o arquivo da Library of Congress (Departamento Hispânico), em Washington. Viaja pelos EUA dando palestras.
Jurada do Prêmio Latino-Americano de Literatura de Manágua, na Nicarágua.
Faz diversas palestras na Espanha.

1987
Publica o romance A Doce Canção de Caetana, que recebe o Prêmio José Geraldo Vieira – da União Brasileira de Escritores de São Paulo - como melhor romance do ano.
"Acima de tudo, A Doce Canção de Caetana mostra um dos sentimentos mais elevados, mais profundos que sinto em mim mesma: a compaixão. Não faço julgamentos cruéis, senão compassivos. E se pode notar esta atitude do narrador não somente diante da figura de Caetana, senão diante do ser humano em geral, diante de sua audácia, mesmo que seus sonhos fracassem. Compaixão diante da decadência humana: a decadência física, a decadência dos sonhos, a decadência de nossas concepções morais e ideológicas."

O romance A República dos Sonhos é designado melhor livro de ficção do ano pela Associação dos Críticos de Arte.
Em março viaja para a França, com um grupo de escritores brasileiros, em visita oficial.
É escritora visitante na Johns Hopkins University (EUA), dando curso e palestras nesta e em outras universidades.
Vai para Valencia (Espanha), em junho, para o Congreso Internacional de Intelectuales y Artistas, em comemoração pelos 50 anos do Primeiro Congresso Anti-Fascista, organizado durante a Guerra Civil Espanhola.
Participa de congressos de literatura no México (agosto), no Peru (setembro), na Alemanha (setembro/outubro), na França e no Canadá (outubro). No Brasil, viaja como palestrante por diversas cidades.
É nomeada presidente da Associação de Amigos da Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, cargo que exerceu por um ano.

1989
É eleita para a Academia Brasileira de Letras em 27 de julho.
Recebe o título de Personalidade do Ano, deferido pela União Brasileira de Escritores.
Participa do Congresso de Escritores de Língua Portuguesa, em Lisboa, e em abril viaja aos EUA para o lançamento de The Republic of Dreams, traduzido por Helen Lane.
Participa de congressos em Barcelona, em Toronto e em Montreal, de onde segue para Iglatik, no Ártico canadense, onde realiza uma conferência.
Realiza palestras em diversas cidades de Israel (de 5-12 de dezembro).
No Brasil, é convidada para seminários e palestras por diversas cidades.

1990
Toma posse na ABL com o discurso Sou Brasileira Recente.
Recebe o Prêmio Golfinho de Ouro- Letras, pelo conjunto de obras, concedido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Condecorada com o grau de Oficial da Ordem de Rio Branco.
Faz a palestra em Nova York (junho), em encontro de escritores em San Sebastian, na Espanha (julho) e em Buenos Aires (novembro).
Integra a Delegação Brasileira que definiu o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado por sete países lusófonos. (Academia de Ciências e Letras, Lisboa, de 10 a 15 de outubro)
É escritora visitante na Universidade Johns Hopkins (Baltimore, EUA).

1991
Assume a Cátedra Henry King Stanford em Humanidades, na University of Miami, ministrando cursos semestrais de Literatura Comparada. Ocupou a cátedra até 2003, inclusive. (Miami, EUA)
Participa do XVI International LASA Congress (Latin American Studies Association), em Washington. (abril)
Palestrante em encontro sobre meio ambiente em Morélia, México. Integra o Grupo dos 100 e assina a Declaración de Morelia - Manifiesto Ecológico de los 100 Artistas e Intelectuales (setembro)
É convidada para as feiras do livro de Paris (outubro) e de Santiago do Chile (novembro/dezembro).
Recebe, pelo conjunto de obras, o Prêmio Bienal Nestlé na categoria Romance.

1992
A University of Miami organiza o International Symposium “The World of Nélida Piñón” dias 3 e 4 de abril, no Lowe Art Museum, Miami. (detalhes no currículo completo)
Participa do Congresso Internacional do Pen Club, em Barcelona e do Congreso Internacional de Literatura Iberoamericana, na Universidade de Barcelona (abril)
Faz a palestra Invenção na Casa da Galiza, em Madri. (18 de junho)
Condecorada com a Medalla Castelao, outorgada pela Xunta de Galiza (parlamento galego).
Participa do Congreso Gabriel García Márquez, por ocasião dos 25 anos de publicação de 'Cem Anos de Solidão', em Zaragoza, Espanha.
Condecorada com a distinção Lazo de Dama de Isabel la Católica, concedida pelo rei Juan Carlos da Espanha.
Participou, com outros 40 intelectuais e artistas, do encontro sobre A cultura e os meios de comunicação, promovido pelo Cardeal Dom Eugênio Salles no Sumaré, Rio de Janeiro.

