quarta-feira, 16 de junho de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


 


Fracasso

O imputo desejo de acreditar,
em um amor ausente,
uma vontade escondida,
e a eminente...

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Indesejada

Com a possibilidade da presença indesejada da solidão.
Que esfacela o meu peito, e a minha alma lateja em prantos.
Então passo a esperar o amanhã....

Poema na Integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:


 


Nós

O meu desejo,
À vontade tua,
E sobre nós,
o manto negro da noite repleto de estrelas....
Poema na integra no Livro:

"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:

 




O VERME

Existe uma flor que encerra
Celeste orvalho e perfume.
Plantou-a em fecunda terra
Mão benéfica de um nume.
Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.
Morde, sangra, rasga e mina,
Suga-lhe a vida e o alento;
A flor o cálix inclina;
As folhas, leva-as o vento,
Depois, nem resta o perfume
Nos ares da solidão...
Esta flor é o coração,
Aquele verme o ciúme.

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:





A UM LEGISTA

Tu foges à cidade?
Feliz amigo! Vão
Contigo a liberdade,
A vida e o coração.
A estância que te espera
É feita para o amor Do sol co’a primavera,
No seio de uma flor.
Do paço de verdura
Transpõe-me esses umbrais;
Contempla a arquitetura
Dos verdes palmeirais.
Esquece o ardor funesto
Da vida cortesã;
Mais val que o teu Digesto
A rosa da manhã.
Rosa...que se enamora
Do amante colibri,
E desde a luz da aurora
Os seios lhe abre e ri.
Mas Zéfiro bregeiro
Opõe ao beija-flor
Embargos de terceiro
Senhor e possuidor.
Quer este possuí-la
Também o outro a quer.
A pobre flor vacila,
Não sabe a que atender.
O sol, juiz tão grave
Como o melhor doutor,
Condena a brisa e a ave
Aos ósculos da flor.
Zéfiro ouve e apela.
Apela a colibri.
No entanto a flor singela
Com ambos folga e ri.
Tal a formosa dama
Entre dois fogos, quer
Aproveitar a chama...
Rosa, tu és mulher!
Respira aqueles ares,
Amigo. Deita ao chão
Os tédios e os pesares.
Revive. O coração
É como o passarinho Que deixa sem cessar
A maciez do ninho Pela amplidão do ar.
Pudesse eu ir contigo,
Gozar contigo a luz;
Sorver ao pé do amigo
Vida melhor e a flux!
Ir escrever nos campos,
Nas folhas dos rosais,
E à luz dos pirilampos,
Ó Flora, os teus jornais!
Da estrela que mais brilha
Tirar um raio, e então
Fazer a gazetilha
Da imensa solidão.
Vai tu que podes. Deixa
Os que não podem ir,
Soltar a inútil queixa,
Mudar é reflorir.

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis:


CEGONHAS E RODOVALHOS
( A Anísio Semprônio Rufo)
( Bouillet)

