segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Dante aliguieri: A Divina Comédia: Inferno:


 
“Quando tomares ao saudoso mundo, De mim aviva aos meus o pensamento...
90 Não mais: volto ao silêncio meu profundo” —
Os olhos que não tinham movimento, Torcendo fita em mim; já curva a frente
93 E cai entre os mais cegos num momento.
E disse, o Vate: “Em sono permanente Hão de aguardar a angélica chamada,
96 Quando os julgar severo o Onipotente.
“Cad'um, a triste sepultura achada, Ressurgindo na carne e na figura,
99 Voz ouvirá pra sempre reboada”. —
A passo lento assim pela mistura
Das sombras e da chuva caminhando,
102 Falávamos da vida, que é futura.
— “Mestre” — lhe disse então — “irá medrando Depois da grã sentença esse tormento?
105 Igual pungir terá? Será mais brando?” —
— “Do teu saber recorre ao documento: Verás que ao ente quando mais se eleva
108 Do bem, da dor mais cresce o sentimento.
“Bem que esta raça condenada à treva Jamais da perfeição se eleve à altura
111 Ressurgindo, há de ter pena mais seva”. —
Perlustramos do círculo a cintura, De cousas praticando que não digo,
Té descer um degrau na estância escura.
115 Ali'stá Pluto, o nosso grande imigo.

Insõnias D'Araújo:

 



Mulheres, às vezes...

Toda mulher, além de sua beleza e alma bela, sempre

traz nela um provocador valor agregado.

O olhar.

A boca.

O cabelo.

O cheiro.

O sabor.

A fala.

O caminhar.

O fervor que do seu corpo exala....

Conteúdo do livro:.


Crônicas de Segunda na Usina: O NORDESTE / Enciclopédia Nordeste / Aluísio Azevedo:



O NORDESTE / Enciclopédia Nordeste / Aluísio Azevedo

 
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Aluísio Azevedo 


Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu na cidade de São Luís, capital do Maranhão, em 14 de abril de 1857, filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e Emília Amália Pinto de Magalhães. 
Fez os cursos preparatórios na sua cidade natal e trabalhou no comércio como caixeiro e guarda-livros. 
Com vocação para o desenho e a pintura, em 1876, resolveu juntar-se ao seu irmão Arthur Azevedo, no Rio de Janeiro, onde matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. 
Para conseguir se manter fazia caricaturas para diversos jornais como O Fígaro, O Mequetrefe, Semana Ilustrada e Zig-Zag. 
Em 1878, por causa da morte repentina do pai, foi obrigado a regressar a São Luís para cuidar da família, passando a escrever para jornais locais. 
Foi um dos fundadores e colaborador assíduo do jornal anticlerical e abolicionista O Pensador, periódico trimensal (publicado nos dias 10, 20 e 30 de cada mês), que se intitulava órgão dos interesses da sociedade moderna e era redigido por jovens sob pseudônimos. Colaborou também com o jornal Pacotilha, lançado por seus cunhados Libânio Vale e Vítor Lobato.

Iniciou a carreira de escritor com o romance Uma lágrima de mulher (1879), seguido de O mulato, um dos seus livros mais famosos, publicado em São Luís, na Tipografia de O País, em 1881. O livro escandalizou a sociedade maranhense pela linguagem crua e por tratar do preconceito racial, mas com ele o autor ganhou projeção nacional. No Rio de Janeiro, a obra foi muito bem recebida, sendo considerada como um exemplo do Naturalismo, escola literária que se baseava na fiel observação da realidade e na experiência.

Em setembro de 1881, Aluísio voltou ao Rio de Janeiro. Resolvido a ganhar e ganhar a vida como escritor, dedicou-se ao trabalho jornalístico e literário, passando a publicar seus romances nos folhetins dos jornais. 