1993
Durante o período da Cátedra Henry King Stanford (março, abril e maio), faz palestras em diversas universidades americanas.
Integra o Conselho Federal de Cultura (Brasília, 9 de junho).
Designada membro de honra da Phi Beta Delta Honor Society. (University of Miami, Miami, EUA).
Dirige o curso Mujeres Creadoras, na Universidade Complutense. (Madrid, Espanha, 16 a 20 de agosto).
Participa do Congresso Internacional do Pen Club, em Santiago de Compostela, Espanha (setembro).
Como todos os anos, viaja pelo Brasil dando palestras.

1994
Publica o livro O Pão de Cada Dia (fragmentos).
"Todo romance arrasta consigo alguns lampejos confessionais. A literatura se faz a partir de um corpo que leva nome, biografia, tradições literárias. Penso que O Pão de Cada Dia, que é uma espécie de diário do pensamento, tem esta característica."

Assina uma coluna semanal para o jornal carioca O Dia, que manterá até 1998.

1995
Recebe o Premio de Literatura Latinoamericana y del Caribe Juan Rulfo, outorgado pela primeira vez a uma mulher e a um autor de língua portuguesa.
Eleita primeira-secretária da Academia Brasileira de Letras. Primeira mulher, em 98 anos de existência da ABL, a integrar a diretoria.
Nomeada membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
Integra a delegação brasileira junto à IV Conferência Mundial sobre a  Mulher, em Pequim.
Integra a comitiva do Presidente Fernando Henrique Cardoso em sua visita ao México.
Recebe o Prêmio Alejandro José Cabassa (União Brasileira de Escritores) pelo livro O Pão de Cada Dia.
Eleita secretária-geral (vice-presidente) da Academia Brasileira de Letras, na chapa que elegeu Antonio Houaiss presidente. (Rio de Janeiro, 7 de dezembro)

1996
Condecorada com a Medalha Aguila Azteca, outorgada pelo Presidente do México.
Publica o romance infanto-juvenil A Roda do Vento.
Em 12 de dezembro foi eleita Presidente da Academia Brasileira de Letras, primeira mulher a ocupar a Presidência da Casa de Machado de Assis.

1997
Como presidente da ABL no ano de seu centenário, foi responsável pela organização das celebrações. No dia 20 de julho, data aniversário, houve sessão solene no Petit Trianon com a presença de autoridades e personalidades nacionais e internacionais, e missa solene no Mosteiro de São Bento. Foi organizado um concerto comemorativo no Theatro Municipal, e lançados o selo postal comemorativo, a medalha comemorativa, o livro "Academia Brasileira de Letras – 100 anos", e o CD-ROM do Centenário. Em sua gestão inicia-se o processo de informatização da ABL, é criado e implantado o Centro de Memória, e as portas do Petit Trianon são abertas para visitação pública.Foram realizados eventos culturais abertos ao público: Ciclos de Conferências, palestras com convidados estrangeiros e nacionais, mesas-redondas comemorativas. Atualmente, estes eventos fazem parte da programação permanente da ABL.

1998
É nomeada Chevalier de l'Ordre des Arts et des Lettres, comenda do governo francês.
Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), concedido pela primeira vez a uma mulher em 503 anos.
Realiza conferências no México, França, EUA, Cabo Verde, e Espanha.
Faz diversas palestras no Brasil.

1999
Nomeada, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, membro da Comissão de Honra dos Festejos do V Centenário do Descobrimento do Brasil.
Foi escritora-visitante na Georgetown University (Washington, EUA) durante um semestre.
Publica o livro de crônicas Até amanhã, outra vez.
Publica o livro de contos O Cortejo do Divino.

2000
É escritora residente na Universidade de Vanderbilt (Nashville, EUA).
Faz a conferência de encerramento do Congresso Portugal-Brasil ano 2000 - Literatura e Língua, realizado por motivo dos 500 anos de descobrimento do Brasil.

2001
Foi laureada com o Prêmio Iberoamericano de Narrativa Jorge Isaacs, pelo conjunto de obras. Primeiro autor de língua portuguesa e primeira mulher a receber este prêmio. Em Cali, Colômbia, 12 de setembro.
É convidada para a Cátedra Julio Cortázar, fundada e patrocinada por Gabriel Garcia Márquez e Carlos Fuentes, da Universidade de Guadalajara (México).
Grava depoimento para o arquivo do Museu da Imagem e do Som (MIS).

2002
Publica o livro O Presumível Coração da América, uma seleção de discursos.
Recebe o grau de Comendador da Ordem de Rio Branco, entregue pelo Presidente  Fernando Henrique Cardoso. Em Brasília, 12 de junho.
Ocupa a Cátedra Alfonso Reyes, do Instituto Tecnológico de Monterrey (México), por uma semana.

2003
Laureada com o XVII Premio Internacional Menéndez Pelayo.

2004
Eleita para a Academia das Ciências de Lisboa.
Lançamento do romance Vozes do Deserto, em 4 de março.
"Scherezade é um dos mitos do saber narrativo. Mesmo assim suas histórias, suficientemente conhecidas, não são ouvidas ao longo do livro. Através de outros recursos narrativos se sente o eco das batidas de seu coração, seus temores diante da morte. De espírito indômito, enfrenta a tirania do Califa com a mesma paixão que dedica às causas populares. De certa maneira a filha do Vizir, casada com o Califa, é uma guerreira da imaginação, uma militante da palavra que reverbera através de fascinantes relatos."

