domingo, 17 de janeiro de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Antônio Austregésilo:




Terceiro ocupante da Cadeira 30, eleito em 29 de agosto de 1914, na sucessão de Heráclito Graça e recebido pelo Acadêmico Mário de Alencar em 3 de dezembro de 1914.
Antônio Austregésilo (Antônio Austregésilo Rodrigues Lima), médico, professor e ensaísta, nasceu no Recife, PE, em 21 de abril de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23 de dezembro de 1960.
Era filho do advogado José Austregésilo Rodrigues Lima e de Maria Adelaide Feitosa Lima. Educou-se no Colégio das Artes, no Recife. Lá conheceu Tobias Barreto e participou, precocemente, do movimento literário e artístico da Escola de Recife. Aos 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro para cursar a Faculdade de Medicina. Teve, entre seus mestres, Francisco de Castro, que exerceu grande influência sobre ele. Formou-se em 1899, defendendo a tese Estudo clínico do delírio. Foi o início da sua copiosa bibliografia sobre doenças mentais.
Em 1902, tornou-se médico da Santa Casa de Misericórdia. No governo Rodrigues Alves (1902-1906), integrou a equipe do professor Juliano Moreira, que assumira a Diretoria de Assistência aos Alienados. Foi o seu reencontro com a neurologia, que veio a ser sua especialização. Em 1909, foi designado, pela Congregação da Faculdade de Medicina, para professor substituto de Clínica Médica, Patologia Interna e Clínica Propedêutica. Em 1912, foi designado professor da recém-fundada cátedra de Neurologia na Universidade do Brasil. Principiou ali a sua grande obra de mestre, lançando no Brasil as bases de uma especialidade nova e criando a primeira escola de Neurologia.
Fundador dos Arquivos Brasileiros de Medicina e dos Arquivos Brasileiros de Neurologia e de Psiquiatria, representou o Brasil em vários congressos internacionais de Neurologia. Foi deputado federal por Pernambuco, de 1922 a 1930; membro da Academia Nacional de Medicina e da Sociedade Brasileira de Neurologia, das quais foi presidente; membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa; membro correspondente da Academia de Medicina de Paris e da Academia de Medicina de Nova York; membro honorário de todas as associações médicas do Brasil e da América do Sul; professor Honorário da Faculdade de Medicina de Pernambuco; e professor emérito da Universidade do Brasil.
Além de numerosas obras de medicina e psicologia, escreveu ensaios que evidenciam as qualidades do escritor. Seu pendor literário foi para o Simbolismo.

Atualizado em 04/04/2016.

fonte de orgem:


Domingo na Usina: Biografias: Heráclito Graça:


Heráclito Graça (Heráclito de Alencastro Pereira da Graça), advogado, magistrado, jurista, político, jornalista e filólogo, nasceu em Icó, CE, em 18 de outubro de 1837, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de abril de 1914.
Era filho do Conselheiro José Pereira da Graça, Barão do Aracati, e de D. Maria Adelaide da Graça, e tio de Graça Aranha. Realizados os estudos primários e secundários, fez os preparatórios na cidade do Recife, onde se diplomou, em 1857, na Faculdade de Direito. Deixou, já como acadêmico, um rastro brilhante de sua extraordinária inteligência e dedicação aos estudos. Depois de formado, foi viver com a família no Maranhão, onde seu pai era desembargador. Exerceu a magistratura, começando como promotor de Justiça em São Luís. Findo o primeiro quadriênio, pediu demissão, consagrando-se à advocacia, à política e ao jornalismo.
Fez parte do Partido Conservador. Fundou A Situação, jornal em que defendeu as ideias do partido. Simultaneamente trabalhava num semanário literário que também tinha a colaboração de Joaquim Serra, Gentil Braga, Trajano Galvão e outros. Não só no jornalismo político, senão no literário, via-se nele o futuro mestre da língua, tal o cuidado e esmero com que escrevia e a paixão que tinha pelos estudos da Língua Portuguesa.
Maranhense adotivo, elegeu-o o Maranhão representante na Câmara da Província em duas legislaturas. Em 1868 foi eleito para a assembleia geral, legislatura 1869-1872; dissolvida esta, foi Presidente da Paraíba. Reeleito deputado para a legislatura 1872-1875, e para a seguinte, que também foi dissolvida; foi designado para presidir o Ceará em fins de 1874.
Na Câmara, registrou-se a atuação que ele teve nos debates da reforma judiciária (1871), do recrutamento eleitoral (1875), da Lei do Ventre Livre. Na administração da Paraíba e do Ceará, exerceu o governo com correção e coerência a seus princípios. A probidade de caráter, a austeridade de suas medidas e a independência das atitudes o incompatibilizaram logo com as correntes políticas dominantes.
Em 1877, voltou ao Rio de Janeiro, indo a princípio advogar em companhia de José de Alencar, de quem era grande amigo. Além de profundo conhecedor do vernáculo, era ainda jurista eminente, e, como tal, o Barão do Rio Branco convidou-o para advogado do Brasil nos tribunais arbitrais com o Peru e a Bolívia, sendo depois disso nomeado consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores, cargo que ocupava quando faleceu.
Além de tantas atividades, era no estudo da língua que ele encontrava a maior satisfação, anotando pacientemente os clássicos e mais sistematicamente o Elucidário de Viterbo, ao fim do qual escreveu: “O Elucidário contém 6.143 vocábulos, foram acrescidos 7.457, perfazendo o total de 14.600.” Isso mostra o seu grande saber e capacidade de trabalho, e também a sua modéstia, pois era avesso à publicidade do que escrevia e realizava. Mesmo o único livro que publicou, resultou de circunstância especial.
Logo que apareceram os três volumes das Lições práticas da Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo, o filólogo Heráclito Graça publicou no Correio da Manhã, de 26 de fevereiro a 16 de novembro de 1903, sob a epígrafe “Notações filológicas”, uma série de artigos de refutação àquele mestre, esmiuçando, com clareza e logicidade admiráveis, os problemas linguísticos por ele tratados, não só nos mencionados artigos, mas ainda nos que publicou no Jornal do Comércio, sob o título “O que se não deve dizer”. Em 1904, reuniu em volume o que ele próprio chamou de “meus pobres reparos a alguns pontos filológicos e vernáculos do Sr. Cândido de Figueiredo” no livro intitulado Fatos da linguagem: esboço crítico de alguns assertos do Sr. Cândido de Figueiredo.
Segundo ocupante da cadeira 30, foi eleito em 30 de julho de 1906, na sucessão de Pedro Rabelo, e tomou posse por carta em 11 de julho de 1907.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/heraclito-graca/biografia



Domingo na Usina: Biografias: Pedro Rabelo:



Pedro Rabelo (Pedro Carlos da Silva Rabelo), jornalista, contista e poeta, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de outubro de 1868, e faleceu na mesma cidade em 27 de dezembro de 1905. Quando da fundação da Academia Brasileira de Letras, ele tinha apenas 28 anos, mas seu nome como contista já estava firmado. Participou das reuniões de instalação da Academia, indicando como seu patrono o nome do amigo de todas as horas, Pardal Mallet, que falecera dois anos antes.
Cadeira: 
30
Posição: 
Fundador
Sucedido por:
Data de nascimento: 
19 de outubro de 1868
Naturalidade: 
Rio de Janeiro - RJ
Brasil
Data de falecimento: 
27 de dezembro de 1905
Local de falecimento: 
Rio de Janeiro, RJ.
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Pardal Mallet:



Pardal Mallet (João Carlos de Medeiros Pardal Mallet), jornalista e romancista, nasceu em Bagé, RS, em 9 de dezembro de 1864, e faleceu em Caxambu, MG, em 24 de novembro de 1894. É o patrono da cadeira n. 30, por escolha do fundador Pedro Rabelo.
Neto e filho de grandes marechais, de sangue nobre e bravo, reuniu em si misturas de raças díspares, de países e continentes diversos, irlandês, francês, português e brasileiro. Veio ao mundo na época da Guerra do Paraguai, e em toda a sua breve vida viveu na atmosfera de uma família tradicional, cercado do carinho dos pais e das irmãs, mas povoada de reminiscências de guerras. Aprendeu na infância três línguas, francês, inglês e português.
Após os estudos preparatórios na terra natal, veio para o Rio de Janeiro para estudar Medicina. Deixou o curso no 4º ano porque o visconde de Saboia o ameaçava de reprovação se não abandonasse as ideias republicanas que expressava em artigos na imprensa carioca. Ele mantém seus pontos de vista e decide estudar Direito. Inicia o curso em São Paulo e vai concluí-lo em Recife, em plena efervescência da Escola do Recife. Em Pernambuco, manteve-se no jornalismo e publicou um livro de contos, Meu álbum, e um romance, O hóspede. O dia da colação de grau foi um ponto alto em sua vida: republicano arraigado, recusou-se a fazer o juramento legal. Não se sujeitaria às palavras que garantiam o respeito ao regime monárquico. Perante a Congregação declarou que não desejaria ser perjuro no primeiro passo da mocidade. Só com a intervenção de Joaquim Nabuco o diretor da Faculdade concedeu-lhe o grau a que tinha direito.
Voltando ao Rio, em 1888, não exerceu a advocacia. Participou dos movimentos abolicionista e republicano. O jornalismo foi a sua grande paixão espiritual. Foi periodista na Gazeta da Tarde, colaborou em quase todas as folhas cariocas, na Gazeta de Notícias, no Diário de Notícias, escrevendo muitas vezes sob pseudônimos: Armand de Saint Victor, Vítor Leal e Souvarine. Secretariou a Cidade do Rio, de José do Patrocínio. Rompendo com o grande abolicionista, que era antirrepublicano, fundou o jornal A Rua, dirigindo-o ao lado de Luís Murat, Olavo Bilac e Raul Pompeia. Temperamento exaltado, tentou restabelecer, no Brasil, o costume do duelo. Chegou a ter um com o seu maior amigo, Olavo Bilac, que se realizou, sem testemunhas, com floretes. Ficou ferido, mas logo a seguir os dois se reconciliaram no local.
Com Paula Nei, a princípio, e depois com Coelho Neto, Pardal Mallet teve grande êxito no panfleto O Meio, publicação periódica de preocupação social, política, literária e artística. A ele se deve a expressão popular “na ponta”, registrada no n. 12 do panfleto: “O Meio cada vez mais... na ponta.” Fundou o jornal O Combate, saindo o primeiro número em 12 de janeiro de 1892. No artigo de fundo, que lhe serve de programa, Pardal Mallet se declara socialista moderno, científico e construtor. Ali defendeu suas ideias e combateu o governo de Floriano Peixoto, até ser agredido por florianistas exaltados. O governo mandou fechar O Combate e Pardal Mallet foi desterrado para Tabatinga (AM). A agressão que sofreu dos florianistas contribuiu para a debilitação de sua saúde. Voltou para o Rio, onde passou breve temporada no palacete da família, seguindo depois para a casa de veraneio em Caxambu (MG), onde ele esperava curar-se da tuberculose, mas lá veio a falecer, antes de completar 30 anos.
A coragem com que enfrentava os fatos, a sua oposição ao governo de Floriano Peixoto, tido como um dos mais enérgicos presidentes brasileiros, demonstram a força da presença de Pardal Mallet no seu tempo. Três anos após sua morte, ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, o poeta e jornalista Pedro Rabelo escolheu-o como patrono da cadeira por ele fundada. Foi, portanto, a acolhida pela Academia de um escritor que fora contemporâneo dos fundadores e bem mais jovem que a maioria deles.
O escritor panfletista revelou-se também no opúsculo Pelo divórcio!, publicado em 1894, quando as ideias conservadoras no meio brasileiro repeliam qualquer inovação neste sentido. A significação de sua obra na literatura brasileira é modesta, inclinando-se para um misto de realismo e romantismo. Ele próprio não dava valia aos seus romances, que eram, para seu juízo, secundários. Não apresentam faces criadoras, nem páginas excepcionais. Hóspede e Lar descrevem cenas e costumes da vida carioca e A pandilha apresenta costumes gaúchos e evocações da sua terra natal.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/pardal-mallet/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Geraldo Holanda Cavalcanti:



Sexto ocupante da Cadeira n.º 29, Geraldo Holanda Cavalcanti foi eleito no dia 2 de junho de 2010, na sucessão do Acadêmico José Mindlin, e recebido no dia 18 de outubro de 2010, pelo Acadêmico Eduardo Portella. Em dezembro do mesmo ano foi eleito Tesoureiro e em 2011 Secretário Geral, tendo sido reconduzido em 2012. Em 2013 foi eleito Membro Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 2014 e 2015.
Cadeira: 
29
Posição: 
Atual
Antecedido por:
Data de nascimento: 
6 de fevereiro de 1929
Naturalidade: 
Recife - PE
Brasil
Data de eleição: 
2 de junho de 2010
Data de posse: 
18 de outubro de 2010

