sábado, 2 de outubro de 2021

Dante Aliguieri: A divina Comédia: Inferno:

 


“Eis a estância, que eu disse, às dores feita, Onde hás de ver atormentada gente,
18 Que da razão à perda está sujeita”.
Pela mão me travando diligente, Com ledo gesto e coração me erguia,
21 E aos mistérios guiou-me incontinênti.
Por esse ar sem estrelas irrompia
Soar de pranto, de ais, de altos gemidos:
24 Também meu pranto, de os ouvir, corria.
Línguas várias, discursos insofridos, Lamentos, vozes roucas, de ira os brados, 
27 Rumor de mãos, de punhos estorcidos,
Nesses ares, pra sempre enevoados, Retumbavam girando e semilhando 
30 Areais por tufão atormentados.
A mente aquele horror me perturbando,
Disse a Virgílio: — “Ó Mestre, que ouço agora?
33 “Quem são esses, que a dor está prostrando?”—
“Deste mísero modo” — tornou — “chora Quem viveu sem jamais ter merecido
36 Nem louvor, nem censura infamadora.

Domingo na Usina: Biografias: Roberto de Oliveira Campos:


 
Sétimo ocupante da Cadeira 21, eleito em 23 de setembro de 1999, na sucessão de Dias Gomes e recebido pelo Acadêmico Antonio Olinto em 26 de outubro de 1999.
Roberto de Oliveira Campos, economista, diplomata e professor, nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em 17 de abril de 1917 e faleceu no dia 09 de outubro de 2001, no Rio de Janeiro, RJ.
Filho do professor Waldomiro Campos e de D. Honorina de Campos, casou-se com Stella e teve três filhos - Sandra, Roberto e Luís Fernando. Formou-se em Filosofia em 1934 e em Teologia em 1937, nos Seminários Católicos de Guaxupé e Belo Horizonte. Ingressou no Serviço Diplomático Brasileiro em 1939, por concurso. Mestrado em Economia pela Universidade George Washington, Washington D. C. Estudos de pós-graduação na Universidade de Columbia, Nova York. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova York, NY, 1958. Doutor Honoris Causa pela Universidade Francisco Marroquim, Guatemala, 1996. Ex-deputado Federal pelo PPB - RJ por duas legislaturas (1990 / 1998), após cumprir oito anos de mandato como senador (1982 / 1990) por Mato Grosso, sua terra natal. Foi embaixador em Washington e em Londres. Participou, ao lado de Eugênio Gudin, do Encontro de Bretton Woods, que criou o Banco Mundial e o FMI - Fundo Monetário Internacional, negociou os créditos internacionais do Brasil no pós-guerra (origem da Companhia Siderúrgica Nacional - Volta Redonda), coordenou as ações econômicas do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento e Coordenação Econômica durante o Governo Castelo Branco. Defensor incondicional das liberdades democráticas e da livre iniciativa durante mais de 40 anos, em palestras, conferências, livros e artigos, defendeu a inserção do Brasil no contexto da economia internacional, com base na estabilidade monetária, na redução do tamanho e da influência da máquina administrativa nas atividades produtivas e na modernização das relações entre o Estado e a sociedade.
No seu ideário, estiveram as reformas da Constituição, da Previdência Social, fiscal e partidária, além da aceleração do processo de privatização das empresas estatais. Criador do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -, da Caderneta de Poupança, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (posteriormente com o apêndice Social) e do Estatuto da Terra, que se adotado na década de 70, teria evitado os conflitos posteriores. Crítico ferrenho do dirigismo estatal, irônico nos comentários sobre as teses e diatribes esquerdizantes e profundo observador das transformações sócio-político-econômicas do mundo, Roberto Campos foi, também, um juiz de si mesmo.
Em seu mais comentado livro, A Lanterna na Popa, fez uma auto-avaliação da trajetória como diplomata, economista e parlamentar, descrevendo detalhes da convivência com John Kennedy, Margareth Thatcher, Castelo Branco, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Jânio Quadros.
Atividades Profissionais:

Conselheiro Econômico da Comissão de Desenvolvimento Econômico Brasil-Estados Unidos (1951 / 1953).

Diretor, Gerente Geral e Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (1952 / 5 / 9).

Secretário-geral do Conselho de Desenvolvimento Econômico (1956 / 1959).

Professor das cadeiras de Moeda e Crédito e Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia, Universidade do Brasil (1956 / 1961).

Embaixador itinerante para negociações financeiras na Europa Ocidental (1961).

Delegado a Conferências internacionais, inclusive ECOSOC e GATT (1959 / 1961).

Embaixador do Brasil nos Estados Unidos (1961 / 1961).

Ministro de Estado para o Planejamento e Coordenação Econômica (1964 / 1967).

Membro do Comitê Interamericano para a Aliança para o Progresso, representando o Brasil, Equador e Haiti (1964 / 1967).

Presidente do Conselho Interamericano de Comércio e Produção (CICYP) (1968 / 1970).

Embaixador do Brasil na Corte de Saint James (1975 / 1982).

Senador da República, representando o Estado de Mato Grosso (1983 / 1990).

Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro, eleito em outubro de 1990 e reeleito em 15 de novembro de 1994.

Membro da Junta de Governadores do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento Internacional (Canadá).

Membro da Junta de Diretores da Fundação de Recurso para o Futuro (USA).

Membro do Grupo dos Trinta, sobre reforma monetária (USA).

Membro do Conselho consultivo do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade de Stanford (USA).

Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento - COMUDES - da Cidade do Rio de Janeiro (1999).

Membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (1999).

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/roberto-campos/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Paulo Coelho:



Oitavo ocupante da Cadeira nº 21, eleito em 25 de julho de 2002 na sucessão de Roberto Campos e recebido em 28 de outubro de 2002 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.
Paulo Coelho nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 24 de agosto de 1947. Filho do engenheiro Pedro Paulo Coelho e de Lígia Coelho. Fez seus estudos no Rio de Janeiro. É casado, desde 1981, com a artista plástica Christina Oiticica.
Antes de dedicar-se inteiramente à literatura, trabalhou com diretor e autor de teatro, jornalista e compositor. Escreveu letras de música para alguns dos nomes mais famosos da musica brasileira, como Elis Regina e Rita Lee. Seu trabalho mais conhecido, porém, foram as parcerias musicais com Raul Seixas, que resultou em sucessos como “Eu nasci há dez mil anos atrás”, “Gita”, “Al Capone”, entre outras 60 composições com o grande mito do rock no Brasil.
Foi diretor da companhia discográfica CBS e do jornal Express Underground, professor de teatro e secretário de redação do jornal O Globo. Fundou a Revista 2001.
Seu fascínio pela busca espiritual, que data da época em que, como hippie, viajava pelo mundo, resultou numa série de experiências em sociedades secretas, religiões orientais, etc.
Em 1982, editou ele próprio seu primeiro livro, Arquivos do Inferno, que não teve qualquer repercussão. Em 1985, participou do livro O Manual Prático do Vampirismo, que mais tarde mandou recolher por considerá-lo “de má qualidade”.
Em 1986, fez a peregrinação pelo Caminho de Santiago, na Espanha, e, a partir dessa experiência marcante, escreveu O Diário de um Mago – O Peregrino, em 1987. No ano seguinte, publicou O Alquimista, que se transformaria no livro brasileiro mais vendido em todos os tempos. Outros títulos se sucederam: Brida (1990), As Valkírias (1992), Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei (1994), Maktub (coletânea das melhores colunas publicadas na Folha de S. Paulo, 1994), uma compilação de textos seus em Frases (1995), O Monte Cinco (1996), O Manual do Guerreiro da Luz (1997), Veronika Decide Morrer (1998), e O Demônio e a Srta. Prym (2000), a coletânea de contos tradicionais em Histórias para Pais, Filhos e Netos (2001), Onze Minutos (2003), O Gênio e as Rosas – ilustrado por Mauricio de Souza (2004) O Zahir (2005), A bruxa de Portobello (2006), O vencedor está só (2008) Aleph (2010), Manuscrito encontrado em Accra (2012), Adultério (2014) .
Paulo Coelho conseguiu ter três títulos ao mesmo tempo nas listas de mais vendidos na França, Brasil, Polônia, Suíça, Áustria, Argentina, Grécia, Croácia. De acordo com a revista francesa Lire, foi o segundo escritor mais vendido do mundo em 1998. Autor de um trabalho polêmico, tem críticos apaixonados – a favor e contra. O escritor italiano Umberto Eco elogiou Veronika Decide Morrer na revista alemã Focus. Sua obra foi traduzida em 69 línguas e editada em mais de 150 países. Fato notável em sua vida foi o de ter sido o primeiro escritor não muçulmano que visitou o Irã desde a revolução islâmica de 1979.
Fez também a adaptação de O Dom Supremo (Henry Drummond) e Cartas de Amor de um Profeta (Khalil Gibran).
O Alquimista é um dos mais importantes fenômenos literários do século XX. Chegou ao primeiro lugar da lista dos mais vendidos em 18 países. Tem sido elogiado por pessoas tão diferentes como o Prêmio Nobel de Literatura Kenzaburo Oe, o prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, a cantora Madonna e Julia Roberts, que o consideram seu livro favorito. A edição ilustrada pelo famoso desenhista Moebius (autor, entre outros, dos cenários de O Quinto Elemento e Alien) já foi publicada em vários países. The Graduate School of Business of the University of Chicago recomenda o romance no seu currículo de leitura. Também foi adotado em escolas da França, Itália, Brasil, Estados Unidos, dentre outros países.
Já foi fonte de inspiração de vários projetos – como um musical no Japão, peças de teatro na França, Bélgica, EUA, Espanha, Portugal, Taiwan, Turquia, Itália, Suíça. É tema de duas sinfonias: na Itália, uma peça clássica pelo italiano Irlando Danieli para o Scala de Milão, e nos EUA, onde a BMG Classics lançou o CD “A Sinfonia do Alquimista”, pelo compositor Walter Taieb, inspirada em seu enredo.
Paulo Coelho pertence ao Board do Instituto Shimon Peres para a Paz, é Conselheiro Especial da UNESCO para “Diálogos Interculturais e convergências espirituais” e membro da diretoria da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship, que distribuiu anualmente um prêmio de U$ 1 milhão para empreendedores sociais.
PAULO COELHO entrou para o Guinness Book of Records como o autor que mais assinou livros em edições diferentes (dia 9 de Outubro 2003, Feira do Livro de Frankfurt). Em Outubro 2008, Paulo entrou pela segunda vez no Guiness Book of Records pelo seu livro O Alquimista – livro mais traduzido do mundo (69 idiomas).
Mantém o Instituto Paulo Coelho, uma instituição sem fins lucrativos, financiada exclusivamente pelos direitos autorais do escritor. A idéia central não é fazer caridade, mas dar oportunidade às camadas menos favorecidas e excluídas da sociedade brasileira. Desta maneira, o Instituto concentra sua verba em: a) Infância; b) Terceira Idade.
Neste momento, o Instituto Paulo Coelho apóia com ajuda financeira pessoas menos favorecidas de Terceira Idade, e é co-patrocinador do projeto Creche Escola Meninos da Luz, Lar Paulo de Tarso (favela Pavão-Pavãozinho, Rio de Janeiro), que cuida de 400 crianças.

