sábado, 3 de abril de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Graça Aranha:

 


Graça Aranha (José Pereira da Graça Aranha) nasceu em 21 de junho de 1868 em São Luís, MA, filho de Temístocles da Silva Maciel Aranha e de Maria da Glória da Graça. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 26 de janeiro de 1931.
Formado em Direito exerceu a magistratura no interior do Estado do Espírito Santo, fato que lhe iria fornecer matéria para um de seus mais notáveis trabalhos - o romance Canaã, publicado com grande sucesso editorial em 1902.
Ao traçar-lhe o perfil o romancista Afrânio Peixoto se manifestara da seguinte forma: “Magistrado, diplomata, romancista, ensaísta, escritor brilhante, às vezes confuso, que escrevia pouco, com muito ruído.”
Na França publicou, em 1911, o drama Malazarte. De 1920, já no Brasil, é A estética da vida e, três anos mais tarde, A correspondência de Joaquim Nabuco e Machado de Assis.
Na famosa Semana da Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, Graça Aranha profere, em 13 de fevereiro de 1922, a conferência intitulada: “A emoção estética na arte moderna”.
Iniciou-se uma fase agitada nos círculos literários do país. Graça Aranha é considerado um dos chefes do movimento renovador de nossa literatura, fato que vai acentuar-se com a conferência “O Espírito Moderno”, lida na Academia Brasileira de Letras, em 19 de junho de 1924, na qual o orador declarou: “A fundação da Academia foi um equívoco e foi um erro”.
O romancista Coelho Neto deu pronta resposta a Graça Aranha: “O brasileirismo de Graça Aranha, sem uma única manifestação em qualquer das grandes campanhas libertadoras da nossa nacionalidade, é um brasileirismo europeu, copiado do que o conferente viu em sua carreira diplomática, apregoado como uma contradição à sua própria obra.”
Em 18 de outubro de 1924, Graça Aranha comunicou o seu desligamento da Academia por ter sido recusado o projeto de renovação que elaborara: “A Academia Brasileira morreu para mim, como também não existe para o pensamento e para a vida atual do Brasil. Se fui incoerente aí entrando e permanecendo, separo-me da Academia pela coerência.”
Diplomata aposentado, Graça Aranha regressara ao Brasil pouco depois do término da 1ª. Guerra Mundial.
O Acadêmico Afonso Celso tentou, em 19 de dezembro do referido ano, promover o retorno de Graça Aranha às lides acadêmicas. Este, contudo, três dias depois, agradeceu o convite, acrescentando: “A minha separação da Academia era definitiva”, e, mais: “De todos os nossos colegas me afastei sem o menor ressentimento pessoal e a todos sou muito grato pelas generosas manifestações em que exprimiram o pesar da nossa separação”.
Em 1930 surgia A viagem maravilhosa, derradeiro romance do autor de Canaã, obra em que a opinião dos críticos da época se dividiu em louvores e ataques.
Foi o único dos fundadores da Academia Brasileira de Letras a nela entrar sem nenhum livro publicado, contrariando o estatuto.
Recebeu o acadêmico Sousa Bandeira.
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Domingo na Usina: Biografias: Tobias Barreto:

 


