domingo, 17 de março de 2019

Domingo Na Usina: Biografias: Gilberto Freyre:





(1900-1987) foi um sociólogo, historiador e ensaísta brasileiro. Autor de "Casa Grande & Senzala" que é considerada, a obra mais representativa sobre a formação da sociedade brasileira. Recebeu o Prêmio Internacional La Madonnina, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, a Grã-cruz de Santiago de Compostela, entre outros.
Gilberto Freyre (1900-1987) nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 15 de março de 1900. Filho do professor Alfredo Freyre e de Francisca de Melo Freyre. Teve como professor particular o inglês Williams. Com o pai, aprendeu latim e português. Estudou no Colégio Americano Batista, no Recife, onde se bacharelou em Letras, sendo o orador da turma. Aos 17 anos, foi para os Estados Unidos como bolsista, fixando-se no Texas, onde ingressou na Universidade de Baylor. Estudou artes liberais no nível de graduação e especializou-se em política e sociologia.
Fez sua pós-graduação, na Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, obtendo o grau de mestre com o trabalho "Vida Social no Brasil em Meados do século XIX", orientado pelo antropólogo Franz Boas, radicado nos Estados Unidos, de quem recebeu grande influência intelectual.
Viajou para a Europa, visitando vários países, completando sua formação acadêmica. No período que ficou no exterior, escrevia artigos para o jornal Diário de Pernambuco, sobre livros e temas diversos. O hábito de escrever em jornais perdurou pela vida toda.
De volta ao Recife, se integrou a sociedade local, despertando grande interesse pelos problemas regionais. Organizou para o Diário de Pernambuco, o Livro do Nordeste, com a colaboração de diversas personalidades, com textos de história, literatura, artes e tradições regionais.
Em 1926, no governo de Estácio Coimbra, foi nomeado secretário particular e encarregado do jornal oficioso A Província. Foi professor de Sociologia da Escola Normal. Pela primeira vez se ministrava regularmente essa disciplina numa escola no Brasil. Com a Revolução de 30, acompanhou o governador ao exílio, em Portugal e depois viajou pela Europa e Estados Unidos, ministrando aulas, como visitante, em diversas universidades.
De volta ao Recife, foi convidado pelo reitor da Universidade do Distrito Federal, o educador baiano Anísio Teixeira, para lecionar Sociologia. Tornou-se também técnico do serviço do Patrimônio Histórico Nacional.
Entre 1933 e 1937 escreveu três livros voltados para o problema da formação da sociedade patriarcal no Brasil: "Casa Grande & Senzala", "Sobrados e Mucambos" e "Nordeste". Nesse desenvolve teses geográficas, sendo considerado o pioneiro da ecologia.
Na década de 40, Gilberto entra em confronto com o Governador Agamenon Magalhães, chegando a ser preso pela polícia da ditadura. Nas eleições de 2 de dezembro de 1945, foi eleito à Assembleia Constituinte, participando da elaboração da Constituição de 1946. Nela atuou nos setores ligados à ordem social e à cultura, tendo depois reunido seus discursos no livro "Quase Política".
Gilberto Freire permaneceu na Câmara e apresentou seu projeto para criação do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, órgão que deveria se dedicar ao estudo e à realização de pesquisas sobre as condições de vida do trabalhador rural do Nordeste. Esse Instituto foi depois transformado em Fundação Joaquim Nabuco.
Em 1949, voltou ao Recife e de sua casa no bairro de Apipucos, hoje Fundação Gilberto Freire, continuou a pesquisar, escrever e participar de seminários. Realizou frequentes viagens a convite de diversas instituições. Sua viagem à Índia e à África Portuguesa, resultou no livro "Aventura e Rotina".
Gilberto Freyre ganhou diversos prêmios e condecorações no Brasil e exterior. O Prêmio Anisfield-Wolf, USA, (1957), Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (conjunto de obras, em 1962), Prêmio Internacional La Madonnina, Itália (1969), "Sir - Cavaleiro Comandante do Império Britânico", distinção conferida pela Rainha da Inglaterra, (1971) Grã-cruz de D. Alfonso, El Sábio, Espanha, (1983).
Gilberto de Melo Freyre morreu no Recife, no dia 18 de julho de 1987.