Principais prêmios e condecorações

Prix Lectrices d’Elle (França, 1995)

Knight of Arts and Letters (França, 1996)

Flaiano International Award (Itália, 1996)

Super Grinzane Cavour Book Award (Itália, 1996)

Golden Book (Iugoslávia, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2004)

Finalist for the International IMPAC Literary Award (Irlanda, 1997 e 2000)

Comendador de Ordem do Rio Branco (Brasil, 1998)

Crystal Award – World Economic Forum (1999)

Golden Medal of Galicia (Espanha, 1999)

Chevalier de l’Ordre National de la Legion d’Honneur (França, 1999)

Crystal Mirror Award (Polônia, 2000)

Premio Fregene de Literatura (Itália, 2001)

Premio Bambi de Personalidade Cultural do Ano (Alemanha, 2001)

Club of Budapest Planetary Arts Award 2002 as a recognition of his literary work (Germany, 2002)

Best Fiction Corine International Award 2002 for The Alchemist (Germany, 2002)

Golden Bestseller Prize from the largest circulation daily “ Veèernje Novosti” (Serbia, 2004)

Ex Libris Award for Eleven Minutes (Serbia, 2004)

Nielsen Gold Book Award for The Alchemist (UK, 2004)

Order of St. Sophia for contribution to revival of science and culture (Ukraine, 2004)

Order of Honour of Ukraine (Ukraine, 2004)

The Budapest Prize (Hungary, 2005)

Goldene Feder Award (Germany, 2005)

 Direct Group International Author Award (2005)

Elle - Melhor escritor Internacional Espanha 2008

Inauguração da Rúa Paulo Coelho     - Santiago de Compostela Espanha 23/06/2008

Distinction of Honour from the City of Odense (Hans Christian Andersen Award) (Denmark 2007)

EMPiK's Ace for The Witch of Portobello. The award for the best selling book in the foreign literature during 2007 (Poland)

Las Pergolas Prize 2006 by the Association of Mexican Booksellers (ALMAC) (Mexico 2006)

Platin Book Award for "The Zahir" by Austria’s book sellers (Austria 2006)

"Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek" (Brazil 2006)

“I Premio Álava en el Corazón" (Espanha, 2006)

“Wilbur Award” (Estados Unidos, 2006)

Premio Kiklop pelo O Zahir na categoria “Hit of the Year” (Croácia, 2006)

Última atualização em 4/3/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/paulo-coelho/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Diane L. Carey-Brodeur:


 
Diane L. Carey-Brodeur (nascida em 2 de outubro de 1954) é uma escritora de ficção americana que publica sob os pseudônimos Lydia Gregory , Diane Carey e DL Carey .
Plano de fundo 
Diane L. Carey nasceu em 2 de outubro de 1954 em Flint, Michigan , Estados Unidos. [1] Ela se casou com Gregory E. "Greg" Brodeur, um editor, e eles tiveram três filhos: Lydia, Gordon e Ben. A família mora em Michigan . [2] 
A primeira publicação de Carey foi um romance escrito sob o pseudônimo de Lydia Gregory. [2] Seus escritos posteriores foram publicados sob duas variantes de seu nome de solteira: Diane Carey e DL Carey. Ela também escreveu romances infantis, mas é mais conhecida por seu trabalho na franquia Star Trek . [3] Ela foi a autora de duas séries de livros spin-off de Star Trek : Star Trek The Next Generation com Star Trek: Ghost Ship , e a novelização de Star Trek: piloto Enterprise , Broken Bow. O trabalho literário de Carey foi reconhecido e destacado na Michigan State University em sua Michigan Writers Series. [4] 
Bibliografia

Como Lydia Gregory

Romances históricos

Feiticeira Relutante (1982)

Como Diane Carey

Romances históricos

Temporada de prata (1985)

Harem (1986)

Sob a Lua Selvagem (1986)

After the Torchlight (1986)

Tempestade repentina (1990)

Rose Legacy (1992)

Star Trek Série Original

Dreadnought! (1986) # 29; Fortunes of War 1

Battlestations! (1986) # 31; Fortunes of War 2

Final Frontier (1988)

Best Destiny (1992)

The Great Starship Race (1993) # 67

First Frontier (1995) # 75; co-autor Dr. James I. Kirkland

First Strike (1996) # 79; Invasão! # 1

Cadet Kirk (1996) Starfleet Academy # 3

Academia da Frota Estelar (1997)

Trem de vagão para as estrelas (2000) # 89; Nova Terra # 1

Belle Terre (2000) # 90; Nova Terra # 2; co-autor Dean Wesley Smith

Challenger (2000) # 94; Nova Terra # 6

Chainmail (2001) Gateways # 2

What Lay Beyond (2001) Gateways # 7; co-autores Peter David, Keith RA DeCandido

Star Trek The Next Generation Series

Navio Fantasma (1988) # 1

Descent (1993) (novelização)

Navio da Linha (1997)

Ancient Blood (1997) Dia de Honra # 1

Setor Vermelho (1999) Double Helix # 3

Star Trek Deep Space Nine Series

The Search (1994) (novelização)

Station Rage (1995) # 13

The Way of the Warrior (1995) (novelização)

Trials and Tribble-ations (1996) co-autor David Gerrold (novelização)

A Guerra do Domínio (1998)

Call to Arms (1998) The Dominion War # 2

... Sacrifice of Angels (1998) The Dominion War # 4

What You Left Behind (1999) (novelização)

Star Trek Voyager Series

Flashback (1996) co-autor Brannon Braga (novelização)

Romance de Fire Ship (1998) na coleção Star Trek: The Captain's Table (1998)

Equinox (1999) (novelização)

Endgame (2001) (novelização) coautor Christie Golden (não deve ser confundido com End Game de Peter David)

Unimatrix Zero (2001) (novelização)

fonte de origem:

https://en.wikipedia.org/wiki/Diane_Carey

Domingo na Usina: Biografias: Álvaro Moreyra:


Quarto ocupante da Cadeira 21, eleito em 13 de agosto de 1959, na sucessão de Olegário Mariano e recebido pelo Acadêmico Múcio Leão em 23 de novembro de 1959.
Álvaro Moreyra (Álvaro Maria da Soledade Pinto da Fonseca Velhinho Rodrigues Moreira da Silva), poeta, cronista e jornalista, nasceu em Porto Alegre, RS, em 23 de novembro de 1888, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1964.
Era filho de João Moreyra da Silva, autor teatral, cronista e poeta, e de Maria Rita da Fonseca. Simplificou o longo nome de família para Álvaro Moreyra. Veio para o Rio de Janeiro em 1910, onde concluiu o curso de Direito. Tornou-se amigo de Felipe d’Oliveira e Araújo Jorge. Entre 1912 e 1914 esteve em Paris e viajou também à Itália, à Bélgica e à Inglaterra. De volta ao Brasil, encetou a carreira jornalística no Rio, tendo sido redator de várias publicações: Fon-Fon, Bahia Ilustrada, A Hora, Boa Nova, Ilustração Brasileira, Dom Casmurro, Diretrizes e Para Todos.
Admirador da arte cênica, fundou no Rio, em 1927, o Teatro de Brinquedo, o primeiro movimento estruturado no país de renovação do teatro. Em 1937, apresentou à Comissão de Teatro, do Ministério da Educação e Cultura, um plano de organização de uma Companhia Dramática Brasileira, que foi aceito. Com ela, Álvaro Moreyra excursionou aos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, e fez temporada de três meses no Teatro Regina, do Rio.
Dedicando-se à crônica, a partir de 1942, teve destacada atuação no rádio brasileiro, pois além de escrever também interpretava ao microfone sua produção. Esteve na Rádio Cruzeiro do Sul, entre 1942 e 1945, passando, a seguir, a trabalhar na Rádio Globo, onde celebrizou-se por sua participação no programa “Conversa em Família”. Depois passou a apresentar o “Bom-dia, Amigos”, uma crônica diária de cinco minutos, que ele transformou num recado de bom-humor, alegria, conselho, poesia e, sobretudo, de humanismo.
Em 1958, recebeu o prêmio do melhor disco de poesia com os “Pregões do Rio de Janeiro”. Era membro da Fundação Graça Aranha, da Sociedade Felipe d’Oliveira, da Academia Carioca de Letras e do Pen Clube do Brasil.
Álvaro Moreyra era casado com D. Eugênia Álvaro Moreira, líder feminista, e a residência do casal em Copacabana era ponto de encontro de escritores e intelectuais que moravam na cidade ou visitantes.
Atualizado em 29/07/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/alvaro-moreyra/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Erle Stanley Gardner:




Erle Stanley Gardner (Malden, Massachusetts, 17 de julho de 1889[1] — Temecula, Califórnia, 11 de março de 1970) , foi um advogado criminalista norte-americano e escritor de histórias de detetives que também publicou sob os pseudônimos: A.A. Fair, Kyle Corning, Charles M. Green, Carleton Kendrake, Charles J. Kenny, Les Tillray, e Robert Parr. Foi o criador do detetive Perry Mason, de Della Street, confidente de Mason e de Paul Drake, um velho amigo de Mason que é chefe da Agência Detetive Drake. 
Erle Stanley criou sob o pseudônimo de A.A. Fair os detetives Donald Lam e Bertha Cool, que apareceram pela primeira vez na história Divórcio Sangrento. 
 Vida 
Escritor e advogado norte-americano nascido a 7 de Julho de 1889, em Malden, Massachusetts, e falecido a 11 de Março de 1970, em sua casa, no Rancho del Paisano.[1] 
Infância 
Erle Stanley Gardner, nasceu em 7 de Julho de 1889 em Malden, Massachusetts,filho de Charles W. Gardner e Grace Adelma Waugh Gardner,[2] seus pais se mudaram no mesmo ano de seu nascimento, e estabeleceram-se em Oroville na Califórnia,[3] como o pai fosse explorador de ouro, Gardner viajou do Klondike até a Califórnia acompanhando o pai em suas viagens, e foi a experiência adquirida em minas de ouro, que levou Gardner a escrever o livro Gold Comes in Bricks.[4] 
Quanto Gardner tinha 10 anos, o pai mudou-se com a família para Portland no Oregon onde se tornaria engenheiro. Três anos depois, Charles Gardner, levou a família para o Klondike onde trabalhou como engenheiro de minas.[2] Após a virada do século a família se estabeleceu em Oroville, na Califórnia 
Estudos 
Embora fosse considerado uma criança prodígio, foi suspenso da Oroyule Union High School em 1906 quando tinha 17 anos, após ridicularizar o diretor.[2][3] Matriculou-se na Universidade de Valparaíso, porém foi expulso, menos de um mês após a matrícula[5] após se envolver numa luta de boxe ilegal, tal fato fez com que Gardner descobrisse o seu talento como pugilista. A adolescência de Gardner foi em parte rebelde, até que ele descobrisse seu talento para o esporte, Gardner foi pugilista, velejador,[4] tendo como hobbies também, a pesca esportiva, o tênis e o golfe. Erle Stanley concluiu seus estudos em Junho de 1909 na Escola Secundária Palo Alto, na Baía de São Francisco.[1][1] [3][5] O sonho do pai de Gardner era que seu filho fosse advogado, o futuro autor passou então a viajar por boa parte da Califórnia, lendo sobre direito e leis penais, até que em 1911 aos 21 anos foi contratado para trabalhar num escritório de advocacia em Willow, ganhando apenas US$20 por mês.[3][5] 
Carreira e Vida Pessoal 
Após um curto período trabalhando na construção de uma estrada de ferro em Eugene no Oregon, o jovem voltou para a Califórnia[5] onde casou-se com Natalie Frances Beatrice Talbert em 9 de Abril de 1912[3] com quem teve um filho, e em 1915 mudou-se para Ventura, onde em 1916 abriu um escritório de advocacia, porém seus métodos legais ousados não atraiam os americanos, por esse motivo, aliado ao fato de falar chinês fluentemente,[5] Gardner defendeu grande parte de clientes chineses,[3] que também serviram-lhe de inspiração para o livro The Case of the Howling Dog em 1934. Pouco depois Gardner se mudou para São Francisco, onde se formou em 1919, mas dois anos depois, em 1921 retornou a Ventura, onde se juntou a empresa Orr.[3] 
Em 1921 Gardner aproveitou-se das horas vagas para escrever a história "Naughty Nellie Nighty", que no final do mesmo ano, foi publicada na revista Breezy Stories. Gardner passou então a ter uma carreira dupla, advogado durante o dia e escritor durante a noite. O objetivo de Gardner era escrever 100 mil palavras por mês.[3][6] As histórias de Gardner iam desde romances policiais até ficção científica, Gardner usou pseudônimos como Charles Green, Kyle Corning e Grant Holiday, entre os títulos do autor, "Speed Dash The Human Fly", e "Lester Leith".[3] 
Em 1923 como Charles M. Green, publicou a novela "The Shrieking Skeleton"(O Grito dos Esqueletos), na revista Black Mask junto a Dashiell Hammett e John Carroll Daly,[3] a novela não obteve muito êxito, os editores da revista acharam que fosse uma piada, e publicaram junto a novela, uma nota se desculpando com os leitores da revista, que fizeran impiedosas críticas ao trabalho do autor, Gardner porém leu as críticas e usou-as para aperfeiçoar a novela, que foi vendida a Black Mask por US$160. Assim iniciou-se a brilhante carreira, de um autor que venderia mais de 300 milhões de livros.[6] 
Em 1933 abandonou a advocacia e passou a dedicar-se inteiramente a literatura.[1] 
O início na literatura 
O seu primeiro livro, The Case of the Velvet Claws(O Caso das Garras de Veludo), foi recusado pelo Collier's e pelo Saturday Evening Post. Até que foram redescobertas por Thayer Hobson o presidente da William Morrow Publishing Company, que publicou boa parte dos livros de Gardner.The Case of the Velvet Claws foi publicado em 1 de Março de 1933, no Edifício Gardner, em Ventura[3] 
Ao todo foram quase 150 romances policiais e histórias de ficção científica, Erle Stanley vendeu mais de 3000 milhões de livros e entrou para o Guiness. Na época em que iniciou suas obras, Gardner estabeleceu a meta de escrever 1.200.000 palavras por ano, ou seja, 3.300 por dia e 100 mil por mês, logo Gardner passou a ditar suas obras que eram datilografadas por secretárias. Seus maiores sucessos foram os romances protagonizados pelo advogado Perry Mason, como por exemplo The Case of the Velvet Claws (1933, O Caso das Garras de Veludo), The Case of the Sulky Girl (1933, O Caso da Jovem Arisca), The Case of the Vagabond Girl (1948, O Caso da Virgem Vagabunda), The Case of the Deadly Toy (1959, O Caso do Brinquedo Mortífero), The Case of the Beautiful Beggar (1965,O Caso da Bela Mendiga), Mason que já era um sucesso se tornou fenômeno nos anos 80 quando seus romances foram adaptados para uma série televisiva, estrelada por Raymond Burr. 
Sob o pseudônimo de A.A. Fair, Erle Stanley criou ainda uma série de romances protagonizada por Donald Lam e Bertha Cool. Além de outros personagens como o delegado Doug Selby, e o seu rival Alphonse Baker Carr. Erle Stanley escreveu ainda como Kyle Corning, Charles M. Green, Carleton Kendrake, Charles J. Kenny, Les Tillray e Robert Parr. 
Após a morte de Erle Stanley, a série de Perry Mason teve continuidade através de Thomas Chastain.[1] 
Bibliografia 

Ver também: Lista de obras de Erle Stanley Gardner 

Perry Mason 

Nº Ano Título Original Título em Português 

01 1933 The Case of the Velvet Claws O Caso das Garras de Veludo 

02 1933 The Case of the Sulky Girl O Caso da Jovem Arisca 

03 1934 The Case of the Lucky Legs O Caso da Fotografia Misteriosa/O Caso das Pernas da Sorte 

04 1934 The Case of the Howling Dog O Caso do Cão Uivador 

05 1935 The Case of the Curious Bride O Caso da Noiva Curiosa 

06 1935 The Case of the Counterfeit Eye O Caso do Olho de Vidro 

07 1935 The Case of the Caretaker's Cat O Caso do Gato do Porteiro 

08 1936 The Case of Sleepwalker's Niece O Caso da Sobrinha do Sonâmbulo 

09 1936 The Case of the Stuttering Bishop O Caso do Bispo Gago 

10 1937 The Case of the Dangerous Dowager O Caso da Viúva Assustada 

11 1937 The Case of the Lame Canary O Caso do Canário Coxo 

12 1938 The Case of the Substitute Face O Caso do Rosto Substituído 

13 1938 The Case of the Shoplifter’s Shoe O Caso do Sapato da Ladra 

14 1939 The Case of the Perjured Parrot O Caso do Papagaio Perjuro / O Caso do Papagaio Mentiroso 

