sábado, 6 de agosto de 2022

Domingo na Usina: Biografias: Junqueira Freire:


Junqueira Freire (Luís José Junqueira Freire), monge beneditino, sacerdote e poeta, nasceu em Salvador, BA, em 31 de dezembro de 1832, e faleceu na mesma cidade, em 24 de junho de 1855. É o patrono da cadeira nº 25, por escolha do fundador Franklin Dória. Era filho de José Vicente de Sá Freire e Felicidade Augusta Junqueira. Feitos os estudos primários e os de Latim, de maneira irregular por motivo de saúde, matriculou-se em 1849 no Liceu Provincial, onde foi excelente aluno, grande ledor e já poeta. Por motivos familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos em 1851, aos 19 anos, sem vocação, professando no ano seguinte com o nome de Frei Luís de Santa Escolástica Junqueira Freire. Na clausura do Mosteiro de São Bento de Salvador viveu amargurado, revoltado e arrependido por certo da decisão irrevogável que tomara. Mas ali pôde fazer suas leituras prediletas e escrever poesias, além de exercer atividade como professor. Em 1853 pediu a secularização, que lhe permitiria libertar-se da disciplina monástica, embora permanecendo sacerdote, por força dos votos perpétuos. Obtida a secularização no ano seguinte, recolheu-se à casa, onde redigiu a breve “Autobiografia”, em que manifesta um senso agudo de autoanálise. Ao mesmo tempo, cuidou da impressão de uma coletânea de versos, a que deu o nome de Inspirações do claustro, impressa na Bahia pouco antes de sua morte, aos 23 anos, motivada por moléstia cardíaca de que sofria desde a infância. A sua obra poética enquadra-se na terceira fase do Romantismo, dita de ultra-Romantismo. Na sua geração foi o mais ligado aos padrões do Neoclassicismo português, ele próprio sendo autor de um compêndio conservador, Elementos de retórica nacional, que explica a sua concepção de poesia como cadência medida e até certo ponto prosaica. A sua mensagem, como a dos românticos em geral, era complexa demais para caber na regularidade do sistema clássico. O drama que tencionava mostrar era o erro de vocação que o levou ao claustro, seguido da crise moral e do conflito interior que o levaram a abandoná-lo. Daí provieram os temas mais frequentes da sua poesia, misturados a preces e blasfêmias: o horror ao celibato; o desejo reprimido que o perturbava e aguçava o sentimento de pecado; a revolta contra a regra, contra o mundo e contra si próprio; o remorso e, como consequência natural, a obsessão da morte. O poeta clama na sua cela e traz desordenadamente este tumulto ao leitor. Sua poesia, ora do cunho religioso, ora social, tem lugar relevante no Romantismo brasileiro. Possuía também um sentimento nacional, além de uma tendência antimonárquica, liberal e social.

 

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/junqueira-freire/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Laurindo Rabelo:


Rabelo (Laurindo José da Silva Rabelo), médico, professor e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de julho de 1826, e faleceu na mesma cidade, em 28 de setembro de 1864. É o patrono da cadeira nº 26, por escolha do fundador Guimarães Passos. Era filho do oficial de milícias Ricardo José da Silva Rabelo e de Luísa Maria da Conceição, ambos mestiços e gente humilde do povo carioca. Cresceu nas maiores privações, das quais só veio a se libertar nos últimos anos de sua vida. Pretendendo seguir a carreira eclesiástica, cursou as aulas do Seminário São José e recebeu as ordens, mas abandonou o seminário por intrigas de colegas. Fez estudos na Escola Militar, outra vez tentando em vão fazer carreira. Ingressou no curso de Medicina no Rio, concluindo-o na Bahia, em 1856, vindo porém a defender tese na sua cidade natal. Em 1857, ingressou como oficial-médico no Corpo de Saúde do Exército, servindo no Rio Grande do Sul, até 1863. Neste ano voltou ao Rio, como professor de História, Geografia e Português no curso preparatório à Escola Militar. Em 1860, casara-se com D. Adelaide Luísa Cordeiro, e só a partir de então pôde livrar-se da pobreza que lhe marcou a existência. Atacado por uma afecção cardíaca, faleceu aos 38 anos de idade. Caracterizou-o, desde os anos de estudante, a maneira espontânea e desengonçada de viver. Por sua compleição física bizarra, a imaginação popular deu-lhe o apelido de “o poeta lagartixa”. Viveu na boêmia, e aquele ambiente o estimulava literariamente. Como poeta satírico, era justamente temido e respeitado; teve amigos e, também, inimigos acérrimos, por causa dessa feição do seu talento, chegando a ser perseguido. Como repentista e improvisador, era popular e bem recebido em todos os salões. Fechavam os olhos à sua indumentária desleixada, só para ouvir o poeta e ver as cintilações daquele espírito. Em muitas das suas composições vibra também a nota de melancolia. Foi cognominado “o Bocage brasileiro”, pelos seus poemas francamente pornográficos, de verve irresistível. Pertenceu ao período romântico.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/laurindo-rabelo/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Manuel Bandeira:


 

Terceiro ocupante da Cadeira 24, eleito em 29 de agosto de 1940, na sucessão de Luís Guimarães e recebido pelo Acadêmico Ribeiro Couto em 30 de novembro de 1940. Recebeu os Acadêmicos Peregrino Júnior e Afonso Arinos de Melo Franco. Manuel Bandeira (Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho), professor, poeta, cronista, crítico e historiador literário, nasceu no Recife, PE, em 19 de abril de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de outubro de 1968. Filho do engenheiro civil Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de Francelina Ribeiro de Sousa Bandeira. Transferiu-se aos dez anos para o Rio de Janeiro, onde cursou o secundário no Externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, de 1897 a 1902, bacharelando-se em letras. Em 1903 matriculou-se na Escola Politécnica de São Paulo para fazer o curso de engenheiro-arquiteto. No ano seguinte abandonou os estudos por motivo de doença e fez estações de cura em Campanha, MG, Teresópolis e Petrópolis, RJ, e por fim Clavadel, Suíça, onde se demorou de junho de 1913 a outubro de 1914. Ali teve como companheiro de sanatório o poeta Paul Éluard. Sua vida poderia ter sido breve, face à tuberculose, mas viveu até os 82 anos, construindo uma das maiores obras poéticas da moderna literatura brasileira. De volta ao Brasil, Manuel Bandeira iniciou a sua produção literária em periódicos. Em 1917, publicou A cinza das horas, onde reuniu poemas compostos durante a doença. Em 1919 publicou o segundo livro de poemas, Carnaval. Enquanto o anterior evidenciava as raízes tradicionais de sua cultura e, formalmente, sugeria uma busca da simplicidade, esse segundo livro caracterizava-se por uma deliberada liberdade de composição rítmica. Ao lado de “sonetos que não passam de pastiches parnasianos”, segundo o próprio Bandeira, nele figura o famoso poema “Os sapos”, sátira ao Parnasianismo, que veio a ser declamado, três anos depois, durante a Semana de Arte Moderna, por Ronald de Carvalho. Antecipador de um novo espírito na poesia brasileira, Bandeira foi cognominado, por Mário de Andrade, de “São João Batista do Modernismo”. Por intermédio do amigo Ribeiro Couto, Manuel Bandeira conheceu os escritores paulistas que, em 1922, lançaram o movimento modernista. Não participou diretamente da Semana, mas colaborou na revista Klaxon e também na Revista de Antropofagia, Lanterna Verde, Terra Roxa e A Revista. Em 1927, viajou ao Norte do Brasil, até Belém, com escalas em Salvador, Recife, Paraíba, Natal, Fortaleza e São Luís do Maranhão. De 1928 a 1929 permaneceu no Recife como fiscal de bancas examinadoras de preparatórios. Em 1935, foi nomeado inspetor de ensino secundário; em 1938, professor de Literatura Universal no Externato do Colégio Pedro II; em 1942, professor de Literaturas Hispano-americanas na Faculdade Nacional de Filosofia, sendo aposentado por lei especial do Congresso em 1956. Desde 1938, era membro do Conselho Consultivo do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Recebeu o prêmio da Sociedade Felipe d’Oliveira por conjunto de obra, em 1937, e o prêmio de poesia do Instituto Brasileiro de Educação e Cultura, também por conjunto de obra, em 1946. Durante toda a vida, fez crítica de artes plásticas, crítica literária e musical para vários jornais e revistas. Em 1925, colaborou na seção "Mês Modernista" do jornal A Noite, na revista A Ideia Ilustrada e como crítico musical para o Diário Nacional, de São Paulo; em 1930 e 1931, escreveu crítica de cinema para o Diário da Noite, do Rio de Janeiro, e para A Província, do Recife; em 1941, fez crítica de artes plásticas em A Manhã, do Rio de Janeiro; em 1954, publicou De poetas e de poesia (reunião de textos de crítica); em 1955, começou a escrever crônicas para o Jornal do Brasil; de 1961 a 1963, escreveu crônicas semanais para o programa “Quadrante”, da Rádio Ministério da Educação; de 1963 a 1964, para os programas “Vozes da Cidade” e “Grandes poetas do Brasil”, da Rádio Roquette-Pinto. Como crítico de arte, Manuel Bandeira revelou particular afeição pelas velhas igrejas coloniais da Bahia e de Minas Gerais, pela arte arquitetônica dos conventos e dos velhos casarões portugueses da Bahia e do Rio de Janeiro, e pelas formas singelas das mais humildes igrejas do interior. Como crítico de literatura e historiador literário, revelou-se sempre um humanista. Consagrou-se pelo estudo sobre as Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, pelo esboço biográfico Gonçalves Dias, além de ter organizado várias antologias de poetas brasileiros e publicado o estudo Apresentação da poesia brasileira (1946). Em 1954, publicou o livro de memórias Itinerário de Pasárgada, onde, além de suas memórias, expõe todo o seu conhecimento sobre formas e técnicas de poesia, o processo da sua aprendizagem literária e as sutilezas da criação poética. Sua obra foi reunida nos dois volumes Poesia e prosa, José Aguilar, em 1958, contendo numerosos estudos críticos e biográficos. Terceiro ocupante da cadeira 24, foi eleito em 29 de agosto de 1940, na sucessão de Luís Guimarães, e recebido pelo acadêmico Ribeiro Couto em 30 de novembro de 1940. Recebeu os acadêmicos Peregrino Júnior e Afonso Arinos de Melo Franco.

