domingo, 15 de dezembro de 2019

Domingo Na Usina:Biografias:Thomas Allen:



Biografia:

Allen ingressou no Trinity College, em Oxford, em 1561, e graduou-se como Masters of Arts em 1567. Em 1580 transferiu-se para oGloucester Hall, também em Oxford e ficou famoso por seu conhecimento em antiguidades, filosofia e matemática.
Recebeu um convite de Henry Percy, conde de Northumberland, um grande amigo e patrono dos homens de ciência, e passou algum tempo na casa do conde, onde se familiarizou com o Thomas HarriotJohn Dee e outros matemáticos famosos. Foi também íntimo de Sir Robert CottonWilliam Camden, e seus associados antiquários.
Robert Dudley, conde de Leicester, tinha uma afeição particular por Allen, e teria lhe concedido um bispado não fosse a sua recusa pela oferta, preferindo continuar com o seu amor pela solidão. Sua grande habilidade em matemática e astrologia deu-lhe a fama de mago. O autor de Leicester's Commonwealth acusou-o de empregar a arte de "descobrir" para favorecer os projetos ilegais do conde de Leicester, e de utilizar a "magia negra" para forçar uma união entre o seu patrono e a rainha Elizabeth.
Allen foi um incansável coletor de manuscritos relacionados à históriaantiguidadeastronomia/astrologiafilosofia e matemática. Uma parte considerável de sua coleção foi doada à biblioteca Bodleiana por Sir Kenelm Digby.
Morreu em Gloucester Hall, Oxford.

Trabalhos:

Publicou em latim, o segundo e o terceiro livros de Ptolomeu de PelúsioSobre o Julgamento das Estrelas, ou, como é comumente chamado, da Construção Quadripartite, com uma Exposição. Escreveu também notas sobre De Scriptoribus M. Britanniae, de John Bale.
Fonte de origem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Allen

Domingo Na Usina:Biografias:Karl Marx:




(1818-1883) nasceu em Trèves, cidade ao sul da Prússia Renana, na fronteira da França, no dia 5 de maio de 1818. Filho de Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, descendente de judeu, era perseguido pelo governo absolutista de Frederico Guilherme III. Em 1835 concluiu o curso ginasial no Liceu Friedrich Wilhelm. Ainda nesse ano e boa parte de 1836, Karl estudou Direito, História, Filosofia, Arte e Literatura na Universidade de Bonn.Karl Marx (1818–1883) foi um filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras.

No final de 1836, vai para Berlim, onde se propagam as ideias de Hegel, destacado filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os "hegelianos de esquerda", que procuram analisar as questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na burguesia da Alemanha. Entre 1838 e 1840, dedica-se a elaboração de sua tese, em busca de um cargo de professor. Em 1841, na Universidade de Iena, apresenta o trabalho "A Diferença Entre a Filosofia da Natureza de Demócrito e a de Epicuro".
Por motivos políticos, Karl não é nomeado, as universidades não aceitam mestres que seguem as ideias de Hegel. Desiludido, dedica-se ao jornalismo. Escreve artigos para os Anais Alemães, de seu amigo Arnold Ruge, mas a censura impede sua publicação. Em outubro de 1842, muda-se para Colônia, e assume a direção do jornal Gazeta Renana, mas logo após a publicação do artigo sobre o absolutismo russo, o governo fecha o jornal.
Em julho de 1843, casa-se com Jenne, irmã de seu amigo Edgard von Westphalen. O casal muda-se para Paris, onde Marx junto com Ruge funda a revista "Anais Franco Alemães", e publica os artigos de Fredrich Engels. Publica também "Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel" e "Sobre a Questão Judaica". Ingressa numa sociedade secreta, mas é expulso da cidade.
Em fins de 1844, Marx começa a escrever para o "Vornaerts", em Paris. As opiniões desagradam o governo de Frederico Guilherme V, imperador da Prússia, que pressiona o governo francês a expulsar os colaboradores da publicação, entre eles Marx e Engels. Em fevereiro é obrigado a sair da França e vai para a Bélgica.
Dedica-se a escrever teses sobre o socialismo e mantém contato com o movimento operário europeu. Funda a "Sociedade dos Trabalhadores Alemães". Junto com Engels, adquirem um semanário e se integram à "Liga dos Justos", entidade secreta de operários alemães, com filiais por toda a Europa. No Segundo Congresso da Liga, são solicitados para redigir um manifesto.
No dia 21 de fevereiro de 1848, com base no trabalho de Engels, Os Princípios do Comunismo, Marx escreve o "Manifesto Comunista", onde esboça suas principais ideias com a luta de classe e o materialismo histórico. Critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário, e termina com um apelo pela união dos operários no mundo todo. Pouco tempo depois, Karl e sua mulher são presos e expulsos da Bélgica.
Depois de vários exílios e privações, Max finalmente se instala em Londres. Apesar da crise, em 1864 funda a "Associação Internacional dos Trabalhadores", que fica conhecida como "Primeira Internacional". Com a ajuda de Engels, publica em 1867, o primeiro volume de sua mais importante obra, "O Capital", em que sintetiza suas críticas à economia capitalista.
Ao escrever "Crítica ao Programa de Gotha", condena o programa que o partido socialista alemão adotara em 1875. As teorias de Marx influenciaram a Revolução Russa de 1917, teóricos e políticos como Lênin, Trotski, Stalin e Mao Tsé-Tung. Assim, sua doutrina esteve presente em vários países, como a extinta URSS, a China e Cuba.
Karl Heinrich Marx morreu em Londres, no dia 14 de março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas respiratórios.

Fonte de origem:
http://www.e-biografias.net/karl_marx/

Domingo Na Usina:Biografias:Charles Dickens:


