Debato-me
nas entranhas que me cumprem e nas
que
se desenrolam no espírito na alma e no coração.
Penso
que o momento é Deus embora não o saiba de
facto,estranho
este Deus que pode ser escrito em minúscula
porque
a grandeza do universo ,o infinito das galáxias são a
obra
inexplicável,que a ciência descobre numa ponta para se
questionar
depois.Silêncios de deus ,esquecimentos da terra
sofrida
porque assim foi feita a vida numa dicotomia entre as
alegrias
e sofrimentos,vida e morte e em crescente o sentido
da
vida,que pode ter um ou pode não ter resta a crença dos
homens
que deambulam e procuram respostas sem certezas.
Nas
entranhas não sinto deus,sinto o meu eu,numa dispersão
entre
debates e por vezes dores físicas e psíquicas sem rumo,
e
se me pergunto porque sofro fisicamente tento encontrar as
respostas
não o sentido,pois não é dada uma razão para a dor.
O
que na alma geme e ruge está num patamar que a razão ou
a
realidade tentam resolver numa complexidade inconforme se
se
mistura com as entranhas quase se perde a identificação eu
corpo
com outro corpo que grita e a identidade fica bifurcada e
tão
abandonada por maior que seja a dignidade do sofrimento.
Há
o recurso aos paleativos e calmantes para corpo e alma as
questões
de ser ou não ser merecedor são irrelevantes viver é
isto
e uma constante confrontação e aceitação e deus fica fora
pois
não há definição de justiça para o sofrimento infligido pelo
próprio
homem,a complexidade é enorme e não acreditar em
divindades
é já uma resposta,algo absurda pois enfrentar esse
nada,é
um acto de coragem ou pura indiferença.Não creio em
dogmas,
não cumpro os trilhos da religião mas penso que algo
de
supremo existe e nos rege e se contesto a injustiça da dor a
dos
animais,dos inocentes e dos seres superiores em bondade
fico
sem resposta,o sofrimento é um facto da vida sem escolha..
(Entranhas
temos todos e a alma com elas é do que somos feitos
e
indagar nada traz de novo,apenas alivio as penas e dúvidas e
nada
acrescento ao que se sabe e sente cada um com ou sem
Deus.)
Cassandra
Alpoim
In
Texto Poético
ou
não
20/10/15