Obras de Gilberto Freyre

Casa Grande e Senzala, 1933

Guia Prático, Heroico e Sentimental da Cidade do Recife, 1934

Sobrados e Mucambos, 1936
Nordeste: Aspectos da Influência da Cana, 1937
Açúcar, 1939
Olinda, 1939
O Mundo Que o Português Criou, 1940
A história de Um Engenho Francês no Brasil, 1941
Problemas Brasileiros de Antropologia, 1943
Sociologia, 1945
Interpretação do Brasil, 1947
Ingleses no Brasil, 1948
Aventura e Rotina, 1953
Ordem e Progresso, 1957
O Recife Sim, Recife Não, 1960
Os Escravos nos Anúncios de Jornais Brasileiros do séc. XIX, 1963
Vida Social no Brasil nos Meados do séc. XIX, 1964
Brasis, Brasil, e Brasília, 1968
O Brasileiro entre os Outros Hispanos, 1975
Homens, Engenharias e Rumos Sociais, 1987.


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Domingo Na Usina: Biografias: Euclides da Cunha:


 (1866-1909) foi, jornalista, professor, poeta e escritor brasileiro, autor da obra "Os Sertões". Foi enviado como correspondente ao sertão da Bahia, pelo jornal O Estado de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos. Seu livro "Os Sertões", narra e analisa os acontecimentos da guerra. Foi eleito em 21 de setembro de 1903 para a cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras.
Euclides da Cunha (1866-1909) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866. Filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudósia Alves Moreira da Cunha. Ficou órfão de mãe aos três anos de idade, foi educado pelos tios e avós. Com 19 anos, ingressou na Escola Politécnica onde cursou um ano de Engenharia Civil. Matricula-se na Escola Militar da Praia Vermelha. Escrevia para a revista da escola, "A Família Acadêmica". Expulso da Academia, por afrontar o Ministro da Guerra do Império, vai para São Paulo e em 1889 publica no jornal O Estado de São Paulo, uma série de artigos onde defendia ideais republicanos.
Depois de Proclamada a República, Euclides da Cunha volta para o Rio de Janeiro e retorna ao Exército. Cursa de 1890 a 1892, a Escola Superior de Guerra, formando-se em Engenharia Militar e bacharelando-se em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Casa-se com Ana Sólon Ribero. Em 1893, vai para São Paulo trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil. Foi chamado para servir à Diretoria de Obras Militares, na época da Revolta da Armada, que pretendia derrubar o governo de Floriano Peixoto.
Euclides da Cunha afasta-se do Exército, em 1896. Passa a trabalhar em São Paulo como superintendente de obras. Volta a colaborar para o jornal o Estado de São Paulo. Em agosto de 1897, foi convidado pelo jornalista Júlio de Mesquita para testemunhar as operações do Exército na Guerra de Canudos, no sertão baiano. Suas mensagens eram transmitidas por telégrafo, para o jornal paulista. Permaneceu no local até outubro do mesmo ano.
Ao regressar de Canudos, vai para São José do Rio Pardo, em São Paulo, para administrar a construção uma ponte. Escreve o livro que o consagraria no panorama cultural brasileiro, "Os Sertões". A obra foi publicada em 1902, cinco anos depois do término da Guerra. Euclides relata não só o que presenciou na guerra mas explica o fenômeno cientificamente. Em 1903 é aclamado membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e é eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Volta a exercer a função de engenheiro civil em São Paulo, Santos e São José do Rio Preto, seguindo depois para o Amazonas, como chefe da Comissão Brasileira do Alto Purus, para o reconhecimento de fronteiras. Vai para o Rio de Janeiro e presta concurso para a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II, em 1909. No dia 15 de agosto, por questões de honra, numa troca de tiros, é assassinado.
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha morre no Rio de Janeiro, no dia 15 de agosto de 1909.

Obras de Euclides da Cunha

Os Sertões, 1902

Contrastes e Confrontos, 1906

Peru Versus Bolívia, 1907
Castro Alves e o Seu Tempo, 1908
A Margem da História, 1909.