Charles John Huffam Dickens (Landport, Portsmouth, 7 de fevereiro de 1812 — Gravesham, Kent, 9 de junho de 1870) foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana.1 . No início de sua atividade literária também adoptou o pseudónimo Boz. A fama dos seus romances e contos, tanto durante a sua vida como depois, até aos dias de hoje, só aumentou. Apesar de os seus romances não serem considerados, pelos parâmetros actuais, muito realistas, Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.
Entre os seus maiores clássicos estão "David Copperfield" e "Oliver Twist".1
Infância e Juventude[editar | editar código-fonte]
Dickens nasceu numa sexta-feira na cidade de Portsmouth (condado de Hampshire, Inglaterra), filho de John Dickens, funcionário perdulário da Armada, e de esposa Elizabeth Barrow. Quando fez cinco anos, a família mudou-se para Chatham, no condado de Kent.
Descrever-se-ia a si mesmo, mais tarde, como uma criança "muito pequena e não muito mimada".2 Educado pela sua mãe, que lhe ensinava diariamente inglês e latim,2 passava muito do seu tempo a ler infindavelmente – e, com especial devoção as novelas picarescas de Tobias Smollett e Henry Fielding. Entre os livros da sua infância encontravam-se também obras de Daniel Defoe, Goldsmith, bem como o "Dom Quixote", "Gil Blas" e "As Mil e uma noites". A sua memória fotográfica serviria, mais tarde, para conceber as suas personagens e enredos ficcionais, baseando-se muito nas pessoas e acontecimentos que foram marcando a sua.
A sua família era remediada em termos económicos, o que lhe permitiu frequentar uma escola particular durante três anos. A situação piorou, contudo, quando o seu pai foi preso por dívidas, depois de gastar os recursos da família no afã de manter uma posição social periclitante. Com dez anos de idade, a família mudou-se para o bairro popular de Camden Town em Londres, onde ocupavam quartos baratos e, para fazer face aos gastos, empenharam os talheres de prata e venderam a biblioteca familiar que tinha feito as delícias do jovem rapaz. Com doze anos, Dickens já tinha a idade considerada necessária para trabalhar na empresa Warren’s onde se produzia graxa para os sapatos com betume, junto à actual Estação ferroviária de Charing Cross. O seu trabalho consistia em colar rótulos nos frascos de graxa, ganhando, por isso, seis xelins por semana.3 Com o dinheiro, sustentava a família, encarcerada na prisão para devedores, em Moure onde ia dormir.

Alguns anos depois, a situação financeira da família melhorou consideravelmente, graças a uma herança recebida pelo seu pai. A sua família deixou a prisão, mas a mãe não o retirou logo da fábrica, que pertencia a um amigo. Dickens jamais perdoaria à mãe por essa injustiça. O tema das más condições de trabalho da classe operária inglesa tornar-se-ia, mais tarde, um dos mais recorrentes da sua obra.
Início de carreira:
Em agosto Dickens começou a trabalhar num escritório, emprego que lhe poderia valer, mais tarde, a posição de advogado. Não gostou, no entanto, do trabalho nos tribunais e, depois de aprender taquigrafia, foi, por um breve período, estenógrafo do tribunal. Com dezoito anos de idade, começou outro período de leituras intensas tendo-se inscrito na biblioteca do British Museum. Por esta altura, apaixona-se pela filha de um banqueiro, Maria Beadnell. Os pais da menina desaprovaram, contudo, o idílio amoroso devido ao passado dos pais de Dickens. A própria Maria tornar-se-á indiferente a Charles depois de uma viagem "educativa" à França. Dickens levará um ano a superar este desgosto amoroso.
Charles Dickens - Project Gutenberg:
Tornou-se, depois, jornalista, começando como cronista judicial e, depois, fazendo relatos dos debates parlamentares e cobrindo as campanhas eleitorais pela Grã-Bretanha fora, de diligência. Os seus Sketches by Boz ("Esboços de Boz" - Boz era a alcunha do seu irmão mais novo que não era capaz de pronunciar devidamente "Moses" - Moisés, em inglês) são fruto desta época e são constituídos por pequenas peças jornalísticas em forma de retratos de costumes, originalmente escritas para o "Morning Chronicle" em 1833.4 Ao longo da sua carreira, Dickens continuou, durante muito tempo, a escrever para jornais.
Com pouco mais de vinte anos, o seu The Pickwick Papers (Os Documentos Póstumos do Clube Pickwick) estabeleceu o seu nome como escritor. A ideia inicial desta obra era que Dickens escrevesse comentários a ilustrações desportivas. De 1831 a 1834, a New Sporting Magazine comprovou o sucesso desta receita editorial com a sua série "Jorrock´s Jaunts and Jollities" sobre um comerciante cockney que quer a todo o custo ser reconhecido como o bom caçador que não era. Querendo seguir a mesma ideia, Robert Seymour propôs aos editores Chapman and Hall criar uma série semelhante sobre um tal de "Clube Nimrod" (Nimrod é uma personagem bíblica descrita como sendo um grande caçador) onde também se troçaria dos caçadores inexperientes, mas cheios de si mesmos. Procuraram-se escritores para "complementar" as imagens com textos. A terceira opção, perante a recusa dos dois primeiros, era Dickens, que escrevera os seus Esboços para a mesma editora. Dickens rapidamente tomou conta do projecto e rejeitou a ideia de um clube de caçadores - a ideia não lhe agradava. Criou, pelo contrário, um clube de observadores de curiosidades, o que afastou definitivamente o ilustrador que tivera a ideia inicial, Seymour, que viria a suicidar-se na sequência destes acontecimentos. Procurou-se outro ilustrador. É curioso que tenha sido rejeitado um tal de William Makepeace Thackeray que se tornaria outro vulto de importância no romance vitoriano (geralmente colocado logo a seguir a Dickens, na opinião de muitos estudiosos da literatura inglesa - ou mesmo superior a Dickens, na opinião de outros). O novo ilustrador, conhecido pela alcunha de Phiz, deu conta do recado.
A fama[editar:
Ilustração da primeira edição de "A Christmas Carol".
A 2 de Abril de 1836 (três dias depois da publicação do primeiro fascículo de "Pickwick"), casou-se com Catherine Hogarth, com quem teve dez filhos.1 A recepção do público a Pickwick não foi calorosa desde o início. Só quando aparece a personagem de Sam Weller, o criado de Pickwick e que acompanha as aventuras do seu amo ao jeito de um Sancho Pança ao lado de Dom Quixote, é que as vendas sobem de 400 exemplares para 40 000.
Em 1838, em decorrência do sucesso de Pickwick, propõe a publicação de "Oliver Twist" onde, pela primeira vez, apontava para os males sociais da era vitoriana. O romance, divulgado em folhetins semanais, terá também o seu ilustrador: Cruikshank.1
Em 1842 viajou com a sua esposa para os Estados Unidos. A viagem foi descrita, depois, no curto relato de literatura de viagens American Notes, existindo também influências da mesma em alguns episódios de Martin Chuzzlewit. Ao entusiasmo com que foi recebido, de início, nos Estados Unidos, seguiu-se uma estadia menos calorosa, devido às críticas que teceu à política editorial deste país, acusando os editores de plágio em relação à literatura produzida na Grã-Bretanha.
Em 1843, publicava o seu mais famoso livro de Natal, "A Christmas Carol" ("Canção de Natal"), ao qual se seguiriam outros, com a mesma temática, como "The Chimes" (1844), que escreveu em Génova na sua primeira grande viagem ao estrangeiro (se descontarmos a breve incursão aos Estados Unidos). Em 1845, "The Cricket on the Hearth" ("O Grilo da lareira") torna-se também um dos seus maiores sucessos natalícios.
Em 1848 publicava "Dombey and Son", escrito principalmente no estrangeiro, onde descreve o meio dos transportes ferroviários - outro tema estreitamente relacionado com a Revolução Industrial que conformava a sociedade vitoriana.
Em 1849 publicou aquele que viria a ser o mais popular dos seus romances, David Copperfield, onde se inspirava, em grande parte, na sua própria vida. As amizades literárias de Dickens incluíam, em 1854, Thomas Carlyle, a quem dedicará o seu romance "Tempos Difíceis".
A revista semanal Household Words, onde viria a publicar, em folhetins, alguns dos seus romances, foi fundada também por ele, em 1850, e chegou a vender 40 mil cópias por semana.3 A revista seria reformulada em 1859, mudando de nome para "All the year round".
Os livros de Dickens tornaram-se extremamente populares na época e eram lidos com grande expectativa por um público muito fiel à sua escrita. O seu sucesso permitiu-lhe comprar Gad’s Hill Place, perto de Chatham, em 1856. Esta casa fazia parte do imaginário de Dickens, desde que por ela tinha passado, em criança – sonhando que um dia poderia lá viver. O local tinha ainda um significado especial porque algumas cenas do Henrique V de Shakespeare localizam-se nesta mesma área. Essa referência literária agradava de sobremodo a Dickens.
Últimos anos de vida[editar | editar código-fonte]
Dickens separou-se da sua mulher em 1858. O divórcio era um acto altamente reprovável durante a era vitoriana, principalmente para alguém com a notoriedade dele. Continuou, contudo, a pagar-lhe casa e sustento durante os restantes anos em que ela viveu. Ainda que tivessem sido felizes no seu início de vida conjugal, Catherine parecia não partilhar a energia de viver sem limites de Dickens. O trabalho de cuidar dos dez filhos do casal, aliado à pressão resultante de ser a esposa e dona de casa de um romancista mundialmente reconhecido não ajudava. A sua irmã, Georgina, tinha mudado para casa de Dickens, para ajudar Catherine no seu trabalho doméstico – há, contudo, rumores de que teve um caso amoroso com o cunhado. Georgina manteve-se com Dickens após a separação para cuidar dos filhos do casal. Podemos encontrar um indício da insatisfação marital de Charles num encontro que este teve em 1855 com Maria Beadnell, o seu primeiro amor.