15 1939 The Case of the Rolling Bones O Caso dos Dados Viciados 

16 1940 The Case of the Baited Hook O Caso do Anzol Iscado 

17 1940 The Case of the Silent Partner O Caso da Loja de Flores 

18 1941 The Case of the Haunted Husband O Caso do Marido Enfeitiçado 

19 1941 The Case of the Empty Tin O Caso da Lata Vazia 

20 1942 The Case of the Drowning Duck O Caso do Pato Afogado 

21 1942 The Case of the Careless Kitten O Caso do Gatinho Descuidado 

22 1943 The Case of the Buried Clock O Caso do Relógio Enterrado 

23 1943 The Case of the Drowsky Mosquito O Caso do Mosquito Macabro 

24 1944 The Case of the Crooked Candle O Caso do Candeeiro de Petróleo 

25 1944 The Case of the Black-Eyed Blonde O Caso da Loira de Olhos Negros 

26 1945 The Case of the Golddigger's Purse O Caso dos Peixes Dourados 

27 1945 The Case of the Half-Wakened Wife O Caso da Esposa Mal-Acordada 

28 1946 The Case of the Borrowed Brunette O Caso da Morena Emprestada 

29 1947 The Case of the Fan Dancer's Horse O Caso do Cavalo da Dançarina 

30 1947 The Case of the Lazy Lover O Caso do Amante Preguiçoso 

31 1948 The Case of the Lonely Heiress O Caso da Herdeira Desaparecida 

32 1948 The Case of the Vagabond Virgin O Caso da Virgem Vagabunda 

33 1949 The Case of the Dubious Bridegroom O Caso do Noivo Duvidoso 

34 1949 The Case of the Cautious Coquette O Caso do Cadáver Atropelado 

35 1950 The Case of the Negligent Nymph O Caso da Ninfa Noturna 

36 1950 The Case of the One-Eyed Witness O Caso da Testemunha Zarolha 

37 1951 The Case of the Fiery Fingers O Caso dos Dedos Fluorescentes 

38 1951 The Case of the Angry Mourner O Caso dos Vidros Quebrados 

39 1952 The case of the Moth-Eaten Mink O Caso do Casaco Roído por Traças 

40 1952 The Case of the Grinning Gorilla O Caso das Garras do Gorila 

41 1953 The Case of the Hesitant Hostess O Caso da Anfitriã Hesitante 

42 1953 The Case of the Green-Eyed Sister O Caso da Irmã de Olhos Verdes 

43 1954 The Case of the Fugitive Nurse O Caso da Enfermeira Desaparecida 

44 1954 The Case of the Runaway Corpse O Caso do Cadáver Fugitivo 

45 1955 The Case of the Restless Redhead O Caso da Ruiva Irrequieta 

46 1955 The Case of the Sun Bather's Diary O Caso da Cliente Nua 

47 1955 The Case of the Glamorous Ghost O Caso do Fantasma Sedutor 48 1955 The Case of the Nervous Accomplice O Caso do Cúmplice:
fonte de origem:

Domingo na Usina: Biografias: Judith Rumelt:

 




Judith Rumelt, mais conhecida pelo pseudônimo Cassandra Clare[1] (Teerã, 27 de Julho de 1973), é uma escritora norte-americana (nascida no Irã), conhecida por escrever a série de livros Os Instrumentos Mortais. Autora best-seller, até 2016 ela havia vendido mais de 1,6 milhão de livros no Brasil e 36 milhões no mundo todo.[2] 
Cassandra Clare é filha de pais norte-americanos, nascida em Teerã, no Irã. Passou grande parte de sua infância viajando pelo mundo com sua família. Viveu na França, Inglaterra e Suíça antes de completar dez anos de idade.[3] Com as frequentes mudanças de sua família, Clare encontrou familiaridade nos livros de fantasia e sempre encontrava-se com um debaixo do braço, incluindo As Crônicas de Nárnia.[4] Estudou em um colégio de Los Angeles,[3] onde ela costumava escrever histórias para divertir seus colegas, incluindo um romance épico chamado "The Beautiful Cassandra", baseado na história homônimo de Jane Austen. 
Após a faculdade, Clare começou a trabalhar em inúmeras revistas de entretenimento e tabloides, incluindo The Hollywood Reporter.[1] Mesmo tendo nascido em um país com predominância muçulmana, ela foi criada como judia e incluiu um personagem judeu na sua principal série.[5] 
Cassandra também é a mais famosa escritora de fanfics de Harry Potter e Senhor dos Anéis.[1][6] Ela também é amiga da escritora Holly Black, e seus livros ocasionalmente se coincidem, com Clare mencionando personagens dos livros de Black e vice-versa. 
O livro favorito de Cassandra é O Senhor dos Anéis e a autora favorita dela é Jane Austen.[7] Ela mora atualmente em Amherst, Massachusetts, com seu marido, Joshua Lewis, e três gatos.[8] 
Controvérsias 
Plágio 
Em 2016, Sherrilyn Kenyon, uma escritora que diz ter trabalhado com Cassandra Clare, acusou a escritora de plágio. Ela entrou com um processo na justiça alegando que o conteúdo da saga Os Instrumentos Mortais, seria uma cópia. Em 1998, Kenyon havia lançado uma série de livros que abordava basicamente o mesmo tema central explorado nas Crônicas dos Caçadores de Sombras; Cassandra diz que nunca trabalhou com a requerente.[1] 
Homossexualidade 
Ela declarou que algumas editoras rejeitaram publicar sua série best-seller de livros, por nela conter um relacionamento homossexual entre dois personagens principais.[9] Ela disseː 
Se os editores estão colocando obstáculos para uma representação mais ampla das diferentes partes da sociedade, então precisamos nos esforçar mais, para escrever livros sobre elas. 
Em uma entrevista recente, Clare contou que teve dificuldades em lidar com showrunners da série Shadowhunters. Eles afirmaram que não queriam um personagem gay contracenando com outro homem, portanto criaram a personagem Lydia para ser seu par romântico. [10] 
Série Os Instrumentos Mortais 
Ver artigo principal: Os Instrumentos Mortais 
Em 2004, Clare começou a trabalhar em seu primeiro romance, Cidade dos Ossos, inspirado na paisagem urbana de Manhattan. Cidade dos Ossos foi lançado pela editora Simon & Schuster em 2007, tendo sua estreia no Brasil em 2010 pela Galera Record, e em Portugal em 2009 pela Editorial Planeta. Ele virou best-seller do New York Times logo após seu lançamento.[5] 
As Peças Infernais 
Ver artigo principal: As Peças Infernais 
Em 2009, Clare também anunciou uma nova trilogia conjunta, As Peças Infernais, situado no mesmo universo que Instrumentos Mortais, mas na era vitoriana.[11] 
Os Artifícios das Trevas 
Em Março de 2016, Cassandra lançou sua segunda trilogia, chamada The Dark Artificies, traduzido no Brasil como Os Artifícios das Trevas e em Portugal como Os Artifícios Negros. O primeiro livro da trilogia, Lady Midnight (ou Dama da Meia-Noite no Brasil), se passa no universo dos caçadores de sombras, porém 5 anos depois do final da série anterior, Os Instrumentos Mortais. Além disso, a história acontece em Los Angeles. A trilogia ainda é composta pelo segundo livro, Lord of Shadows (Senhor das Sombras no Brasil e em Portugal) e Queen of Air and Darkness (Rainha do Ar e da Escuridão no Brasil e Rainha do Ar e das Trevas em Portugal). No Brasil, a trilogia também foi publicada pela Galera Record e em Portugal pela Editorial Planeta. 
Filme e Série de TV 
Filme 
Ver artigo principal: Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos 
Foi lançado um filme baseado no primeiro livro da saga, seu lançamento ocorreu em 21 de agosto de 2013 nos Estados Unidos e 23 no Brasil.[12] Devido à baixa recepção do público a série de filmes foi interrompida.[1] 
Série de TV 
Ver artigo principal: Shadowhunters 
A criação da série foi anunciada em 30 de março de 2015 e estreou em 12 de janeiro de 2016 nos Estados Unidos. A serie foi renovada para a segunda temporada que estreou no início de janeiro de 2017. A terceira temporada estreou dia 20 de Março de 2018 e teve 20 episódios. Devido à queda crescente do público, foi anunciado o cancelamento da série dia 4 de junho de 2018, tendo sua conclusão final em 2019. 
Obras 

As Crônicas dos Caçadores de Sombras 

Os Instrumentos Mortais (The Mortal Instruments) 

Ano Título original Título no Brasil Título em Portugal 

2007 City of Bones Cidade dos Ossos A Cidade dos Ossos 

2008 City of Ashes Cidade das Cinzas A Cidade das Cinzas 

2009 City of Glass Cidade de Vidro A Cidade de Vidro 

2011 City of Fallen Angels Cidade dos Anjos Caídos A Cidade dos Anjos Caídos 

2012 City of Lost Souls Cidade das Almas Perdidas A Cidade das Almas Perdidas 

2014 City of Heavenly Fire Cidade do Fogo Celestial A Cidade do Fogo Celestial 

Os Artifícios das Trevas (The Dark Artifices) 

Ano Título Título no Brasil Lançamento no Brasil Título em Portugal Lançamento em Portugal 

2016 Lady Midnight Dama da Meia-noite Abril de 2016 Lady Midnight Novembro de 2016 

2017 Lord of Shadows Senhor das Sombras Setembro de 2017 O Senhor das Sombras Novembro de 2017 

2018 Queen of Air and Darkness Rainha do Ar e da Escuridão Abril de 2019 Rainha do Ar e das Trevas Julho de 2019 

The Wicked Powers 

Continuação e fim da coleção inteira, ainda sem data.[13] É uma série recentemente confirmada pela autora em seu Twitter. The Wicked Powers em sua tradução livre, "Os Poderes Perversos". Será uma trilogia e se passará 3 anos depois de Os Artifícios das Trevas. O título da série é derivado da rima infantil dos caçadores de sombras que está presente no livro Cidade do Fogo Celestial. A série será centralizada/protagonizada por dois personagens da família Blackthorn: Tiberius (Ty) e Drusilla (Dru) Blackthorn que terão 18 e 16 anos respectivamente, em 2015 (ano que se passa a série: The Wicked Powers) e também provavelmente será protagonizada por um casal homossexual, que serão os personagens Tiberius/Ty Blackthorn e Kit/Christopher Rook/Herondale.[14] 