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Domingo Na Usina: Biografias: Jorge de Lima:



(1895-1953) foi poeta brasileiro. Fez parte do Segundo Tempo Modernista. É autor de vasta obra poética, que oscila entre o formalismo, o misticismo e as recordações da infância e a figura do negro.
Jorge de Lima (1895-1953) nasceu em União dos Palmares, Alagoas, no dia 23 de abril de 1893. Filho de senhor de engenho, mudou-se para Maceió, em 1902. Estudou no Colégio Diocesano de Alagoas. Com apenas 17 anos, escreveu o poema "Acendedor de Lampiões". Estuda Medicina no Rio de Janeiro. Em 1914 publica "XIV Versos Alexandrinos", que foi sua estréia no mundo literário. Em 1919, retorna a Maceió, onde exerce a profissão e dedica-se à política.
A carreira poética de Jorge de Lima foi múltipla, iniciou-se no Movimento Parnasiano, e no final da década de 20 acercou-se de técnicas do Modernismo, em especial do verso livre. Reuniu as várias fases em seu poema, a epopeia barroco-surrealista "Invenção de Orfeu".
Jorge de Lima sintonizava-se com as proposições "regionalistas" de alguns intelectuais nordestinos, chefiados por Gilberto Freyre, daí a fase nordestina do poeta, caracterizada por uma produção literária focada na realidade existencial, cultural e histórica do povo do Nordeste. A valorização do misticismo nordestino o aproximou do catolicismo. Publica a biografia "Anchieta" e "O Anjo" e "Tempos de Eternidade". O autor explora também a cultura negra, em seus ritmos e costumes.
Jorge Matheos de Lima morre no Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1953.

Obras de Jorge de Lima

XIV Alexandrinos, poesia, 1914

O Mundo do Menino Impossível, poesia, 1925

Poemas, 1927
Novos Poemas, 1927
Salomão e as Mulheres, romance, 1927
Poemas Escolhidos, 1932
O Anjo, romance, 1934
Calunga, romance, 1935
Tempo e Eternidade, 1935 (em colaboração com Murilo Mendes)
Quatro Poemas Negros, 1937
A Túnica Inconsútil, poesia, 1938
A Mulher Obscura, romance, 1939
Poemas Negros, 1947
Livro de Sonetos, 1949
Guerra Dentro do Beco, romance, 1950
A Filha da Mãe D'Água, teatro
As Mãos, teatro
Ulisses, teatro
Os Retirantes, cinema
Obra Poética, 1950
Invenção de Orfeu, 1952.


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Domingo Na Usina: Biografias: Umberto Eco:



