quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Poesia de Quinta na usina: D'Araújo:

 


O que resta

A dolorosa nuvem do anoitecer já é vista a olho nu. 

Eu apenas me recolho ao doce desejo, de sentir teu cheiro,

tocar teu corpo, e me vestir,

com a tua bela alma.....

poema na integra no livro:



Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Verdade inegável

Ela... Passa,

A farsa fica

E dentro de nós

Sempre haverá

O inegável desejo

De ser, sempre ela...

conteúdo do livro:




Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 




Belas tardes

Assim como os belos e doces lírios do campo

minha alegria padece perene,

e tremula sob os ventos dos teus sorrisos....

Poema na integra no livro:




Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

  




Deixa-me seguir para o mar

Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar-se um fantasma... 
Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas, me recamarei de estrelas 
como um manto real, me bordarei de nuvens e de asas,
às vezes virão em mim as crianças banhar-se... 
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar, 
as imagens perdendo no caminho... Deixa-me fluir, 
passar, cantar... toda a tristeza dos rios é não poderem parar

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

 



De longe para longe

Embora as vejas daqui, dentro deste mesmo ar, 
as velhas catedrais estão no fundo do mar, cantando...
Vozes de sinos ou de preces
- é da tua alma que elas, às vezes, surgem à tona...
E esses velhos caminhos, embora os vejas daqui sabes aonde irão dar?
Caminhos são mais antigos que a redondeza da terra.
Eles não descem os horizontes... seguem, sozinhos, no ar.
(E ai dos caminhos que levam de volta ao mesmo lugar!) 
Dizem que os deuses morreram? 
Um deus sempre está sepulto para depois ressuscitar...
Viemos do fundo do mar,
no entanto, estamos na Lua... Mas como se há de parar?
(Homens, sementes ocultas cujo sonho é germinar...)
E àquele que um dia foi do antigo Jardim expulso ofertaremos os frutos
da Grande Árvore Estelar.

Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:

 



107.

" Sou daquelas almas que as mulheres dizem que amam, e nunca reconhecem quando encontram, daquelas que, se elas as reconhecessem, mesmo assim não as reconheceriam. Sofro a delicadeza dos meus sentimentos com uma atenção desdenhosa. Tenho todas as qualidades, pelas quais são admirados os poeta românticos, mesmo aquela falta dessas qualidades, pela qual se é realmente poeta romântico. Encontro-me descrito (em parte) em vários romances como protagonista de vários enredos; mas o essencial da minha vida, como da minha alma, é não ser nunca protagonista."
"O cais, a tarde, a maresia entram todos, e entram juntos, na composição da minha angústia. As flautas dos pastores impossíveis não são mais suaves que o não haver aqui flautas e isso lembrar-mas."

Poesia de Quinta na Usina: Fernando Pessoa:

 



110.

" Cada qual tem o seu álcool. Tenho álcool bastante em existir. Bêbado de me sentir, vagueio e ando certo. Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. Se não são horas, vou até o rio fitar o rio, como qualquer outro. Sou igual. E por detrás de isso, céu meu, constelo-me às escondidas e tenho o meu infinito."