quarta-feira, 14 de julho de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:



Pra sempre

 E nas belas noites quentes, de insônias,

em que o esplendor da luz prateada do Luar,

vier a banhar o teus lindos olhos, e o teu sorriso eterno.

Ò bela flor......

Poema na Integra no Livro:

"INSÔNIAS"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Deserto II

 

Prefiro atravessar o deserto em busca da felicidade, 

do quer sucumbir a minha existência a sombra da arvore das insatisfações....

Poema na Integra no Livro:

"Entre lírios e Promessas".

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Clareza

Tudo estava azul e claro como a cor do velho armário,

preso a parede de um tempo que precede a escuridão

de não ter a clareza dos desejos....

Poema  na integra no Livro;

"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões:

 



050

Senhor João Lopes, o meu baixo estado ontem vi posto em grau tão excelente, 
que vós, que sois enveja a toda a gente, só por mim vos quiséreis ver trocado.
Vi o gesto suave e delicado que já vos fez, contente e descontente, 
lançar ao vento a voz tão docemente que fez o ar sereno e sossegado.
Vi lhe em poucas palavras dizer, quanto ninguém diria em muitas; eu só, cego, 
magoado fiquei na doce fala.
Mas mal haja a Fortuna, e o Moço cego! Um, porque os corações obriga a tanto; 
outra, porque os estados desiguala.

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões:

 



119

Senhora já dest'alma, perdoai de um vencido de Amor os desatinos, 
e sejam vossos olhos tão beninos com este puro amor, que d'alma sai.
A minha pura fé somente olhai, e vede meus extremos se são finos; 
e se de algüa pena forem dinos, em mim, Senhora minha, vos vingai.
Não seja a dor que abrasa o triste peito causa por onde pene o coração,
que tanto em firme amor vos é sujeito.
Guardai-vos do que alguns, Dama, dirão, que, sendo raro em tudo vosso 
objeito, possa morar em vós ingratidão.

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões:

 



040

Senhora minha, se a Fortuna imiga,
que em minha fim com todo o Céu conspira, 
os olhos meus de ver os vossos tira,
porque em mais graves casos me persiga;
comigo levo esta alma, que se obriga, 
na mor pressa de mar, de fogo, de ira, 
a dar vos a memória, que suspira,
só por fazer convosco eterna liga.
Nest'alma, onde a Fortuna pode pouco, 
tão viva vos terei, que frio e fome
vos não possam tirar, nem vãos perigos.
Antes co som da voz, trémulo e rouco, bradando por vós, 
só com vosso nome farei fugir os ventos e os imigos.

Poesia de Quinta na Usina: Augusto dos Anjos:

 




PELO MUNDO

Ânsias que pungem, mórbidos encantos, 
Crepitações de flamas incendidas Nalma explodindo como fogos santos, 
Vão pelo mundo ensangüentando as Vidas.
Eflúvios quentes e fatais quebrantos Crestam a alma das virgens adormidas...
E as brumas velam nos sinistros mantos E as virgens dormem nas tumbais jazidas!
Súbitos fremem ‘spasmos derradeiros...
E a paixão morre e os corações coveiros Vão como duendes pelos céus risonhos,
Chorando auroras músicas perdidas Na estrada santa ensangüentando as Vidas, 
Nos campos-santos enterrando os Sonhos!

Poesia de Quinta na Usina: Augusto do Anjos:



SONETO

E o mar gemeu a funda melopéia À luz feral que a tarde morta instila, 
Triste como um soluço de Dalila,
Fria como um crepúsculo da Judéia.
Já Vésper, no Alto, a lânquida, cintila! 
Naquela hora morria para a Idéia A minha branca e desgraçada Déa, 
Qual rosa branca que ao tufão vacila.
E o mar chamou-a para o fundo abismo! E o céu chamou-a para o Misticismo. 
Nesse momento a Lua vinha calma
E céu e mar num desespero mudo Não viram que num halo de veludo 
À alma de Déa se evolava est’alma.

Poesia de Quinta na Usina: Augusto dos Anjos:

 



O RISO

“Ri, coração, tristíssimo palhaço”. Cruz e Sousa
O Riso -- o valtairesco clown -- quem mede-o?! 
-- Ele, que ao frio alvor da Mágoa Humana, 
Na Via-Láctea fria do Nirvana,
Alenta a Vida que tombou no Tédio!
Que à Dor se prende, e a todo o seu assédio, 
E ergue à sombra da dor a que se irmana 
Lauréis de sangue de volúpia insana, 
Clarões de sonho em nimbos de epicédio!
Bendito sejas, Riso, clown da Sorte
-- Fogo sagrado nos festins da Morte
-- Eterno fogo, saturnal do Inferno!
Eu te bendigo! No mundano cúmulo 
És a Ironia que tombou no túmulo
Nas sombras mortas de um desgosto eterno!