Toma posse no Conselho Estadual de Cultura, nomeada pelo Secretário Estadual de Cultura, Arnaldo Niskier.
Designada pelo presidente do governo espanhol, José Luis Zapatero, membro da Comissão do IV centenário da publicação do Quixote de Cervantes (agosto).
Nomeada vice-presidente do Pen Club Iberoamericano.

2005
Indicada Puterbaugh Fellow pela Universidade de Oklahoma (EUA). O prêmio promove uma semana de debates e palestras sobre a obra de um escritor, e publica uma seção especial na revista World Literature Today, editada pela universidade.
É declarada Filha Adotiva de Cotobade, em cerimônia no salão nobre do Concelho de Cotobade. Na ocasião, fez a conferência "Galiza na minha obra".
Recebe o Prêmio Jabuti, por Vozes do Deserto, em duas categorias: Melhor Romance e Melhor Livro de Ficção.
Recebe o Prêmio Príncipe de Astúrias – Letras. Primeiro escritor de língua portuguesa a receber esta láurea.
Participa de eventos literários em Portugal, Espanha, México, Uruguai, Guatemala, e em diversas cidades do Brasil.

2006
A IbisaTV (Espanha) realiza o documentário Sherezade em Galiza

 : as verbas de Nélida Piñón,dirigido por Valentin Carrera, sobre sua vida e obra. Filmagens no Rio de Janeiro e na Galiza. Duração: 26'.
São realizadas as filmagens para o longa-metragem Nélida Piñon – O Atlântico e suas correntes, uma produção hispano-brasileira, dirigido por Júlio Lellis. O filme conta com depoimentos de amigos e escritores, e cenas de ficção.
Em 10 de agosto estréia a peça A Força do Destino, adaptada de seu romance homônimo, no teatro do Centro Cultural Telemar (Rio de Janeiro).
O CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, realiza o vídeo Nélida Piñon, dentro do projeto Memória Viva.
Toma posse na Academia de Filosofia do Brasil.


Participa de eventos literários no México, França, Espanha, e diversas cidades do Brasil.

fonte de origem:
http://www.nelidapinon.com.br/autora/aut_biografia.php

Domingo Na Usina:Biografias: Rosiska Darcy de Oliveira::


 (Rio de Janeiro, 27 de março de 19441 ) é uma jornalista e escritora brasileira.

Foi eleita em 11 de abril de 2013 para a cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo Lêdo Ivo, falecido em 23 de dezembro de 2012.2

Bacharel em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Obteve o doutorado na Universidade de Genebra. É professora da PUC-RIO.

Obras[editar | editar código-fonte]
A Libertação da Mulher, Lisboa: Sá da Costa Editora, 1975
Ivan Illich e Paulo Freire: A Opressão da Pedagogia e a Pedagogia dos Oprimidos, Lisboa: Sá da Costa Editora, 1977
Vivendo e Aprendendo (co-autoria), São Paulo: Editora Brasiliense, 1980
Le Féminin Ambigu, Genève: Editions du Concept Moderne, 1989
O Elogio da Diferença: o feminino emergente, São Paulo: Editora Brasiliense, 1991
La Culture des Femmes : tradition et innovation, Paris: UNESCO, 1992
In Praise of Difference: the rise of global feminism, New Brunswick, New Jersey: Rutgers University Press, 1998
A Dama e o Unicórnio, Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2000
Outono de Ouro e Sangue, Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2002
Reengenharia do Tempo, Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2003
A Natureza do Escorpião, Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2006
Chão de Terra, Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2010
Elogio da liberdade (ensaios), Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2013
Baile de máscaras (crônicas), Rio de Janeiro: Editora Rocco, 20133.

fonte de origem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosiska_Darcy_de_Oliveira

Domingo Na Usina: Biografias: Diná Silveira De Queiroz:





Foi o romance o campo por excelência da criatividade artística dessa escritora brasileira. Nesse gênero, alcançou, e plenamente realizou, o ideal de artista da palavra, cultivando um soberbo estilo na língua portuguesa, que soube, reconhecidamente, manejar com riqueza, profundidade, variedade, correção e limpidez. No sentido completo da palavra, DSQ foi uma grande escritora da língua portuguesa, estilista de escol, mantendo, em toda a sua vida, o compromisso de escrever bem. A língua portuguesa, sem dúvida, fica a dever a Dinah Silveira de Queiroz pelo empenho que pôs no seu cultivo cuidadoso, aprimorado e lapidado, sem concessões. […] Floradas na Serra é o romance que aborda, estuda e põe em contraste o mundo dos sãos e o mundo dos enfermos, a esperança e o desencanto, a vida e a morte. (Dário Moreira de Castro Alves)

