quinta-feira, 7 de maio de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: O Viajante:



Se hoje sou quem sou, é porque me
fizeste assim.
Sigo o meu caminho sem observar o caos
ao meu redor, simplesmente sigo em
frente.

Não me importa aonde vou chegar,
pois o semblante de tristeza na face de
cada ser, já é uma realidade incontestável.

Sigo a velha trilha, deixada ao longo dos
tempos pelos velhos sonhadores como eu,
a observar apenas quantos ainda andam
as cegas, neste horizonte de perdição.

Por favor, alguém me avisa quando
me chegar o tempo findo, pois estou
seguindo o meu coração, sem me
preocupar com o passar do doce
irrevogável tempo.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: Fiéis cuidadores:



Os Livros perdem totalmente a suas
 funções, quando condenados a prisão
 perpétua do perfilar simétrico de uma
 estante.
“Privados ao  doce acariciar  de seus
fiéis cuidadores.”

Poesia De Quinta Na Usina: Mario Quintana: Projeto de prefácio:













Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes dos caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um [detalhe
Um poema não é também quando paras no fim porque um verdadeiro poema continua sempre... Um poema que não te ajude a viver e não saiba [preparar-te para a morte não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras!

Poesia De Quinta Na Usina: Mario Quintana: O vento e a canção:













PARA TANIA CARVALHAL

Só o vento é que sabe versejar:
Tem um verso a fluir que é como um rio de ar. 
E onde a qualquer momento podes embarcar: 
O que ele está cantando é sempre o teu cantar. 
Seu grito é o grito que querias dar,
É ele a dança que ias tu dançar
E, se acaso quisesses te matar, 
Te ensinava cantigas de esquecer
Te ensinava cantigas de embalar... 
E só um segredo ele vem te dizer:
- é que o vôo do poema não pode parar.

Poesia De Quinta Na Usina: PRIMEIRAS TROVAS BURLESCAS. SAUDADES DO ESCRAVO:




Escravo—não, não morri
Nos ferros da escravidão;
Lá nos palmares vivi,
Tenho livre o coração!
Nas minhas carnes rasgadas,
Nas faces ensangüentadas
Sinto as torturas de cá;
Deste corpo desgraçado
Meu espirito soltado
Não partiu—ficou-me lá!...

Poesia De Quinta Na Usina: PRIMEIRAS TROVAS BURLESCAS DE GETULINO: (F. X. PE NOVAES.): PRÓLOGO:



Embora um vale canhoto
Dos loucos augmente a lista,
Seja Cysne ou gafanhoto,
Não encontra quem resista
Dos seus versos á leitura,
Que diverte, inda que é dura!
(F. X. PE NOVAES.)