quinta-feira, 23 de abril de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: Luis de Camões: Soneto: 098:





Aquela que, de pura castidade, 

de si mesma tomou cruel vingança

por üa breve e súbita mudança, contrária a sua honra e qualidade

(venceu à fermosura a honestidade, venceu no fim da vida a esperança porque ficasse viva tal lembrança, tal amor, tanta fé, tanta verdade!),

de si, da gente e do mundo esquecida, feriu com duro ferro o brando peito, banhando em sangue a força do tirano.

[Oh!] estranha ousadia ! estranho feito ! Que, dando breve morte ao corpo humano, tenha sua memória larga vida!

Poesia de Quinta Na Usina: D'Araújo: Fato:



Com os olhos na janela
Vejo a vida a passar por ela
Com encanto ou desencanto não importa
O fato é que eu faço parte dela.

Vejo a vida enluarada
Vejo o lodo nas calçadas,
Mas o fato é que eu sou parte dela.

Não importa aonde vai dar a porta
Ou se o caminho às vezes entorta,
Pois a vida sempre volta,
E o fato é que sou parte dela...

Poesia De Quinta Na Usina: Luis de Camões: Soneto: 058:





A Morte, que da vida o nó desata, os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na Ausência, que é contr' ele espada fera, e co Tempo, que tudo desbarata.

Duas contrárias, que üa a outra mata, a Morte contra o Amor ajunta e altera: üa é Razão contra a Fortuna austera, outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.

Mas mostre a sua imperial potência a Morte em apartar dum corpo a alma, duas num corpo o Amor ajunte e una;

porque assi leve triunfante a palma, Amor da Morte, apesar da Ausência, do Tempo, da Razão e da Fortuna.

Poesia De Quinta Na Usina:William Shakespeare:Soneto 116:




De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


Poesia De Quinta Na Usina: William Shakespeare:


Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor.


Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo:O grito:






Então nós não vamos fazer nada.
A truculência vencendo o bom censo.
A violência estampada na cara
De cada um de nós.

Até quando vão tombar,
Manoel, João e Joaquim?
Até quando os eleitos vão ficar
Trancados em seus palacetes
A ignorar a realidade que os cercam.

Até quando vamos blindar nossas fortalezas
Enquanto os filhos da corrupção em seus barracões
Tramam mais uma ação?

Será que todos eles vão fechar os olhos
E entupir os próprios ouvidos
Com os dólares da nação
Enquanto mais um nos semáforos da vida
Estende-nos a mão.

E todos nós com aquele olhar superior não Chegamos 
a enxergar sequer a dor daquele que não vê amor
E sim a dor do abandono.

Até quando vamos assistir
A meia dúzia de hipócritas
Levar o sonho de nossas crianças
Pelo ralo do poder?

E todos nós tendo que nos esconder de nós mesmos.
Até quando você vai ficar aí parado
Sem ter a coragem de sequer olhar pro lado?
 Olhe, veja, fale grite, se faça ouvir, porque o futuro, e hoje é aqui.