Charles Dickens
A 9 de Junho de 1865, estando de regresso de França, onde fora visitar Ellen Ternan, Dickens viu-se envolvido no acidente ferroviário de Staplehurst, em que as seis primeiras carruagens do comboio caíram de uma ponte em reparação. A única carruagem de primeira classe que se manteve na linha foi, por coincidência, aquela onde seguia Dickens. O escritor mostrou-se ativo a cuidar dos feridos e moribundos antes de chegarem os esforços de salvamento. Quando se preparava para abandonar o lugar trágico lembrou-se, ainda a tempo, de que tinha deixado dentro do comboio o manuscrito inacabado do seu romance Our Mutual Friend (O nosso amigo comum) e voltou à carruagem para o buscar.
Já que se tornaria público que seguia viagem com Ellen Ternan e a sua mãe, a opinião púbica rapidamente a apontaria como a causa da separação de Catherine. Ellen foi, para todos os efeitos, a mulher que acompanhou Dickens até ao final dos seus dias, apesar de a união nunca ter sido reconhecida oficialmente.1
Ainda que tivesse escapado ileso do acidente, nunca chegou a recuperar totalmente do choque. Isso é evidente no ritmo da sua produção que decresce bastante depois deste episódio. Levará algum tempo a completar Our Mutual Friend e a começar a sua obra incompleta, The Mystery of Edwin Drood, onde se notam influências de Wilkie Collins, que fazia parte do círculo de amigos de Dickens e que é considerado um dos pioneiros do romance policial. A partir de 1858, os seus últimos anos de vida serão ocupados principalmente com leituras públicas. Esse género de espectáculos, que consistia apenas em ouvir Dickens a ler as suas suas obras mais conhecidas, tornaram-se incrivelmente populares. Note-se que na altura era comum ler em voz alta em família ou em grupos – a leitura expressiva era muito valorizada. E Dickens, com a sua interpretação apaixonada e a forma como se entregava à narração, não só arrebatava gargalhadas (e, principalmente, lágrimas) das audiências, como se arrebatava a si mesmo, exaurindo as suas forças. O esforço despendido nestes espectáculos é, muitas vezes, apontado como uma das causas da sua morte. Em 1867 foi convidado a voltar aos Estados Unidos para uma digressão das suas leituras.
Morreu de morte cerebral em junho de 1870. Foi sepultado no Poets' Corner ("Esquina dos Poetas"), na Abadia de Westminster. Na sua sepultura está gravado: "Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos; e com a sua morte, um dos maiores escritores de Inglaterra desaparecia para o mundo."5
Na década de 1980, a histórica Eastgate House (casa Eastgate), em Rochester, em Kent, foi convertida num museu dedicado a Charles Dickens. Anualmente realiza-se na cidade o Festival Dickens. A casa onde nasceu, em Portsmouth é, também, um museu actualmente.
Filhos:
Teve dez filhos de Catherine Thompson Hogarth, os nomes remetem quase sempre para referências literárias:
Charles Culliford Boz Dickens (6 de Janeiro de 1837 - 1896).
Mary Angela Dickens (6 de Março de 1838 - 1896).
Kate Macready Dickens (29 de Outubro de 1839 - 1929).
Walter Landor Dickens (8 de Fevereiro de 1841 - 1861).
Francis Jeffrey Dickens (15 de Janeiro de 1844 - 1886).
Alfred D'Orsay Tennyson Dickens (28 de Outubro de 1845 - 1912).
Sydney Smith Haldimand Dickens (18 de Abril de 1847 - 1872).
Henry Carl Potchovesk Dickens Molovei(15 de Janeiro de 1849 - 1933).
Dora Annie Dickens (16 de Agosto de 1850, 1851).
Edward Bulwer Lytton Dickens (13 de Março de 1852 - 1902).
Obra[editar | editar código-fonte]
Contexto social[editar | editar código-fonte]
Quando Dickens começa a publicar os seus romances, tem à sua disposição um público formado pela revolução industrial. Londres tem mais de um milhão e meio de habitantes, devido à explosão demográfica e a um êxodo rural que expulsa os camponeses dos seus terrenos que ficam cercados em "enclosures" dedicadas à pecuária, mais especificamente, à criação de ovinos. A indústria têxtil servirá de emprego para estes espoliados. O trabalho infantil torna-se uma das características mais pungentes da economia inglesa. Em 1845, Engels publicará "A situação da classe operária em Inglaterra", onde toda esta situação é analisada. Dickens aflorará estes problemas, é certo, mas conquistará o público burguês porque não se assumirá nunca como um revolucionário… As suas personagens, quando melhoram de vida, devem essa melhoria às circunstâncias e acasos da vida, mais que à sua luta pela justiça social.
Por outro lado, a população anglófona é a mais alfabetizada do mundo. Por isso, Dickens terá um público potencial muito alargado, não só na Grã-Bretanha como além do Atlântico.
Características gerais[editar | editar código-fonte]
A escrita de Dickens é caracterizada por um estilo poético.
A maior parte dos principais romances de Dickens foram escritos mensal ou semanalmente, em episódios publicados em jornais como o Household Words e que depois foram reunidos nas obras completas, tal como as conhecemos actualmente. A publicação em episódios separados tornava as histórias mais acessíveis a um público mais extenso que ia aumentando à medida que as situações por resolver se sucediam, episódio por episódio, criando expectativa entre o público. O talento de Dickens residia também nesta sua capacidade em aliar uma narrativa episódica a um romance coerente na sua totalidade. Os episódios mensais eram acompanhados de ilustrações de vários artistas.