Margarida La Rocque, o predileto de Dinah Silveira de Queiroz, escrito em lindo, soberbo português, em tom levemente arcaizante, numa beleza que esplende, em sua riqueza e perfeição estilística e gramatical, é o livro pelo qual ela será sempre lembrada e celebrada… “Mas o que, de fato, cria a intriga, o clima espectral do romance, o que lhe confere a condição de obra prima, é a linguagem através da qual se torce, retorce e contorce a pungente e insólita história que a personagem central relata a um interlocutor mudo, talvez o avesso de sua própria consciência, pois a confissão da heroína nada mais é do que um monólogo dialogal. (Renard Perez)

Dinah sempre explicou, em entrevistas diversas, que esse romance (A Muralha) deveria entender-se como o reflexo de um grande sofrimento por que ela atravessara, à época em que o concebeu e escreveu. Apontado por muitos representantes da crítica literária como precursor do realismo fantástico, o romance figura entre os dez mais, na nossa literatura(ao lado do O Ateneu, de Raul Pompéia, de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa), traduzida e editada, que foi, em espanhol, italiano, francês, japonês e coreano… (Aguinaldo Silva)

Dinah Silveira de Queiroz (São Paulo 09.11.1911/Rio de Janeiro, 27.11.1982), filha do casal Alarico Silveira e Dinorá Ribeiro, contando, em sua ascendência genealógica, nomes ilustres, da intelectualidade brasileira – o pai (autor da monumental Enciclopédia Brasileira); os tios Valdomiro Silveira (um precursor do romance regionalista, grande pesquisador da fala cabocla, antecipador, em vários sentidos, de Guimarães Rosa) e Agenor Silveira (poeta e filólogo); os primos Miroel Silveira (contista e teatrólogo), Isa Leal (novelista), Cid Silveira (poeta), Breno Silveira (tradutor) e Ênio Silveira (editor); a irmã Helena Silveira ( renomada contista e romancista em São Paulo)… é romancista, contista e cronista de renome na Literatura Brasileira.

É ainda no seu tempo de criança, que vem a perder a mãe, tendo que ir morar com a tia-avó, Zelinda, em companhia da irmã Helena Silveira, com qual, também, conclui os estudos básicos no Colégio Des Oiseaux – onde as duas irmãs iniciam-se como escritoras.

Aos 19 anos, torna-se a esposa de Narcélio de Queiroz (advogado, posteriormente magistrado, autor de obras jurídicas e bibliófilo, como a filha Zelinda de Queiroz, Lee), pi de suas duas filhas Léa e Zelinda.

È em 1939, com o premiado, editado e bem sucedido romance Floradas na Serra (prêmio Alcântara Machado, pela Academia Paulista de Letras/1940), que a escritora faz sua estréia na literatura. Em 1954, é a vez de A Muralha (comemorativo dos 400 anos da cidade de São Paulo). Obras que, vale ressaltar, já transitaram para outros códigos linguísticos, incursionando pelo universo do rádio, das histórias em quadrinho, das artes cênicas (cinema e TV) transformadas em filmes, novelas, ou séries televisivas, como se pode verificar nos dados a seguir:

Floradas na Serra – versão cinematográfica (Estúdio Vera Cruz – 1953), sob a direção do italiano Luciano Salce, protagonizada por Cacilda Becker; versão televisiva na TV Cultura (São Paulo-1981), na série Telerromance, estrelada por Bete Mendes e Amaury Alvarez; outra versão televisiva pela TV Manchete (1990), com atuação de Carolina Ferraz, Marcos Winter, Myrian Rios e Tarcísio Filho.

Em 1942, a obra é publicada na Argentina, pelo Clube Social Del Libro, ALA, Buenos Aires, sob o título: Cuando La Sierra Florece.

A Muralha – 1ª. adaptação: por Benjamin Cattan, em 1961, para a TV Tupi; 2ª. adaptação: por Ivani Ribeiro (superprodução), em 1968, para a TV Manchete – reunindo todo o elenco da emissora, à época; 3ª. adaptação: pela TV Excelsior, do Rio de Janeiro, em 1969, contando mais de cem capítulos e com a participação de todo um grande elenco de artistas do cinema e da televisão brasileira; 4ª. adaptação: por Maria Adelaide Amaral, em 2000, para a TV Globo.

Sobre essa obra, ainda vale ressaltar, a versão folhetinesca, semanal (Revista O Cruzeiro/Rio de Janeiro), que precedeu a primeira edição do romance (José Olympico-Editora/1954) e a versão da história em quadrinhos, pela Editora Brasil-América, além das traduções e edições processadas no Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos da América, Paquistão, Bangladesh e Birmânia.

São esses dois romances (supra referidos) os mais conhecidos, apreciados e reeditados de Dinah Silveira de Queirós – por sinal, considerada uma das precursoras da ficção científica, no Brasil, incursionando, também, pelo gênero fantástico.