Atualizado em 30/03/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/manuel-bandeira/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Mário de Alencar:


 

Mário de Alencar (Mário Cochrane de Alencar), poeta, jornalista, contista e romancista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30 de janeiro de 1872, e faleceu na mesma cidade em 8 de dezembro de 1925. Filho do grande romancista José de Alencar. Fez os primeiros estudos no Colégio Pedro II, obtendo o título de Bacharel em Ciências e Letras, e formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo. Desde a adolescência distinguiu-se pela inclinação para a poesia e a literatura, colaborando em órgãos da imprensa: Almanaque Brasileiro Garnier, Brasília (1917), Correio do Povo (1880); Gazeta de Notícias (1894); O Imparcial e A Imprensa (1900), Jornal do Comércio, O Mundo Literário, Renascença, Revista Brasileira (1895-1899), Revista da Academia Brasileira de Letras e Revista da Língua Portuguesa, todos do Rio de Janeiro, e também em alguns periódicos paulistas. Usou os pseudônimos Deina e John Alone. Como funcionário público, foi diretor da Biblioteca da Câmara dos Deputados. Em 1904, na qualidade de secretário do Ministro da Justiça e Negócios Interiores, J. J. Seabra, Mário de Alencar colaborou para que o Governo brasileiro desse sede a Academia Brasileira de Letras no prédio chamado Silogeu Brasileiro. Era o cumprimento do art. 1º da Lei n. 726. Eleito no ano seguinte para a Academia, foi segundo-secretário da instituição, de 1907 a 1910, e, nos anos subsequentes, fez parte da Comissão da Revista (1910, 1917 e 1919); da Comissão de Bibliografia (1912); da Comissão de Lexicografia (1918) e da Comissão de Publicações (1920 e 1923). Publicou como estudante em 1888, a sua primeira coleção de poesia, Lágrimas. Na sua obra literária, embora pequena, foi um sugestivo evocador de figuras. Apesar da diferença de idade, pode ser considerado o maior amigo de Machado de Assis acompanhado nos últimos anos e mantendo extensa correspondência. Segundo ocupante da cadeira 21, foi eleito em 31 de outubro de 1905, na sucessão de José do Patrocínio, e recebido pelo acadêmico Coelho Neto em 14 de agosto de 1906. Recebeu os acadêmicos Alberto Faria, Antônio Austregésilo e Miguel Couto.