A sua escrita manteve sempre um alto nível de qualidade, sem se distanciar de um estilo tipicamente "dickensiano" que não era incompatível com a experimentação de novos temas e géneros. A reacção do público a estas experiências era irregular – e mesmo as críticas e a percepção pública da sua obra variou ao longo do tempo. A publicação dos seus textos em periódicos permitia-lhe auscultar as reacções do público à sua escrita, de forma que podia mudar o rumo à narrativa, de acordo com o que o público esperava ou não. Um bom exemplo encontra-se em Martin Chuzzlewit, onde foram incluídos episódios passados na América, em resposta ao decréscimo nas vendas dos primeiros capítulos. Em Our Mutual Friend, a inclusão da personagem Riah, retratando positivamente uma personagem judia, resultou das críticas à personagem de Fagin no seu Oliver Twist.
Os romances de Dickens eram, entre outros aspectos, obras de crítica social. Nas suas narrativas são tecidos comentários ferozes a uma sociedade que permitia a pobreza extrema, as más condições de vida e de trabalho e a estratificação social abrupta da era vitoriana, a par de uma empatia solidária pelo homem comum e uma atitude céptica em relação à alta sociedade.
A escrita de Dickens é hoje considerada excessivamente sentimentalista e melodramática: a morte de personagens de quem gostamos particularmente, como a pequena Nell em The Old Curiosity Shop ("Loja de antiguidades"), ou a costureirinha do "Conto de Duas Cidades", são exemplo disso. Mesmo quando a história tem características marcadamente pungentes para as principais personagens, como em Bleak House ("Casa Desolada"), Dickens tentava equilibrar o conjunto com personagens e situações satíricas e que permitiam sorrisos e gargalhadas no meio das lágrimas derramadas pela triste sorte das outras personagens. Outra crítica recorrente ao estilo de Dickens refere-se à inverosimilhança do enredo que se sustenta quase sempre em coincidências muito pouco prováveis. Se é assim, de facto, a verdade é que Dickens procurava, acima de tudo, o entretenimento e não o realismo. Pretendia, de certa forma, recuperar o espírito do romance gótico e das novelas picarescas que lia na sua juventude. Efectivamente, quando escrevia um romance mais realista, a recepção do público mostrava-se bastante mais fria e indiferente. Além do mais, não era a sua própria história algo inverosímil, com as suas constantes reviravoltas (uma infância feliz seguida de pobreza, depois, uma herança inesperada e, finalmente, fama internacional e reconhecimento público)? Afinal, estão constantemente a acontecer histórias inverosímeis no mundo…
É normal que um escritor incorpore elementos autobiográficos nas suas narrativas ficcionais. O caso torna-se particularmente interessante em Dickens, até porque este sempre teve a preocupação de velar aquilo que considerava vergonhoso no seu passado. As muitas cenas de tribunal que aparecem em "A Casa sombria" são bem reveladoras do seu passado como cronista judicial. Em "A Pequena Dorrit" volta a aparecer o tema da prisão para devedores – onde Marshalsea, onde a sua família esteve retida, também serve de espaço narrativo. Pensa-se também que a pequena Nell de a Loja de Antiguidades poderá representar a sua cunhada. O pai de Nicholas Nickleby e Wilkins Micawber são directamente inspirados no seu pai. Pip, a personagem principal de Grandes Esperanças, com a sua mistura de pedantismo e remorsos, é semelhante ao próprio Dickens. Ele era um péssimo escritor antes e depois virou um ótimo.
Temas e personagens[editar | editar código-fonte]
Os temas mais recorrentes em Dickens correspondem a uma vontade de reformar a sociedade exploradora que pertencia e que se concretizava nos asilos para órfãos, nos locais de trabalho degradados, nas escolas que mais se assemelhavam a locais de tortura e no ambiente sórdido das prisões.
Ilustração metafórica da época, onde Dickens recebe as suas personagens.
Ao comparar os órfãos a acções da bolsa, pessoas a barcos rebocadores, ou convidados para jantar a peças de mobília, Dickens conseguia resumir numa imagem o que descrições mais complexas não conseguiriam transmitir. Satirizou o pedantismo da aristocracia britânica com especial sarcasmo, usando imagens semelhantes a estas.
As próprias personagens estão entre as mais memoráveis da literatura em inglês. Ebenezer Scrooge, Fagin, Mrs. Gamp, Wilkins Micawber, Pecksniff, Miss Havisham, Wackford Squeers , entre outros, são tão conhecidos do público anglófono que quase se assumem como identidades próprias (Scrooge, por exemplo, deu origem ao Tio Patinhas). As excentricidades destas personagens não monopolizam, contudo, a narrativa. Algumas destas personagens são grotescas, seguindo o estilo do romance gótico do século XVIII, que Dickens também apreciava, ainda que, na altura, o gênero já fosse um pouco ridicularizado (por exemplo, através de Northanger Abbey, de Jane Austen, que parodia este tipo de romance). Pode-se considerar, todavia, como a mais onipresente das personagens de Dickens, a própria cidade de Londres, revelando aspectos que só poderiam ser descritos por quem conhecesse profundamente cada rua da cidade.
A delinquencia provocada geralmente por pessoas órfãs e pela exploração desenfreada do ser humano por outros seres humanos é o ingrediente base de "Oliver Twist" e "Nicholas Nickleby", onde faz também a denúncia das condições de muitos estabelecimentos de ensino. "Casa Sombria" será um libelo contra a corrupção e a ineficiência do sistema jurídico inglês, tal como em "A pequena Dorrit". Menos conhecido, este romance é uma obra prima de sátira acerba, recheada de enganos, além de contar a típica história do pobre que enriquece.
Aventurou-se também pelo romance histórico, de que é exemplo "Barnaby Rudge", de 1841 - a obra é, contudo, dominada pela ficção e apenas em alguns pontos serve o desígnio do que se costuma chamar "romance histórico". De facto, nenhuma das personagens tiveram existência real, excetuando Lord Gordon. O seu "Conto de duas cidades", sobre a Revolução Francesa, de cariz diverso do resto da sua obra é, contudo, um dos mais celebrados romances históricos ingleses.
