quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Paulo Leminski:




corpo entortado contra o frio

saco às costas — vazio está  roubando o vento?

Poesia de quinta Na Usina: Machado de Assis:SINHÁ:




 O teu nome é como o óleo derramado.
CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Nem o perfume que expira
A flor, pela tarde amena,
Nem a nota que suspira
Canto de saudade e pena
Nas brandas cordas da lira;
Nem o murmúrio da veia
Que abriu sulco pelo chão
Entre margens de alva areia,
Onde se mira e recreia
Rosa fechada em botão;
Nem o arrulho enternecido
Das pombas nem do arvoredo
Esse amoroso arruído
Quando escuta algum segredo
Pela brisa repetido;
Nem esta saudade pura
Do canto do sabiá
Escondido na espessura,
Nada respira doçura

Como o teu nome, Sinhá!

Poesia De Quinta Na Usina: Augusto dos Anjos:DEBAIXO DO TAMARINDO:



No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Como uma vela fúnebre de cera, Chorei bilhões de vezes com a canseira De inexorabilíssimos trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos, Guarda, como uma caixa derradeira, O passado da Flora Brasileira

E a paleontologia dos Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios De minha vida e a voz dos necrológios Gritar nos noticiários que eu morri,


Voltando à pátria da homogeneidade, Abraçada com a própria Eternidade A minha sombra há de ficar aqui!

Poesia De quinta Na usina:Fernando Pessoa:Árvore verde:




Árvore verde,
Meu pensamento
Em ti se perde.
Ver é dormir
Neste momento.
Que bom não ser
'Stando acordado !
Também em mim enverdecer
Em folhas dado !
Tremulamente
Sentir no corpo
Brisa na alma !
Não ser quem sente,
Mas tem a calma.
Eu tinha um sonho
Que me encantava.
Se a manhã vinha,
Como eu a odiava !
Volvia a noite,
E o sonho a mim.
Era o meu lar,
Minha alma afim.
Depois perdi-o.
Lembro ? Quem dera !
Se eu nunca soube

O que ele era.

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:Se mil vidas...:






Meu coração lateja em prantos, sentindo a falta tua.
Se mil vidas eu tiver, mil vezes vou te amar.
Com a mesma intensidade do primeiro olhar.






















https://www.clubedeautores.com.br/book/218720--Desejos?topic=poesia#.WyZiilVKidt

Poesia de quinta na Usina:: D'Araújo:Flor branca:



 A flor que nasce
A flor que passe
A flor do perfume
A flor do sabor
A flor do laço
A flor do paço
A flor do amor
A flor da dor
A flor da cor
A flor da pele
A flor que revele
Simplesmente a flor, sem cor, sem sabor apenas minha bela flor branca.