domingo, 1 de setembro de 2019

Domingo na Usina: Biografias: Cristiane Sobral:



(Rio de Janeiro, 1974) é uma atriz, escritora e poeta brasileira[1] [2] .

Estudou teatro no SESC do Rio de Janeiro, em 1989. No ano seguinte mudou-se para Brasília, onde montou a peça Acorda Brasil. Foi a primeira atriz negra graduada em Interpretação Teatral pela Universidade de Brasília. Atuou no curta-metragem A dança da Espera, de André Luís Nascimento, e em diversos espetáculos teatrais.

Estreou na literatura em 2000, publicando textos nos Cadernos Negros. Foi crítica teatral da revista Tablado, de Brasília. Fez pós-graduação em Educação com ênfase no ensino de Artes. Trabalhou como Assessora de Cultura da Embaixada de Angola no Brasil[3] .

Obras[editar | editar código-fonte]
1998 - Uma boneca no lixo (teatro) - Prêmio de montagem GDF
2000 - Dra. Sida (teatro) Prêmio do Ministério da Saúde
2004 - Petardo, será que você agüenta? (teatro) - com Dojival Vieira
2010 - Não Vou Mais Lavar os Pratos (poesia) - Editora Thesaurus
2011 - Espelhos, miradouros, dialéticas da percepção (contos) - Dulcina Editora.

fonte de origem: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristiane_Sobral

Domingo Na Usina: Biografias: Oliveira Viana:



(Francisco José de Oliveira Viana), sociólogo e jurista, nasceu na localidade fluminense do Rio Seco de Saquarema, em 20 de junho de 1883, e faleceu em Niterói, RJ, em 28 de março de 1951.

Filho de Francisco José de Oliveira Viana e D. Balbina Rosa de Azeredo Viana, de tradicionais famílias fluminenses. Estudou no Colégio Carlos Alberto em Niterói. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Niterói em 1906. Dedicou-se ao magistério em 1916, como professor de Direito Penal dessa Faculdade (1932-1940). Foi, sucessivamente, diretor do Instituto do Fomento do Estado do Rio de Janeiro (1926); membro do Conselho Consultivo do Estado; consultor jurídico do Ministério do Trabalho; membro da Comissão incumbida de elaborar o anteprojeto da Constituição (Comissão do Itamaraty) em 1932; membro da Comissão Revisora das Leis do Ministério da Justiça e Negócios Interiores e, finalmente, a partir de 1940, ministro do Tribunal de Contas da União.

O primeiro livro Populações meridionais do Brasil (1920) causou grande impacto pela nova visão ao encarar os problemas sociológicos do país. Os livros subseqeentes, Pequenos estudos de psicologia social (1921) e Evolução do povo brasileiro (1923), este como contribuição ao censo de 1920, confirmaram essa posição. Uma das obras, Raça e assimilação (1932), representava uma visão tradicional dos problemas da raça, e deu margem a polêmicas. Oliveira Viana reformulou em trabalhos posteriores esta visão e o livro não foi mais reeditado. Dois outros livros de Oliveira Viana vieram provar, em segundas edições, o seu prestígio: O ocaso do Império (1925) e O idealismo na Constituição (1927).

Consultor jurídico do Ministério do Trabalho, foi um dos responsáveis pela elaboração da nova legislação trabalhista. Problemas de Direito Corporativo (1938) é a defesa do projeto de organização da Justiça do Trabalho, rebatendo as críticas do deputado Waldemar Ferreira na Câmara dos Deputados. O livro mostra as características dessa nova concepção de Direito. Problemas de Direito Sindical (1943) é também a defesa da nova organização sindical do país.

Após o ingresso na Academia publicou mais três livros fundamentais, entre os quais Instituições políticas brasileiras, em dois volumes, obra considerada, até hoje, um dos trabalhos mais sérios, no Brasil, no campo desses estudos. Deixou outros livros publicados postumamente.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e dos seus congêneres do Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará; da Academia Fluminense de Letras; da Société des Américanistes, de Paris; do Instituto Internacional de Antropologia; da Academia de História de Portugal; da Academia Dominicana de História e da Sociedade de Antropologia e Etnologia do Porto. Sua casa em Niterói foi transformada em museu, depois de sua morte.


Segundo ocupante da cadeira 8, foi eleito em 27 de maio de 1937, na sucessão de Alberto de Oliveira, e recebido pelo acadêmico Afonso Taunay em 20 de julho de 1940.

fonte de origem:

Domingo Na Usina: biografias: Austregésilo de Athayde:



Terceiro ocupante da Cadeira 8, eleito em 9 de agosto de 1951, na sucessão de Oliveira Viana e recebido pelo Acadêmico Múcio Leão em 14 de novembro de 1951. Recebeu o Acadêmico José Lins do Rego.