Salve, rei dos mortais, Semprônio invicto,
Tu que estreaste nas romanas mesas
O rodovalho fresco e a saborosa
Pedi-rubra cegonha!
Desentranhando os mármores da Frígia*
Ou já rompendo ao bronze o escuro seio,
Justo era que mandasse a mão do artista
Teu nobre rosto aos evos.
Porque fosses maior aos olhos pasmos
Das nações do Universo, ó pai dos molhos,
Ó pai das comezainas, em criar-te
Teu século esfalfou-se.
A tua vinda ao mundo prepararam
Os destinos, e acaso amiga estrela
Ao primeiro vagido de teus lábios
Entre nuvens luzia.
Antes de ti, no seu vulgar instinto,
Que comiam Romanos? Carne insossa
Dos seus rebanhos vis, e uns pobres frutos,
Pasto bem digno deles;
A escudela de pão outrora ornava,
Com o saleiro antigo, a mesa rústica,
A mesa em que, três séculos contados,
Comeram senadores.
E quando, por salvar a pátria em risco,
Os velhos se ajuntavam, quantas vezes
O cheiro do alho enchia a antiga cúria,
O pórtico sombrio,
Onde vencidos reis o chão beijavam;
Quantas, deixando em meio a mal cozida,
A sem sabor chanfana, iam de um salto
À conquista do mundo!
Ao voltar dos combates, vencedores,
Carga de glória a não trazia ao porto,
Reis vencidos, tetrarcas subjugados,
E rasgadas bandeiras...
Iludiam-se os míseros! Bem hajas,
Bem hajas tu, grande homem, que trouxeste
Na tua ovante barca à ingrata Roma
Cegonhas, rodovalhos!
Maior que esse marujo que estripava,
Co’o rijo arpéu, as mãos cartaginesas,
Tu, Semprônio, co’as redes apanhavas
Ouriçado marisco;
Tu, glutão vencedor, cingida a fronte
Co’o verde mirto, a terra percorreste,
Por encontrar os fartos, os gulosos
Ninhos de finos pássaros.
Roma desconheceu teu gênio, ó Rufo!
Dizem até ( vergonha!) que negara
Aos teimosos desejos que nutrias
O voto de pretura.
Mas a ti, que te importa a voz da turba?
Efêmero rumor que o vento leva








Como a vaga do mar. Não, não raiarão

Os teus melhores dias.



Virão, quando aspirar a invicta Roma

As preguiçosas brisas do oriente;



Quando co’a mitra d’ouro, o descorado,

O cidadão romano,



Pelo foro arrastar o tardo passo

E sacudir da toga roçagante,

Às virações os tépidos perfumes



Como um sátrapa assírio.



Virão, virão, quando na escura noite

A orgia imperial encher o espaço

De viva luz, e embalsamar as ondas



Com os seus bafos quentes;

Então do sono acordarás, e a sombra,



A tua sacra sombra irá pairando

Ao ruído das músicas noturnas

Nas rochas de Capréia.



Ó mártir dos festins! Queres vingança? Tê-la-ás e à farta, à tua gran memória;

Vinga-te o luxo que domina a Itália;

Ressurgirás ovante



Ao dia em que na mesa dos Romanos

Vier pompear o javali silvestre,



Prato a que der os finos molhos Tróia

E rouxinol as línguas.

Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


a perda do olfato eu não lamento afinal o olfato

só serve pra cheirar os quatro elementos vamos ao fato

o paladar eu perdi

mas não porque o perdesse tirei da cabeça

o gosto do abacaxi do ouvido não olvido

pois tendo desenvolvido a guerra dos sentidos me voltei pro silêncio

o som não faz sentido uma consequência toma conta de mim

como se fosse um barato



Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:


nada que o sol não explique tudo que 
a lua mais chique não tem chuva
que desbote essa flor


Poesia de Quinta na Usina: Paulo Leminsk:



que me importa meio-dia e doze
o tempo que toque nesses relógios 
matéria de tictac pra mim agora
é quinze pras quatro ou duas 
e vinte e um dezenove e dezoito não
que onze e trinta só meu coração

RESULTADO ANTOLOGIA POÉTICA PERMITA-SE FLORESCER:



 Apresentamos o resultado da seletiva para a ANTOLOGIA POÉTICA PERMITA-SE FLORESCER Volume I e Volume II.

 

Atenção! Caso queiram divulgar nas redes sociais a sua participação na antologia com essas imagens, não é permitido modificar a arte original, como: cortar e nem utilizar filtros. Isso em respeito a todos os nomes inseridos nessa lista, logo da editora, nome da organizadora e imagem da capa. É possível salvar, repostar ou solicitar as imagens em nosso direct ou no direct da organizadora Bibiana Danna.

 

Agradecemos a colaboração e empenho de todos os envolvidos, por tornarem possível a realização desse lindo projeto literário.

 

Em breve entraremos em contato por e-mail com todos os autores aprovados, aguardem!

 

Att. Eriberto Henrique e Julliane Santos

 

VOLUME I