No período de 1882 a 1895, publicou sem interrupção romances, contos, crônica e peças de teatro, essas últimas em parceria com seu irmão Arthur e Emílio Rouède. Com esse último, desenvolveu uma grande amizade e cooperação intelectual, escrevendo em conjunto cinco comédias: Venenos que curam, O caboclo, Um caso de adultério, Lições para maridos e Em flagrante delito. 
Membro da Academia Brasileira de Letras e fundador da cadeira nº 4, Aluisio de Azevedo gostava de abordar na sua obra os problemas sociais urbanos, com suas contradições econômicas, raciais e éticas. 
Entre as suas principais obras podem ser destacadas: Uma Lágrima de Mulher (1879); Os doidos (comédia em colaboração com Arthur Azevedo, 1879); O Mulato (1881); Memórias de um condenado (1882); Flor-de-lis (opereta) e Casa de Orates (comédias, ambas em mparceria com Arthur Azevedo, 1882); Mistérios da Tijuca (1883); Casa de Pensão (1884); Filomena Borges (1884); Venenos que curam (1886); O Caboclo (1886); O homem (1887); Fritzmark (1988); O Coruja (1889); O cortiço (1890); A República (1890); Um caso de adultério (1891); Em flagrante (1891); A mortalha de Alzira (1893); Demônios (contos, 1893); Livro de uma sogra (1895); Pegados (1897). Deixou inédito, um livro com impressões sobre o Japão, intitulado Agonia de uma raça. Em 1938, foram reunidas algumas de suas crônicas e correspondências, e publicadas pela F. Briguiet (Rio de Janeiro), o livro O touro negro. 
Sem conseguir sobreviver só como escritor, em 1895, fez concurso para cônsul e ingressou na carreira diplomática. Serviu em Vigo, na Espanha, Nápoles, na Itália, Tóquio, Assunção, no Paraguai e Buenos Aires, onde passou a viver na companhia da argentina Pastora Luquez e de seus dois filhos, Pastor e Zulema, que foram por ele adotados. 
Morreu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de janeiro de 1913, onde foi sepultado. 
Seis anos depois, em 1919, seus restos mortais foram levados, em urna funerária para São Luís, por iniciativa do seu conterrâneo o escritor Coelho Neto (Henrique Maximiano). 

Recife, 30 julho de 2010. 

FONTES CONSULTADAS: 
ALUÍSIO de Azevedo (foto). Desponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/biografia-aluizio-azevedo/imagens/aluisio-de-azevedo-3.jpg >. Acesso em: 11 ago.2010. 
BIOGRAFIA fundador. Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=101&sid=106>. Acesso em: 28 jul.2010. 
BIOGRAFIAS: Aluísio de Azevedo (1857-1913). Disponível em:<http://www.e-biografias.net/biografias/aluisio_azevedo.php>. Acesso em: 29 jul. 2010. 
MIGUEL-PEREIRA, Lucia. História de literatura brasileira. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1957. (Documentos brasileiros, 63) 
MONTELLO, Josué. Aluísio Azevedo e a polêmica d'O Mulato. Rio de Janeiro: J. Olympio; Brasília, DF: INL, 1975. (Documentos brasileiros, 167). 
VERISSIMO, José. História da literatura Brasileira: de Bento Teixeira (1601) a Machado de Assis (1908). Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1916. 
COMO CITAR ESTE TEXTO: 
Fonte: GASPAR, Lúcia. Aluísio de Azevedo. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. 
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Aluísio Azevedo (A. Tancredo Gonçalves de A.), caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913. É o fundador da Cadeira n. 4 da Academia Brasileira de Letras. 
Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de d. Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço do comediógrafo Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um rico e ríspido comerciante português. O temperamento brutal do marido determinou o fim do casamento. Emília refugiou-se em casa de amigos, até conhecer o vice-cônsul de Portugal, o jovem viúvo David. Os dois passaram a viver juntos, sem contraírem segundas núpcias, o que à época foi considerado um escândalo na sociedade maranhense. 
Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se, fazia caricaturas para os jornais da época, como O Figaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses "bonecos" que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances. 
A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís, para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do romance Uma lágrima de mulher, típico dramalhão romântico. Ajuda a lançar e colabora com o jornal anticlerical O Pensador, que defendia a abolição da escravatura, enquanto os padres mostravam-se contrários a ela. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense, não só pela crua linguagem naturalista, mas sobretudo pelo assunto de que tratava: o preconceito racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de Naturalismo, e Aluísio pôde fazer o caminho de volta para o Rio de Janeiro, embarcando em 7 de setembro de 1881, decidido a ganhar a vida como escritor. 
Quase todos os jornais da época tinham folhetins, e foi num deles que Aluísio passou a publicar seus romances. A princípio, eram obras menores, escritas apenas para garantir a sobrevivência. Depois, surgiu nova preocupação no universo de Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). De 1882 a 1895 escreveu sem interrupção romances, contos e crônicas, além de peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède. 
Em 1895 encerrou a carreira de romancista e ingressou na diplomacia. O primeiro posto foi em Vigo, na Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Passara a viver em companhia de D. Pastora Luquez, de nacionalidade argentina, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, que Aluísio adotou. Em 1910, foi nomeado cônsul de 1a classe, sendo removido para Assunção. Depois foi para Buenos Aires, seu último posto. Ali faleceu, aos 56 anos. Foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado definitivamente. 
Obras
Uma lágrima de mulher, romance de estréia (1880); O mulato, romance (1881); Mistério da Tijuca, romance (1882; reeditado: Girândola de amores); Memórias de um condenado (1882; reeditado: A condessa Vésper); Casa de pensão, romance (1884); Filomena Borges, romance (publicado em folhetins na Gazeta de Notícias, 1884); O homem, romance (1887); O coruja, romance (1890); O cortiço, romance (1890); Demônios, contos (1895); A mortalha de Alzira, romance (1894); Livro de uma sogra, romance (1895).
Fonte: Biblio

