quinta-feira, 4 de julho de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Fernando Pessoa:Tudo quanto penso:



Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.

Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.

Poesia De Quinta Na Usina: Florbela Espanca: CRAVOS VERMELHOS:



Bocas rubras de chama a palpitar, Onde fostes buscar a cor, o tom, Esse perfume doido a esvoaçar, Esse perfume capitoso e bom?!
Sois volúpias em flor! Ó gargalhadas Doidas de luz, ó almas feitas risos! Donde vem essa cor, ó desvairadas, Lindas flores d´esculturais sorrisos?!
...Bem sei vosso segredo...Um rouxinol Que vos viu nascer, ó flores do mal Disse-me agora: "Uma manhã, o sol,

O sol vermelho e quente como estriga De fogo, o sol do céu de Portugal Beijou a boca a uma rapariga..."

Poesia De Quinta Na Usina: Mário Quintana: Esses eternos deuses...: PARA LIANE DOS SANTOS:



Os deuses não sabem apanhar o momento esvoaçante como quem aprisiona um besouro na mão,
 não sabem o contacto delicioso, inquietante do que - só uma vez! - os dedos reterão...
 Em sua pobre eternidade, os deuses desconhecem o preço único do instante... e esse despertar, ainda palpitante,
de quem cortasse em meio um sonho vão. No entanto a vida não é sonho... Não: aberta numa flor ou na polpa de um fruto, a vida aí está, eterna: nossa mão
é que dispõe apenas de um minuto. E todos os encontros são adeuses...

(Como riem, meu pobre amor... Como riem, de nós, [esses eternos deuses!)

Poesia De quinta Na Usina: Fernando Pessoa:


Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo:Dinheiro:




O dinheiro é como o tempo.
Vai-se rápido e não volta mais.
Imprescindível para quase tudo

Mas se não for tratado
Com seu devido valor
Pode deixar seqüelas
Irremediáveis para todo o sempre

Da sua breve existência...


Conteúdo do livro:



















Editora: www.biblioteca24x7.com.br

Poesia de Quinta Na Usina: D'Araújo: DONZELAS FORMOSAS:



António D'Araújo

A morte é serena e calma.
Ela se veste de donzela formosa nas noites frias
da alma, para levar consigo os corpos, de quem
nem sabiam que vida tinham.

D'Araújo