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https://www.academia.org.br/academicos/mario-de-alencar/biografia

Domingo na Usina: Biografias: José do Patrocínio:


 

José do Patrocínio (José Carlos do Patrocínio), jornalista, orador, poeta e romancista, nasceu em Campos, RJ, em 9 de outubro de 1853, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de janeiro de 1905. Compareceu às sessões preparatórias da instalação da Academia Brasileira de Letras e fundou a cadeira nº 21, que tem como patrono Joaquim Serra. Era filho natural do Padre João Carlos Monteiro, vigário da paróquia e orador sacro de grande fama na capela imperial, e de “tia” Justina, quitandeira. Passou a infância na fazenda paterna da Lagoa de Cima, onde pôde observar, desde criança, a situação dos escravos e assistir a castigos que lhes eram infligidos. Por certo nasceu ali a extraordinária vocação abolicionista. Tinha 14 anos quando, tendo recebido apenas a educação primária, foi para o Rio de Janeiro. Começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia e voltou aos estudos no Externato de João Pedro de Aquino, fazendo os preparatórios do curso de Farmácia. Ingressou na Faculdade de Medicina como aluno de Farmácia, concluindo o curso em 1874. Sua situação, naquele momento, se tornou difícil, porque os amigos da “república” de estudantes voltavam para suas cidades de origem, e ele teria que alugar outra moradia. Foi então que seu amigo João Rodrigues Pacheco Vilanova, colega do Externato Aquino, convidou-o a morar em São Cristóvão, na casa da mãe, então casada em segundas núpcias com o Capitão Emiliano Rosa Sena. Para que Patrocínio pudesse aceitar sem constrangimento a hospedagem que lhe era oferecida, o Capitão Sena propôs-lhe que, como pagamento, lecionaria aos seus filhos. Patrocínio aceitou a proposta e, desde então, passou também a frequentar o “Clube Republicano” que funcionava na residência, do qual faziam parte Quintino Bocaiúva, Lopes Trovão, Pardal Mallet e outros. Não tardou que Patrocínio se apaixonasse por Bibi, sendo também por ela correspondido. Quando informado dos amores de sua filha com Patrocínio, o Capitão Sena sentiu-se revoltado, mas, afinal, Patrocínio e Bibi se casaram. Já nesse tempo Patrocínio iniciara a carreira de jornalista, na Gazeta de Notícias, e sua estrela começava a aparecer. Com Dermeval da Fonseca publicava Os Ferrões, quinzenário que saiu de 1º de junho a 15 de outubro de 1875, formando um volume de dez números. Os dois colaboradores se assinavam com os pseudônimos Notus Ferrão e Eurus Ferrão. Dois anos depois, Patrocínio estava na Gazeta de Notícias, onde tinha a seu cargo a “Semana Parlamentar”, que assinava com o pseudônimo Prudhomme. Em 1879 iniciou ali a campanha pela Abolição. Em torno dele formou-se um grande coro de jornalistas e de oradores, entre os quais Ferreira de Meneses, na Gazeta da Tarde, Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Ubaldino do Amaral, Teodoro Sampaio, Paula Ney, todos da Associação Central Emancipadora. Por sua vez, Patrocínio começou a tomar parte nos trabalhos da associação. Em 1881, passou para a Gazeta da Tarde, substituindo Ferreira de Meneses, que havia morrido. Na verdade, ele tornou-se o novo proprietário do periódico, comprado com a ajuda do sogro. Patrocínio tinha atingido a grande fase de seu talento e de sua atuação social. Fundou a Confederação Abolicionista e lhe redigiu o manifesto, assinado também por André Rebouças e Aristides Lobo. Em 1882, foi ao Ceará, levado por Paula Ney, e ali foi cercado de todas as homenagens. Dois anos depois, o Ceará fez a emancipação completa dos escravos. Em 1885, visitou Campos, onde foi saudado como um triunfador. Regressando ao Rio, trouxe a mãe, doente e alquebrada, que veio a falecer pouco depois. Ao enterro compareceram escritores, jornalistas, políticos, todos amigos do glorioso filho. Em setembro de 1887, deixou a Gazeta da Tarde e passou a dirigir a Cidade do Rio, que havia fundado. Ali se fizeram os melhores nomes das letras e do periodismo brasileiro do momento, todos eles chamados, incentivados e admirados por Patrocínio. Foi de sua tribuna da Cidade do Rio que ele saudou, em 13 de maio de 1888, o advento da Abolição, pelo qual tanto lutara. Em 1889, Patrocínio não teve parte na República e, em 1891, opôs-se abertamente a Floriano Peixoto, sendo desterrado para Cucuí. Em 1893 foi suspensa a publicação da Cidade do Rio, e ele foi obrigado a refugiar-se para evitar agressões. Nos anos subsequentes a sua participação política foi pouca. Preocupava-se, então, com a aviação. Mandou construir o balão “Santa Cruz”, com o sonho de voar. Numa homenagem a Santos Dumont, realizada no Teatro Lírico, ele estava saudando o inventor, quando foi acometido de uma hemoptise em meio ao discurso. Faleceu pouco depois, aos 51 anos de idade, aquele que é considerado por seus biógrafos o maior de todos os jornalistas da Abolição.fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/jose-do-patrocinio/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Jorge Amado:

 


Quinto ocupante da Cadeira 23, eleito em 6 de abril de 1961, na sucessão de Otávio Mangabeira e recebido pelo Acadêmico Raimundo Magalhães Júnior em 17 de julho de 1961. Recebeu os Acadêmicos Adonias Filho e Dias Gomes.

Jorge Amado (Jorge Leal Amado de Faria) foi jornalista, romancista político e memorialista. Nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, Itabuna, BA, no dia 10 de agosto de 1912 e faleceu no dia 06 de agosto de 2001 em Salvador, BA. Filho do Coronel João Amado de Faria e de D. Eulália Leal Amado, com um ano de idade foi para Ilhéus, onde passou a infância e aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador - cidade que costumava chamar, coo era comum na época, de Bahia - onde viveu, livre e misturado com o povo, os anos da adolescência, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fundamentalmente sua obra de romancista. Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, pela qual foi bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (1935), não tendo, no entanto, jamais exercido a advocacia. Aos 14 anos, na Bahia, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que, juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba, desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Sosígenes Costa, Válter da Silveira, Áidano do Couto Ferraz e Clóvis Amorim. Casou-se, em 1033, com Matilde Garcia Rosa, de quem se separaria onze anos depois. Foi casado em segundas núpcias com Zélia Gattai e com ela teve dois filhos: João Jorge, e Paloma. Foi irmão do médico neuropediatra Joelson Amado e do escritor James Amado. Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo, tendo participado da Assembleia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo, sendo responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. Viajou pelo mundo todo. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-1942), em Paris (1948-1950) e em Praga (1951-1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais de seus livros. Recebeu no estrangeiro os seguintes prêmios: Prêmio Internacional Lênin (Moscou, 1951); Prêmio da Latinidade (Paris, 1971); Prêmio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prêmio Risit d’Aur (Udine, Itália, 1984); Prêmio Moinho, Itália (1984); Prêmio Dimitrof de Literatura, Sofia - Bulgária (1986); Prêmio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos, Moscou (1989); Prêmio Mundial Cino Del Duca, da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prêmio Camões (1995). No Brasil: Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prêmio Graça Aranha (1959); Prêmio Paula Brito (1959); Prêmio Jabuti (1959 e 1970); Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil (1959); Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prêmio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prêmio Brasília de Literatura - Conjunto de Obras (1982); Prêmio Moinho Santista de Literatura (1984); prêmio BNB de Literatura (1985). Recebeu também diversos títulos honoríficos, nacionais e estrangeiros, entre os quais: Comendador da Ordem Andrés Bello, Venezuela (1977); Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres (1979) e Commandeur de la Légion d’Honneur (1984), da França; Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (1980) e do Ceará (1981); Doutor Honoris Causa pela Universidade Degli Studi de Bari, Itália (1980) e pela Universidade de Lumière, Lyon II, França (1987). Grão Mestre da Ordem do Rio Branco (1985) e Comendador da Ordem do Congresso Nacional, Brasília (1986). Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia. Obá do Axê do Opó Afonjá, na Bahia, onde viveu, cercado de carinho e admiração de todas as classes sociais e intelectuais. Exerceu atividades jornalísticas desde bem jovem quando ingressou como repórter no Diário da Bahia (1927-29), época em que também escrevia na revista literária baiana A Luva. Depois, no Sul, atuou sempre na imprensa, tendo sido redator-chefe da revista carioca Dom Casmurro (1939) e colaborador, no exílio (1941-42), em periódicos portenhos - La Crítica, Sud e outros. Retornando à pátria, redigiu a seção "Hora da Guerra", no jornal O Imparcial (1943-44), em Salvador, e, mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos após, participou, no Rio, da direção do semanário Para Todos (1956-58). Estreou na literatura em 1930, com a publicação, por uma editora do Rio, da novela Lenita, escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Os seus livros, que ao longo de 36 anos (de 1941 a 1977) foram editados pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, integraram a coleção Obras Ilustradas de Jorge Amado. Publicados em 52 países, seus livros foram traduzidos para 48 idiomas e dialetos, entre eles: albanês, alemão, árabe, armênio, azerbaijano, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebreu, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braile), sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita. Teve livros adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão, bem como para histórias em quadrinhos, não só no Brasil mas também em Portugal, na França, na Argentina, na Suécia, na Alemanha, na Polônia, na Tchecoslováquia, na Itália e nos Estados Unidos.

