quinta-feira, 16 de abril de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: Florbela Espanca: AOS OLHOS DELE:




Não acredito em nada. As minhas crenças Voaram como voa a pomba mansa,
Pelo azul do ar. E assim fugiram o As minhas doces crenças de criança. Fiquei então sem fé; e a toda gente Eu digo sempre, embora magoada:
Não acredito em Deus e a Virgem Santa É uma ilusão apenas e mais nada!
Mas avisto os teus olhos, meu amor, Duma luz suavíssima de dor...
E grito então ao ver esses dois céus:
Eu creio, sim, eu creio na Virgem Santa Que criou esse brilho que m'encanta!
Eu creio, sim, creio, eu creio em Deus!

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: Ausência:



Procuro-te,
Em todos os lugares aonde vou.
Vejo-te,
Em cada face que encontro.
Desejo-te,
Em todos os meus sentir.
Encontro-te,
Em cada boca que beijo,
Em cada corpo que toco,
E em todos os prazeres que sinto.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo. Nosso amor:






Nossas almas voam livres por entre as núvens
neste imenso Céu azul a nos cobrir.
O frescor do teu sorriso faz-nos acreditar
em sonhos eternos.
Nosso amor espalhando-se pelo universo.
Perpetuando o nosso desejo do pra sempre.

Poesia De Quinta Na Usina: Cruz e Souza:SONETO À Julieta dos Santos:





Imaginai um misto de alvoradas Assim com uns vagos longes de falena, Ou mesmo uns quês suaves de açucena C'os magos prantos bons das madrugadas!...

Imaginai mil cousas encantadas...

O tímido dulçor da tarde amena,

As esquisitas graças de uma Helena,

As vaporosas noites estreladas...

Que encontrareis então em JULIETA O tipo são, fiel da Georgeta

Nos dois brilhantes, primorosos atos!...

E sentireis um fluido magnético Trêmulo, nervoso, mórbido, patético, Bem como a voz dos langues psicattos!...

Poesia De Quinta Na Usina: Florbela Espanca:DOCE CERTEZA:



Por essa vida fora hás-de adorar
Lindas mulheres, talvez; em ânsia louca, Em infinito anseio hás de beijar
Estrelas d´ouro fulgindo em muita boca! Hás de guardar em cofre perfumado Cabelos d´ouro e risos de mulher,  Muito beijo d´amor apaixonado;
E não te lembrarás de mim sequer... Hás de tecer uns sonhos delicados... Hão de por muitos olhos magoados, Os teus olhos de luz andar imersos!... Mas nunca encontrarás p´la vida fora, Amor assim como este amor que chora
Neste beijo d´amor que são meus versos!...