 (1932) é um escritor, professor e filósofo italiano. É o autor do romance “O Nome da Rosa”, um dos maiores sucessos literários do século XX.
Umberto Eco (1932) nasceu em Alessandria, Piemonte, Itália, no dia 5 de janeiro de 1932. Filho de Giulio Eco e Giovanna Eco. Estudou Filosofia na Universidade de Turim.
Começou a carreira de filósofo com a ajuda de Luigi Pareyson. Seus primeiros trabalhos foram dedicados ao estudo da estética medieval, especialmente sobre os textos de São Tomás de Aquino.
Umberto Eco é considerado um dos expoentes da nova narrativa italiana, iniciada por Ítalo Calvino (1923-1985). Exerce grande influência sobre os meios intelectuais internacionais ao estudar os fenômenos de comunicação ligados à cultura de massas, como histórias em quadrinhos, telenovelas e cartazes publicitários.
No livro “Obra Aberta” (1962), Umberto Eco realizou um estudo sobre a semiótica, estabelecendo as diversas interpretações que podem ocorrer ao ouvinte através da obra artística. Em 1964, publicou “Apocalípticos e Integrados”, onde avalia os efeitos da cultura de massa no mundo contemporâneo. Na obra, elaborou a tese de que os “apocalípticos" seriam aqueles que defendiam uma arte erudita contra a influência da cultura de massas, ao passo que os “integrados” defendiam a massificação de produtos culturais como consequência positiva da democratização.
Nos anos 70, passou a se dedicar ao estudo da semiótica, estabelecendo novas perspectivas sobre o assunto sob a influência de filósofos como John Locke, Kant e Peirce, abandonando as teorias semiológicas do linguista Ferdinand Saussure. Obras importantes desse período: “As Formas do Conteúdo” (1971) e o livro “Tratado Geral de Semiótica” (1975).
Na obra "O Super-Homem de Massa" (1978), o autor volta-se para a literatura popular que desde o início do século XIX produziu heróis como o Conde de Monte Cristo, Rocambole, Tarzan ou James Bond.
Em 1980 publicou "O Nome da Rosa", seu primeiro romance, que o consagrou. Ambientado em um mosteiro na Idade Média, pleno de erudição e intrigas, que foi um sucesso de vendas. Foi adaptado para o cinema em 1986. Em 1989, lançou "O Pêndulo de Foucault", que ele classifica como "um romance das ideias, sobre a relação entre razão e irracionalismo". A trama é um plano conspiratório feito um pouco por diversão que sai do controle quando os personagens passam a ser perseguidos por uma sociedade secreta que os toma por detentores de um segredo dos Cavaleiros Templários.
Em 2010, Umberto Eco lançou “O Cemitério de Praga”, na obra, o avô do protagonista é um antissemita que acredita que os maçons, os templários e a seita secreta dos Illuminati estiveram por trás da Revolução Francesa. No seu mais recente trabalho “Número Zero” (2015), o autor leva seu interesse pelas teorias conspiratórias para o ambiente da redação de um jornal de Milão, em 1992.

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Domingo Na Usina: Biografias: Donatien Alphonse François de Sade:




O Marquês de Sade (Paris, 2 de junho de 1740 — Saint-Maurice, 2 de dezembro de 1814) foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros[1] . Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.[2] [3]

Filosofia
Além de escritor e dramaturgo, foi também filósofo de ideias originais, baseadas no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas. Lido enquanto teoria filosófica, "o romance de Sade oferece um sistema de pensamento que desafia a concepção de mundo proposta pelos dois principais campos filosóficos no contexto da França pré-republicana: o religioso e o racionalista".[4] Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos - na concepção moderna do termo. Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana. Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade - como por exemplo o "Princípios da Moral e Legislação" de Jeremy Bentham- uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os "bons costumes" da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade. Em seu romance 120 Dias de Sodoma, por exemplo, nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com coprofagia, mutilações e assassinatos.

Obras de Sade
Duas personagens criadas por Sade foram suas ideias fixas durante décadas: Justine (que se materializou em várias versões do romance, ocupando muitos volumes), a ingênua defensora do bem, que sempre acaba sendo envolvida em crimes e depravações, terminando seus dias fulminada por um raio que a rompe da boca ao ânus quando ia à missa, e Juliette, sua irmã, que encarna o triunfo do mal, fazendo uma sucessão de coisas abjetas, como matar uma de suas melhores amigas lançando-a na cratera de um vulcão ou obrigar o próprio papa a fazer um discurso em defesa do crime para poder tê-la em sua cama. As orgias com o papa Pio VI em plena Igreja de São Pedro, no Vaticano, fazem parte da trama sacrílega e ultrajante do romance Juliette, com a fala do pontífice transformada em agressivo panfleto político: A Dissertação do Papa sobre o Crime. Sade tinha o costume de inserir panfletos político-filosóficos em suas obras. O panfleto Franceses, mais um Esforço se Quiserdes Ser Republicanos, que prega a total ruptura com o cristianismo, foi por ele encampado ao romance A Filosofia na Alcova (Preceptores Morais), no qual um casal de irmãos e um amigo libertino "educam" a jovem Eugénie para uma vida de libertinagem, mostrando-lhe aversão aos dogmas religiosos e costumes da época[1] .

Surrealismo e psicanálise:
Tanto o surrealismo como a psicanálise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente. Um exemplo de influência do Marquês de Sade na arte do século 20 é o cineasta espanhol Luis Buñuel, que em vários filmes faz referências explícitas a Sade: em A Idade do Ouro, por exemplo, retrata a saída de Cristo e dos libertinos do castelo das orgias de Os 120 dias de Sodoma. O sadismo também está explícito nas imagens mais surrealistas produzidas por Buñuel, como a navalha cegando o olho da mulher em O Cão Andaluz. Também há fortes referências sadianas em A Bela da Tarde e em Via Láctea, no qual aparece uma Cena em que Sade converte uma indefesa menina ao ateísmo.

