quarta-feira, 7 de julho de 2021

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Mais ou menos, tudo igual

È aquela criatura que passa que a primeira vista vai despejando a sua graça,
com sua brancura espantosa e o seu negro cabelo sensual.
Cabelos longos, cílios curtos,
Vale a pena também olhar os bustos.
Pernas maiores que o corpo
Seios maiores que as nádegas.....

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"  

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 



Aviso

O coração é o grande relógio da vida
Que segue, batendo, batendo, batendo...
Contando o tempo que nos resta.....

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"


Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:

 


Da escuridão da insatisfação até luz da existência

Quando por ventura chegares ao fundo do poço, não se desespere, 
pois você acaba de alcançar o melhor momento da sua breve vida.
Pois é ai que tudo começa a mudar, afinal se você observar ao seu 
redor perceberá que está absolutamente só.
Então chegou o grande momento, porque foi você que escolheu 
em trilhar o doloroso caminho que o levou até aí.
Portanto é hora de escolher fazer o caminho de volta, 
pois ele continua lá, intacto a sua espera.....

Poema na integra no Livro:
"Entre Lírios e Promessas"

Poesia de Quinta na Usina: Laurindo Ribeiro:

 




I

Miseráveis insensatos,
Escravos da formosura,
Curvados a seu aceno,
Buscais vida no veneno
Que vos leva à sepultura!

Poesia de Quinta na Usina: Laurindo Ribeiro:

 




NO ÁLBUM DUMA SENHORA

Meu nome aqui deixara solitário
Escrito nessa cor;
Com que desde nascido as faixas d’alma
Tingiu-me o dissabor;
Meu nome aqui deixara solitário
Em traço negro incerto,
Qual friso do buril da desventura
Em claro plano aberto;
A não temer que alguém, que não soubesse
O que este nome diz,
Ao vê-lo neste livro me insultasse
Chamando-me feliz.
Saiba, pois, quem o ler, que de uma Virgem
No livro afortunado
Seu nome escuro, como seu destino,
Escreve um desgraçado!
Sobre ele verta a Virgem uma lágrima
Do seu pranto celeste,
Que talvez se desbotem os negrumes
Do luto que o reveste.
Sim, ó Virgem, do pranto de teus olhos,
Concede, sim, concede
Uma lágrima triste ao pobre nome
Que lágrimas só pede!
De teus olhos quisera uma centelha
Um peito do vulcão;
Ao contrário, porém, só pede pranto
Um morto coração!
O sol ilumina, a gala ofende
Ao solo mortuário:
Só sobressaem os cristais do pranto
Dos mortos no sudário.
Eia, pois, cair deixa neste nome
O teu pranto celeste;
Que talvez se desbotem os negrumes
Do luto que o reveste.

Poesia de Quinta na Usina: Laurindo Ribeiro:

 




VII

Como o gemer de vaga, que se quebra
No sopé do rochedo;
Como ribombo de trovão, que rola
Pelos longes do espaço,
Ou eco de clarim perdido em ermos,
Do Gênio a voz ecoa no infinito,
E, por ela acordada,
O semblante solene
Ergue para saudá-lo a Eternidade,
Lá soa o bronze, solfejando a nota
Da alpercata da morte sobre as campas.
O sol está no ocaso!!!
O Gênio ansioso espera
O sinal de seu vôo ao Ser Supremo.
Vede-lhe o pensamento: — é uma lira,
Donde os dedos da Fé extraem destros
Melífluos sons divinos —
São os salmos do gênio agonizante:
E a última das notas é sua alma,
Que se perde no céu! — De lá, ó morte,
Sorrindo a teu poder te desafia
Pelo raio divino armada a destra,
Dos céus abroquelado;
Enquanto cá na terra,
Sarcasmo a teu poder, seu nome troa,
Como um brado de glória, enchendo o mundo

Poesia de Quinta na Usina: Fagundes Varela:

 


17

De minh’alma amargurada.
Vem junto à minha janela,
Sobre a bela
Verdejante laranjeira,
Beber o eflúvio das flores,
Teus amores,
Nas asas de aura fagueira.
Desprende a voz adorada,
Namorada,
Poeta da solidão,
Ah! vem lançar com encanto
Mais um canto,
No livro da criação!
Oh! meu sabiá formoso,
Sonoroso,
Já desponta a madrugada...
Deixa teu ninho altaneiro,
Vem ligeiro
Saudar a luz da alvorada.

Poesia de Quinta na Usina: Fagundes Varela:

 


O SABIÁ

(Cançoneta)
Oh! meu sabiá formoso, Sonoroso,
Já desponta a madrugada, Desabrocha a linda rosa
Donairosa,
Sobre a campina orvalhada.
Manso o regato murmura
Na verdura
Descrevendo giros mil,
Some-se a estrela brilhante,
Vacilante,
No horizonte cor de anil.
Ergue-te, oh! meu passarinho,
De teu ninho,
Vem gozar da madrugada...
Modula teu terno canto,
Doce encanto

Poesia de Quinta na Usina: Fagundes Varela:


16

É este enojo perenal, contínuo,
Que em toda a parte me acompanha os passos,
E ao dia incende-me as artérias quentes,
Me aperta à noite nos mirrados braços!
São estas larvas de martírio e dores
Sócias constantes do judeu maldito!
Em cuja testa, dos tufões crestada,
Labéu de fogo cintilava escrito!
Quem de si mesmo desterrar-se pode?
Quem pode a idéia aniquilar que o mata?
Quem pode altivo esmigalhar o espelho
Que a torva imagem de Satã retrata?
Quantos encontram inefáveis gozos
Nesses prazeres, para mim tormentos!
Quantos nos mares onde a morte enxergo
Abrem as velas do baixel aos ventos!
O meu destino é vaguear e sempre!
Sempre fugindo funeral lembrança...
Férreo estilete que me rasga os músculos,
Voz dos abismos que me brada: - Avança!
Que pesar me consome? ai! não mais tentes,
Espera a lousa de um pesar profundo,
Somente a morte encontrarás nas bordas,
E o inferno inteiro a praguejar no fundo!