As Peças Infernais (The Infernal Devices) 

Ano Título original Título no Brasil Título em Portugal 

2010 Clockwork Angel Anjo Mecânico Anjo Mecânico 

2011 Clockwork Prince Príncipe Mecânico Príncipe Mecânico 

2013 Clockwork Princess Princesa Mecânica Princesa Mecânica 

As Últimas Horas (The Last Hours) 

Ano 

Título 



Título no Brasil 



Ano no Brasil 



Título em Portugal Ano em Portugal 

2020 Chain of Gold Corrente de Ouro Outubro de 2020 - - 

2021 Chain of Iron Corrente de Ferro - - - 

Chain of Thorns Corrente de Espinhos - - - 

The Last Hours, cujos personagens são os filhos das pessoas de As Peças Infernais, se passará em 1903, ano que marca a passagem do fim da Era Vitoriana e o começo do período Eduardiano na Inglaterra.[15] 



As Maldições Ancestrais (The Eldest Curses - com Wesley Chu) 

Ano Título Título no Brasil Ano no Brasil Título em Portugal Ano em Portugal 

2019 The Red Scrolls Of Magic Os Pergaminhos Vermelhos da Magia Dezembro de 2019 - - 

2020 The Lost Book of White O Livro Branco Perdido - - - 

The Black Volume of the Dead O Livro Negro da Morte - - - 

Trilogia cujos protagonistas são Magnus Bane e Alec Lightwood.[16] 



Obras relacionadas 

The Shadowhunter's Codex (2013) no Brasilː O Códex dos Caçadores de Sombras (2013) 

ShadowHunters and Downworlders (2013) (Tradução livreː Caçadores de Sombras e Seres do Submundo). Só introdução e edição da Cassandra Clare, o conteúdo principal é de comentários de vários autores sobre o universo criado por ela e foi publicado somente na língua inglesa. 

The Bane Chronicles (com Sarah Rees Brennan e Maureen Johnson, 2014) no Brasilː As Crônicas de Bane (2014); em Portugal: As Crónicas de Bane (2015). O livro reúne 10 contos sobre a vida de Magnus Bane, primeiramente lançados em formato digital (E-books). 

A History of Notable Shadowhunters and Denizens of Downworld (2016) no Brasilː Uma História de Notáveis Caçadores de Sombras e Seres do Submundo (2016). Ilustrado por Cassandra Jean. 

Tales From The Shadowhunters Academy (com Sarah Rees Brennan, Maureen Johnson e Robin Wasserman, 2016) no Brasilː Contos da Academia dos Caçadores de Sombras (2017). O livro reúne 10 contos, sendo a maioria sobre os estudos de Simon para se tornar um Caçador de Sombras, apesar de alguns deles serem flashbacks ou falarem sobre outros personagens. Esses contos foram lançados, inicialmente, em formato digital (E-books). 

Ghost of The Shadow Market no Brasil: Fantasma do Mercado de Sombras é um livro protagonizado pelo Irmão Zachariah. São pelo menos 10 contos sobre diversos personagens em diversas épocas. Os 8 primeiros contos foram lançados em ebook (Son of the Dawn, Cast Long Shadows, Every Exquisist Thing, A Deeper Love) o livro físico com esses contos ja foi publicado nos EUA....
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Domingo na Usina: Biografias: Murilo Melo Filho:



Sexto ocupante da Cadeira nº 20, eleito em 25 de março de 1999, na sucessão de Aurélio de Lyra Tavares e recebido em 7 de junho de 1999 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.
Murilo Melo Filho nasceu em Natal no dia 13 de outubro de 1928. Filho de Murilo Melo e de Hermínia de Freitas Melo, é o mais velho de uma irmandade de sete. Fez o curso primário no Colégio Marista e o colegial no Ateneu Norte-Riograndense. Aos 12 anos, ainda de calças curtas, começou a trabalhar no Diário de Natal, com Djalma Maranhão, escrevendo um comentário esportivo e ganhando o salário de 50 mil réis por mês. Trabalhou, a seguir, em A Ordem, com Otto Guerra, Ulysses de Góes e José Nazareno de Aguiar, e em A República, com Valdemar de Araújo, Rivaldo Pinheiro, Aderbal de França, Luís Maranhão e Luís da Câmara Cascudo; na Rádio Educadora de Natal, com Carlos Lamas, Carlos Farache e Genar Wanderley; e na Rádio Poti, com Edilson Varela e Meira Filho.
Aos 18 anos, veio para o Rio, onde estudou no Colégio Melo e Souza e foi aprovado em concursos públicos para datilógrafo do IBGE e do Ministério da Marinha, ingressando a seguir no Correio da Noite, como repórter de polícia.
Trabalhou seguidamente na Tribuna da Imprensa, com Carlos Lacerda; no Jornal do Commercio, com Elmano Cardim, San Thiago Dantas e Assis Chateaubriand; no Estado de S. Paulo, com Júlio de Mesquita Filho e Prudente de Moraes Neto; e na Manchete, com Adolpho Bloch.
Estudou na PUC e na Universidade do Rio de Janeiro, pela qual se formou em Direito. Chegou a advogar durante sete anos. Costuma dizer que quem se forma em Direito pode até advogar.
Como repórter free-lancer, entrou para a Manchete, criando a seção "Posto de Escuta", que escreveu durante 40 anos. Nessa mesma época, dirigiu e apresentou na TV-Rio, com Bony, Walter Clark e Péricles do Amaral, o programa político Congresso em Revista, que ficou no ar ininterruptamente durante sete anos, sendo a princípio produzido e apresentado no Rio e, depois, em Brasília.
Viveu na Nova Capital durante o atribulado qüinqüênio de 1960 a 1965, que testemunhou em centenas de reportagens. Construiu ali a sede de Bloch Editores e da Manchete e foi, a convite de Darcy Ribeiro e de Pompeu de Souza, professor de Técnica de Jornalismo na Universidade de Brasília.
Sempre em missões jornalísticas, acompanhou os ex-presidentes Juscelino Kubitschek a Portugal; Jânio Quadros a Cuba; João Goulart aos Estados Unidos, ao México e Chile; Ernesto Geisel à Inglaterra e à França; e José Sarney a Portugal e aos Estados Unidos.
Cobriu a Guerra do Vietnã, com o fotógrafo Gervásio Baptista, em 1967, e foi o primeiro jornalista brasileiro a cobrir a Guerra do Camboja, com o fotógrafo Antônio Rudge, em 1973, tendo chegado a Saigon e Phnom-Penh, via Tóquio.
Em audiências, contatos, entrevistas, recepções e visitas, esteve com alguns dos líderes que escreveram a história do mundo na segunda metade do século XX, entre outros: os presidentes Eisenhower, Kennedy, Nixon e Reagan, na Casa Branca, em Washington; os presidentes Charles de Gaulle e Giscard d’Estaing, no Palais d’Elysée, em Paris; Salazar, Spínola, Caetano e Mário Soares, em Lisboa; Thatcher, em Londres; Adenauer, em Bonn; Nasser e Anuar-el-Sadat, no Cairo; Ben Gurion, Golda Meir, Moshé Dayan, Itzak Rabin, Simon Peres e Albert Sabin em Jerusalém; Indira Ghandi, em Nova Delhi; Raul e Fidel Castro, Raul Roa e ‘Che’ Guevara, em Havana; Perón, Evita, Frondizi e Menem, em Buenos Aires; Eduardo Frei, o pai, em Santiago do Chile; o General Van Thiê, no Vietnã do Sul, e Ho-Chi-Min, no Vietnã do Norte; Elizabeth II, Craveiro Lopes, Selassié e Sukarno, em Brasília.
Conheceu os picos gelados de Zermat na Suíça e as geleiras de Anchorage e do Pólo Ártico; os desertos (americano) de Nevada e (africano) do Saara; o calor da Galiléia, do Mar Morto e das tórridas plantações de café na Costa do Marfim; a neve de Kiev e dos Montes do Ural na antiga União Soviética; as nevascas de Helsinque e de Oslo; os templos budistas de Angfor e de Phnom-Penh no Camboja; de Bangok na Tailândia e de Kyoto no Japão; as ruas sujas do Harlem em Nova York e do Cairo no Egito; os lugares santos de Roma e de Jerusalém.
Foi 32 vezes à Europa, 27 aos Estados Unidos, quatro à América do Norte, duas à Ásia e duas à África. Lamenta apenas que só a primeira dessas viagens, a Roma, no Ano Santo de 1950, tenha sido possível fazer de navio.
Casado com D. Norma, têm três filhos: Nelson, Fátima e Sérgio. É oficial da reserva do CPOR e recebeu as Medalhas de Tamandaré e de Santos Dumont (Grande Oficial); das Ordens dos Méritos Militar, Naval, Aeronáutico (Oficial); Judiciário (Grã-Cruz); Cívico e Cultural (Comendador); Jornalístico; de Miguel de Cervantes, de Câmara Cascudo e da Ordem do Rio Branco (Cavaleiro), concedida pelo Itamaraty.
Foi eleito unanimemente para membro titular da Academia Norte-Riograndense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 19, na sucessão do Acadêmico Nilo Pereira; do PEN Clube do Brasil e da Academia Brasileira de Letras, na Cadeira nº 20, sucedendo a Aurélio de Lyra Tavares, da Academia Carioca de Letras, na Cadeira nº 8, em substituição a Paschoal Villaboim Filho. 
É membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa – ABI e membro da União Brasileira de Escritores - UBE e da Academia Teresopolitana de Letras, substituindo, na cadeira nº 13, ao Acadêmico Oswaldo Pereira de Oliveira.
Representou a ABL na entrega do Prêmio João Ribeiro à Academia Mato-grossense de Letras, Cuiabá; no 40º aniversário de criação da Sudene, Recife; na posse do Acadêmico Ariano Suassuna na Academia Paraibana de Letras, João Pessoa; na homenagem prestada pela Academia Norte-Riograndense de Letras, Natal; no Centenário da Academia Pernambucana de Letras, Recife; no 13º Forum Nacional do BNDES, Rio de Janeiro; e na homenagem prestada ao Acadêmico Celso Furtado em comemoração aos 40 anos da Sudene.
Na ABL,foi eleito Tesoureiro, Segundo-Secretário e Diretor da Biblioteca Rodolfo Garcia.
Em companhia de Arnaldo Niskier, R. Magalhães Jr. e Joel Silveira, escreveu Cinco dias de junho, sobre a Guerra de Israel.
Com Adonias Filho, Amando Fontes, Cassiano Ricardo, Gustavo Corção, Hélio Silva, Josué Montello, Octavio de Faria, Rachel de Queiroz e Walmir Ayala, é um dos autores do livro O assunto é padre.
Com Carlos Lacerda, Darwin Brandão, David Nasser, Edmar Morel, Francisco de Assis Barbosa, João Martins, Joel Silveira, Justino Martins, Otto Lara Resende e Samuel Wainer, escreveu o livro Reportagens que abalaram o Brasil.
Com textos de Gilberto Freyre, Josué Montello, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Antônio Houaiss, Raimundo Magalhães Jr., Eduardo Portella, Ronaldo Cunha Lima e Humberto Nóbrega, é um dos autores do livro Augusto dos Anjos – A saga de um poeta.
Lançou O desafio brasileiro, com prefácio do ex-Ministro Reis Velloso, que vendeu 80 mil exemplares em 16 edições sucessivas, ganhando com ele o Prêmio Alfred Jurzykowski, da Academia Brasileira de Letras, como o Melhor Ensaio do Ano.
Este livro permaneceu durante várias semanas nas listas dos best sellers de livrarias brasileiras e foi adotado na cadeira de Estudos e Problemas Brasileiros de várias universidades, às quais o autor compareceu para debates com estudantes e professores.
A versão espanhola foi lançada em Madri, pelo Editorial Pomaire, com o título de El desafio Brasileño, tendo vendido 10 mil exemplares.
Escreveu em seguida O modelo brasileiro, lançado pela Editora Bloch, com prefácio do professor e ex-Ministro Mário Henrique Simonsen, que vendeu 15 mil exemplares em três edições e lhe granjeou o Prêmio Juca Pato, da Associação Paulista de Escritores.
Publicou, ainda, O Progresso Brasileiro, pela Biblioteca do Exército; Memória viva, por Bloch Editores; O nosso Rio Grande do Norte, pela Editora Consultor, e Rio Grande do Norte - Imagem e palavra, todos eles com cinco mil exemplares, cada.
Na companhia dos jornalistas Barbosa Lima Sobrinho, Villas-Boas Corrêa, Pedro do Couto, Marcio Alves, Rogério Coelho Neto e Paulo Branco, escreveu o livro Crônica política do Rio de Janeiro, editado pela Fundação Getúlio Vargas.
Mais recentemente, em 1997, lançou o livro Testemunho político, pela Editora Bloch, com prefácio do ex-Presidente, Senador e Acadêmico José Sarney além de apresentações dos Acadêmicos Arnaldo Niskier, Carlos Heitor Cony e Barbosa Lima Sobrinho, com 10 mil exemplares e que já está na 2ª edição, com mais 10 mil exemplares, pela Editora Elevação.
Na Coleção Afrânio Peixoto, da ABL, lançou o livro Múcio Leão – Centenário.
Com prefácio do jornalista Villas-Bôas Corrêa e apresentações dos acadêmicos Tarcísio Padilha, Arnaldo Niskier e Candido Mendes, escreveu o livro Tempo Diferente, em co-edição da ABL e a Topbooks.
Prefaciada pelo acadêmico Carlos Heitor Cony, lançou o livro História do Gás – do Rio de Janeiro ao Brasil, editada pela CEG e Pancron Indústria Gráfica.
Lançado pela "Editora União", escreveu o livro "O Brasileiro Rui Barbosa", na 2ª edição.
Na companhia dos escritores Ney Figueiredo, Marcelo Tognozzi, Francisco Vianna, Leandro Fortes e das escritoras Claudia Izique e Marleine Cohen, escreveu um livro " Políticos ao entardecer" (Getúlio, JK, Geisel, Brizola, Andreazza, Covas e Lacerda), com texto sobre Café Filho " Um agitador na presidência", editado pela Cultura.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/murilo-melo-filho/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Múcio Leão:


 

Quarto ocupante da Cadeira 20, eleito em 19 de setembro de 1935, na sucessão de Humberto de Campos e recebido pelo Acadêmico Pereira da Silva em 16 de novembro de 1935.
Múcio Leão (Múcio Carneiro Leão), jornalista, poeta, contista, crítico, romancista, ensaísta e orador, nasceu no Recife, PE, em 17 de fevereiro de 1898, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de agosto de 1969.
Foram seus pais o Dr. Laurindo Leão e Maria Felicíssima Carneiro Leão. Fez os estudos secundários no Recife, no Instituto Ginasial Pernambucano, de Cândido Duarte. Bacharelou-se em Direito em 1919, e logo a seguir transferiu-se para o Rio de Janeiro, vindo a ser redator do Correio da Manhã. Logo depois era colaborador da primeira coluna daquela folha, publicando ali seus primeiros artigos de apreciações críticas. Em 1923 deixou o Correio da Manhã, transferindo-se para o Jornal do Brasil. Na coluna de crítica do Correio da Manhã foi substituído por Humberto de Campos a quem ele, por sua vez, haveria de substituir em 1931.
Em 1934, por morte de João Ribeiro, substituiu-o na coluna de crítica do Jornal do Brasil. Em 1941 fundou, com Cassiano Ricardo e Ribeiro Couto, o matutino A Manhã, onde criou o suplemento literário “Autores e Livros”, que dirigiu desde então, e que se transformou numa vasta e preciosa história da literatura brasileira (11 volumes de 1941 a 1950).
Múcio Leão exerceu os seguintes cargos públicos ou comissões: oficial de gabinete do Ministro da Fazenda (1925); fiscal geral das Loterias (1926); agente fiscal do Imposto de Consumo (1926); presidente da Comissão de Teatro do Ministério da Educação (1939); professor do curso de Jornalismo da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil.
Na Academia Brasileira de Letras, foi segundo-secretário (1936); primeiro-secretário (1937, 1938); secretário-geral (1942, 1943, 1946 e 1948) e presidente (1944). Organizou inúmeras publicações, notadamente a obra crítica de João Ribeiro: Estudos críticos (1934), Clássicos e românticos brasileiros (1952), Os modernos (1952), Parnasianismo e Simbolismo (1957), Autores de ficção (1959), Críticos e ensaístas (1959), Filólogos (1961), Historiadores (1961). Em 1960, proferiu uma série de três conferências no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sob o título “O pensamento de João Ribeiro” (publicadas na Revista do Instituto, vol. 248, julho-setembro de 1961).

Atualizado em 29/07/2016.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/mucio-leao/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Elwyn Brooks White:


Elwyn Brooks White (Mount Vernon, Nova Iorque, 11 de julho de 1899 — North Brooklin, Maine, 1 de outubro de 1985) foi um escritor norte-americano. 
Foi o 6º filho. Estudou na Universidade de Cornell. Trabalhou como repórter e copiador de anúncios até entrar para a revista The New Yorker, em 1926, onde escreveu artigos editoriais. White também contribuiu para a seção Notas e Comentários da revista de 1927 a 1976. Também escreveu para a revista Harper's Bazaar, cujos textos foram reunidos em 1942 no livro One Man's Meat. 
White graduou-se em sete faculdades e universidades norte-americanas e foi membro da Academia Americana (American Academy). 
Obras

The Fox of Peapack

The Lady is Cold, uma coleção de poemas

Every Day Is Saturday

Farewell to Model T

Is Sex Necessary?, em colaboração com James Thurber

Quo Vadimus? Or, The Case for the Bicycle

One Man's Meat

Once More to the Lake

The Wild Flag

The Second Tree from the Corner

The Points of My Compass

The Ring of Time

The Essays of E.B. White

Letters of E.B. White

Poems and Sketches of E.B. White

Here Is New York

Writings From the New Yorker

The Elements of Style, com William Strunk Jr.

A Subtreasury of American Humor

Livros infantis

1945 - Stuart Little

1952 - Charlotte's Web

1970 - The Trumpet of the Swan

Prêmios White recebeu a medalha de ouro do Instituto Nacional de Artes e Literatura (National Institute of Arts and Letters) por seus artigos e críticas. Foi também reconhecido com um prêmio Pulitzer especial pelo conjunto de sua obra em 17 de abril de 1978.


Dante Alighieri: A Divina Comédia: Inferno:

 




“POR mim se vai das dores à morada, Por mim se vai ao padecer eterno,
3 Por mim se vai à gente condenada.
“Moveu Justiça o Autor meu sempiterno, Formado fui por divinal possança,
6 Sabedoria suma e amor supremo.
No existir, ser nenhum a mim se avança, Não sendo eterno, e eu eternal perduro:
9 Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança!”
Estas palavras, em letreiro escuro, Eu vi, por cima de uma porta escrito.
12 “Seu sentido” — disse eu — “Mestre me é duro” Tornou Virgílio, no lugar perito:
— “Aqui deixar convém toda suspeita;
15 Todo ignóbil sentir seja proscrito.