Dickens era fascinado pelo teatro, que considerava como uma forma de refúgio psicológico perante as adversividades da vida. Em Nicholas Nickleby aparecem personagens ligadas ao meio teatral. A mulher que o acompanhou nos últimos anos de vida era atriz, e ele mesmo teve uma carreira ligada ao palco, durante as suas leituras públicas dos seus próprios romances, que o levou a percorrer a Grã-Bretanha e os Estados Unidos em digressões muito concorridas. Sua escrita, ao conjugar realidade com fantasia, a crítica social com o melodrama, e a reflexão sobre o destino humano com o humor. Outros, porém, consideram David Copperfield o seu melhor romance – é também aquele onde se encontram mais elementos autobiográficos.
Legado[editar:
A sua popularidade pouco decresceu desde a sua morte. Continua a ser um dos autores ingleses mais lidos e apreciados. Pelo menos cerca de 180 filmes e adaptações para televisão das suas obras documentam ainda o seu sucesso entre o público actual. Já durante a sua vida se tinham adaptado algumas das suas obras para o palco. Em 1913 já os produtores cinematográficos se lançavam na produção de um filme mudo denominado The Pickwick Papers. As suas personagens eram de tal forma sugestivas que pareciam ganhar vida própria, tornando-se, mesmo, proverbiais. A língua inglesa ganhou alguns neologismos à sua conta. "Gamp" é um termo usado na gíria para "guarda-chuva", devido a uma personagem – a senhora Gamp. "Pickwickiano", "Pecksniffiano", etc., podem ser usadas para se referir ao mesmo tipo de pessoa que as personagens referidas.
O seu conto "Canção de Natal" é talvez a sua história mais conhecida. As adaptações são inúmeras, para quase todos os gêneros de comunicação: cinema, banda desenhada, televisão, teatro, outras adaptações literárias, etc, criam um fenómeno de popularidade que transcende a obra original. Segundo alguns, esta história, patética, moralista e bem humorada, resume o verdadeiro significado do Natal, eclipsando todas as outras histórias de Dickens sobre o tema.
Numa altura em que o Império Britânico era a maior potência política e económica do mundo, Dickens conseguiu apontar para a vida dos esquecidos e desfavorecidos, mesmo no coração do império. Na sua breve carreira de jornalista já tinha batalhado pelo saneamento básico e pelas condições de trabalho, mas foram, claramente, as suas obras ficcionais que mais despertaram a opinião pública para estes problemas. À conta de um contexto literário bem humorado e de vendas avultadas, denunciava a vida agreste dos pobres e satirizava os indivíduos que permitiam que tais abusos continuassem e conseguia mover opiniões. Crê-se que a sua influência foi importante para o fecho das prisões de Marshalsea e da Prisão de Fleet.
Dickens terá tido, talvez, a esperança de ver nos seus 10 filhos o início de uma dinastia literária, pelo facto de todos terem nomes que remetem para a história da literatura inglesa. Seria, efectivamente, difícil aproximar-se sequer do sucesso do seu pai. Alguns parecem ter herdado do pai de Dickens a tendência para esbanjar o dinheiro. Alguns escreveram as suas memórias, centradas, claro está, na figura do pai, além de organizarem a sua correspondência de forma a poder ser publicada. Apenas a sua bisneta, Monica Dickens, seguiria as suas pegadas, e dedicar-se-ia à escrita de romances.
A própria era vitoriana pode-se designar de era dickensiana, se pensarmos na forma como foi perenemente descrita por este escritor. Depois da sua morte em 1870 a literatura inglesa tornou-se muito mais realista, talvez em reacção à tendência de Dickens para o picaresco e o ridículo. Outros romancistas da era vitoriana que o seguiram, como Samuel Butler, Thomas Hardy ou George Gissing demonstram-se claramente influenciados por Dickens, ainda que a sua escrita seja mais sóbria e menos melodramática.
Dickens continua, contudo, a ser um dos mais geniais criadores da literatura mundial de todos os tempos, sendo dificilmente superado na popularidade e acessibilidade da sua escrita.
No cinema português podemos contar com a adaptação do seu "Hard Times" por João Botelho (no filme "Tempos Difíceis").6
Encontra-se colaboração da sua autoria, publicada postumamente na revista A Leitura7 (1894-1896).
Obras:
Romances principais[editar | editar código-fonte]
The Pickwick Papers ("As aventuras do sr. Pickwik") (1836)
Oliver Twist (1837–1839)
Nicholas Nickleby (1838–1839)
The Old Curiosity Shop ("Loja de Antiguidades") (1840–1841)
Barnaby Rudge (1841)
Os Livros de Natal:
A Christmas Carol ("Canção de Natal" ou "Um conto de Natal") (1843)
The Chimes (1844)
The Cricket on the Hearth (1845)
The Battle of Life (1846)
The Haunted Man and the Ghost's Bargain (1848)
Martin Chuzzlewit (1843-1844)
Dombey and Son (1846–1848)
David Copperfield (1849–1850)
Bleak House ("A Casa Abandonada", "Casa desolada" ou "Casa sombria") - (1852–1853)
Hard Times ("Tempos Difíceis") (1854)
Little Dorrit ("A pequena Dorrit") - (1855–1857)
A Tale of Two Cities ("Um conto de duas cidades") (July 11, 1859)
Great Expectations ("Grandes Esperanças") - (1860–1861)
Our Mutual Friend (1864–1865)
The Mystery of Edwin Drood (inacabado) (1870)
Outros[editar | editar código-fonte]
Sketches by Boz (1836)
American Notes (1842)
A Child’s History of England (1851–1853)
Contos[editar | editar código-fonte]
"A Christmas Tree";
"A Message from the Sea";
"Doctor Marigold";
"George Silverman’s Explanation";
"Going into Society";
"Holiday Romance";
"Hunted Down";
"Mrs. Lirriper’s Legacy";
"Mrs. Lirriper’s Lodgings";
"Mugby Junction";
"Perils of Certain English Prisoners";
"Somebody’s Luggage";
"Sunday Under Three Heads";
"The Child’s Story";
"The Haunted House";
"The Haunted Man and the Ghost’s Bargain";
"The Holly-Tree";
"The Lamplighter";
"The Seven Poor Travellers";
"The Trial for Murder";
"Tom Tiddler’s Ground";
"What Christmas Is As We Grow Older";