A influência de Sade pode ser notada também em autores como o dramaturgo francês Jean Genet, homossexual, ladrão e presidiário, que retoma muitos dos temas do marquês, também desenvolvidos em ambientes carcerários franceses.

Questão da homossexualidade:
A questão da suposta homossexualidade de Sade ("Terá sido Sade um pederasta?") foi formulada pela escritora francesa Simone de Beauvoir no clássico ensaio 'É preciso queimar Sade? - Privilégios'. A autora conclui pela heterossexualidade de Sade, que sempre amou mulheres tolerantes a suas aventuras, embora tivesse um comportamento sexual atípico, defendendo o coito anal e chegando a pagar criados para sodomizá-lo publicamente em suas orgias, das quais a primeira mulher, Renné de Sade, teria participado. Atualmente, estudiosos da cultura e da literatura, como o sociólogo Ottaviano de Fiore, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), compartilham a opinião de Simone de Beauvoir, creditando o comportamento e a imaginação literária do autor de '120 Dias de Sodoma' a neuroses relacionadas a parafilias, como o gosto pelo lixo e pela sujeira, que na ficção sadeana desembocam na apologia do crime e na erotização da fealdade e das mais atrozes torpezas. "A crítica que faço à pergunta de Simone de Beauvoir é que, posta em sua época, ela remete à visão de seres humanos descontínuos,isto é, não vê, como atualmente se vê, um continuum humano, mas vê um mundo repartido em que gays e outras minorias seriam descontínuos em relação a um padrão de ser humano dito normal, isto é, o gay seria o outro, que não partilharia da mesma condição humana, ponto de vista hoje considerado preconceituoso e racista, pois o padrão de ser humano mudou", afirmou Ottaviano de Fiore.

Velhice e legado:
Na velhice, já separado de Renné, sua primeira mulher, mas, como sempre, preso por causa de suas ideias e de seu comportamento libertino, foi amparado pela atriz Marie-Quesnet, que mudou-se com ele para o Hospício de Charenton. Nessa época, sob o olhar tolerante de Marie-Quesnet, enamorou-se da filha de uma carcereira que tinha 14 anos quando o conheceu. Todos esses fatos estão rigorosamente documentados por Gilbert Lely, o mais importante biógrafo de Sade, compilador de suas cartas e autor do clássico 'Vida do Marquês de Sade'.

Sade morreu aos 74 anos, amado por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais pornográficas quando um dia saísse do hospício.[carece de fontes]

Obras:

Ilustração do seu livro Juliette em 1800.
Justine
Juliette de Sade
Zoloe e suas Amantes
O Estratagema do Amor
Os Crimes do Amor
A Filosofia na Alcova
Contos Libertinos
Diálogo entre um Padre e um Moribundo
Os 120 Dias de Sodoma
A Crueldade Fraternal
Histoire secrete d'Isabelle de Baviere, reine de France
Cinema[editar | editar código-fonte]
Muitos filmes foram feitos sobre o autor e sobre a teoria de suas obras.

Marat/Sade, de Peter Weiss (1966), peça que deu origem a filme.
Justine e Juliette (1968)
Filosofia na Alcova (1969)
De Sade (1969)
Saló ou 120 Dias de Sodoma do diretor Pier Paolo Pasolini (1975).
Paixão cruel (1977)
Marquis (1989)
Markisinnan de Sade (TV Movie 1992) de Ingmar Bergman
Princesa negra (1996)
Sade (1999)
Contos Proibidos do Marquês de Sade conhecida também como Quills do diretor Philip Kaufman (2000).
aline et valcour

