quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Dante aliguieri: A Divina Comédia: Inferno:

 




Tanto ardimento o coração me aviva,
132 Que exclamei, como quem jamais temesse:
“Ó Dama em socorrer-me compassiva! 
E tu, que a voz lhe ouvindo, obedeceste, 
135 Cortês ao rogo e com vontade ativa,
“Por teu dizer no peito me acendeste Desejo tal de vir, que sou tornado
138 Ao propósito, a que antes me trouxeste.
“Vai, pois nosso querer 'stá combinado.
Serás meu guia, meu senhor, meu mestre!
” Disse-lhe assim. Moveu-se ele; ao seu lado
142 Pelo caminho entrei alto e silvestre.

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:

 



dia
ao primo pássaro
foi você
que piou pintou ontem
pouco antes do sol nascer? ou foi
talvez
um irmão tia irmã uma voz
já tão
longe que hoje
até parece amanhã?
a árvore é um poema não está ali
para que valha a pena está lá
ao vento porque trema
ao sol porque crema à lua porque diadema está apenas

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:

 




o p que
no pequeno & se esconde 
eu sei por q só 
não sei onde nem e

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


 
Dia vai vir que os saiba tão bem que vos cite como quem tê-los
um tanto feito também, acredite.
enxuga aí
vê se enxerga essa lágrima eu deixei cair examina examina bem 
vê se não é água da pedra ouro da mina essa gota dágua minha

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Olhos verdes

Com curvas que insulta e desnuda nossas almas
Uma leve face de deusa,
A tristeza clara por traz de um olhar intenso e profundo,
A dor que se esconde através de um belo sorriso, que nos transporta a um entardecer de primavera.
Para apaixonar-se basta olha para ela
Do seu belo corpo exala um profundo calor de verão, pura paixão.
Pode-se sentir o desejo latente em seu olhar provocador como um vulcão em erupção
Uma incessante transgressão pelo viver intensamente sempre presente, mas consumida pela incapacidade de controlar este medo sempre presente.
Então se consome em desejos e sonhos que nunca se realizarão, alem da sua doce e fértil imaginação, e tudo se torna inerte.
As curvas....

Poema na integra no livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Cavalgar teu ser

Conheço cada poro, que exala em ti,
este seu cheiro de prazer,
e torna inevitável este cavalgar insano....

Poema na integra no livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Varanda da Alma

No doce aconchego do assento na minha varanda,
com o cheiro da relva junto a terra e o frescor da brisa
que desliza em mim, sem pedir licença.
É em mim, inevitável a preguiça do pensar que neste lugar nada poderá me incomodar....

Poema na integra no livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:


 
TOLEDO

Diluído numa taça de ouro a arder Toledo é um rubi. 
E hoje é só nosso! O sol a rir...Viv´alma...
Não esboço Um gesto que me não sinta esvaecer...
As tuas mãos tateiam-me a tremer...
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço, 
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!
Cerro um pouco o olhar, onde subsiste 
Um romântico apelo vago e mudo
- Um grande amor é sempre grave e triste.
Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo... 
Uma torre ergue ao céu um grito agudo... 
Tua boca desfolha-me num beijo...

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:

  


 

SUPREMO ENLEIO

Quanta mulher no teu passado, quanta!
Tanta sombra em redor! Mas que me importa? Se delas veio o sonho que conforta,
A sua vinda foi três vezes santa!
Erva do chão que a mão de Deus levanta, Folhas murchas de rojo à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta, Quanta mulher ainda! Quanta! Quanta!
Mas eu sou a manhã: apago estrelas! Hás de ver-me, beijar-me em todas elas, 
Mesmo na boca da que for mais linda!
E quando a derradeira, enfim, vier, Nesse corpo vibrante de mulher 
Será o meu que hás de encontrar ainda...

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca:

 




PASSEIO NO CAMPO

Meu amor! Meu amante! Meu amigo! Colhe a hora que passa, 
hora divina, ebe-a dentro de mim, bebe-a comigo! 
Sinto-me alegre e forte! Sou menina!
Eu tenho, amor, a cinta esbelta e fina... 
Pele dourada de alabastro antigo...
Frágeis mãos de madona florentina...
- Vamos correr e rir por entre o trigo!
Há rendas de gramíneas pelos montes... 
Papoulas rubras nos trigais maduros... 
Água azulada a cintilar nas fontes...
E à volta, amor... tornemos, nas alfombras 
Dos caminhos selvagens e escuros,
Num astro só as nossas duas sombras...