sábado, 23 de maio de 2020

Domingo na Usina: Biografias: Sergio Paulo Rouanet:

Oitavo ocupante da Cadeira nº 13, eleito em 23 de abril de 1992, na sucessão de Francisco de Assis Barbosa e recebido em 11 de setembro de 1992 pelo acadêmico Antonio Houaiss.

Sergio Paulo Rouanet nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 23 de fevereiro de 1934. Casado com a escritora Bárbara Freitag.

Formação

Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), 1955.

Curso de Preparação à Carreira de Diplomata (Instituto Rio Branco), Rio de Janeiro, 1955.

Pós-Graduação em Economia (Universidade George Washington), Washington, 1960-1964.

Pós-Graduação em Ciências Políticas (Georgetown University), Washington, 1960-64.

Pós-Graduação em Filosofia (New York School for Social Research), Nova York, 1960-64.

Doutorado em Ciência Política (Universidade de São Paulo), São Paulo, 1980.

Carreira diplomática

Promoções:

Terceiro Secretário, 31 de janeiro de 1957.

Segundo Secretário, 14 de julho de 1961.

Primeiro Secretário, por merecimento, 31 de dezembro de 1966.

Conselheiro, por merecimento, 1.o de janeiro de 1973.

Ministro de Segunda Classe, por merecimento, 1.o de maio de 1975.

Ministro de 1.a Classe (Embaixador), por merecimento, 16 de dezembro de 1984.

Principais cargos no Ministério das Relações Exteriores:

Assistente do Secretário Geral de Relações Exteriores, 1957-58.

Assistente do Chefe da Divisão de Produtos de Base, 1966-67.

Chefe da Divisão de Política Comercial, 1974-76.

Chefe do Departamento da Ásia e Oceania, 1983-86.

Postos permanentes no Exterior:

Embaixada do Brasil em Washington, Terceiro Secretário, 1959-61.

Embaixada do Brasil em Washington, Segundo Secretário, 1961-62.

Missão do Brasil junto às Nações Unidas, Nova York, Segundo Secretário, 1962-65.

Delegação do Brasil em Genebra, Primeiro Secretário, 1967-68.

Delegação do Brasil em Genebra, Conselheiro, 1973.

Consulado Geral do Brasil em Zurique, Cônsul Geral, 1976-82.

Embaixada do Brasil na Dinamarca, Embaixador, 1987-91.

Consulado Geral do Brasil em Berlim, Cônsul Geral, 1993-1996.

Embaixada do Brasil em Praga, Embaixador, 1996-2000.

Cargo executivo

Secretário de Cultura da Presidência da República, 1991-92.

Experiência didática

Professor visitante na pós-graduação em Sociologia da Universidade de Brasília.

Professor do Instituto Rio Branco

Professor visitante da Universidade de Brasília

Professor visitante da Universidade de Oxford

Jornalismo cultural

Estreou no jornalismo cultural aos 20 anos, no Suplemento Literário do Jornal do Brasil, escrevendo um artigo semanal para a coluna “Eles pensaram por nós”. A partir de novembro de 1996, passou a colunista do caderno Idéias do Jornal do Brasil, substituindo o professor Alfredo Bosi e compartilhando uma coluna com os ensaístas Luiz Costa Lima, Silviano Santiago e Flora Süssekind. Atualmente escreve na seção “+ Brasil 504 d.C.”, Folha de S. Paulo, Caderno Mais!

Artigos de Sergio Paulo Rouanet encontram-se publicados em vários números da revista Tempo Brasileiro; na Revista do Brasil; na Revista Estudos Avançados da USP; na Revista Brasileira e em revistas internacionais.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/sergio-paulo-rouanet/biografia



Domingo na Usina: Biografias: Francisco de Assis Barbosa:

Sétimo ocupante da Cadeira 13, eleito em 19 de novembro de 1970, na sucessão de Augusto Meyer e recebido em 13 de maio de 1971 pelo Acadêmico Marques Rebelo. Recebeu os Acadêmicos Carlos Chagas Filho e Orígenes Lessa.