Domingo na Usina: Biografias: José Ephim Mindlin:



Quinto ocupante da cadeira 29, eleito em 20 de junho de 2006, na sucessão de Josué Montello, e recebido em 10 de outubro de 2006 pelo Acadêmico Alberto da Costa e Silva. Faleceu em São Paulo em 28 de fevereiro de 2010.
José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo (SP) em 8 de setembro de 1914 e faleceu na mesma cidade em 28 de fevereiro de 2010. Formou-se em Direito em 1936, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi redator d’O Estado de São Paulo de 1930 a 1934. Advogou até 1950, quando foi um dos fundadores e presidente da empresa Metal Leve S/A, empresa pioneira em pesquisa e desenvolvimento tecnológico próprio no seu campo de atuação. Em sua atividade empresarial desenvolveu grande esforço em prol do avanço tecnológico brasileiro e no processo de exportação de produtos manufaturados brasileiros.
De interesses muito diversificados, tanto no campo cultural, como da educação, da economia, da política (não partidária), da ciência e da vida empresarial, atuou por muitos anos em todos esses setores, fazendo parte de numerosos Conselhos e entidades, no Brasil e no exterior. Foi membro do Conselho Superior da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) de 1973 a 1974; de 1975 a 1976, diretor do Conselho de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Secretário da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, quando estruturou a carreira de pesquisador. Foi um dos fundadores da UNIEMP, entidade destinada a promover a aproximação entre a Universidade e a Empresa, da qual atualmente foi Presidente Honorário. Fez parte do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia – CNPq, do Instituto de Pesquisa Tecnológica, e da Comissão Nacional de Tecnologia da Presidência da República. Foi durante muitos anos Vice-presidente da FIESP, tendo sido Diretor Titular do Departamento de Comércio Exterior e do Departamento de Tecnologia. Foi também membro do Conselho Internacional da FIAT, do Conselho Internacional do Unibanco e do Conselho do Banco de Montreal.
Foi membro colaborador da Academia Brasileira de Ciências e membro do Conselho de vários museus brasileiros, como o Museu de Arte Sacra de São Paulo, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e o Museu Lasar Segall; membro honorário do Conselho Internacional do Museu de Arte Moderna de Nova York. Foi também presidente da Fundação Crespi Prado, membro do Conselho da Sociedade Amigos da Biblioteca Nacional e da Casa de Cultura de Israel, presidente da Sociedade de Cultura Artística de São Paulo e membro do Conselho da Vitae – Apoio à Cultura, Educação e Programas Sociais. Foi membro emérito da Diretoria da John Carter Brown Library, de Providence, R.I., dos Estados Unidos, uma das principais bibliotecas do mundo de livros raros sobre as Américas, e da Associação Internacional de Bibliófilos, com sede em Paris. Foi presidente do Conselho da Aliança Francesa de São Paulo e do Conselho Editorial EDUSP (Editora da Universidade de São Paulo).
Recebeu o título de Professor Honorário da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, e o título de Doutor Honoris Causa em Letras pela Brown University, de Providence, R.I., nos Estados Unidos, pela Universidade de Brasília, Universidade da Bahia, Universidade de Tocantins e Universidade de São Paulo. Foi membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco e da Academia de Letras da Bahia.
Recebeu o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano de 1998, bem como numerosos e variados prêmios e condecorações, no Brasil e no exterior, destacando-se em 2003 o Prêmio UNESCO Categoria Cultura e a Medalha do Conhecimento concedida pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com apoio do CNI e Sebrae Nacional, além do Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito, em 1999, membro da Academia Paulista de Letras.
Foi casado com Guita Mindlin, nascida em 2 de agosto de 1916 e falecida em 25 de junho de 2006, com quem teve quatro filhos.
José e Guita compartilharam ao longo da vida a paixão pelos livros, que levou o casal a formar uma das mais importantes bibliotecas privadas do país, que Mindlin começou a formar aos 13 anos e chegou a ter 38 mil títulos. Em maio de 2006, o casal fez a doação de cerca de 15 mil obras da Biblioteca Brasiliana para a USP. No conjunto doado à USP, constam obras de literatura, história, sociologia, poesia. Dentre as raridades estão documentos do século XVI como as primeiras impressões que padres jesuítas tiveram do Brasil, jornais anteriores à Independência e manuscritos que resgatam a gênese literária de grandes obras, como Sagarana, de Guimarães Rosa, e Vidas secas, de Graciliano Ramos.
José Mindlin promoveu edições de cerca de 40 livros e revistas de arte e literatura, e de bibliografia brasileira. Publicou numerosos artigos e fez inúmeras conferências no Brasil e no exterior, em associações e universidades, sobre todos os assuntos de que se ocupava. Foi o autor de Uma vida entre livros: reencontros com o tempo e Memórias esparsas de uma biblioteca. Lançou em 1998 o CD O prazer da Poesia.