Lunacy (2005) do diretor Jan Švankmajer.
Cronologia[editar | editar código-fonte]
1740 - Nasce em Paris em 2 de junho. Vive dos quatro aos dez anos de idade no Comtat-Venaissim.
1750 - Estuda no Collège Louis-le-Grand e também com preceptor particular.
1754 - É admitido na Escola da Cavalaria Ligeira.
1755 - Torna-se subtenente do regimento de infantaria do rei.
1757 - É promovido a oficial. Tem início a Guerra dos Sete Anos.
1759 - Torna-se capitão do regimento de cavalaria de Bourgogne.
1763 - É desmobilizado e casa-se com Reneé-Pélagie de Montreuil. Passa quinze dias na prisão de Vincennes por "extrema libertinagem".
1764 - É recebido pelo parlamento de Bourgogne no cargo de lugar-tenente geral das províncias de Bresse, Bugey, Valromey e Gex.
1765/1766 - Mantém relacionamentos públicos com atrizes e dançarinas.
1767 - Falece o conde de Sade, seu pai, e nasce o seu primeiro filho, Louis Marie de Sade.
1768 - Primeiro grande escândalo: a mendiga Rose Keller processa o Marquês por maus tratos, em Arcueil. Sade é detido em Saumur por quinze dias, e depois em Pierre-Encise, perto de Lyon, por sete meses. Festas e bailes sucedem-se em seu castelo de La Coste, na Provence.
1769 - Nasce seu segundo filho, Donatien Claude Armand de Sade.
1771 - Nasce sua filha, Madeleine Laure de Sade.
1772 - Segundo grande escândalo: em Marselha, quatro prostitutas processam Sade e seu criado Latour por flagelações, sodomia e ingestão forçada de uma grande quantidade de cantárida (pó de asas de besouros africanos, capaz de provocar estado de excitação sexual no homem e na mulher) afrodisíaco. É condenado à morte por sodomia. Foge para a Itália. Na cidade de Aix-en Provence, a 12 de setembro, é executado junto com Latour em efígie (isto é, bonecos simbolizando Sade e seu criado foram publicamente executados, na ausência dos verdadeiros réus). Detido em Chambéry, é encarcerado em Miolans, na Saboia.
1773 - Foge em Miolans. Sua sogra, madame de Montreul, obtém licença do rei para prendê-lo e confiscar seus documentos, mas sem resultado.
1774 - Isola-se em seu castelo em La Coste.
1775 - Organiza diversas orgias em seu castelo. Risco de novo escândalo. Foge novamente para a Itália.
1776 - Volta à França.
1777 - Falece sua mãe, madame de Sade. É capturado em Paris e encarcerado em Vincennes.
1782 - Finaliza o Dialogue entre un prêtte et un moribond.
1784 - É transferido para a Bastilha.
1785 - Conclui Les Cent vingt journées de Sodome.
1787 - Redige contos e pequenas histórias.
1788 - Escreve Eugénie de Franval e Justine, Les infortunes de la ventu. Organiza um catálago de suas obras.
1789 - Provavelmente neste ano, conclui Aline Et Valcour. É transferido precipitadamente para Charenton, na noite de 3 de julho para 4 de julho. Com a tomada da Bastilha, são pilhados seus documentos e bens pessoais.
1790 - É libertado de Charenton. Inicia sua ligação com Marie-Contance Quesnet, que não mais o abandonará.
1791 - Publica clandestinamente Justine ou Les malheurs de la vertu. Escreve seu primeiro texto político. É também o ano da primeira montagem de Oxtiern.
1792 - O castelo de La Coste é pilhado. Le Suborneur é levado à cena, sem sucesso.
1793 - Redige novos textos políticos. É mais uma vez acusado e detido.
1794 - Prisioneiro em Carmes, Saint-Lazane, na casa de saúde de Picpus. É condenado à pena de morte e posteriormente liberado.
1795 - Publica clandestinamente La philosophie dans le boudoir e, oficialmente, Aline et Valcour.
1796 - "Oxtiern" é levado novamente à cena, agora em Versalhes, onde seu autor vive de forma muito modesta. A ele cabe o papel de Fabrice.
1800 - Publica oficialmente Oxtiern e Crimes de l'amour, e, clandestinamente, La nouvelle Justine.
1801 - É detido na editora Massé, que publica suas obras, onde também ocorre a apreensão da edição ilustrada em dez volumes de La nouvelle Justine e também de Juliette. Permanece preso em Saint-Pálagie e depois em Bicêtre.
1803 - A família obtém suas transferência para Charenton, onde ele passa a organizar espetáculos com os "loucos", que se tornam atração para visitas da aristocracia parisiense.
1807 - Escreve Journées de Florbelle. Os manuscritos desse livro, apreendidos em seu quarto, seriam queimados em praça pública por seu próprio filho, depois de sua morte.
1813 - Publica oficialmente La Marquise de Gange
1814 - Morre em 2 de dezembro, em Charenton.