"Wreck of the Golden Mary".

Fonte de Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Dickens

Domingo Na Usina:Biografia: Augusto dos Anjos:

Augusto dos Anjos (1884-1914) foi um poeta brasileiro. Sua obra é extremamente original. É considerado um dos poetas mais críticos de sua época. Foi identificado como o mais importante poeta do pré-modernismo, embora revele em sua poesia, raízes do simbolismo, retratando o gosto pela morte, a angústia e o uso de metáforas. Declarou-se "Cantor da poesia de tudo que é morto". O domínio técnico em sua poesia, comprovaria também a tradição parnasiana. Durante muito tempo foi ignorado pela crítica, que julgou seu vocabulário mórbido e vulgar. Sua obra poética, está resumida em um único livro "EU", publicado em 1912, e reeditado com o nome "Eu e Outros Poemas".
Augusto dos Anjos (1884-1914) nasceu no engenho "Pau d'Arco", na Paraíba. Filho de Alexandre Rodrigues dos Anjos e de Córdula de Carvalho Rodrigues dos Anjos. Recebeu do pai, formado em Direito, as primeiras instruções. No ano de 1900, ingressa no Liceu Paraibano e compõe nessa época, seu primeiro soneto, "Saudade".
Augusto dos Anjos, estudou na Faculdade de Direito do Recife entre 1903 e 1907. Formado em Direito, retorna a João Pessoa, capital da Paraíba, onde passa a lecionar Literatura Brasileira, em aulas particulares.
Em 1908, Augusto dos Anjos é nomeado para o cargo de professor do Liceu Paraibano, mas em 1910, é afastado do cargo por desentendimentos com o governador. Nesse mesmo ano casa-se com Ester Fialho e muda-se para o Rio de Janeiro, depois que sua família vendeu o engenho Pau d'Arco. Em 1911 é nomeado professor de Geografia, no Colégio Pedro II.
Durante sua vida, publicou vários poemas em jornais e periódicos. Em 1912 publicou seu único livro "EU", que causou espanto, nos críticos da época, diante de um vocabulário grotesco, na sua obsessão pela morte: podridão da carne, cadáveres fétidos e vermes famintos. Como também por sua retórica delirante, por vezes criativa, por vezes absurda, como neste trecho do poema "Psicologia de um Vencido": "Eu, filho do carbono e do amoníaco,/ Monstro da escuridão e rutilância,/ Sofro, desde a epigênese da infância,/ A influência má dos signos do zodíaco".
Em 1914, Augusto dos Anjos é nomeado Diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, em Leopoldina, Minas Gerais, para onde se muda. Nesse mesmo ano, depois de uma longa gripe, é acometido de uma pneumonia.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos morre em Leopoldina, Minas Gerais, no dia 12 de novembro de 1914.

Fonte de Origem:
http://www.e-biografias.net/augusto_anjos/

Abordagem bloomiana

Há ainda aqueles que tentam analisar a poesia de Augusto dos Anjos baseada em sua criatividade como artista, de acordo com o conceito da melancolia da criatividade do crítico literário norte-americano Harold Bloom. O artista seria plenamente consciente de sua capacidade como poeta e de seu potencial para realizar uma grande obra, manifestando, assim, o fenômeno da "maldição do tardio". Sua melancolia viria da dificuldade de superar os "mestres" e realizar algo novo. Sandra Erickson publicou um livro sobre a melancolia da criatividade na obra de Augusto dos Anjos, no qual chama especial atenção para a natureza sublime da poética do poeta e sua genial apropriação da tradição ocidental. Segundo a autora, o soneto é a égide do poeta e, munido dele, Augusto dos Anjos consegue se inserir entre os grandes da tradição ocidental.

Unanimidades

De forma geral, no entanto, sua poesia é reconhecidamente original. Para Álvaro Lins e para Carlos Burlamaqui Kopke, sua singularidade está ligada à solidão, que também caracteriza sua angústia. Eudes Barros, em seu livro A Poesia de Augusto dos Anjos: uma Análise de Psicologia e Estilo, nota o uso inusitado dos adjetivos por Augusto dos Anjos, e qualifica seus substantivos como extremamente sinestésicos, criando dimensões desconhecidas para a adjetivação convencional. Manuel Bandeira destaca o uso das sinéreses como forma de representar a impossibilidade da língua, ou da matéria, para expressar os ideais do espírito. Portanto, os recursos estilísticos de Augusto dos Anjos se reconhecem como geniais.
As imagens da obra poética de Augusto dos Anjos se caracterizam pela teratologia exacerbada, por imagens de dor, horror e morte. O uso da racionalidade, e assim da ciência, seria uma forma de superar a angústia da materialidade e dos sentimentos. Mas a Ciência, que marca fortemente sua poesia, seja como valorizada ou através de termos e conceitos científicos, também lhe traz sofrimento, como nota Kopke. É marcante também a repetição de temas nessa poesia, e um sentimento de solidariedade universal, ligado à desumanização da natureza e até do próprio humano, o que reduziria todos os seres a uma só condição.
Os contrastes peculiarizam seus temas. Idealismo e materialismo, dualismo e monismo, heterogeneidade e homogeneidade, amor e dor, morte e vida, "Tudo convém para o homem ser completo", como diz o próprio poeta em Contrastes.

