quarta-feira, 10 de julho de 2019

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede: Danúbia Ivanoff : POEMA NA REDE: um poema dicotômico e classista.:


existe no mundo da rede
muita gente 
solitária...


e existe no mundo das gentes,

sem rede, 

miseráveis...



existe no mundo da gente 

e da rede

vários bilhões crescentes...

existe no mundo da gente a rede

que aproxima da gente o distante 
e leva as nuvens o que está perto

existe no mundo muita gente em rede
e gente sem nenhuma rede para deitar

muita gente
por milhanos usurpadas 

poucas pessoas bilionárias

malandros espertos
gente modesta
gente cruel
e que não presta

existe no mundo

maus com bens
bons sem nada
e vice-versa

existe muito mais 
neste mundo
do que se possa imaginar 

por aqui por perto,
acerca...

teorias
poemas
epilepsias
estatísticas
guerras
e dilemas

existe no mundo

alguéns, detendo os bens
e ninguéns, que ainda lutam.

(Danúbia Ivanoff)

Quarta Na Usina:Poetisas Da Rede:Manoli Ariza:


No me llames amor mío
que mi amor ya no es de nadie,

sólo es un tempano frío

que va derritiendo el aire,

de un amanecer sombrío.



Que bien sabes tú que se lo llevó,

cuando se marchó a la tumba,
el que al irse se dejó,
mi alma amarrada a la suya,
envuelta en mi corazón.
Não me chame de meu amor, meu amor, 
não é ninguém, é apenas 
um resfriado que você está derretendo o ar, 
um iceberg do amanhecer sombrio.



Sabe muito bem quem o levou, 

quando ele foi para o túmulo, 

que quando caiu, minha alma amarrada dela, 

envolto em meu coração. 

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede;Léia Deleon:


Estão dizendo por aí
Que hoje é dia de poesia
Asia, franquia


Porque tu sabes que és poesia

Quando em qualquer esquina mesquinha



O periquito da vizinha

Pia feito galinha


Quarta Na Usina:Poetisas Da Rede:Patricia Zago:ABSOLUTAMENTE:


Por que hoje em dia 
a gente se apaixonar é tão difícil? 



Digo...



Sabe, aquela coisa d’olhar nos olhos

e ver tudo o que sempre, 

a vida inteira,

desejávamos ver

sem precisar de nada,
absolutamente nada para explicar?

(Nada do que já está explícito n’alma...)

Ficar horas pensando, planejando
encontros absurdos,
em lugares mais absurdos ainda,
e que, na verdade, 
só existem na nossa fértil imaginação...

Perder-se neles!

Mas, ao mesmo tempo, também,
neles nos encontrar... De forma absoluta!

Sorrir, sonhar e voar...

Voar muito alto até se confundir
com os pássaros,
com a brisa macia,
com o próprio som de nossas asas 
imaginárias...

Ah, e sorrir no nosso pôr-do-sol dourado!

Então, por favor, me digam...
Por que hoje em dia 
se apaixonar é tão difícil, de repente? 
Envolver-se pra valer, sem receio,
assim, absolutamente?!

Patricia Zago  P.Z.