Em 1954, a escritora recebe o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Em 1961, fica viúva do seu primeiro casamento. Em 1962, é nomeada Adido Cultural da Embaixada do Brasil em Madri-Espanha. Nesse ínterim, contrai novo matrimônio, com o diplomata (cearense) Dário Moreira de Castro Alves. Com o novo marido, parte para Moscou (União Soviética), quando e onde produz crônicas, posteriormente, publicadas (1969) em livro, sob o título de Café da Manhã. Em 1964, regressa ao Brasil. Em 1966, parte novamente para a Europa, fixando-se na Itália. Em 1982 (27 de novembro), vem a falecer, na Cidade Maravilhosa.

Dinah Silveira de Queirós é a segunda mulher a tomar posse na Academia Brasileira de Letras, como a sétima ocupante da cadeira de número sete, anteriormente ocupada pelo  acadêmico Pontes de Miranda,ali recebida em 7 de abril de 1981 – ano em que dá a público Guida, Caríssima Guida, seu último romance.

Ei-la, em sua bibliografia, elencada com base na data da primeira edição: Floradas na Serra (romance – 1939); A Sereia Verde (contos – 1941); Margarida La Rocque (romance – 1949); As Aventuras do Homem Vegetal (infantil – 1951); A Muralha (romance – 1954); O Oitavo Dia (teatro – 1956); As Noites do Morro do Encanto (contos – 1950 – laureado com o Prêmio Afonso Arinos da ABL); Era Uma Vez Uma Princesa (biografia – 1960); Eles Herdarão a Terra (conto – 1960); Os Invasores (romance – 1965); A Princesa dos Escravos (biografia – 1966); Verão dos Infiéis (romance – 1968 – laureado, em 1969, com o Prêmio Prefeitura do Distrito Federal); Camba Malina (conto – 1969); Café da Manhã (crônicas – 1969); Eu Venho, Memorial do Cristo I (1974); Eu, Jesus, Memorial do Cristo II (1977); Bahia de Espuma (infantil – 1979); Guida, Caríssima Guida (romance – 1981).

Publicações em Parcerias: Antologia Brasileira de Ficção-Científica (conto – 1960); História do Acontecerá (conto – 1961); O Mistério MMM (romance – 1962); Quadrante I (crônicas – 1962); Quadrante II (crônicas – 1963);

Comentário das consideradas obras mais importantes da autora

Floradas na Serra (1939), editado em plena efervescência da II Guerra Mundial, foi um grande sucesso editorial, em termos de vendagem (esgotando-se em menos de um mês, possibilitando, assim, novas tiragens) e de apreciação crítica. Obra em que a escritora traz à cena literária o drama da tuberculose, vivido por pessoas acometidas desse mal (que vitimara-lhe a própria mãe, o que marcou-a, profundamente, na infância), nos sanatórios de Campos do Jordão. Como num resgate memorialista, a escritora  compartilha, com o leitor, e numa atmosfera sentimental, um dilema que, de certo modo, também foi seu… Floradas na Serra é romance “que aborda, estuda e põe em contraste o mundo dos sãos e o mundo dos enfermos, a esperança e o desencanto, a vida e a morte”.

Margarida La Rocque – a ilha dos demônios (1950) – inspirado em trecho da Cosmografia do Pe. André Thévet, configurando-se, pois, num “abismo de distância”, quanto ao romance de estréia, é “uma obra estranha, em que a escritora toma caminhos completamente inesperados”, afastando-se da jovialidade romântica, de Floradas na Serra – como num grito de liberdade, no dizer de Renard Perez. Trata-se de uma história que retroage, no tempo (meados do sec. XVI, quando a Europa está empolgada com os descobrimentos, advindos da expansão marítima, com os viajantes relatando, nas tavernas, episódios extraordinários…) e no espaço (a autora importa, da França, a protagonista, para confiná-la numa ilha perdida, juntamente com a ama e o amado), o enredo, desenrolando-se esse conflito triangular, num clima de pesadelo, com Margarida relatando, ao Padre (os dois sob as arcadas de um convento), sua pujante hstória. “História de angústia e de aviltamento, a que pode chegar o ser humano, movido pelo ciúme e pela solidão” expressa o crítico do Jornal O Globo, opinando (no que se refere à técnica e ao estilo), que se trata de “uma bela realização literária”, em que a escritora serve-se de dois recursos linguísticos/estilísticos basilares: intensa pulsação poética e arcaização da linguagem – articulada, esta, “com inexcedível maestria, […], criando, assim, o claro-escuro, a movediça franja de luz e treva indispensável à operação de fazer com que se fundissem, em um único e inconsútil mosaico ficcional, o real e o irreal, o corriqueiro e o fantástico, o pagão e o cristão”.


