quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Hamilton Ramos Afonso *:

 


O mar do meu (a)mar...

É ao mar do meu (a)mar

que vou procurar forças

para esta enorme saudade

mitigar...

É o mar do meu (a )mar

que me ouve o lamento do sufoco

que a distância aumenta,

mas é o mesmo mar

que sabe a força do meu (a)mar-(te)...

Sexta na usina: Poetas da Rede: Manuel Luis:

 


   " PAIS…"

Sem sermos escravos Deus

                                     como podemos

Sermos úteis a essas nossas gentes,

Nossos amores, filhos, seres puros,

Não ficarem seres somente crentes,...

      Fomos escultores de massa crua

      Moldamos uma matéria nua,

      De cabeças lindas e tão vorazes,

      Ávidas de todo o conhecimento.

Mas, nós não somos seres incapazes.

Oh Deus, somos tão somente inocentes

Neste mundo mordaz e sufocante

Que, morremos e não indiferentes

Mas, numa preocupação constante

De ver filhos em sua mocidade

Serem capazes de amar, erros mostrar

Com toda a subtil maestria

Confessamos Deus, que somos errantes

Neste mundo de heróis insolentes,

Vivendo em espaços sufocantes,...

...Sem sermos escravos Deus

                                    como podemos

Sermos úteis  a essas nossas gentes.

Ficarmos em memórias vivas

Como esteio de suas vidas...

© Galvão-Lucas

( Reservados todos os direitos ao abrigo do Código do Autor )

" Casa Branca "

Painel:

Acrílico sobre tela

Dim: 2.80/3.50 m

Sexta na Usina: Poetas da Rede: JOSÉ BATISTA:



 TE ESQUECER JAMAIS

A única maneira

De me fazer te esquecer,

É arrancar tuas digitais

Desenhadas em minhas costas,

Destruir toda a história

Que construímos

Nas loucas horas

De amor e prazer,

Apagar as lembranças,

Desfazer as distâncias,

Rasgar as bandeiras

Que demarcam meu território

E anunciam tuas invasões.

Melhor seria

Desistir de te esquecer,

Rabiscar novas emoções

Sobre minha pele suada

À espera de teu toque,

Reconstruir novas possibilidades,

Refazer todas as saudades,

Baixar a guarda

Em minhas fronteiras,

Permitir-te invadir-me,

Ser tua eterna morada,

Pois que nasci para servir-te,

Ser teu e mais nada,

E nem o silêncio

Escondido nas palavras

Que jamais conseguimos pronunciar

Conseguirão me fazer te esquecer.

POETA JOSÉ BATISTA

CARPINA - PERNAMBUCO - BRASIL

Todos os Direitos reservados ao Autor

Imagem do meu Recife

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Galvão-Lucas: " TENHO SORTE ":


        Da vida tão curta sou cativo

        De um amor que eu nunca perdi.

        Por vezes a vida tentativas faz,

                                maliciosamente.

        Sua beleza ela inveja,

        Meu amor quer a outro qualquer dar

        Mas, meu coração de menino o traz

        De qualquer outro que o deseja.

TENHO SORTE

       De ser cativo em vida curta,

       Tão doce desejo em que ardi.

        É dádiva dos Deuses, suspiro

                                     de contente


        

Em teu leito, amor encantado.

        Cheiro o desejo solto no ar.

        Felicidade, na qual me viro.

        É o amor em vida tornado.

TENHO SORTE...

© Galvão-Lucas

( Todos os direitos reservados ao abrigo do Código do Autor )

Painel:

" Esplendor da Natureza "

Acrílico sobre tela

Dim: 2.80/1.80 m

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Agostinho Silva: MEU PORTO:



Espreito pela desamparada janela

Só para ver uma donzela passar

Adorava poder falar com ela

E não ficar meramente a ansiar.

Adeus lhe digo sem ela ver

E um verso declamo sem o saber

Fantasio uma caminhada a dois

Numa vida que virá depois.

Permaneço a observar o horizonte

E a recalcitrar contra aquele monte

Que não me deixa vê-la mais

Fixando-me acorrentado ao cais.

Vou correr para o meu Porto

Sempre com a vontade de a ter

Mas esse mar diz que está morto

E com ele vai o meu querer.

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27/11/2020

Agostinho Silva

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Jorge de Lima:

 


"Lá vem o acendedor de lampiões de rua!

Este mesmo que vem, infatigavelmente,

Parodiar o Sol e associar-se à lua

Quando a sobra da noite enegrece o poente.

Um, dois, três lampiões, acende e continua

Outros mais a acender imperturbavelmente,

À medida que a noite, aos poucos, se acentua

E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:

Ele, que doira a noite e ilumina a cidade,

Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua

Crenças, religiões, amor, felicidade

Como este acendedor de lampiões de rua!"

Poema: O ACENDEDOR DE LAMPIÕES, Jorge de Lima

Pintura: Ordinary People, Nicolas Martin (2013)

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Helder Coelho:

 


Lindo, mas de repente...

O amor é lindo enquanto belo,

Enquanto a chama está acesa.

E, quando belo ergue-se castelo,

Porém, frágil vai-se a fortaleza.

O amor é lindo ao sabor do beijo

Quando o desejo treme a cama.

Quando a pele derrete o queijo,

Quando acesa perene a chama.

O amor é lindo mas o alimente,

Bonito por dentro e por fora...

No seu dia a dia, diariamente.

Na pressa de chegar não demora

O amor é lindo mas de repente...

Ao menor abalo perde-se a hora.

HelderCoelho

POETA PERNAMBUCANO

https://www.facebook.com/HelderFCoelho

Sexta na Usina: Poetas da Rede: João Batista De Melo:

 


Bendito seja o cheiro de tua alma

Acompanhado do sorriso inerente de cada dia!

E o toque nosso que irradia

Essa luz miraculosa que ilumina

E a prece que destrava portas, abre as janelas , ilustra caminhos,

Advento em carinho

Em cristais, papiros ou pergaminhos

Em letras, contos ou versos

Em sentimentos virados, diversos

Almejados, complexos

Em pautas floridas, e toques em preto, branco e paixão...

JBMN