Atualizado em 21/11/2017.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/jose-mindlin/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Josué de Sousa Montello:



Quarto ocupante da cadeira 29, foi eleito em 4 de novembro de 1954, na sucessão de Cláudio de Sousa, sendo recebido por Viriato Correia em 4 de junho de 1955. Recebeu os acadêmicos Cândido Mota Filho, José Sarney, José Guilherme Merquior, Evaristo de Morais Filho, Roberto Marinho e Evandro Lins e Silva. Na posse de João de Scatimburgo, leu o discurso de recepção de Miguel Reale, que não pôde comparecer. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 1994 e 1995.
Josué de Sousa Montello nasceu em São Luís do Maranhão, MA, em 21 de agosto de 1917, e faleceu no Rio de Janeiro em 15 de março de 2006. Era filho de Antônio Bernardo Montello e Mância de Sousa Montello.
Iniciou seus estudos em São Luís do Maranhão, publicando os seus primeiros trabalhos literários em A Mocidade, periódico do Liceu Maranhense, onde cursou o ginásio.
Em 1932 passa a integrar a Sociedade Literária Cenáculo Graça Aranha, na qual se congregaram os escritores do Maranhão de filiação modernista. Até 1936, colabora nos principais jornais maranhenses. Muda-se, a seguir, para Belém do Pará, onde é eleito, aos 18 anos, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.
No fim de 1936 transferiu-se para o Rio de Janeiro, passando a fazer parte do grupo que funda o semanário de literatura Dom Casmurro. No mesmo período, colabora em outras publicações, como Careta, O Malho e Ilustração Brasileira, além de jornais diários.
Publica o primeiro romance, Janelas fechadas, em 1941. Seis anos mais tarde é nomeado diretor-geral da Biblioteca Nacional, exercendo também a direção do Serviço Nacional do Teatro.
Em 1953, a convite do Itamaraty, inaugurou e regeu por dois anos a cátedra de Estudos Brasileiros da Universidade Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, no Peru. A partir de 1954, tornou-se colaborador permanente do Jornal do Brasil, no qual manteve uma coluna semanal até 1990.
Novamente convidado pelo Itamaraty, regeu, em 1957, a cátedra de Estudos Brasileiros na Universidade de Lisboa, e, em 1958, na Universidade de Madri.
Entre 1969 e 1970, ocupou o cargo de conselheiro cultural da Embaixada do Brasil em Paris, e de 1985 a 1989 foi embaixador do Brasil junto à Unesco. De janeiro de 1994 a dezembro de 1995, ocupou a presidência da Academia Brasileira de Letras. Foi membro de incontáveis academias e instituições culturais no Brasil e no Exterior.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/josue-montello/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Cláudio de Sousa:




