quinta-feira, 19 de março de 2020

Poesia De Quinta Na Usina:Fernando Pessoa: Azuis os Montes.





Azuis os montes que estão longe param.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego, filho
Ignorado do Caos e da Noite

Às férias em que existo.

Poesia de quinta Na Usina: D'Araújo:O que resta:



A dolorosa nuvem do anoitecer já é vista a olho nu. 

Eu apenas me recolho ao doce desejo, 

de sentir teu cheiro, 

tocar teu corpo, e me vestir,

com a tua bela alma. 

Para assim adormecer com a serenidade dos justos,

por entre teus belos seios.

D'Araújo.

Conteúdo do livro:


Poesia de Quinta na Usina: Alusão a Zé da Luz:


Não tem nada escrito
ou mesmo documentado
sua poesia era assim falada
e cantada, solta nos ventos
que sopram nos ouvidos surdos 
do mundo, que nada via nem nada escutava
alem do que lhe covinha.
Zé deu a luz a poesia escura e sem rumo
sob o farol da imaginação.
D"Araújo.

Severino de Andrade Silva, mais conhecido como Zé da Luz, foi um alfaiate de profissão e poeta popular brasileiro. Publicava suas obras em forma de literatura de cordel. Wikipédia
Nascimento29 de março de 1904, Itabaiana
Falecimento12 de fevereiro de 1965, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Morte12 de fevereiro de 1965 (61 anos); Rio de Janeiro

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo:Tudo que nasce um dia morre:



Houve um tempo em que não havia preconceito e o racismo.
Houve um tempo no qual nasceu o preconceito e o racismo.
Houve um tempo onde o preconceito e o racismo era uma normalidade.
Houve um tempo onde o preconceito e o racismo, tornou-se uma anormalidade.
Nos tempos de hoje, o preconceito e racismo é crime.
Haverá um tempo, em que o preconceito e o racismo, fatalmente envelhecerão.
Logo, haverá um tempo onde o preconceito e o racismo inevitavelmente morrerão assim como tudo que nasce.

E o mundo novamente voltará a ser de homens livres.

D'Araújo.

Conteúdo do Livro:


















Editora: www.perse.com.br

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões: Soneto 080:



Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer te algüa causa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder te,


roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver te, quão cedo de meus olhos te levou.

Poesia De Quinta Na Usina: Poema: Sempre mais:





Deleitando-se do enredo de uma vida de ambiguidades.
Deitamos os nossos ensejos na sala ao lado onde 
exala o pesado cheiro do pecado


Ficamos sitiados no convés dos desejos e vamos 
jogando os nossos sonhos a sorte do acaso, 
no profundo raso, abismo do medo de querer sempre mais...

D'Araujo.