fonte de origem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marqu%C3%AAs_de_Sade

Domingo Na Usina: Biografias: Rodrigo Octavio:



(Rodrigo Octavio de Langgaard Meneses), advogado, professor, magistrado, contista, cronista, poeta e memorialista, nasceu em Campinas, SP, em 11 de outubro de 1866, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de fevereiro de 1944. Participou, desde o início, do grupo de escritores que fundaram a Academia. É o fundador da cadeira n. 35, que tem como patrono Tavares Bastos. Na sessão inaugural da Academia, em 20 de julho de 1897, como primeiro-secretário, leu a “Memória histórica dos atos preparatórios”.

Foram seus pais o dr. Rodrigo Otávio de Oliveira Meneses, advogado e homem público filiado ao Partido Liberal, e d. Luísa Langgaard, filha do médico dinamarquês dr. Theodoro Langgaard, estabelecido no Brasil. Aos cinco anos veio, com sua família, para o Rio de Janeiro. Fez seus estudos de Direito na Faculdade de São Paulo, onde se formou aos 20 anos, em 1886. Iniciou a vida pública na magistratura, tendo sido nomeado, em 1894, secretário da Presidência da República no governo de Prudente de Morais (1894-1896). Posteriormente, exerceu a advocacia até 1929, data em que foi nomeado, pelo presidente Washington Luís, ministro do Supremo Tribunal Federal, cargo em que se aposentou em 1934.

Foi, desde 1896, professor da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade do Brasil. Fez conferências nas universidades de Paris, Roma, Varsóvia e Montevidéu, e um curso sobre os selvagens americanos perante o Direito, na Academia de Direito Internacional de Haia. Doutor Honoris Causa das universidades do México, La Plata, Buenos Aires, Lima, Arequipa e Havana.

Foi consultor-geral da República (1911-1929); delegado plenipotenciário do Brasil em diversas conferências Internacionais, como as de Haia, para o Direito relativo à Letra de Câmbio (1910 e 1912); de Bruxelas, para o Direito Marítimo (1909, 1910 e 1912); a Conferência Científica Pan-Americana de Washington (1916); da Paz, de Paris (1919), tendo assinado o Tratado de Versalhes; foi vice-presidente na I Assembléia da Liga das Nações (1920); membro da Comissão Internacional de Jurisconsultos Americanos, reunida no Rio de Janeiro (1927); presidente da Seção de Direito Internacional Privado; membro da Comissão Permanente para a Codificação do Direito Internacional e da Comissão Brasileira de Cooperação Intelectual.

Foi subsecretário de Estado das Relações Exteriores no governo Epitácio Pessoa (1920-1921).

Por diversas vezes foi presidente do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros; presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional; membro honorário e vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Na Academia Brasileira, além de primeiro-secretário (1897-1908), foi secretário-geral (1915-1924) e presidente (1927). Fez parte da Comissão de Bibliografia (1909-1910); da Comissão de Redação da Revista (1911-1912 e 1915-1916) e da Comissão de Publicações (1919).

Nos anos iniciais, as sessões ordinárias da Academia se realizavam no escritório de advocacia de Rodrigo Otávio, à rua da Quitanda 47.

Em 13 de novembro de 1905 Rodrigo Otávio propôs a criação da Biblioteca que hoje tem o nome de Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça.

Recebeu o acadêmico Alcides Maia.

fonte de origem:

Pensamento do Dia:




“A solidão é uma navalha sob a proteção do manto negro do anoitecer.”






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