terça-feira, 30 de junho de 2020

Quarta na Usina: Poetisas da rede: Géssica Schlischting:

Vi muitas pessoas omissas, dizendo que não são só as vidas negras que importam e sim todas as vidas. Mas é claro, que todas elas importam.
A vida da mulher que foi assassinada, pelo marido ciumento, IMPORTA;
A vida do índio que foi morto, defendendo a sua terra, IMPORTA;
A vida da criança, que os pais tiveram por descuido e por isso a maltratam, IMPORTA;
A vida do gay, assassinado brutalmente por não ter a opção sexual considerada correta, IMPORTA;
A vida da mulher que só queria se sentir linda, mas o estuprador achou que estava pedindo para ser violentada, IMPORTA;
ASSIM, COMO AS VIDAS DE TODOS OS NEGROS, QUE HISTORICAMENTE SÃO AGREDIDOS, HUMILHADOS E MORTOS TODOS OS DIAS, TAMBÉM IMPORTAM.
Isso não é uma questão de vitimismo por alguma minoria, é uma questão de EMPATIA social, não podemos apenas olhar para nós mesmos, vivemos em coletivo. Então: SIM. TODA E QUALQUER VIDA IMPORTA!
Mas não me parece justo que as minorias, só sejam maiorias quando se tornam estatísticas, principalmente quando essas estatísticas são referentes a morte, a baixa qualidade de vida ou ensino, a vítimas por agressão, preconceito, racismo...
O fato agora, não é apenas NÃO SER RACISTA, é buscar formas de batalhar CONTRA O RACISMO! Precisamos ter mais AMOR, EMPATIA e SOLIDARIEDADE. Estamos em tempos difíceis. E está mais do que na hora, de termos mais HUMANIDADE.

Géssica Schlischting

Imagem: kms
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Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Mary Paes: Desinspiração:

Que sensação é essa?
Tão seca de palavras
Tão inóspita... Tão morna...
E o poeta não se inspira...
Nessa monotonia simplória
Desses dias de calmaria...
De passos paulatinos
De corações que não se desesperam...
Nada ofega, nem transborda...
Nada é exagero... Tudo é concreto
E tão sem graça...
Tudo é correspondido...
Não há pranto, nem descaminhos...
Está tudo tão certo...
Nada transcende o corpo...
A alma dorme
O poeta morre...
Oh... Pura desinspiração!

Mary Paes

Imagem: @aboutwhiteblack
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Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Paula Meireles:


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Começou com um olhar.
Um olhar rápido, mas com algum desejo e curiosidade.

Comecei a deixar cartõezinhos fofos, mandar mensagens alegres/ emotivas/ consoladoras/ românticas, dependendo do modo como me sentia no dia, e do modo como achava que aquele gesto seria recebido.

A verdade é que, no início, fui ignorada com sucesso!

Desisti um par de vezes.
Mas voltei a insistir porque me convenci (com certo esforço) que valia o investimento.

Aos poucos, talvez por causa de toda aquela insistência - nem sempre diária, mas constante - comecei a receber leves retornos: um sorriso; um gesto de carinho aqui, outro ali; alguns cuidados...

Que criatura imperfeitamente incrível aquela!
Tão complexa, tão intensa, tão cheia de coisas maravilhosas!
Como foi que não percebi antes?
Como pude ser tão cega?
Logo eu!

Ontem, antes de dormir, escrevi-lhe uma mensagem simples, só para lembrar-lhe quem habitou meu último pensamento antes de fechar os olhos: “Boa noite. Durma bem. Amanhã o dia vai ser incrível!”.

Hoje, ao acordar, havia uma mensagem escrita em um pedacinho de papel, colada no espelho: “Boa noite. Durma bem. Amanhã o dia vai ser incrível!”.

Paula Meireles

Imagem: Karina Yashagina
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Quarta na Usina: Poetisas da rede: Cidinha Geronimo Ramalho:

Já diziam os ingleses:
Ser Avó é um ato de Deus !

Ser avó é tão bom
É amar sem medidas
É se dedicar sem cansaço
É paparicar até estragar
Mas quem é
Que não gosta
De ser estragado
Com mimo de vó ?

Arroz doce saboroso
Canjica com rapadura
Bolo de fubá cremoso
Tudo fica uma gostosura

Que saudade que dá
Do mimo da minha vó
Feliz quem ainda tem
O seu colo para deitar
E suas mãos
Para se acalentar !

Neste dia das mães, lembre-se que "ser avó, é ser mãe duas vezes"!

Cidinha Geronimo Ramalho

(Todo dia é dia das mães, não é mesmo? ^^)

Imagem: Cynthia Snider

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Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Lina Freitas Escritora:

"Finalmente as amarras se soltaram. A delícia de um novo acordar, 

derrotou as angústias, sempre presentes no terminus do meu luar… 

Os silêncios que me invadem, insistem, suplicam em sair deste enraizado lugar. 

Na corrida, em que o tempo insiste em me prender, disparei a flecha da 

má sorte e possuí a céu aberto, as cores que restavam da minha madrugada… "

(Reservados os Direitos do Autor - Lina Freitas de Caridade)

https://www.youtube.com/watch?v=po8k1rY-Fq8
#linafreitasescritora