Terceiro ocupante da Cadeira 29, eleito em 28 de agosto de 1924, na sucessão de Vicente de Carvalho e recebido pelo Acadêmico Alfredo Pujol em 28 de outubro de 1924. Recebeu os Acadêmicos Osvaldo Orico e Clementino Fraga.
Cláudio de Sousa (Cláudio Justiniano de Sousa), médico e teatrólogo, nasceu em São Roque, SP, em 20 de outubro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de junho de 1954.
Era filho do escrivão Cláudio Justiniano de Sousa e de Antônia Barbosa de Sousa, e casado com Luísa Leite de Sousa, filha dos barões de Socorro. Feitos os estudos preliminares em São Roque, seguiu para o Rio de Janeiro, onde se formou em Medicina em 1897. Desde os 16 anos colaborava na imprensa carioca, em O Correio da Tarde e A Cidade do Rio.
Diplomado, foi residir em São Paulo. Ali instalou consultório médico e continuou colaborando na imprensa paulistana. Foi professor de Terapêutica na Escola de Farmácia de São Paulo, hoje integrada à USP. Em 1909, juntamente com um grupo de intelectuais, foi um dos fundadores da Academia Paulista de Letras. Na imprensa, escreveu também sob os pseudônimos Mário Pardal e Ana Rita Malheiros.
Em 1913, mudou-se para o Rio de Janeiro. Passou então a dedicar-se inteiramente à ficção e ao teatro, deixando a clínica médica. Naquele ano estreou na prosa de ficção com o romance Pater, muito bem recebido pela crítica. Suas peças de teatro, como Flores de sombra (1916) e O turbilhão (1921), obtiveram êxito com sucessivas representações.
Iniciador do teatro ligeiro de comédia, escreveu diversas peças, todas muito apreciadas e levadas com idêntico sucesso no país e no Exterior. Pronunciou conferências, no Brasil e no Exterior, reunindo-as em volumes. Publicou igualmente diversos livros registrando impressões de viagem.
Foi presidente da Academia Brasileira de Letras por duas vezes, em 1938 e 1946. No ano do cinquentenário de fundação da ABL, como presidente, promoveu as solenidades comemorativas e editou o volume ilustrado Revista do Cinquentenário.
Foi o fundador, em1936, e o primeiro presidente do Pen Clube do Brasil.

Domingo na Usina: Biografias: Vicente de Carvalho:



Vicente de Carvalho (Vicente Augusto de Carvalho), advogado, jornalista, político, magistrado, poeta e contista, nasceu em Santos, SP, em 5 de abril de 1866, e faleceu na mesma cidade em 22 de abril de 1924.
Era filho do Major Higino José Botelho de Carvalho e de D. Augusta Bueno Botelho de Carvalho. Fez o primário na sua cidade natal e, aos 12 anos, seguiu para São Paulo, matriculando-se no Colégio Mamede e, depois, no Seminário Episcopal e no Colégio Norton, onde fez os preparatórios. Aos 16 anos matriculou-se na Faculdade de Direito. Em 1886, com vinte anos, era bacharel em Direito. Republicano combativo, cursava ainda o 4º ano quando foi eleito membro do Diretório Republicano de Santos. Em 1887, era delegado a Congresso Republicano, reunido em São Paulo. Em 1891, era deputado ao Congresso Constituinte do Estado. Em 1892, na organização do primeiro governo constitucional do Estado, foi escolhido para a Secretaria do Interior. Por ocasião do golpe de estado de Deodoro, abandonou o cargo que vinha exercendo. Mudou-se, então, para Franca, município do interior paulista, e tornou-se fazendeiro. Em 1901, regressou a Santos, dedicando-se à advocacia. Em 1907, mudou-se para São Paulo, onde foi nomeado Juiz de Direito. Em 1914, passou a ministro do Tribunal da Justiça do Estado.
Vicente de Carvalho foi, durante toda a sua vida, um jornalista combativo. Até 1915, sua atuação na imprensa foi quase ininterrupta. Em 1889, era redator do Diário de Santos, fundando, no mesmo ano, o Diário da Manhã, da mesma cidade. Ali manteve ainda colaboração em A Tribuna e fundou, em 1905, O Jornal. Até 1913 colaborou n’O Estado de S. Paulo. No fim da vida, cansou-se do jornalismo, mas continuou em contato com seus leitores através dos versos que publicava nas páginas de A Cigarra.
Poeta lírico, ligou-se desde o início ao grupo de jovens poetas de tendência parnasiana. Foi grande artista do verso, da fase criadora do Parnasianismo. Da sua produção poética ele próprio destacou poemas que são de extrema beleza, como: “Palavras ao mar”, “Cantigas praianas”, “A ternura do mar”, “Fugindo ao cativeiro”, “Rosa, rosa de amor”, “Velho tema” e “Pequenino morto".
Segundo ocupante da cadeira 29, foi eleito em 1º de maio de 1909, na sucessão de Artur Azevedo, e recebido por carta na sessão de 7 de maio de 1910.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/vicente-de-carvalho/biografia