Francisco de Assis Barbosa, jornalista, biógrafo, historiador e ensaísta, nasceu em Guaratinguetá, SP, em 21 de janeiro de 1914, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de dezembro de 1991.

Era filho de Benedito Lourenço Leme Barbosa e Adelaide Limongi Barbosa. Fez seus estudos na cidade natal, completando o secundário em Lorena. Em 1931 ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Iniciou a atividade de jornalista ainda estudante. Com Donatelo Grieco e Fernando de Castro lançou o jornal Polêmica, passando depois a redator-chefe da revista A época, órgão oficial do corpo discente da Faculdade. Integrou postos de relevo nos seguintes jornais e revistas: redator de A Noite (1934) e de O Imparcial (1935); A Noite, A Noite Ilustrada, Vamos Ler, Carioca, Diretrizes (1936 a 1942); colaborador da Revista do Globo, redator do Correio da Manhã (1944), do Diário Carioca, Folha da Manhã (de São Paulo) e Última Hora (1951 a 1956). Editor dos Cadernos do Jornal do Brasil comemorativos do IV Centenário da Fundação da Cidade do Rio de Janeiro (1965).

Ao lado de sua atividade no jornalismo, exerceu cargos administrativos e de assessoria editorial: foi técnico de educação, servindo na seção de publicações do Instituto Nacional do Livro sob a chefia de Sérgio Buarque de Hollanda; secretário-executivo na elaboração do Manual Bibliográfico de Estudos Brasileiros, dirigido pelo professor americano William Berrien (1943); assessor de W. M. Jackson Editores (1950); redator dos Anais e Documentos Parlamentares (1956); redator da Encyclopaedia Britannica; coordenador da seção de História do Brasil da Enciclopédia Barsa (1961 a 1965); e co-editor da Enciclopédia Mirador Internacional (1971); diretor da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a partir de 1966.

Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores (ABDE), presidida por Manuel Bandeira, teve destacada atuação ao organizar, com Aníbal Machado, o I Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo (1945), encontro de repercussão nacional e no qual foi eleito secretário-geral, sendo Aníbal Machado o presidente.

Assessor de documentação da Presidência da República no Governo Juscelino Kubitschek; Procurador de 1a Categoria do Estado da Guanabara (1960 a 1965); vice-presidente da Fundação Padre Anchieta, TV Cultura de São Paulo (1975); contratado pelo Governo de São Paulo para elaborar o plano de remodelação do sistema arquivístico do Estado de São Paulo, tendo participado do simpósio de arquivistas franceses, Archives Nationales, em Paris (1976).

No ensino superior, foi assistente da direção da Faculdade Nacional de Filosofia, quando diretor San Tiago Dantas (1944); professor visitante da Universidade de Wisconsin, ministrando curso de História das Idéias Políticas no Brasil (1968); membro da banca examinadora para preenchimento da Cátedra de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo (1965) e convidado especial ao VI Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, seção de História, reunido das Universidades de Harvard e Colúmbia, EUA (1966); conferencista no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e em várias Universidades brasileiras.

Em 1977 passou a integrar o corpo de diretores da Fundação Casa de Rui Barbosa, chefiando o Centro de Estudos Históricos.

Como participante de entidade e órgãos culturais, foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura, passando a integrar a Câmara de Letras (1975); eleito presidente da Comissão de Literatura de São Paulo (1976); membro do CONDEPHAT (São Paulo) como representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (1976).

Autor de uma obra em que se evidencia o rigor da pesquisa e da interpretação, escreveu A vida de Lima Barreto, biografia completa do grande escritor urbano, além de ter compilado e anotado a edição das Obras completas de Lima Barreto, com a colaboração de Antonio Houaiss e M. Cavalcanti Proença. O o livro Retratos de família é um álbum de recordações dos grandes vultos da nossa cultura. Entre os vários livros desse escritor voltado aos assuntos e problemas brasileiros, destaca-se a biografia Juscelino Kubitschek, Uma revisão na política brasileira e prefácios à obra de vários autores, os quais constituem verdadeiros ensaios.

