quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Poesia De Quinta Na Usina: Machado de Assis: Versos a Corina:IV:




Tu que és bela e feliz, tu que tens por diadema
A dupla irradiação da beleza e do amor;
E sabes reunir, como o melhor poema,
Um desejo da terra e um toque do Senhor;
Tu que, como a ilusão, entre névoas deslizas
Aos versos do poeta um desvelado olhar,
Corina, ouve a canção das amorosas brisas,

Do poeta e da luz, das selvas e do mar.

Poesia De Quinta na Usina: Machado de Assis:X:


 Era chegado
O fatal prazo, o desenlace triste.
Tudo morre, — a tristeza como o gozo;
Rosas de amor ou lírios de saudade,
Tarde ou cedo os esfolha a mão do tempo.
Costeando as longas praias, ou transpondo
Extensos vales e montanhas, correm
Mensageiros que às tabas mais vizinhas
Vão convidar à festa as gentes todas.
Era a festa da morte. Índio guerreiro,
Três luas há cativo, o instante aguarda
Em que às mãos de inimigos vencedores,
Caia expirante, e os vínculos rompendo
Da vida, a alma remonte além dos Andes.
Corre de boca em boca e de eco em eco
A alegre nova. Vem descendo os montes,
Ou abicando às povoadas praias
Gente da raça ilustre. A onda imensa
Pelo arraial se estende pressurosa.
De quantas cores natureza fértil
Tinge as próprias feições, copiam eles
Engraçadas, vistosas louçanias.
Vários na idade são, vários no aspecto,
Todos iguais e irmãos no herdado brio.
Dado o amplexo de amigo, acompanhado
De suspiros e pêsames sinceros
Pelas fadigas da viagem longa,
Rompem ruidosas danças. Ao tamoio
Deu o Ibaque os segredos da poesia;
Cantos festivos, moduladas vozes,
Enchem os ares, celebrando a festa
Do sacrifício próximo. Ah! não cubra
Véu de nojo ou tristeza o rosto aos filhos
Destes polidos tempos! Rudes eram
Aqueles homens de ásperos costumes,
Que ante o sangue de irmãos folgavam livres,
E nós, soberbos filhos de outra idade,
Que a voz falamos da razão severa
E na luz nos banhamos do Calvário,
Que somos nós mais que eles? Raça triste

De Cains, raça eterna...

Poesia De quinta Na Usina:Fernando Pessoa:Não sei quantas almas tenho:


Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa: Pensar em Deus.


Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos! ...

Poesia de Quinta Na Usina: D'Araújo: Do abismo à luz:



Não importa o momento difícil que você esteja vivendo,
Crie a consciência de que viver vale sempre a pena em qualquer que seja as circunstâncias.
Mergulhe em um voo livre no abismo de si mesmo.
E resgate em ti aquele ser que um dia, sonhou, sorrio e sabia que tudo que seja feito nesta vida vale sempre a pena, desde que seja de sua livre escolha.
Seja ousado, provoque, insulte, a todos e principalmente a você mesmo.
Com tudo aquilo que lhe valha a pena, pois se você continuar a engrossar o cordão dos infelizes, fatalmente, morrerá muitos anos antes de ser sepultado.
Não espere não aceite, e não reprima nenhum sentimento.

Simplesmente, viva, viva... Pois a felicidade da plenitude do viver, não há dinheiro que pague.

Poesia De Quinta Na Usina:COVAS RASAS D'Araújo



Quando nos alinhamos ao medo,
sepultamos nossos nobres sonhos,
em covas rasas.
Na esperança que alguém os encontre
e os realize por nós...

D'Araújo
São Bernardo do Campo - Brasil.

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Poesia De Quinta Na Usina:Joseph Conrad:





"Toda a ambição é legítima, salvo as que se erguem sobre as misérias e as crendices da humanidade.."





Fonte de origem:

http://pensador.uol.com.br/autor/joseph_conrad/