Atualizado em 14/06/2017.

Domingo na Usina: Biografias: Alcindo Guanabara:


 

 

Alcindo Guanabara, jornalista e político, nasceu em Magé, RJ, em 19 de julho de 1865, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20 de agosto de 1918. Convidado para a última sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, fundou a cadeira nº 19, que tem como patrono Joaquim Caetano. Foram seus pais o professor Manuel José da Silva Guanabara e a professora Júlia da Silva de Almeida Guanabara. Passou a infância em várias localidades do interior fluminense. Aos 13 anos, em Mangaratiba, concluiu a instrução primária e tentou ganhar a própria vida executando pequenos trabalhos. Transferiu-se com a família para Petrópolis, onde Alcindo entrou para o colégio José Ferreira da Paixão. Para compensar a gratuidade das lições que recebia, desempenhava as funções de bedel. Em 1883 concluiu os estudos secundários. Prestou exames no Pedro II e, em 1884, estava matriculado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Para viver, fez-se inspetor disciplinar no Asilo dos Menores Desvalidos, do Dr. Daniel de Almeida. Em 1886, fundou seu primeiro jornal, a Fanfarra, órgão acadêmico. Entre os colaboradores estava Olavo Bilac. Num artigo de Fanfarra, analisando o regulamento da Faculdade de Medicina, Alcindo fez censuras ao ministro do Império, o que levou o Dr. Daniel de Almeida a demiti-lo do emprego no Asilo. Deixou o curso de Medicina no 3º ano. Aproximou-se, então, de José do Patrocínio, com uma apresentação de Marinho de Andrade, e foi admitido na Gazeta da Tarde. Ali encontrou como redatores Raul Pompeia e Luís Murat. Tinha como encargo fazer a mala de São Paulo. Foi quando executava tão modesta função que Alcindo teve ocasião de demonstrar seu talento e capacidade de trabalho. O pessoal da Gazeta da Tarde deliberara, na ausência de José do Patrocínio e de Raul Pompeia, fazer greve. A Gazeta não sairia naquele dia porque não havia ninguém para escrever. Então Alcindo prontificou-se fazer tudo sozinho. Meteu-se sozinho na redação, e a Gazeta rodou, naquela tarde, toda feita por ele. Logo depois Patrocínio lhe confiava a crônica política, que ele assinava com o pseudônimo Aranha Minor. Nessa fase, foi um brilhante articulista em prol da Abolição. No mesmo ano, seu nome aparecia em vários jornais e revistas da cidade, assinando ora páginas de prosa, ora poesia e sonetos na Semana e na Vida Moderna. O Partido Conservador atemorizava-se diante da força cada vez mais forte da campanha da Abolição, e sua facção escravocrata fundou o jornal Novidades, cujo nº 1 saiu em 25 de janeiro de 1887, sob a direção de Alcindo Guanabara. Estavam com ele Moreira Sampaio, Artur Azevedo e, pouco depois, Olavo Bilac. Alcindo contava apenas 22 anos e já era um dos maiores jornalistas brasileiros. Publicava ali as suas “Teias de Aranha” (a seção assinada Aranha Minor, que trouxera da Gazeta da Tarde) e também as “Notas políticas”, assinadas Nestor, ambas quotidianas. Nesses artigos debatia as grandes questões do momento, e com tal perícia e saber, que granjeou a admiração de quase todos os leitores, neles incluindo-se Lafayette Rodrigues Pereira e o ministro da Fazenda Francisco Belisário. Mas provocou também adversários, e entre estes contava-se então o próprio José do Patrocínio. Alcindo escrevia também trabalhos de outros gêneros, em crônicas assinadas com o pseudônimo Marcelo, críticas humorísticas assinadas por Diabo Coxo e contos e fantasias por Mefisto. Feita a Abolição, passou a trabalhar no Diário do Comércio e fez a campanha da República no Correio do Povo. Com o novo regime, foi eleito para a Constituinte. Quando ocorreu a dissolução do Congresso com o golpe de estado de 1891, ele protestou contra o ato de Deodoro. Restabelecida a legalidade, permaneceu na Câmara até o final da legislatura (1891-1893). Em 1893, viajou para a Europa, feito superintendente geral de imigração. No ano seguinte, tomou assento na Câmara dos Deputados para a segunda legislatura republicana (1894-1896). Escreveu a História da República, editada primeiro nas colunas do Comércio de São Paulo e depois em livro. Como consequência do atentado de 5 de novembro de 1897, foi preso e mandado, juntamente com Barbosa Lima, para a ilha de Fernando de Noronha, mas logo depois o Supremo Tribunal concedeu o habeas-corpus impetrado em favor de ambos. Regressando ao Rio, fundou a Tribuna, órgão de oposição a Prudente de Morais. No período de Campos Sales (1899-1902), Alcindo se tornou o grande jornalista da situação. Findo o quatriênio, publicou o longo e minucioso livro A presidência de Campos Sales. Fundou A Nação, onde desenvolveu a propaganda de um programa socialista. Colaborava em O Dia, onde publicou esplêndidas páginas literárias com o pseudônimo Pangloss. Foi nomeado redator-chefe de O País, e ali ficou até 1905. Na luta de Rui Barbosa contra Hermes da Fonseca, Alcindo Guanabara estava na Imprensa (jornal que ele fundou) fazendo a campanha do candidato de Pinheiro Machado. Foi o período menos feliz do notável jornalista. Em 1918, foi eleito para o Senado, como representante do Estado do Rio, e tomava parte na Comissão dos Poderes. Mal iniciara o período dessa legislatura quando Alcindo Guanabara veio a falecer.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/alcindo-guanabara/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Juan Lamillar:



Juan Lamillar ( Sevilha , 1957 ), é um poeta e escritor espanhol.  
Ele estudou Filologia Hispânica na Universidade de Sevilha , mais tarde combinando sua obra literária com o ensino. Escreveu 10 livros de poesia e ganhou os prêmios de poesia Luis Cernuda , Vicente Núñez e Villa de Rota . Colaborou também na reedição da obra de Joaquín Romero Murube , fazendo uma biografia deste poeta sevilhano injustamente maltratado pela crítica. 1 
Também se encarregou da seleção de artigos literários assinados pelo escritor José María Pemán que compõem o livro Silhuetas literárias . 2 
Escreve regularmente em diversas revistas literárias, em La otra Abisinia (1998) recolhe textos sobre música e literatura e em El desorden del canto (2000) recolhe escritos de diferentes tonalidades na poesia espanhola contemporânea . A sua obra caracteriza-se pelo classicismo, musicalidade e pela recorrência de certos motivos como o amor e a própria poesia. 
Trabalho 
Chega descalço, sem fazer barulho, / para as praias tranquilas à tarde

Poesia

Muro contra a morte (1982).

Interiores (1986).

Dark music (1989). Prêmio Luis Cernuda.

A arte das sombras (1991).

Os dias mais longos (1993). Prêmio Vicente Nuñez .

A paisagem infinita (1997).

As lições do tempo (1998).

O fim da magia (2006).

A hora secreta (2008). Prémio Villa de Rota . 3

Meio tempo (2009). 4

Outros gêneros

A outra Abissínia , 1998 (Ensaio).

A desordem do canto , 2000 (Ensaio).

Joaquín Romero Murube. A luz e o horizonte , 2004 (Biografia).