A Academia Brasileira de Letras publicou  em 2001 o livro “Intelectuais na Encruzilhada - Correspondência de Alceu Amoroso Lima e Antonio de Alcântara Machado ( 1927-1933)”, com prefácio do Acadêmico Francisco de Assis Barbosa e apresentação do Acadêmico Alberto Venâncio Filho.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Fsid%3D176/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Augusto Meyer:

Sexto ocupante da Cadeira 13, eleito em 12 de maio de 1960, na sucessão de Hélio Lobo e recebido pelo Acadêmico Alceu Amoroso Lima em 19 de abril de 1961.

Augusto Meyer, poeta e ensaísta, nasceu em Porto Alegre, RS, em 24 de janeiro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 10 de julho de 1970.

Era filho de Augusto Ricardo Meyer e de Rosa Meyer, imigrantes alemães. Fez os estudos na cidade natal, mas deixou os cursos regulares para estudar línguas e literatura, dedicando-se a escrever. Colaborou com poemas e ensaios críticos em diversos jornais do Rio Grande do Sul, especialmente Diário de Notícias e Correio do Povo. Estreou na literatura em 1920, com o livro de poesias intitulado A ilusão querida, e foi com os livros Coração verde, Giraluz e Poemas de Bilu que conquistou renome nacional. Esses livros e outras obras posteriores foram depois reunidos em Poesias (1957). Pseudônimo: Guido Leal.

Em 1926 fundou com Teodomiro Tostes, Azevedo Cavalcante, João Santana e Miranda Neto a revista Madrugada. Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, de 1930 a 1936. Transferiu-se para o Rio e com o grupo de intelectuais gaúchos trazido por Getúlio Vargas organizou o Instituto Nacional do Livro, em 1937, tendo sido seu diretor por cerca de trinta anos. Detentor do Prêmio Filipe de Oliveira (memórias) em 1947 e do Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1950, pelo conjunto da obra literária. Dirigiu a cadeira de Estudos Brasileiros na Universidade de Hamburgo, Alemanha, e foi adido cultural do Brasil na Espanha.

Augusto Meyer é parte do modernismo gaúcho, introduzindo uma feição regionalista na poesia. Há também em seus versos uma linha lírica, quando evoca a infância, num misto de memória e autobiografia. Completa com Raul Bopp e Mário Quintana a trindade modernista do Rio Grande do Sul.

Como ensaísta, deixou estudo sobre Machado de Assis, um dos trabalhos exegéticos mais importantes sobre o escritor maior das letras brasileiras, que tanto admirava. Sua obra de crítico abrange uma vasta gama de interpretações, de autores nacionais e estrangeiros, que divulgou no Brasil.

A literatura e o folclore do Rio Grande do Sul também foram estudados em obras fundamentais. Cultivou uma espécie de memorialismo lírico em Segredos da infância e No tempo da flor. Com recursos de poeta e de pintor, o memorialista impõe, presença de fantasmas familiares, e daí passa aos da sua roda, aos da cidade, aos do mundo.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/augusto-meyer/biografia

Domingo na Usina: Biografia: Hélio Lobo:

Quinto ocupante da Cadeira 13, eleito em 6 de junho de 1918, na sucessão de Sousa 
Bandeira e recebido pelo Acadêmico Lauro Muller em 26 de novembro de 1919. 
Recebeu o Acadêmico Alberto de Faria.

Cadeira: 
13
Posição: 
5
Antecedido por:
Sucedido por:
Data de nascimento: 
27 de outubro de 1883
Naturalidade: 
Juiz de Fora - MG
Brasil
Data de eleição: 
6 de julho de 1918
Data de posse: 
26 de novembro de 1919
Acadêmico que o recebeu: 
Data de falecimento: 
1 de janeiro de 1960



DIPLOMATAS E CÔNSULES

Não se limitou o Circulo de Diplomaticos y Consules Universitarios da Nação Argentina a admitir-me em seu seio como sócio honorário, senão também abriu-me os degraus desta tribuna. Se aquela distinção muito me desvaneceu, esta me deixou, na verdade, confundido. Aceitando-a, como ora faço, digo-vos mui sinceramente que me não julguei na altura dela: apenas desejei, escudado na vossa benevolência, não perder esta ocasião de conversar convosco, neste vosso ilustrado grêmio de palestras e estudos.