Contos do Sábado na Usina: Artur Azevedo: A cozinheira II:



Dormiam as crianças, mas dona Ernestina de Araújo ainda estava acordada. 
O esposo deu-lhe o beijo convencional , um beijo apressado, que tinha uma tradição de quinze anos, e começou a despir-se para deitar-se. Araújo levava grande parte da vida a mudar de roupa. 
— Venho achar-te acordada: isso é novidade! 
— É novidade, é. A Jacinta deu-lhe hoje para embebedar-se, e saiu sem aprontar o jantar. Fiquei em casa sozinha com as crianças. 
— Oh, senhor! é sina minha andar atrás de cozinheiras! 
— Não te aflijas: eu mesma irei amanhã procurar outra. 
— Naturalmente, pois se não fores, nem eu, que não estou para maçadas! Depois que o marido se deitou, dona Ernestina, timidamente: 
— E o meu chapéu? perguntou; compraste-o? 
— Que chapéu? 
— O chapéu que te pedi. 
— Ah? já não me lembrava... Daqui a uns dias... Ando muito arrebentado... 
— É que o outro já está tão velho... 
— Vai-te arranjando com ele, e tem paciência... Depois, depois... 
— Bom... quando puderes. E adormeceram. 
Logo pela manhã a pobre senhora pôs o seu chapéu velho e saiu por um lado, enquanto o seu marido saía por outro, ambos à procura de cozinheira. 
Os pequenos ficaram na escola. 
Os rendimentos de Araújo davam-lhe para sustentar aquelas duas casas. Ele almoçava com a mulher e jantava com a amante. Ficava até a meia-noite em casa desta, e entrava de madrugada no lar doméstico. 
A amante vivia num bonito chalé, a família morava numa velha casinha arruinada e suja. Na casa da mão esquerda havia o luxo, o conforto, o bem estar; na casa da mão direita reinava a mais severa economia. Ali os guardanapos eram de linho; aqui os lençóis de algodão. Na rua do Matoso havia sempre o supérfluo; na rua de São Cristóvão muitas vezes faltava o necessário. 
Araújo prontamente arranjou cozinheira para a rua do Matoso, e à meia noite encontrou a esposa muito satisfeita: 
— Queres saber, Araújo? Dei no vinte! Achei uma excelente cozinheira! 
— Sério? 
— Que jantar esplêndido! Há muito tempo não comia tão bem! Esta não me sai mais de casa. 
Pela manhã, a nova cozinheira veio trazer o café para o patrão, que se achava ainda recolhido, lendo a 
Gazeta. A senhora estava no banho; os meninos tinham ido para a escola. 
— Eh! eh! meu amo, é vosmecê que é dono da casa? 
Araújo levantou os olhos; era a Josefa, a cozinheira que tinha estado em casa de Maricas! 
— Cala-te, diabo! Não digas que me conheces! 
— Sim, sinhô. 
— Com que então tomaste anteontem um pileque onça e nos deixaste sem jantar, hein? 
— Mentira sé, meu amo; Josefa nunca tomou pileque. Minha ama foi que me botou pra fora! 
— Oras essa! Por que? 
— Ela me xingou pro via das compra, e eu ameacei ela de dizê tudo a vosmecê. 
— Tudo, o que? 
— A história do estudante que entra em casa à meia-noite quando vosmecê sai. 
— Cala-te! disse vivamente Araújo, ouvindo os passos de dona Ernestina, que voltava do banho. 
O nosso herói prontamente se convenceu que a Josefa lhe havia dito a verdade. Em poucos dias desembaraçou-se da amante, deu melhor casa à mulher e aos filhos, começou a jantar em família, e hoje não saí à noite sem dona Ernestina. Tomou juízo e vergonha.

Contos do Sábado na Usina: Machado de Assis: FREI SIMÃO I:


Frei Simão era um frade da ordem dos Beneditinos. Tinha, quando morreu, cinqüenta anos em aparência, mas na realidade trinta e oito. A causa desta velhice prematura derivava da que o levou ao claustro na idade de trinta anos, e, tanto quanto se pode saber por uns fragmentos de Memórias que ele deixou, a causa era justa. Era frei Simão de caráter taciturno e desconfiado. Passava dias inteiros na sua cela, donde apenas saía na hora do refeitório e dos ofícios divinos. Não contava amizade alguma no convento, porque não era possível entreter com ele os preliminares que fundam e consolidam as afeições. Em um convento, onde a comunhão das almas deve ser mais pronta e mais profunda, frei Simão parecia fugir à regra geral. Um dos noviços pôs-lhe alcunha de urso, que lhe ficou, mas só entre os noviços, bem entendido. Os frades professos, esses, apesar do desgosto que o gênio solitário de frei Simão lhes inspirava, sentiam por ele certo respeito e veneração. Um dia anuncia-se que frei Simão adoecera gravemente. Chamaram-se os socorros e prestou-se ao enfermo todos os cuidados necessários. A moléstia era mortal: depois de cinco dias frei Simão expirou. Durante estes cinco dias de moléstia, a cela de frei Simão esteve cheia de frades. Frei Simão não disse uma palavra durante esses cinco dias; só no último, quando se aproximava o minuto fatal, sentou-se no leito, fez chamar para mais perto o abade, e disse-lhe ao ouvido com voz sufocada e em tom estranho: - Morro odiando a humanidade! O abade recuou até a parede ao ouvir estas palavras, e no tom em que foram ditas. Quanto a frei Simão, caiu sobre o travesseiro e passou à eternidade. Depois de feitas ao irmão finado as honras que se lhe deviam, a comunidade perguntou ao seu chefe que palavras ouvira tão sinistras que o assustaram. O abade referiu-as, persignando-se. Mas 
 97 os frades não viram nessas palavras senão um segredo do passado, sem dúvida importante, mas não tal que pudesse lançar o terror no espírito do abade. Este explicou-lhes a idéia que tivera quando ouviu as palavras de frei Simão, no tom em que foram ditas, e acompanhadas do olhar com que o fulminou: acreditara que frei Simão estivesse doido; mais ainda, que tivesse entrado já doido para a ordem. Os hábitos da solidão e taciturnidade a que se votara o frade pareciam sintomas de uma alienação mental de caráter brando e pacífico; mas durante oito anos parecia impossível aos frades que frei Simão não tivesse um dia revelado de modo positivo a sua loucura; objetaram isso ao abade; mas este persistia na sua crença. Entretanto procedeu-se ao inventário dos objetos que pertenciam ao finado, e entre eles achou-se um rolo de papéis convenientemente enlaçados, com este rótulo: "Memórias que há de escrever frei Simão de Santa Águeda, frade beneditino". Este rolo de papéis foi um grande achado para a comunidade curiosa. Iam finalmente penetrar alguma coisa no véu misterioso que envolvia o passado de frei Simão, e talvez confirmar as suspeitas do abade.  O rolo foi aberto e lido perante todos. Eram, pela maior parte, fragmentos incompletos, apontamentos truncados e notas insuficientes; mas de tudo junto pôde-se colher que realmente frei Simão estivera louco durante certo tempo. O autor desta narrativa despreza aquela parte das Memórias que não tiver absolutamente importância; mas procura aproveitar a que for menos inútil ou menos obscura. II As notas de frei Simão nada dizem do lugar do seu nascimento nem do nome de seus pais. O que se pôde saber dos seus princípios é que, tendo concluído os estudos preparatórios, não pôde seguir a carreira das letras, como desejava, e foi obrigado a entrar como guarda-livros na casa comercial de seu pai. Morava então em casa de seu pai uma prima de Simão, órfã de pai e mãe, que haviam por morte deixado ao pai de Simão o cuidado de a educarem e manterem. Parece que os cabedais deste deram para isto. Quanto ao pai da prima órfã, tendo sido rico, perdera tudo ao jogo e nos azares do comércio, ficando reduzido à última miséria. A órfã chamava-se Helena; era bela, meiga e extremamente boa. Simão, que se educara com ela, e juntamente vivia debaixo do mesmo teto, não pôde resistir às elevadas qualidades e à beleza de sua prima. Amaram-se. Em seus sonhos de futuro contavam ambos o casamento, coisa que parece o mais natural do mundo para corações amantes. Não tardou muito que os pais de Simão descobrissem o amor dos dois. Ora é preciso dizer, apesar de não haver declaração formal disto nos apontamentos do frade, é preciso dizer que os referidos pais eram de um egoísmo descomunal. Davam de boa vontade o pão da subsistência a Helena; mas lá casar o filho com a pobre órfã é que não podiam consentir. Tinham posto a mira em uma herdeira rica, e dispunham de si para si que o rapaz se casaria com ela. Uma tarde, como estivesse o rapaz a adiantar a escrituração do livro mestre, entrou no escritório o pai com ar grave e risonho ao mesmo tempo, e disse ao filho que largasse o trabalho e o ouvisse. O rapaz obedeceu. O pai falou assim: - Vais partir para a província de ***. Preciso mandar umas cartas ao meu correspondente Amaral, e ,como sejam elas de grande importância, não quero confiá-las ao nosso desleixado correio. Queres ir no vapor ou preferes o nosso brigue? Esta pergunta era feita com grande tino. Obrigado a responder-lhe, o velho comerciante não dera lugar a que seu filho apresentasse objeções. O rapaz enfiou, abaixou os olhos e respondeu: - Vou onde meu pai quiser. O pai agradeceu mentalmente a submissão do filho, que lhe poupava o dinheiro da passagem no vapor, e foi muito contente dar parte à mulher de que o rapaz não fizera objeção alguma. Nessa noite os dois amantes tiveram ocasião de encontrar-se a sós na sala de jantar. 
 98 Simão contou a Helena o que se passara. Choraram ambos algumas lágrimas furtivas, e ficaram na esperança de que a viagem fosse de um mês, quando muito. À mesa do chá, o pai de Simão conversou sobre a viagem do rapaz, que devia ser de poucos dias. Isto reanimou as esperanças dos dois amantes. O resto da noite passou-se em conselhos da parte do velho ao filho sobre a maneira de portar-se na casa do correspondente. Às dez horas, como de costume, todos se recolheram aos aposentos. Os dias passaram-se depressa. Finalmente raiou aquele em que devia partir o brigue. Helena saiu do seu quarto com os olhos vermelhos de chorar. Interrogada bruscamente pela tia, disse que era uma inflamação adquirida pelo muito que lera na noite anterior. A tia prescreveu-lhe abstenção da leitura e banhos de água de malvas. Quanto ao tio, tendo chamado Simão, entregou-lhe uma carta para o correspondente, e abraçou-o. A mala e um criado estavam prontos. A despedida foi triste. Os dois pais sempre choraram alguma coisa, a rapariga muito. Quanto a Simão, levava os olhos secos e ardentes. Era refratário às lágrimas; por isso mesmo padecia mais. O brigue partiu. Simão, enquanto pôde ver terra, não se retirou de cima; quando finalmente se fecharam de todo as paredes do cárcere que anda, na frase pitoresca de Ribeyrolles, Simão desceu ao seu camarote, triste e com o coração apertado. Havia como um pressentimento que lhe dizia interiormente ser impossível tornar a ver sua prima. Parecia que ia para um degredo. Chegando ao lugar do seu destino, procurou Simão o correspondente de seu pai e entregou-lhe a carta. O Sr. Amaral leu a carta, fitou o rapaz, e, depois de algum silêncio, disse-lhe, volvendo a carta: - Bem, agora é preciso esperar que eu cumpra esta ordem de seu pai. Entretanto venha morar para a minha casa. - Quando poderei voltar? perguntou Simão. - Em poucos dias, salvo se as coisas se complicarem. Este salvo, posto na boca de Amaral como incidente, era a oração principal. A carta do pai de Simão versava assim: "Meu caro Amaral, "Motivos ponderosos me obrigam a mandar meu filho desta cidade. Retenha-o por lá como puder. O pretexto da viagem é ter eu necessidade de ultimar alguns negócios com você, o que dirá ao pequeno, fazendo-lhe sempre crer que a demora é pouca ou nenhuma. Você, que teve na sua adolescência a triste idéia de engendrar romances, vá inventando circunstâncias e ocorrências imprevistas, de modo que o rapaz não me torne cá antes de segunda ordem. Sou, como sempre" ,etc. III Passaram-se dias e dias, e nada de chegar o momento de voltar à casa paterna. O ex-romancista era na verdade fértil, e não se cansava de inventar pretextos que deixavam convencido o pobre rapaz. Entretanto, como o espírito dos amantes não é menos engenhoso que o dos romancistas, Simão e Helena acharam um meio de se escreverem, e deste modo podiam consolar-se da ausência, com presença das letras e do papel. Bem diz Heloísa que a arte de escrever foi inventada por alguma amante separada do seu amante. Nestas cartas juravam-se os dois sua eterna fidelidade. No fim de dois meses de espera baldada e de ativa correspondência, a tia de Helena surpreendeu uma carta de Simão. Era a vigésima, creio eu. Houve grande temporal em casa. O tio, que estava no escritório, saiu precipitadamente e tomou conhecimento do negócio. O resultado foi proscrever de casa tinta, penas e papel, e instituir vigilância rigorosa sobre a infeliz rapariga. Começaram pois a escassear as cartas ao pobre deportado. Inquiriu a causa disto em cartas choradas e compridas; mas como o rigor fiscal da casa de seu pai adquiria proporções descomunais, acontecia que todas as cartas de Simão iam parar às mãos do velho, que, depois de apreciar o estilo amoroso de seu filho, fazia queimar as ardentes epístolas. 
 99 Passaram-se dias e meses. Carta de Helena, nenhuma. O correspondente ia esgotando a veia inventadora, e já não sabia como reter finalmente o rapaz. Chega uma carta a Simão. Era letra do pai. Só diferençava das outras que recebia do velho em ser esta mais longa, muito mais longa. O rapaz abriu a carta, e leu trêmulo e pálido. Contava nesta carta o honrado comerciante que a Helena, a boa rapariga que ele destinava a ser sua filha casando-se com Simão, a boa Helena tinha morrido. O velho copiara algum dos últimos necrológios que vira nos jornais, e ajuntara algumas consolações de casa. A última consolação foi dizer-lhe que embarcasse e fosse ter com ele. O período final da carta dizia: "Assim como assim, não se realizam os meus negócios; não te pude casar com Helena, visto que Deus a levou. Mas volta, filho, vem; poderás consolar-te casando com outra, a filha do conselheiro ***. Está moça feita e é um bom partido. Não te desalentas; lembra-te de mim". O pai de Simão não conhecia bem o amor do filho, nem era grande águia para avaliá-lo, ainda que o conhecesse. Dores tais não se consolidam com uma carta nem com um casamento. Era melhor mandá-lo chamar, e depois preparar-lhe a notícia; mas dada assim friamente em uma carta, era expor o rapaz a uma morte certa. Ficou Simão vivo em corpo e morto moralmente, tão morto que por sua própria idéia foi dali procurar uma sepultura. Era melhor dar aqui alguns dos papéis escritos por Simão relativamente ao que sofreu depois da carta; mas há muitas falhas, e eu não quero corrigir a exposição ingênua e sincera do frade. A sepultura que Simão escolheu foi um convento. Respondeu ao pai que agradecia a filha do conselheiro, mas que daquele dia em diante pertencia ao serviço de Deus. O pai ficou maravilhado. Nunca suspeitou que o filho pudesse vir a ter semelhante resolução. Escreveu às pressas para ver se o desviava da idéia; mas não pôde conseguir. Quanto ao correspondente, para quem tudo se embrulhava cada vez mais, deixou o rapaz seguir para o claustro, disposto a não figurar em um negócio do qual nada realmente sabia. IV Frei Simão de Santa Águeda foi obrigado a ir à província natal em missão religiosa, tempos depois dos fatos que acabo de narrar. Preparou-se e embarcou. A missão não era na capital, mas no interior. Entrando na capital, pareceu-lhe dever ir visitar seus pais. Estavam mudados física e moralmente. Era com certeza a dor e o remorso de terem precipitado seu filho à resolução que tomou. Tinham vendido a casa comercial e viviam de suas rendas. Receberam o filho com alvoroço e verdadeiro amor. Depois das lágrimas e das consolações, vieram ao fim da viagem de Simão. - A que vens tu, meu filho? - Venho cumprir uma missão do sacerdócio que abracei. Venho pregar, para que o rebanho do Senhor não se arrede nunca do bom caminho. - Aqui na capital? - Não, no interior. Começo pela vila de ***. Os dois velhos estremeceram; mas Simão nada viu. No dia seguinte partiu Simão, não sem algumas instâncias de seus pais para que ficasse. Notaram eles que seu filho nem de leve tocara em Helena. Também eles não quiseram magoá-lo falando em tal assunto. Daí a dias, na vila de que falara frei Simão, era um alvoroço para ouvir as prédicas do missionário. A velha igreja do lugar estava atopetada de povo. À hora anunciada, frei Simão subiu ao púlpito e começou o discurso religioso. Metade do povo saiu aborrecido no meio do sermão. A razão era simples. Avezado à pintura viva dos caldeirões de Pedro Botelho e outros pedacinhos de ouro da maioria dos pregadores, o povo não podia ouvir com prazer a linguagem simples, branda, persuasiva, a que serviam de modelo as conferências do fundador da nossa religião. 
 100 O pregador estava a terminar, quando entrou apressadamente na igreja um par, marido e mulher: ele, honrado lavrador, meio remediado com o sítio que possuía e a boa vontade de trabalhar; ela, senhora estimada por suas virtudes, mas de uma melancolia invencível. Depois de tomarem água benta, colocaram-se ambos em lugar donde pudessem ver facilmente o pregador. Ouviu-se então um grito, e todos correram para a recém-chegada, que acabava de desmaiar. Frei Simão teve de parar o seu discurso, enquanto se punha termo ao incidente. Mas, por uma aberta que a turba deixava, pôde ele ver o rosto da desmaiada. Era Helena. No manuscrito do frade há uma série de reticências dispostas em oito linhas. Ele próprio não sabe o que se passou. Mas o que se passou foi que, mal conhecera Helena, continuou o frade o discurso. Era então outra coisa: era um discurso sem nexo, sem assunto, um verdadeiro delírio. A consternação foi geral. V O delírio de frei Simão durou alguns dias. Graças aos cuidados, pôde melhorar, e pareceu a todos que estava bom, menos ao médico, que queria continuar a cura. Mas o frade disse positivamente que se retirava ao convento, e não houve forças humanas que o detivessem. O leitor compreende naturalmente que o casamento de Helena fora obrigado pelos tios. A pobre senhora não resistiu à comoção. Dois meses depois morreu, deixando inconsolável o marido, que a amava com veras. Frei Simão, recolhido ao convento, tornou-se mais solitário e taciturno. Restava-lhe ainda um pouco da alienação. Já conhecemos o acontecimento de sua morte e a impressão que ela causara ao abade. A cela de frei Simão de Santa Águeda esteve muito tempo religiosamente fechada. Só se abriu, algum tempo depois, para dar entrada a um velho secular, que por esmola alcançou do abade acabar os seus dias na convivência dos médicos da alma. Era o pai de Simão. A mãe tinha morrido. Foi crença, nos últimos anos de vida deste velho, que ele não estava menos doido que frei Simão de Santa Águeda.