Austregésilo de Athayde (Belarmino Maria A. Augusto de A.), professor, jornalista, cronista, ensaísta e orador, nasceu em Caruaru, PE, em 25 de setembro de 1898, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de setembro de 1993.

Era filho do Desembargador José Feliciano Augusto de Athayde e de Constância Adelaide Austregésilo de Athayde, e bisneto do tribuno e jornalista Antônio Vicente do Nascimento Feitosa. Cedo foi viver no Ceará, onde morou em várias cidades, acompanhando as constantes mudanças decorrentes da atividade profissional de seu pai na magistratura. Ingressou no Seminário da Prainha aos doze anos de idade e lá estudou para o sacerdócio até o 3º ano de Teologia. Deixando o seminário, revalidou os preparatórios no Liceu do Ceará. Foi professor do Colégio Cearense e do Colégio São Luís, dedicou-se ao ensino particular e começou a colaborar na imprensa, até 1918, quando se transferiu para o Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, prosseguiu no magistério particular no Curso Normal de Preparatórios e no Curso Maurell da Silva. Iniciou a carreira jornalística no jornal A Tribuna. Em 1921, passou a colaborar no Correio da Manhã, dedicando-se à crítica literária, e mais tarde em A Folha, de Medeiros e Albuquerque. Foi tradutor e redator das agências Associated Press e United Press. Escreveu o livro de contos Histórias amargas, publicado em 1921.

Em 1922, colou grau em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do antigo Distrito Federal. Manteve-se sempre ligado profissionalmente à imprensa. Em 1924, convidado por Assis Chateaubriand, assumiu a direção de O Jornal, ponto de partida para a organização dos Diários Associados, em que exerceu intensa atividade.

Adversário da Revolução de 1930, participou, ao lado de Assis Chateaubriand, do Movimento Constitucionalista irrompido em 9 de julho de 1932, em São Paulo, tendo sido preso e exilado para a Europa em novembro desse ano. Permaneceu muitos meses em Portugal, Espanha, França e Inglaterra e de lá se dirigiu a Buenos Aires, onde residiu nos anos de 1933 a 1934.

De volta ao Brasil reiniciou suas atividades nos Diários Associados como articulista e diretor do Diário da Noite e redator-chefe de O Jornal, do qual foi o principal editorialista, além de manter a coluna diária Boletim Internacional. Também escreveu semanalmente na revista O Cruzeiro e, por sua destacada atividade jornalística, recebeu, em 1952, na Universidade de Columbia, EUA, o Prêmio Maria Moors Cabot.

Em 1948, tomou parte como delegado do Brasil na III Assembléia da ONU, em Paris, tendo sido membro da comissão que redigiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, em cujos debates desempenhou papel decisivo. Dos redatores dessa histórica declaração, além da presença de Athayde, cumpre lembrar os nomes da jornalista norte-americana Eleanor Roosevelt, do professor libanês Charles Malek e do soviético prof. Pavlov, com assistência do jurista francês René Cassin. Austregésilo de Athayde foi reconhecido pelos próprios companheiros da Comissão como o mais ativo colaborador na redação do histórico documento, em cuja elaboração muitas vezes ocorreram divergências entre os redatores, mas que, afinal, tiveram sentido construtivo.

Em 1968, por ocasião do 20º. aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Academia Sueca conferiu o Prêmio Nobel da Paz ao jurista e filósofo René Cassin que, ao ter conhecimento da homenagem que lhe fora prestada, exatamente pelo papel que desempenhou na elaboração da declaração, chamou os jornalistas e declarou-lhes: "Quero dividir a honra desse prêmio com o grande pensador brasileiro Austregésilo de Athayde, que ao meu lado, durante três meses, contribuiu para o êxito da obra que estávamos realizando por incumbência da Organização das Nações Unidas."

Em 1978, no 30º aniversário desse documento, o Presidente Jimmy Carter, dos EUA, reconheceu universalmente, através de carta enviada a Austregésilo de Athayde, a "vital liderança" por ele exercida na elaboração da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Diplomado na Escola Superior de Guerra, em 1953, passou a ser conferencista daquele centro de estudos superiores. Além das suas atividades na imprensa, ao longo de muitos anos, pronunciou centenas de conferências, sobre a defesa dos direitos humanos e outros temas da atualidade, a convite de entidades culturais do país.

