quinta-feira, 2 de abril de 2020

Poesia De Quinta Na Usina:Luis De Camões: Soneto:



Apolo e as nove Musas, discantando
com a dourada lira, me influíam na suave harmonia que faziam, quando tomei a pena, começando:

— Ditoso seja o dia e hora, quando tão delicados olhos me feriam! Ditosos os sentidos que sentiam estar se em seu desejo traspassando!

Assim cantava, quando Amor virou a roda à esperança, que corria
                                           tão ligeira que quase era invisível.

Converteu se me em noite o claro dia; e, se algüa esperança me ficou,
                                                será de maior mal, se for possível.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: Eu nada Via:




Era uma escuridão vazia
que ali existia, e lá nada se via, só queria enxergar os teus
lábios e lembrar dos beijos molhados
que eu tinha. Mas com o silencio sombrio
que ali existia, eu nada via, só sentia....





















Para comprar o livro clique no link abaixo:
https://clubedeautores.com.br/livro/fragmentos-18?fbclid=IwAR2nVE6m5KRCSlQt7zzDC7lm_ffuHGKDmxWHhmzz09K41HjLM9tLjBmWJ7g

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araújo: Por Ti:




Meu amor era por ti
Era por mim
Era por nós Sem heresias
sem complacência
Apenas amor,
Que rir, que chora e que ao mesmo tempo
Nos devoram.
E que nos faz renascer.





















Para comprar o livro clique no link abaixo:
https://clubedeautores.com.br/livro/fragmentos-18?fbclid=IwAR2nVE6m5KRCSlQt7zzDC7lm_ffuHGKDmxWHhmzz09K41HjLM9tLjBmWJ7g

Poesia De Quinta Na Usina: Augusto dos Anjos: O LÁZARO DA PÁTRIA:




Filho podre de antigos Goitacases, Em qualquer parte onde a cabeça ponha,
Deixa circunferências de peçonha, Marcas oriundas de úlceras e antrazes.

Todos os cinocéfalos vorazes Cheiram seu corpo. À noite, quando sonha,
Sente no tórax a pressão medonha Do bruto embate férreo das tenazes.

Mostra aos montes e aos rígidos rochedos A hedionda elefantíase dos dedos
Há um cansaço no Cosmos... Anoitece.

Riem as meretrizes no Cassino, E o Lázaro caminha em seu destino
Para um fim que ele mesmo desconhece!

Poesia De Quinta Na Usina: Augusto dos Anjos: A IDÉIA:






De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?!

Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas,

Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas da laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica...

Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No molambo da língua paralítica!

Poesia De Quinta Na Usina: Luis de Camões: Soneto:



                                  Aquela fera humana que enriquece sua       presuntuosa tirania
destas minhas entranhas, onde cria Amor um mal que falta quando crece;

Se nela o Céu mostrou (como parece) quanto mostrar ao mundo pretendia, porque de minha vida se injuria?
Porque de minha morte s'enobrece?

Ora, enfim, sublimai vossa vitória, Senhora, com vencer me e cativar me: fazei disto no mundo larga história.

Que, por mais que vos veja maltratar me, já me fico logrando desta glória
de ver que tendes tanta de matar me.