quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:



Amanhecer nordestino
Com as eternas cicatrizes do ontem,
e as incertezas do amanhã, vamos
construindo trilhas de sonhos de um hoje.
A ferro e fogo.

Conteúdo do Livro:


Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:



Inútil

Nada além dos fatos ao meu redor, para que
eu possa constatar, a fútil e inútil burrice humana.

Conteúdo do Livro:



Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:


Socialismo

Socialismo não é tirar de um para servir
a outro.
Socialismo é o direito de acesso à todos ao
mesmo grau de intelectualidade e bens de
consumo.

Conteúdo do Livro:





Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:



36.

"São as pessoas que habitualmente me cercam, são as almas que, desconhecendo-me, todos os dias me conhecem com o convívio e a fala, que me põem na garganta do espírito o nó salivar do desgosto físico. É a sordidez monótona da sua vida, paralela à exterioridade da minha, é a sua consciência íntima de serem meus semelhantes, que me veste o traje de forçado, me dá a cela de penitenciário, me faz apócrifo e mendigo."

Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:


29.

"Tinha-me levantado cedo e tardava em preparar-me para existir."
"Era a ocasião de estar alegre. Mas pesava-me qualquer coisa, uma ânsia desconhecida, um desejo sem definição, nem até reles. Tardava-me, talvez, a sensação de estar vivo. E quanto me debrucei da janela altíssima, sobre a rua para onde olhei sem vê-la, senti-me de repente um daqueles trapos húmidos de limpar coisas sujas, que se levam para a janela para secar, mas se esquecem, enrodilhados, no parapeito que mancham lentamentamente."


Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:


 

14.

 "Tenho fome da extensão do tempo, e quero ser eu sem condiç


24.

"Uns governam o mundo, outros são o mundo."

* * *

25.

"Há em olhos humanos, ainda que litográficos, uma coisa terrível: o aviso inevitável da consciência, o grito clandestino de haver alma."

"Sinto um frio de doença súbita na alma"

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:



XCV

“Morta!” – Sim! – “Ah! senhor! se arrependido 
Posso alcançar perdão, se com meus prantos, 
Posso apiedar-lhe o coração ferido
Por tanta mágoa e longos desencantos;
Se este infante, entre lágrimas nascido,
Pode influir-me os seus afetos santos...
É meu filho, não é? perdão lhe imploro! 
Veja, senhor! eu sofro, eu creio, eu choro”.

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:




XCVI

Olha-o com frio orgulho o velho honrado;
Depois, fugindo aquela CENA estranha,
Entra em casa. O poeta, acabrunhado,
Sobe outra vez a encosta da montanha;
Ao cimo chega, e desce o oposto lado
Que a vaga azul entre soluços banha.
Como fria ironia a tantas mágoas,
Batia o sol de chapa sobre as águas.

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:




XCVII

Pouco tempo depois ouviu-se um grito,
Som de um corpo nas águas resvalado;
À flor das vagas veio um corpo aflito...
Depois... o sol tranqüilo e o mar calado. 
Depois...Aqui termina o manuscrito, 
Que me legou antigo deputado,
Homem de alma de ferro, e olhar sinistro,
Que morreu velho e nunca foi ministro.
É um velho país, de luz e sombras, 
Onde o dia traz o pranto, e a noite a cisma;
Um país de orações e de blasfêmia, 
Nele a crença na dúvida se abisma.
Aí mal nasce(*) a flor o verme corta,
O mar é um escarcéu, e o sol sombrio;
Se a ventura num sonho transparece
A sufoca em seus braços o fastio.
Quando o amor, qual esfinge indecifrável,
Aí vai a bramir, perdido o siso...
Às vezes ri alegre, e outras vezes
É um triste soluço esse sorriso...
Vive-se nesse país (**) com a mágoa e o riso;
Quem dele se ausentou treme e maldiz;
Mas aí, eu nele passo a mocidade,
Pois é meu coração esse país!
– No original está narce.
– No original consta e país.