quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões:Soneto 068:



Apartava se Nise de Montano, em cuja alma partindo se ficava;
que o pastor na memória a debuxava, por poder sustentar se deste engano.

Pelas praias do Índico Oceano sobre o curvo cajado s'encostava, e os olhos pelas águas alongava, que pouco se doíam de seu dano.

Pois com tamanha mágoa e saudade (dezia) quis deixar me a que eu adoro, por testemunhas tomo Céu e estrelas.


Mas se em vós, ondas, mora piedade, levai também as lágrimas que choro, pois assi me levais a causa delas!

Poesia De Quinta Na Usina: Luís de Camões: Soneto 058:



A Morte, que da vida o nó desata, os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na Ausência, que é contr' ele espada fera, e co Tempo, que tudo desbarata.

Duas contrárias, que üma a outra mata, a Morte contra o Amor ajunta e altera: üma é Razão contra a Fortuna austera, outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.

Mas mostre a sua imperial potência a Morte em apartar dum corpo a alma, duas num corpo o Amor ajunte e una;


porque assi leve triunfante a palma, Amor da Morte, apesar da Ausência, do Tempo, da Razão e da Fortuna.

Poesia De Quinta Na Usina: Machado de Assis: QUANDO ELA FALA:


 She speaks!
O speak again, bright angel!
SHAKESPEARE
Quando ela fala, parece
Que a voz da brisa se cala;
Talvez um anjo emudece
Quando ela fala.
Meu coração dolorido
As suas mágoas exala.
E volta ao gozo perdido
Quando ela fala.
Pudesse eu eternamente,
Ao lado dela, escutá-la,
Ouvir sua alma inocente
Quando ela fala.
Minh'alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la,
Porque o céu abre uma porta

Quando ela fala.








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Poesia De Quinta Na Usina: Machado de Assis: ELA:


Nunca vi, — não sei se existe
Uma deidade tão bela,
Que tenha uns olhos brilhantes
Como são os olhos dela!
F. G. BRAGA
Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor.
Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um — sim —
Pr’a alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
Faz-lhe gozar teu portento,

“Dá-lhe um suspiro de amor!”

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araujo: Mal amadas:


Flores e Estrelas, são mulheres mal amadas,
Que de tanto sofrer acabam encantadas,
e que com o tempo se contentam, 
em perfumar e enaltecer,
As noites dos amantes.

Poesia De Quinta Na Usina: D'Araujo: Ver:


Com olhar meigo e sereno me sinto pequeno,
diante a grandeza de tua beleza, que me é real
e às vezes fatal, mais tudo é normal com este
amor sem igual, que me leva ver o mundo dos

deuses, alem do deus que existe em nós.






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