Academias de Letras

É patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, que teve como fundador o jurista e ensaísta José Flósculo da Nóbrega e como primeiro ocupante o seu biógrafo Humberto Nóbrega, sendo ocupada, atualmente, por José Neumanne Pinto.
Augusto dos Anjos também é o patrono da Academia Leopoldinense de Letras e Artes,

Fonte de Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Domingo Na Usina: Biografias:RUI BARBOSA:

Fundador
Fundador da Cadeira 10.
Rui Barbosa (R. B. de Oliveira), advogado, jornalista, jurista, político, diplomata, ensaísta e orador, nasceu em Salvador, BA, em 5 de novembro de 1849, e faleceu em Petrópolis, RJ, em 10 de março de 1923. Membro fundador da Academia, escolheu Evaristo da Veiga como patrono da Cadeira nº. 10 da Academia Brasileira de Letras.
O pai, João Barbosa de Oliveira, foi um homem voltado para os problemas da educação e da cultura. Durante anos, dirigiu a Instrução Pública de sua província. Foi ele a principal influência na formação do filho, orientando-o no amor à leitura dos clássicos e no respeito à documentação em suas pesquisas.
Depois dos estudos preparatórios na província natal, foi fazer o curso jurídico em Recife. Conforme tradição da época, transferiu-se, em 1868, para a Faculdade de Direito de São Paulo. Lá foi proposto sócio, juntamente com Castro Alves, do Ateneu Paulistano, então sob a presidência de Joaquim Nabuco. Em sessões cívicas organizadas pelo Ateneu, recita poemas seus. Antes do fim de seu segundo ano do curso, já era jornalista conhecido. Após a formatura, em 1870, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou a carreira na tribuna e na imprensa, abraçando como causa inicial a abolição da escravatura. Deputado provincial, e depois geral, preconizou, juntamente com Joaquim Nabuco, a defesa do sistema federativo. Convidado para ministro do Gabinete Afonso Celso, pouco antes da proclamação da República, Rui Barbosa recusou o cargo, porque este era, no momento, incompatível com suas idéias federativas. Proclamada a República, Rui foi escolhido para Ministro da Fazenda do Governo Provisório, e respondeu, durante algum tempo, pela pasta da Justiça. Eleito senador pela Bahia à Assembléia Constituinte, seus conselhos prevaleceram nas reformas principais e a sua cultura modelou as linhas fundamentais da Carta de 24 de fevereiro de 1891. Discordando do golpe que levou Floriano Peixoto ao governo, requereu habeas-corpus em favor dos cidadãos presos pelo governo ditatorial de Peixoto. Como redator-chefe do Jornal do Brasil, abriu campanha contra a situação florianista. Em 1893, foi obrigado a se exilar. Dirigiu-se, em primeiro lugar, para Buenos Aires, depois para Lisboa, onde alguns incidentes levaram-no a escolher Londres. Escreveu, então, as famosas Cartas da Inglaterra para o Jornal do Commercio. Foi a primeira voz a levantar-se no mundo contra o processo Dreyfus.
Restaurada a ordem no Brasil, em 1895 Rui Barbosa regressou do exílio. Tomou assento no Senado, no qual se conservaria até à morte, sucessivamente reeleito. Destacam-se os seus trabalhos na redação do Código Civil. Epitácio Pessoa, então Ministro da Justiça, havia entregue essa tarefa a um jovem jurista pernambucano, Clóvis Beviláqua. Rui se opôs à pressa com que o governo realizara a obra. Depois de revisto por várias comissões, foi o projeto ao Senado, em 3 de abril de 1902, e Rui Barbosa escreveu, em poucos dias, o seu “Parecer”, que o levaria a uma polêmica, durante a qual sua “Réplica” se tornaria famosa. Em 1905, a Bahia levantou sua candidatura à presidência da República, mas Rui abriu mão da mesma para decidir a favor de Afonso Pena.
Quando, em 1907, o czar da Rússia convocou a 2ª. Conferência da Paz, em Haia, o Barão do Rio Branco, no Ministério das Relações Exteriores, escolheu primeiramente Joaquim Nabuco para chefiar a delegação brasileira, mas a imprensa e a opinião pública lançaram o nome de Rui Barbosa. Joaquim Nabuco recusou o lugar e dispôs-se a ajudar, com informações de toda a espécie, o trabalho de Rui Barbosa, investido de uma categoria diplomática não desfrutada até então por nenhum país da América Latina.
Seu papel em Haia foi de grande importância. Bateu-se, sobretudo, pelo princípio da igualdade jurídica das nações soberanas, enfrentando irredutíveis preconceitos das chamadas grandes potências. Além de nomeado Presidente de Honra da Primeira Comissão, teve seu nome colocado entre os “Sete Sábios de Haia”. Os outros eram: o Barão Marshall, Nelidoff, Choate, Kapos Meye, Léon Bourgeois e o Conde Tornielli. De volta ao Brasil, interveio no início da sucessão presidencial. Apresentada a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca, a ela se opôs, lançando-se em sua campanha civilista, de grande repercussão em todo o país. Em 21 de julho de 1910, contestou perante o Senado a eleição do Marechal.
Em 1913, fundou o Partido Liberal, sendo mais uma vez indicado para a presidência da República, candidatura de que desistiu. No ano seguinte, combateu o estado de sítio, numa série de discursos no Senado. Durante a I Guerra Mundial, tomou o partido dos aliados e produziu discursos lapidares de execração à tirania e ao imperialismo. Nomeado embaixador especial para as festas centenárias da Independência argentina (1916), pronunciou notável conferência sobre as “Modernas concepções do Direito Internacional”, definindo os deveres dos países neutros. Em 1918, o Brasil comemorou o jubileu cívico de Rui Barbosa e quase o mundo inteiro associou-se a essa consagração. Convidado pelo Presidente Rodrigues Alves para representar o Brasil na Conferência da Paz de Versalhes, recusou a embaixada, expondo em famosa carta, dirigida ao chefe da Nação, as razões da incompatibilidade. Em 1919, foi novamente levantada sua candidatura à presidência da República, e ele percorreu vários Estados, em campanha contra a decadência dos nossos costumes políticos. A vitória da campanha foi anulada pela intervenção militar. Por divergências, daí resultantes, com o Governo Epitácio Pessoa, em 1920, recusou a representação do Brasil na Liga das Nações. Dentro das comemorações do seu jubileu jurídico, como paraninfo dos bacharelandos de São Paulo, escreveu e proferiu a Oração dos moços. Em 1921, foi eleito juiz da Corte Internacional de Justiça, como o mais votado, recebendo as mais significativas homenagens do Brasil e de todo o mundo. Em 1922, proferiu o último discurso no Senado, concedendo o estado de sítio ao governo para dominar o movimento revolucionário. A notícia do seu falecimento, em 10 de março de 1923, foi comentada no mundo inteiro. O Times, de Londres, dedicou-lhe um espaço nunca antes concedido a qualquer estrangeiro.
Na produção imensa de Rui Barbosa, as obras puramente literárias não ocupam a primazia. Ele próprio questionou se teria sido um escritor por ocasião do seu jubileu cívico, a que alguns quiseram chamar “literário”. Num discurso em resposta a Constâncio Alves, destacou de sua obra as páginas que poderiam ser consideradas literárias: o elogio de Castro Alves, a oração do centenário de O Marquês de Pombal, o ensaio Swift, a crítica do livro de Balfour, incluída nas Cartas de Inglaterra, o discurso do Liceu de Artes e Ofícios sobre o desenho aplicado à arte industrial, o discurso do Colégio Anchieta, o discurso do Instituto dos Advogados, o Parecer e a Réplica acerca do Código Civil, as traduções de poemas de Leopardi e das Lições de coisas de Calkins, e alguns artigos esparsos de jornais. A esta relação, Américo Jacobina Lacombe acrescentou alguns dos discursos que Rui proferiu nos últimos cinco anos de vida, como os do jubileu cívico e a Oração aos moços, as outras produções reunidas em Cartas de Inglaterra, o discurso a Anatole France, e o discurso de adeus a Machado de Assis. A produção jornalística puramente literária, a que Rui se referiu genericamente como “alguns artigos esparsos de jornais”, daria alguns alentados volumes.

