quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Xique - xique

Com sua flor púrpura em chamas
E com suas raízes fincadas sobre a pedra
Com seu porte em harmonia parece exaltar o Criador
E ao mesmo tempo zombar dos que lhe circundam
Com suas cores cinza do seco solo sertanejo.
Ela exibe seu verde natural que chega a ser irônico.......

Poema na integra no Livro:
"O Grito da Alma"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Havia a montanha

Venci em um caminho árduo
Mas havia a montanha
Ultrapassei perdas e abismos
Mas havia a montanha.
Passei por cacheiros e salteadores
Mas havia a montanha.
Superei viajantes e tropeiros
Mas havia a montanha.
Enfrentei tigres e leões
Mas havia a montanha.
Passei por todos os males imagináveis
Mas havia a montanha.......

Poema na integra no Livro:
"O Grito da Alma"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Ser Deus

Ser Deus é compartilhar a fé compartilhar o pão
Compartilhar o chão.
Ser Deus é dar amor sem temer a dor
Ser Deus é compartilhar esperança sem esperar herança
De valor nenhum.

É doar a vida sem temer a vinda do seu opressor.
É viver feliz com um ser de luz e de esplendor,
É não sentir mais dor seja como for......

Poema na integra no Livro:
"O Grito da Alma".

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Souza:

 


 



FRÊMITOS V

É só a vós, apenas,
Que eu me dirijo, límpidas auroras, 
Que pelas tardes plácidas, serenas, 
Passais, galantes como ingênuas Floras, 
Coroadas de flor de laranjeira, 
Noivas, sorrindo à mocidade inteira.

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Sousa:

 




FRÊMITOS III

Amadas e felizes
Gêmeas da luz das frescas alvoradas, 
Vós que trazeis nas almas as raízes
Do que é são, do que é puro 
— ó vós amadas Prendas gentis do paternal tesouro, 
Iriados corações de fluidos de ouro.







É para vós que eu quero Engrinaldar de tropos e de rimas, Num doce verso artístico e sincero, Esgrimir com belíssimas esgrimas



A estrofe e dar-lhe os golpes mais seguros Para que brilhe como uns astros puros.

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Sousa:

 




FRÊMITOS II

Ó virgens peregrinas,
De meigo olhar banhado de esperanças, 
Que perfumais com lírios e boninas 
A aurora de cristal das louras tranças, 
Que atravessais constantemente a vida Do sol eterno, 
da visão florida.

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:


 A ciranda

Meninazinha bonita dos olhos ingênuos e grandes, uma vez na ciranda eu perdi tua mão... 
Sinto ainda fugir-me à flor da pele, aflita, sua desesperada e última pressão!
E a vida continuou, ora em lenta pavana. ora numa quadrilha, em tonta confusão.
Quantas vezes julguei, mas foi sempre ilusão, viver aquela hora, entre as horas bendita, 
que uniu palma com palma e alma contra alma...
Mas que busco afinal, que miragem acalma tão inquieta procura em um mundo já findo? 
Porém, o mundo não é só o que se vê.
Talvez um dia eu morrerei sorrindo, e só os anjos saberão por quê!

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

 



As meninazinhas

Queridas unhinhas róseas... bocas de úmida, fresca avidez
de onde todas as notas, loucas, querem fugir de uma só vez...
Olhinhos de água tão pura que nada há que os espante... 
Sensível narina aflante...
Inquieta mão que procura...
Indeciso quadril, mas já
com aquele femíneo encanto... Sobrancelhinhas: um veludo... 
Orelhas, dedinhos... Ah,
nem queiras saber tudo quanto elas prometem à vida...

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

 


Subitamente

na esquina do poema, duas rimas olham-se, atônitas, comovidas, como duas irmãs desconhecidas...