Dedicou-se à vida acadêmica desde agosto de 1951, quando foi eleito para ocupar a Cadeira nº 8, e o fez durante mais de quatro décadas. Em 1959, tornou-se presidente da Casa de Machado de Assis, tendo sido reeleito para dirigi-la por longos 35 anos. À frente dos destinos da Academia, consagrou-se como o consolidador, o grande realizador, permanentemente devotado à tarefa de engrandecê-la espiritual e materialmente. A Academia tornou-se o centro de sua vida e ele converteu-se, com o passar do tempo, na própria encarnação da ABL, transfundindo-se na Instituição que tão bem dirigiu. Dentre as muitas realizações na Academia, além das atribuições regimentais, Austregésilo construiu o prédio de 29 andares do Centro Cultural do Brasil, anexo à Academia, inaugurado em 20 de julho de 1979. Nesse ano, recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pela sua realização. Empreendeu a reforma do Solar da Baronesa, em Campos, RJ, que ele pretendia transformar na sede de um museu do século XIX, do Instituto Internacional de Cultura e da Biblioteca Varnhagen, da Academia Brasileira, planejada para abrigar um acervo de 250 mil volumes. Autorizou a criação do Banco de Dados.

Apesar de toda a sua dedicação à atividade literária, Austregésilo de Athayde é dono de uma bibliografia literária pequena e não deixou uma obra ficcional à altura da fama que conquistou. No entanto, é praticamente impossível que haja, na história da literatura e mesmo do jornalismo de nosso País, alguém que tenha escrito mais do que ele. Gabava-se de ser o mais antigo editorialista e articulista em atividade, em todo o mundo. "Não me interesso em publicar livros", disse ele, em entrevista. "Como jornalista, eu fiz literatura. Sou jornalista e quero ser jornalista, intérprete do meu tempo e profeta do futuro de meu País."

Desde os tempos de colaborador do jornal A Tribuna e de tradutor na agência de notícias Associated Press, em 1918, até poucas semanas antes de sua morte, Mestre Athayde colocou seus pensamentos e suas idéias no papel, e poucas vezes deixou de publicar alguma matéria nos jornais e revistas de nosso País. Orgulhava-se de afirmar:

"Jamais escrevi um artigo que não expressasse a linha de minhas convicções democráticas. Nunca elogiei partidos, homens ou grupos". (...) "Sou incapaz de ser a favor de homens. Sou a favor de idéias, de pontos de vista. O que almejo mesmo é o pensamento democrático, a preservação de nossa unidade nacional e o bem do povo brasileiro."

Austregésilo de Athayde sempre relembrava com prazer e vaidade os acontecimentos de sua longa existência, durante a qual recebeu cento e setenta medalhas, placas e condecorações. Dizia ele que o ato mais importante de sua vida fora ter escrito a Declaração Universal dos Direitos do Homem, obra que o projetara no mundo inteiro e era o seu grande motivo de orgulho.

fonte de origem:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm%3Fsid%3D137/biografia

Domingo Na Usina:Biografias:Machado de Assis:


Machado de Assis

... Assim são as páginas da vida, 
como dizia meu filho quando fazia versos, 
e acrescentava que as páginas vão 
passando umas sobre as outras, 
esquecidas apenas lidas.

Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
   
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
   
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
  
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.
Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.  Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.


Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.



Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) eJornal das Famílias.

  

Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor.  No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.

  

Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.

  

Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.



Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.



Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.



Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.

  

Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872.  Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.

  

No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira.

Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura.


Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.

Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.
Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira. 

  

Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data(1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).

Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.


Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.

É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono.
Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.
Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica.  ...  Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."
BIBLIOGRAFIA:
Comédia
Desencantos, 1861.
Tu, só tu, puro amor, 1881.
Poesia
Crisálidas, 1864.
Falenas, 1870.
Americanas, 1875.
Poesias completas, 1901.
Romance
Ressurreição, 1872.
A mão e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iaiá Garcia, 1878.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esaú Jacó, 1904.
Memorial de Aires, 1908.
Conto:
Contos Fluminenses,1870.
Histórias da meia-noite, 1873.
Papéis avulsos, 1882.
Histórias sem data, 1884.
Várias histórias, 1896.
Páginas recolhidas, 1899.
Relíquias de casa velha, 1906.
Teatro
Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861
Desencantos, 1861
Hoje avental, amanhã luva, 1861.
O caminho da porta, 1862.
O protocolo, 1862.
Quase ministro, 1863.
Os deuses de casaca, 1865.
Tu, só tu, puro amor, 1881.


Algumas obras póstumas
Crítica, 1910.
Teatro coligido, 1910.
Outras relíquias, 1921.
Correspondência, 1932.
A semana, 1914/1937.
Páginas escolhidas, 1921.
Novas relíquias, 1932.
Crônicas, 1937.
Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.
Crítica literária, 1937.
Crítica teatral, 1937.
Histórias românticas, 1937.
Páginas esquecidas, 1939.
Casa velha, 1944.
Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.
Crônicas de Lélio, 1958.
Conto de escola, 2002.
Antologias
Obras completas (31 volumes), 1936.
Contos e crônicas, 1958.
Contos esparsos, 1966.
Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998
Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.

Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.

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Domingo Na Usina: Biografias:Antonio Carlos Callado:



Nasceu em Niterói (RJ), no dia 26 de janeiro de 1917. Jornalista, romancista, biógrafo teatrólogo e bacharel em Direito, começou a trabalhar, como repórter e cronista, em O Correio da Manhã. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, foi contratado pela BBC de Londres como redator, lá trabalhando até maio de 1947. Trabalhou também, nesse período, no serviço brasileiro da Radio-Diffusion Française, em Paris. De volta ao Brasil, voltou a seu antigo emprego e  passou a colaborar com o jornal O Globo. Em 1960, deixou o Correio da Manhã e foi cuidar do lançamento, no Brasil, da Enciclopédia Barsa. Após 1963, foi redator do Jornal do Brasil, que o enviou, em 1968, ao Vietnã em guerra. Em 1974 esteve como Visiting Scholar em Corpus Christi College, Universidade de Cambridge, Inglaterra. Passou o segundo semestre de 1981 lecionando, como Visiting Professor, na Columbia University, Nova York. Aposentou-se como jornalista em 1975, mas continuou a colaborar na imprensa. Em abril de 1992 tornou-se colunista da Folha de S. Paulo.

Além das atividades jornalísticas, dedicou-se sempre à literatura. Após seus dois primeiros romances, Assunção de Salviano (1954) e A madona de cedro (1957), nos quais persiste uma nítida preocupação religiosa a informar e até mesmo a condicionar o transcurso da aventura e a temática, Callado se encontra com os principais temas de sua obra através do jornalismo, e escreve livros de reportagem e obras literárias engajadas com as grandes questões de seu tempo. Entre os mais importantes, estão Quarup (1967), Bar Don Juan (1971), Reflexos do baile (1976), Sempreviva (1981), que apresentam um retrato do Brasil durante o regime militar, do ponto de vista dos opositores. Seu engajamento lhe custou duas prisões: uma em 1964, logo após o golpe militar, e outra em 1968, após o fechamento do Congresso com o AI-5.

Teatrólogo, reuniu quatro de suas peças no volume A Revolta da Cachaça, em 1983. Uma delas, Pedro Mico, encenada em muitas ocasiões, foi transformada em filme que teve como ator principal o ex-jogador de futebol Pelé. Em março de 1987 participou, em Paris, do Salon du Livre, a convite do Ministério da Cultura da França. Em novembro de 1990 representou o Brasil na semana “De Gaulle en son siècle”, comemorativa do centenário do General Charles de Gaulle.

Em 1958 recebeu, na Embaixada da Itália no Rio de Janeiro, a medalha da Ordem do Mérito da República Italiana. Em 1982 foi à Alemanha, como vencedor do Prêmio Goethe, do Goethe Institut do Rio de Janeiro, com o romance Sempreviva. Em setembro de 1985 recebeu, pelo conjunto de suas obras, o Prêmio Brasília de Literatura, da Fundação Cultural do Distrito Federal. Em outubro de 1985 recebeu, na Embaixada da França em Brasília, a Medalha das Artes e das Letras, das mãos do Ministro da Cultura Jack Lang; em maio de 1986, o prêmio Golfinho de Ouro, de Literatura, outorgado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro; em 1989, o troféu Juca Pato, da União Brasileira dos Escritores, por ter sido eleito “Intelectual do Ano”.

Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 17 de março de 1994, Cadeira n. 8, na sucessão de Austregésilo de Athayde, foi recebido em 12 de julho de 1994 pelo acadêmico Antonio Houaiss.

Era membro da The Corpus Association, do Corpus Christi College, Cambridge (Inglaterra).

Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 28 de janeiro de 1997.

Principais obras:

Esqueleto na lagoa Verde, reportagem (1953);

A assunção de Salviano, romance (1954);

A cidade assassinada, teatro (1954);

Frankel, teatro (1955);

A madona de cedro, romance (1957);

Retrato de Portinari, biografia (1957);

Pedro Mico, teatro (1957);

Colar de coral, teatro (1957);

Os industriais da seca, reportagem (1960);

O tesouro de Chica da Silva, teatro (1962);

Forró no engenho cananéia, teatro (1964);

Tempo de Arraes, reportagem (1965);

Quarup, romance (1967);

Vietnã do Norte, reportagem (1969);

Bar Don Juan, romance (1971);

Reflexos do baile, romance (1976);

Sempreviva, romance (1981);

A expedição Montaigne, romance (1982);

A revolta da cachaça, teatro, reunião de 4 peças (1983);

Entre o deus e a vasilha, reportagem (1985);

Concerto carioca, romance (1985);

Memórias de Aldenham House, romance (1989);


O homem cordial e outras histórias, contos (1993).

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