quarta-feira, 29 de junho de 2022
Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:
Pra não ficar feio, vai encontrando um meio de
melhorar este prato feio e bem barato.
Com ginga de artista ele cai na pista, levando o
povo pro lado de lá, no segundo andar.
Onde a queda é maior, mais a vista é melhor.
O que é que eu posso fazer pra você entender,
que tem que crescer, sem depender do que vão dizer.
Se você se abala com o que os outros falam no
quarto ou na sala de jantar, nunca vai mudar.
Se não fizer o que tem que ser feito, sempre haverá
defeito em tudo que há.
E se quiser mudar, vai ter que ter muito peito e
talvez seja feito de qualquer jeito, sem você mandar.
É bom que se adiante, antes que lhe jantem pra
comemorar....
Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:
Longe dos holofotes da perdição,
vamos alinhavando a possibilidade de vivermos
sem a eterna obrigação de chegar a lugar
nenhum, que não seja a felicidade plena...
Poesia de Quinta na Usina; Paulo Leminsk:
que isso aconteça ilusão
igual a essa eu despeço você
da minha peça.
Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:
e terminar minha livre-docência vou fazer
de virar um pilar da sociedade e terminar meu curso de direito
então ver tudo em sã consciência quando acabar esta adolescência
Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:
Em atitudes e em ritmos fleugmáticos,
Em ti andam bailando os meus sentidos...
E os meus olhos serenos, enigmáticos
São letras de poemas nunca lidos...
As magnólias abertas dos meus dedos
Que pecados d´amor trazem de rastros...
E a minha boca, a rútila manhã,
A rir desfolha as pétalas dos astros!...
Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:
OS MEUS VERSOS
Rasga esses
versos que eu te fiz, amor! Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento, Que a
cinza os cubra, que os arraste o vento, Que a tempestade os leve aonde for!
Rasga-os na
mente, se os souberes de cor, Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo
orgulho ainda sou maior!... Tanto verso já disse o que eu sonhei! Tantos
penaram já o que eu penei!
Asas que
passam, todo o mundo as sente... Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...
Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:
O MAIOR BEM
Este
querer-te bem sem me quereres, Este sofrer por ti constantemente, Andar atrás
de ti sem tu me veres Faria piedade a toda a
gente.
Mesmo a beijar-me a tua boca mente... Quantos sangrentos beijos de
mulheres Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...
Mas que me
importa a mim que me não queiras, Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo, Do teu frio desamor, dos teus
desdéns, É, na vida, o mais alto dos meus bens? É tudo quanto eu tenho neste mundo?