A Muralha (1954) – romance histórico de grande significado conteudístico, a refletir, no enredo narrativo, o panorama sócio/histórico/cultural do final do século XVII para o início do século XVIII, tempo em que começa a se formar, no contexto da nossa cultura de raiz colonial, uma consciência nacional brasileira. “A Muralha é um romance típico, que completa a permanente sondagem literária do mundo brasileiro. Dinah Silveira de Queiroz, ficcionista experiente, não podia ignorar que, no romance histórico, como no documentário, a contribuição imaginária apenas suplementa. O instrumento primordial integra-se na percepção psicológica do(a) romancista, na capacidade de examinar, para reconstituir, na facilidade em reanimar o episódio histórico, sem esvaziá-lo do conteúdo humano e social. Completa-se a perspectiva impulsionada por Walter Scott em um plano de exterioridade – naquela perspectiva mais densa que Tolstoi converteu em análise de caracteres, interiorizando os conflitos, a personagem histórica, ressurgindo, finalmente, como a criatura viva, na grandeza das paixões, dos nervos, do sangue e da carne. No romance, Dinah levanta o véu, lentamente, reconstituindo a paisagem e os costumes do tempo, a família paulista da época, exposta em sua força de tronco, as lutas dos homens na selva, a guerra pelo ouro, que a terra virgem não ocultava. No centro, senhor da vida e da morte, o patriarca, que tem, em sua vontade, a própria lei. As enérgicas mulheres, que vão gerar um povo. Índios e escravos, na base, padres e judeus, os aventureiros, que transformam ossos em alicerces de uma nação. No bojo dessa órbita de violência, desespero, heroísmo e traição, corre, paralelamente, o drama, meramente romanesco, humano e poderoso, a romancista separando, no fluxo da narrativa, a sua da história, da história da terra. São dois movimentos episódicos inter-relacionados, é verdade, que permanecem autônomos, cada qual transitando em sua órbita própria. Assim, o objetivo de DSQ, de aproveitar material histórico brasileiro e transformá-lo em manifestação artística, foi admiravelmente conseguido” – é a leitura do novelista e crítico literário Adonias Filho. (texto de Dinacy Corrêa).

Fonte de origem:
.http://blog.jornalpequeno.com.br/dinacycorrea/2012/07/dinah-silveira-de-queiroz/

Domingo Na Usina:Biografias: Olavo Bilac:


Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro. Escreveu a letra do Hino à Bandeira brasileira. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira nº 15. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética.

Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de dezembro de 1865. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito, sem concluir nenhum dos cursos. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia. Foi noivo de Amélia de Oliveira, irmã de seu amigo Alberto de Oliveira, que foi impedida de casar por outro irmão que não aceitava a vida de poeta boêmio que Bilac levava.

Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e Diário de Notícias. Exerceu o cargo de Secretário do Congresso Pan-Americano em Buenos Aires. Foi inspetor de instrução de escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal. Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar.

Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em 1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica.

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac morreu no Rio de Janeiro,
no dia 28 de dezembro de 1918.

Obras de Olavo Bilac
Poesias, 1888
Via Láctea, 1888
Sarças de Fogo, 1888
Crônicas e Novelas, 1894
O Caçador de Esmeraldas, poesia, 1902
As Viagens, poesia, 1902
Alma Inquieta, poesia, 1902
Poesias Infantis, 1904
Crítica e Fantasia, 1904
Tratado de Versificação, 1905
Conferências Literárias, 1906
Ironia e Piedade, crônicas, 1916
Tarde, poesia, 1919 (obra póstuma)

Informações biográficas de Olavo Bilac:
Idade: 149 anos
Data do Nascimento: 16/12/1865
Data da Morte: 28/12/1918
Nasceu há 149 anos
Morreu aos 53 anos

Morreu há 96 anos.

Fonte de Origem:
http://www.e-biografias.net/olavo_bilac/

Domingo Na usina: Biografias: Álvaro Alves de Faria:

  

Nasceu na cidade de São Paulo em 9 de fevereiro de 1942.
      É jornalista, poeta e escritor. Tem formação em Sociologia e Política. Mestrado em Comunicação Social.
      Recebeu os mais importantes prêmios literários do país. Destaque-se o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo para Poesia e o Pen Clube Internacional de São Paulo, em 1973, para o livro “4 Cantos de Pavor e alguns Poemas desesperados”.
               Por duas vezes recebeu o Prêmio Jabuti de Imprensa, da Câmara Brasileira do Livro, em 1976 e 1983, por sua atuação em favor do Livro no jornalismo cultural. Por esse mesmo motivo, também foi distinguido por duas vezes com o Prêmio Especial da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1988 e 1989.
               Esse trabalho em favor do livro vem sendo desenvolvido desde que começou no jornalismo, com menos de 20 anos. Escreve para jornais e revistas, além de comentar livros na Rede Jovem Pan-SAT, da rádio Jovem Pan de São Paulo, trabalho que também realizou, por vários anos, na TV Cultura de São Paulo.
               Outro prêmio importante na vida do poeta foi o Anchieta para Teatro, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, um dos mais importantes nos anos 70, com a peça “Salve-se quem puder que o jardim está pegando fogo”.
      Seu livro “Trajetória poética – Poesia Reunida” recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 2003, como o melhor livro de poesia do ano e foi, também, finalista do Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
               Seu primeiro poema foi escrito aos 11 anos de idade e o primeiro livro, “Noturno maior”, aos 16. Nos últimos anos tem publicado livros especialmente em Portugal. Tem poemas traduzidos para o inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, servo-croata e japonês.
              Seu livro “O sermão do Viaduto” iniciou o movimento de recitais públicos de poesia na cidade de São Paulo, quando foi lançado em pleno Viaduto do Chá, em abril 1965. Nesse local, fez nove recitais de poesia, com microfone e quatro alto-falantes, lendo os poemas desse livro. Por esse motivo foi preso cinco vezes pelo Dops, acusado de subversivo. Os recitais de O Sermão do Viaduto foram proibidos em agosto de 1966.
              Da Geração 60 de poetas de São Paulo, é talvez o único que partiu para outros gêneros literários, tendo publicado ao longo dos anos livros de poemas, crônicas, contos, novelas, romances, ensaios literários, livros de entrevistas e também escrito peças de teatro.