Cervantes e Sevilla , 2005. Esta obra faz um tour pela Sevilha que Miguel de Cervantes viveu no século XVI, destacando o que a cidade significou para o escritor, pretende ser, entre outras coisas, um guia para quem deseja visitar os lugares de Cervantes de Sevilla.

A Luis Cernuda, de Sevilha 1963-2013 . Obra sobre a figura de Luis Cernuda da qual participam 7 escritores e a pintora Carmen Laffon , autora das litografias.

Os caminhos do retorno (2005-2007)

Notes on Venice , 2017 (Ensaio). “Por isso, quis combinar citações literárias, comentários sobre algumas pinturas, evocação de personagens, momentos históricos da cidade, anedotas pessoais; há uma vaga ordem cronológica, mas preferi misturar as várias razões para dar ao volume um certo ar caleidoscópio ".
fonte de origem:


Domingo na Usina: Biografias: Enrique Andres Ruiz ( Soria:

 


Enrique Andres Ruiz ( Soria , 5 de agosto de 1961 ) é um poeta, escritor e crítico de arte espanhola. Ele estudou Direito na Universidade Autônoma de Madrid . 
Alguns críticos como José Luis García Martín ou Juan Manuel Bonet o consideraram um dos melhores poetas espanhóis que começaram a publicar sua obra entre os dois séculos. Em seus primeiros livros, história pessoal e paisagem adquiriram a tonalidade fabulosa e quase mitográfica de mundos imaginários ( Más Valer , 1994; El Reino , 1997). Posteriormente, essa perspectiva esmaeceu em busca de uma maior naturalidade e realismo, ao qual, no entanto, um mistério sempre presente no desejo de transcender a realidade não é estranho. Seus livros mais recentes são With the Swifts , The Dog of the Orchards e The True Sundays of Life.Os críticos observaram neles a condição de um poeta agudamente reflexivo, que atende às próprias mudanças de consciência com tons e vozes diversos. 
Ele também lidou com a obra de outros poetas. Estudou e publicou a Poesia completa de Julio Garcés e escreveu sobre a de José Jiménez Lozano ou José Antonio Muñoz Rojas . É autor da antologia poética de Julio Martínez Mesanza intitulada Soy en Mayo , além de Las dos Irmãs . Antologia da poesia espanhola e latino-americana do século XX sobre a pintura , onde refletiu sobre um tema que tem tratado regularmente, como a relação entre a poesia e as artes plásticas. Também editou obras de José de Almada Negreiros, Luys Santa Marina e José Gutiérrez Solana. 
É também autor de uma única obra narrativa, As Antigas Montanhas, as Colinas Eternas , mais uma coleção de histórias do que um romance, dedicada ao mundo desaparecido de uma antiga capital de província espanhola, entre a cidade e o campo, e na qual muitos personagens sem história vivem suas aventuras mínimas e seus sonhos de resistência. 
Como crítico de arte, colabora no Babelia, suplemento cultural do jornal El País, e o tem feito no suplemento cultural do ABC e em muitas outras publicações. Ele escreveu inúmeros artigos, catálogos e estudos sobre arte contemporânea e artistas e foi curador de muitas exposições. Em 2001 dirigiu a retrospectiva Ramón Gaya e em 2004 a retrospectiva Juan Manuel Díaz-Caneja , ambas realizadas no Museu Nacional Reina Sofia em Madrid. 
Seus ensaios incluem Vida da pintura , Santa Lúcia e os bois , A tristeza do mundo e A carniça. Ensaio sobre o que está perdido. O último era um finalista para os críticos Prize de Castilla y Leon em 2018. Poesia

A linha espanhola (Fundación Colegio del Rey, Alcalá de Henares, Madrid, 1991).

More worth (Pre-Textos, Valencia, 1994).

O Reino (Pré-textos, Valência, 1997).

Song of the Blues (La Ortiga, Santander, 1997).

Estrela vespertina (Fundação Mainel, Valência, 2001).

Com os andorinhões (Pré-textos, Valencia, 2004).

O cão dos pomares (Pré-textos, Valência, 2013).

Os verdadeiros domingos da vida (Pré-textos, Valência, 2017).

Romance

As montanhas antigas, as colinas eternas (Ediciones Encuentro, Madrid, 2011)

fonte de origem:

https://es.wikipedia.org/wiki/Enrique_Andr%C3%A9s_Ruiz