Fonte de origem:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=193&sid=146

Domingo Na Usina: Biografias: Fernando Tavares Sabino:


(1923-2004) foi um escritor, jornalista e editor brasileiro. Recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Jabuti pelo livro "O Grande Mentecapto" e o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, no grau de Grã-Cruz, pelo governo brasileiro.
Fernando Sabino (1923-2004) nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 12 de outubro de 1923. Em 1930, após aprender a ler com a mãe, ingressa no Grupo Escolar Afonso Pena. Faz o curso secundário no Ginásio Mineiro. Em 1936, tem seu primeiro conto policial estampado na revista "Argus", da Secretaria de Segurança de Minas Gerais. Em 1938, ajuda a fundar um jornal "A Inúbia", no Ginásio Mineiro. Ao final do curso conquista a medalha de ouro como o primeiro aluno da turma.
Começa a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos nas revistas "Alterosas" e "Belo Horizonte". Em 1941, Fernando Sabino inicia o curso superior na Faculdade de Direito de Minas Gerais. Nesse mesmo ano reúne seus primeiros contos no livro "Os Grilos não Cantam Mais". Colabora com o jornal literário do Rio, "Dom Casmurro", com a revista "Vamos Ler" e com o "Anuário Brasileiro de Literatura".
Em 1942, é admitido como funcionário da Secretaria de Finanças de Minas Gerais e dá aulas, de Português no Instituto Padre Machado. É nomeado oficial de gabinete do secretário de agricultura. Faz estágio de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora, período que serviria de inspiração para hilariantes episódios no livro "O Grande Mentecapto".
Em 1944, Fernando Sabino muda-se para o Rio de Janeiro e integra a equipe mineira na Olimpíada Universitária de São Paulo. Em 1946 forma-se em Direito e embarca com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos. Passa a residir em Nova York, trabalhando no Escritório Comercial do Brasil e depois no Consulado Brasileiro. Em 1947, envia crônicas de Nova York para os jornais "Diário Carioca" e "O Jornal", do Rio, que são transcritas por diversos jornais do resto do país. Realiza uma série de entrevistas com Salvador Dali e faz reportagem sobre Lasar Segall.
Volta ao Brasil em 1948 e assume o cargo de escrivão da Vara de Órfãos e Sucessões. Em 1949, colabora com diversos jornais e com a revista "Manchete". Em 1956, publica o romance "O Encontro Marcado", um grande sucesso de crítica e de público, com uma média de duas edições anuais no Brasil e várias no exterior, além de adaptações teatrais no Rio e em São Paulo.
Em 1959 comparece ao lançamento de "O Encontro Marcado" em Lisboa, Portugal. Em 1960 faz viagem a Cuba, como correspondente do Jornal do Brasil. Faz reportagem sobre a revolução cubana, "A Revolução dos Jovens Iluminados", livro que inaugura a Editora do Autor, fundada em sociedade com Rubem Braga e Walter Acosta. Nesse mesmo ano publica "O Homem Nu". Em 1962 publica "A Mulher do Vizinho", que recebe o Prêmio Chinaglia do Pen Club do Brasil. Seu livro "O Encontro Marcado" é publicado na Alemanha. Escreve o argumento, roteiro e diálogos do filme dirigido por Roberto Santos, de sua obra, "O Homem Nu".
Fernando Sabino é efetivado no cargo de redator do Serviço Público, da Biblioteca Nacional e mais tarde da Agência Nacional, cabendo-lhe a elaboração de textos para filmes de curta metragem.Em 1964, durante o governo João Goulart, é contratado para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em Londres. Em 1965 se desfaz da sociedade com Rubem Braga e funda a Editora Sabiá. Em 1972 funda a Bem-Te-Vi Filmes.
Em 1975, após 16 anos de colaboração, deixa o Jornal do Brasil, onde permaneceu por 15 anos. Inicia, em 1977, a publicação de crônica semanal sob o título de "Dito e Feito" no jornal "O Globo". Sua colaboração se prolongará por 12 anos, sendo reproduzida no "Diário de Lisboa" e em oitenta jornais no Brasil.
Em 1979, conclui o romance "O Grande Mentecapto", que havia iniciado há 33 anos. Recebe o Prêmio Jabuti pela obra. Filma a participação do Brasil na Feira Internacional de Indústria e Comércio em Hannover, em 1980. Recebe o Prêmio Golfinho de Ouro na categoria de Literatura, concedido pelos Conselhos Estaduais de Educação e Cultura do Rio de Janeiro.
Em 1982, lança o romance "O Menino no Espelho", ilustrado por Carlos Scliar, que passa a ser adotado em inúmeros colégios do país. Em 1985 publica “A Faca de Dois Gumes". Em 1985 é condecorado com a Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz pelo governo brasileiro. Escreve suas últimas crônicas para "O Globo", do qual se despede no final do ano. Em 1989 o filme "O Grande Mentecapto" é premiado no Festival Internacional de Gramado.
Em 1991, Fernando Sabino lança o livro "Zélia, Uma Paixão", biografia autorizada de Zélia Cardoso de Mello. Em 1993, publica "Aqui Estamos Todos Nus" e em 1994 "Com a Graça de Deus".
Fernando Sabino faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 2004.

Fonte de Origem:
http://www.e-biografias.net/fernando_sabino/