quinta-feira, 21 de maio de 2020

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: Geraldo Bernardo: BOM DIA:


Nos escombros do passado
foi encontrado certo vulto
que jaz, mas, ainda insepulto
faz o presente empestado.
Por ter sido violado,
a morbidez contagia
espalha o medo, a agonia.
Se o tocam viram zumbis,
vagam no vale infeliz,
onde não existe bom dia.

Porém, não há de prosperar
esta infâmia sobre a terra,
pois: o mal no mal se encerra.
Os tambores vão rufar,
no compasso vão marchar
exércitos da alegria.
Empunhando a poesia
que da natureza emana
pra salvar a saga humana,
nascerá novo bom dia.

Texto e imagem: Geraldo Bernardo.

Sexta Na Usina: Poetas da rede: Dione Machado:


Neste mundo de perdição
Inté parece provação
De tanta tentação

Eu no meu caminho de redenção
E me aparece teus zoinho
Brioso e espichado
Eita! que gosto um bocado

Pra num fazê de mal agrado
Sem tê que ficá individado
Num me faço de rogado

Dou começo nas oração
pensando nos zoinho/tentação
Pagando todos os meu pecado
Que sei que serei condenado.

[ TEUS ZOINHO/TENTAÇÃO ]

D' ablo

Sexta Na Usina: Poetas da Rede: Augusto Molarinho de Andrade: O MELRO DOS MEUS ENCANTOS!!!!:


Tenho um melro no quintal
Que sabendo ser bem vindo
Oferece-me um recital
Com seu trinado tão lindo

É visita frequente
Vistoso mas descarado
Já não se afasta da gente
Foi por todos adoptado

Pendurado na nespereira
Vai os frutos debicando
Em sua pose altaneira
Sem pressas vai desfrutando

Se os frutos tombam ao chão
Nem mesmo assim os desleixa
Aproveita até mais não
Só os caroços lhes deixa

É negro como o carvão
De longo bico amarelo
Ao vê-lo saltar no chão
Parece ainda mais belo

Se acaso o engaiolasse
Logo perdia o fulgor
Talvez de mágoa deixasse
Esse canto sedutor

É de todos este melro
Pois conserva a liberdade
Fez do quintal seu castelo
Pra cantar com à vontade

Às vezes quando não vem
Fico triste a matutar
Que será que o bicho tem?
Será que não vai voltar?

Este pássaro amistoso
É fiel e agradecido
Por ser tão belo e vaidoso
Tem de ser bem protegido!

‘’Alentejano e Poeta’’
Augusto Molarinho de Andrade
Copyrights-All rights reserved
12 de Maio de 2020

Sexta Na Usina: Poetas da Rede:João Batista De Melo:


Pensei ter o mundo em minhas mãos
Controlar sentimentos, desejos, anseios
Utopias alcançadas
Ilusões alcançadas
Histórias marcadas e passadas

Pensei ter o relógio do tempo
Os ponteiros em alento
Ser distante de toda dubiedade
Era dono da minha verdade
Fantástica piedade

Pensei ter toda felicidade do mundo
Planos infalíveis
Tinha as linhas das parcas
Tinha o olho do ciclope
A força do centauro
E tinha em mãos o meu amor
Mas da mão escapou
O mundo desabou
Ilusão que voou

JBMN