Somos, aliás, todos mais ou menos irmãos, nesta vida acidentada de embaixadas e representações. E quando nos reunimos, como hoje acontece, nem sempre é para o desempenho de uma daquelas funções essenciais, que alguém exigiu num bom diplomata, a saber: jogar o bridge, dar um passo de valsa e falar mal do próximo. Quisesse eu executar aqui qualquer delas, e nem vos mo havíeis de permitir, nem o saberia eu, pois jamais blasonei de bom profissional. Não tive nunca queda para o pano verde, alta vai já a idade para o one step, e do próximo costume dizer coisas perversas, não diante de uma assistência brilhante e numerosa como esta, mas aos recantos, em grupos reduzidos, como sabe fazer o murmurador contumaz.

Além disso, aqui se fala e aqui se cuida seriamente da carreira. Não conheço assunto mais grave. É da carreira no seu sentido lato, a carreira da secretaria dos negócios estrangeiros, a carreira diplomática e a carreira consular: carreira, em abreviatura, ou, para dizer na linguagem dela, e consoante o livro célebre que a fustigou, La carrière....

Fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/helio-lobo/textos-escolhidos

Domingo na Usina: biografia: Souza Bandeira:


Quarto ocupante da Cadeira 13, eleito em 27 de maio de 1905, na sucessão de Martins Júnior e recebido pelo Acadêmico Graça Aranha em 10 de agosto de 1905. Recebeu o Acadêmico Félix Pacheco. Sousa Bandeira (João Carneiro de Sousa Bandeira), advogado, professor, ensaísta e diplomata, nasceu no Recife, PE, em 16 de dezembro de 1865, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1º de agosto de 1917. Era filho do Dr. Antonio Herculano de Sousa Bandeira e de Maria Cândida de Sousa Bandeira. Teve uma excelente formação desde a infância. Seu pai relacionava-se com os brasileiros de maior expressão mental de sua época, entre os quais Joaquim Nabuco. Sousa Bandeira irá reconstituir esse ambiente nos capítulos iniciais das suas Evocações (1920). Em 1884, obteve o título de bacharel pela Faculdade de Direito do Recife. Na resposta que deu ao Momento Literário, de João do Rio, Sousa Bandeira fixou a grande importância que, na formação e no desenvolvimento do seu espírito, teve esse período acadêmico de 1880 a 1884, sob o fascínio do mestre Tobias Barreto. Vindo para o Rio de Janeiro, Sousa Bandeira dedicou-se logo à carreira de advogado. Em 1891, fez-se professor da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, indo reger a cadeira de Direito Administrativo. Passou a frequentar a redação da Revista Brasileira, onde se aproximou das figuras que mais admirava, Joaquim Nabuco, Machado de Assis, Mário de Alencar, José Veríssimo, Taunay. Viajou pela Europa, permanecendo na Itália, na França, na Alemanha e na Suíça. Dessas viagens pelas velhas cidades da arte e do pensamento ficaram as páginas do livro Peregrinações. Em algumas dessas viagens exerceu representação oficial do Brasil, como no Congresso do Tráfico de Brancas em Paris, em 1910. Sousa Bandeira juntava assim, às suas duas atividades habituais, a de advogado e a de professor, a atividade de diplomata. Em 1912, ao se reunir no Rio de Janeiro a Conferência dos Juristas Americanos, foi designado secretário geral do encontro. Exerceu também o cargo de Procurador dos Feitos da Fazenda Municipal. Na opinião de João Ribeiro, a obra de Sousa Bandeira, apesar de ter sofrido a influência intelectual da Escola do Recife, não acusa mais a ênfase nativa da terra em que floresceu outrora a escola condoreira ou a poesia científica e social. “A sua estética, se não clássica, conserva ao menos o perfume clássico, a regularidade das linhas e a plástica serena do escritor que não necessita mais apelar para o modernismo e para a moda da última estação.”

Atualizado em 28/07/2016.

fonte de origem:

http://www.academia.org.br/academicos/sousa-bandeira/biografia