Crônicas De Segunda Na Usina: Mercado Editorial:Editora:Lote 42:



Nesse sentido, a Lote 42 age como uma amplificadora do debate gerado pelo livro. Apostamos no leitor. É ele quem determina o caminho a ser seguido para a obra crescer - seja solicitando a realização de uma conversa por e-mail com outras pessoas que também desfrutaram da obra ou até mesmo em videoconferência com os escritores.

A Lote 42 entende a web como uma poderosa aliada para disseminar a cultura, respeitando os preceitos dos bons livros impressos.

Acreditamos que o leitor é quem deve decidir a melhor maneira de aproveitar sua leitura. Os assuntos que nos comprometemos em apresentar ao público atenderão demandas contemporâneas da sociedade, mas sem deixar de lado um tratamento cuidadoso, sempre sustentado pela tese de que o texto precisa ir além do tempo real.


A Lote 42 responde às demandas de um público que cada vez mais exige qualidade de reflexão. A Lote 42 tem como propósito editorial pensar a sociedade em que vivemos, demarcar e estender nossos papéis sociais e políticos, transformar o estado passivo da matéria que insiste em inércia, proporcionar o acesso à reflexão e à imaginação.


Fonte de origem:

Crônicas De Segunda Na Usina:Pensamentos inúteis:d'Araújo:



Até onde esse puteiro à Céu aberto no qual transformaram a nossa sofrida Pátria vai aguentar essa Guerra política.
Primeiro eles se engalfinharam dentro da própria casa, nos terreiros de Brasília, depois o braço forte de cada partido se digladiaram nos presídios, agora os traidores das industrias estão em guerra pela fatia maior do mercado.
Estamos em uma terra de abutres, todos esperam a carniça alheia cheirar mal para que eles puxem cada um o seu pedaço.
Até quando os homens de bem desta pobre pátria vão assistir de braços cruzados a este mar de lama se espalhando, ou será que não sobrou uma só alma politica nesta pátria que se possa confiar.
E pensar que um dia acreditei que meus filhos viveriam em uma pátria livre e democrática.
e nestes eternos anos de luta, tudo que conquistamos, foi direito de morrer gritando, nos amontoados corredores da saúde publica.
Só espero que pelo menos meus netos alcance uma pátria com um pouco mais de bom senso, e uma pitada de senso crítico, que é tudo que precisamos para mudar o mundo.

Por enquanto continuo assim lendo o caderno de política em um lugar adequado.

Crõnicas de Segunda na Usina: Auridan Dantas: AMAMENTACÃO :



Todos sabem da importância do aleitamento materno. Esta pa- ciente, porém, relutava em deixar de amamentar a criança com mais dois anos.

Gastei todo o meu “latim”, explicando que com essa idade, o leite materno já não tinha o mesmo valor nutricional     do início e que o menino necessitava conhecer outros alimen-  tos sólidos, a mastigação, o estímulo à musculatura facial e os diversos sabores.

Ela ouvia tudo calada, olhando pra mim, mas com jeito de quem estava dizendo: só faço se quiser. Tudo bem, desem- penhei meu papel.


 

Na próxima visita, eu lhe perguntei: e  aí,  mãe,  conse- guiu ir desmamando? Ela olhou para mim, bem séria e ríspida, levantou-se e me disse: os peitos é meu e ele vai mamar  até quando ele quiser. Se ele entender que só deve deixar quando      for servir ao Exército, assim será. Eu disse: ok, não me procure  mais para falar sobre alimentação desse menor.

Pode???