POESIA
 Noturno maior,  Portugal Ilustrado, São Paulo, 1963
Tempo final , gráfica da Fiesp, São Paulo, 1964
O Sermão do Viaduto, Brasil, São Paulo, 1965
4 Cantos de Pavor e alguns poemas desesperados, Alfa Ômega, São Paulo, 1973
Em legítima  defesa, Símbolo, São Paulo, 1978
Motivos alheios, Massao Ohno, São Paulo, 1983
Mulheres do shopping, Global, São Paulo, 1988
Lindas mulheres mortas, Traço, São Paulo, 1990
O azul irremediável, Maltese, São Paulo, 1992
Pequena antologia poética, Ócios do Ofício, Curitiba, 1996
Gesto nulo, Ócios do Ofício, Curitiba, 1998
20 poemas quase líricos e algumas canções para Coimbra, A Mar Arte,Coimbra,  Portugal, 1999
Terminal, Ócios do Ofício, Curitiba, 1999, e RG Editores, São Paulo, 2000
Vagas lembranças, Quaisquer, São Paulo, 2001
Poemas Portugueses, Alma Azul, Coimbra, Portugal, 2002
A palavra áspera, Íbis Libris, Rio de Janeiro, 2002
A noite, os cavalos, Escrituras, São Paulo, 2003
Trajetória poética – poesia reunida, Escrituras, São Paulo, 2003
Sete anos de pastor, Palimage, Coimbra, Portugal, 2005
Bocas vermelhas – poemas para um recital, RG, São Paulo, 2006
A memória do pai, Palimage,  Coimbra, Portugal, 2006
Babel – 50 poemas inspirados na escultura “Torre de Babel”, de Valdir Rocha - Escrituras, São Paulo, 2007
Inês, Palimage, Coimbra, Portugal, 2007
Habitación de Olvidos, Antologia, Fundación Salamanca Ciudad de Cultura, seleção e tradução do poeta espanhol Alfredo Perez Alencart, Salamanca, Espanha, 2007

FICÇÃO
O tribunal, novela, Martins, São Paulo, 1971
O defunto – uma história brasileira, novela, Símbolo, São Paulo, 1976
A faca no ventre, romance, Ática, São Paulo, 1979
A noiva da avenida Brasil, crônicas, Vertente, São Paulo, 1981
Autópsia, romance, Traço, São Paulo, 1986
Dias perversos, romance, Maltese, São Paulo, 1994

ENSAIOS
Cantares ao meu povo, antologia poética de Solano Trindade, organização, Brasiliense, São Paulo, 1981
Anjos poéticos, antologia de poemas, organização, Nova Alexandria, São Paulo, 1995
O sermão do viaduto 30 anos depois, Traço, São Paulo, 1997
INFANTIL
Strunca, Coleção Passelivre, Companhia Editora Nacional, 1985

PARTICIPAÇÃO DE ANTOLOGIAS NO BRASIL
Antologia dos novíssimos, Massao Ohno, São Paulo, 1961
Nova antologia brasileira da árvore, poesia, organização de Maria Thereza Cavalheiro, Iracema, São Paulo, 1974
Antologia Status de contos eróticos, Editora Três, São Paulo, 1977
Chame o ladrão, contos, organização de Moacir Amâncio, Edições Populares, São Paulo, 1979
Amor à brasileira, contos, organização de Caio Porfírio Carneiro e Guido Fidelis, Traço, São Paulo, 1987
Memórias de Hollywood, contos, organização de Julieta de Godoy Ladeira, Nobel, São Paulo, 1988
Maria Antonia: uma rua na contramão, narrativa, organização de Maria Cecília Loschiavo dos Santos, Nobel, 1988
Português, 2º grau, poema/crônica, Beth Griffi, Moderna, São Paulo, 1991
Escrevendo com o dicionário – Redação e exercícios – Livro do Professor, crônicas, Louzã de Oliveira e Luiz Borin, Lisa, São Paulo, 1991
Descoberta & Construção – Português – poema/crônica, Tadeu Rossato Bisognin, FTD, São Paulo, 1991
Contra lamúria, poesia, organização de Arnaldo Xavier e Roniwalter Jatobá, Casa Pyndahyba, São Paulo, 1994
Poesia na Escola – Antologia de poemas do autor – organização de Sílvia Helena Nogueira, Equipe da Oficina Pedagógica da Delegacia de Ensino Prof. Orestes Jannuzzi, de Jacareí, interior de São Paulo, onde por três anos um concurso anual de poesia entre os estudantes da cidade teve o nome do poeta, 1996
Poesia sempre, poesia, Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 1996
Sejam bem-vindos os poetas, D.O.Leitura/Cultura, Secretaria de Cultura,             Imprensa Oficial do Estado, 1997
Natureza cidade, poesia, organização de José Pinto e Iuri Moraes, Ministério da Cultura/Volkswagen, São Paulo, 1997
Conjunto Nacional - A conquista da Paulista, crônica, Ângelo Iacocca, Origem, São Paulo, 1998
Fui eu, poesia, organização de Eunice Arruda, a partir de uma pintura de Valdir Rocha,Escrituras, São Paulo, 1998
Orion, poesia, organização de Maria Helena Nery Garcez e Benjamin Abdala Júnior (Brasil) e Teresa Rita Lopes (Portugal), Saraiva, São Paulo, 1999
Sarau, um aceno à Cena Poética, poesia, Centro de Encontros das Artes, São Paulo,  1999
Xilogravuras de Valdir Rocha, poesia, 27 poemas (Vagas lembranças), Escrituras, São Paulo, 2001
Os apóstolos, contos, organização de Márcia Denser, Nova Alexandria, São  Paulo, 2002
Poesia sempre, poesia, Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 2002
Pescando peixes graúdos em águas brasileiras – Poetisas e poetas brasileiros, poesia, organização de Geraldo Pereira, Diálogo Poético, Goiânia, 2004
 NO EXTERIOR
Severino (A faca no ventre), in Latin american Novel, Shinsekaisha, Tóquio, Japão, 1983
Poemas, tradução do poeta peruano Ricardo Rodrigues, edição do tradutor, Lima, Peru, 1979
Poemas, tradução do poeta peruano Ricardo Rodrigues, edição do tradutor, Cidade do México, México, 1980
Poemas, tradução para o japonês de Mitsuko Kawai, Tóquio, Japão, 1985
Savremena Poezija Brazila -Antologia de poetas contemporâneos brasileiros,  organização de André Kizil, tradução para o servo-croata  de Nina Marinovic, Bagdala, Iugoslávia, 1987
15 poetas brasileiros contemporâneos, tradução do poeta chileno Oswaldo Ventura de la Fuente, organização de Manxa – Grupo Literário Guadiana, Imprenta Provincial, Ciudad Real, Espanha, 1987
Poemas, tradução para o japonês de Mitsuko Kawai, Tóquio, Japão, 1988
Literatura portuguesa e brasileira, poesia, João Almino e Arnaldo Saraiva, Congresso Portugal-Brasil Ano 2000/Fundação Calouste Guibenkian, Porto, Portugal, 2000
Nove poetas brasileiros, poesia, Elsa Ligeiro, Alma Azul, Coimbra, Portugal, 2000
Antologia de poetas brasileiros, poesia, organização de Mariazinha Congílio, Universitária, Lisboa, Portugal, 2000
Poesia do Mundo - reunindo poetas de 16 países - organização de Maria Irene Ramalho de Souza Santos, Afrontamento, Porto, Portugal, 2001
Antologia de Poetas Paulistas, organização de Mariazinha Congílio, Universitária, Lisboa, Portugal, 2001
Poetas revisitam Pessoa, organização de João Alves das Neves, Universitária, Lisboa, Portugal, 2003
Cenapoética/Scènepoétique, reunindo poetas brasileiros e franceses, organização de Celso de Alencar e Yvon De Menm, Limiar/Cena – Centro de Encontros das Artes, São Paulo/Paris, 2003
Poemas, Oficina de Poesia da Universidade de Coimbra, Palimage, Coimbra, Portugal, 2004/2005/2006
As pedras dos templários – Nos 800 anos de Idanha-a-Nova, poesia, ao lado de Vasco Graça Moura, Nuno Júdice, Ana Luisa Amaral e Fernando Aguiar, organização de Graça Capinha, Quasi, Biblioteca do Olhar, Portugal, 2006
Antologia palavras de vento e pedras, poesia, organização de Pedro Salvado,  Autarquia do Fundão, Portugal, 2006
Poesia, antologia de poesia brasileira, organização de Floriano Martins, Universidad de Carabobo, Departamento de Literatura de la Ddireción de Cultura, Venezuela, 2007.

Fonte de origem:

 http://www.alvaroalvesdefaria.com/#/biografia-1/4524384561