Tobias Barreto (Tobias Barreto de Meneses) nasceu na vila sergipana de Campos, a 7 de junho de 1839 e faleceu no Recife, em 27 de junho de 1889, sendo filho de Pedro Barreto de Meneses, escrivão de órfãos e ausentes da localidade. É o patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador, seu discípulo e amigo Sílvio Romero.
Aprendeu as primeiras letras com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos. Estudou Latim com o padre Domingos Quirino, dedicando-se com tal aproveitamento que, em breve, iria ensinar a matéria em Itabaiana.
Em 1861 seguiu para a Bahia com a intenção de frequentar um seminário mas, sem vocação firme, desistiu de imediato. Sem ter prestado exames preparatórios voltou à sua vila donde saira com destino a Pernambuco. Entre 1854 e 1865 o jovem Tobias, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias. Na ocasião prestou concurso para a cadeira de Latim no Ginásio Pernambucano, sem conseguir, contudo, a desejada nomeação.
Em 1867 disputou a vaga de Filosofia no referido estabelecimento. Venceu o prélio em primeiro lugar, mas é preterido mais uma vez por outro candidato. Para ocupar o tempo entrega-se com afinco à leitura dos evolucionistas estrangeiros, sobretudo o alemão Ernest Haeckel que se tornaria um dos mais famosos cientistas da época com seus livros Os enigmas do Universo e As maravilhas da Vida.
Poeta medíocre, na oratória Tobias se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido para debate. O estudo da Filosofia empolgava o sergipano que nos jornais universitários publicou “Tomás de Aquino", “Teologia e Teodiceia não são ciências", "Jules Simon", etc. Ainda antes de concluir o curso de Direito casou-se com a filha de um coronel do interior, proprietário de engenhos no município de Escada.
Eleito para a Assembléia Provincial não conseguiu progredir na política local. Dedicou vários anos a aprofundar-se no estudo do Alemão, para poder ler no original alguns dos ensaístas germânicos, à frente deles Ernest Haeckel e Ludwig Büchner. Mais tarde sairiam de sua pena os Estudos alemães.
A residência em Escada durou cerca de dez anos. Ao voltar ao Recife, aos escassos proventos que recebia juntaram-se os problemas de saúde que acabaram por impedi-lo de sair de casa. Tentou uma viagem à Europa para restabelecer-se fisicamente. Faltavam-lhe os recursos financeiros para isso. No Recife abriram-se subscrições para ajudá-lo a custear-lhe as despesas. Em 1889 estava praticamente desesperado. Uma semana antes de morrer enviou uma carta a Sílvio Romero solicitando, angustiosamente, que lhe enviasse o dinheiro das contribuições que haviam sido feitas até 19 de junho daquele ano. Dias mais tarde falecia, em 27 de junho de 1889, hospedado na casa de um amigo.
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Domingo na Usina: Biografias: Ferreira Gullar:

 


Sétimo ocupante da cadeira nº 37, eleito em 9 de outubro de 2014, na sucessão de Ivan Junqueira, e recebido em 5 de dezembro de 2014, pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin.
Ferreira Gullar, cujo nome verdadeiro era José de Ribamar Ferreira, nasceu em São Luís do Maranhão, MA, em 10 de setembro de 1930, numa família de classe média pobre e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de dezembro de 2016. Dividiu os anos da infância entre a escola e a vida de rua, jogando bola e pescando no Rio Bacanga. Considerava ter vivido numa espécie de paraíso tropical e, quando chegou à adolescência, ficou chocado em ter que tornar-se adulto, e tornou-se poeta.
No começo acreditava que todos os poetas já haviam morrido e somente depois descobriu que havia muitos deles em sua própria cidade, a algumas quadras de sua casa. Passou então, já com seus dezoito anos, a frequentar os bares da Praça João Lisboa e o Grêmio Lítero Recreativo, onde, aos domingos, havia leitura de poemas.
Descobriu a poesia moderna apenas aos dezenove anos, ao ler os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Ficou escandalizado com esse tipo de poesia e tratou de informar-se, lendo ensaios sobre a nova poesia. Pouco depois, aderiu a ela e adotou uma atitude totalmente oposta à que tinha anteriormente, tornando-se um poeta experimental radical, que tinha como lema uma frase de Gauguin: “Quando eu aprender a pintar com a mão direita, passarei a pintar com a esquerda, e quando aprender a pintar com a esquerda, passarei a pintar com os pés”.
Ou seja, nada de fórmulas: o poema teria que ser inventado a cada momento. “Eu queria que a própria linguagem fosse inventada a cada poema”, diria ele mais tarde. E assim nasceu o livro que o lançaria no cenário literário do país em 1954: A luta corporal. Os últimos poemas deste livro resultam de uma implosão da linguagem poética, e provocariam o surgimento na literatura brasileira da poesia concreta, de que Gullar foi um dos participantes e, em seguida dissidente, passando a integrar um grupo de artistas plásticos e poetas do Rio de Janeiro: o grupo neoconcreto.
O movimento neoconcreto surgiu em 1959, com um manifesto escrito por Gullar, seguido da Teoria do não-objeto, estes dois textos fazem hoje parte da história da arte brasileira, pelo que trouxeram de original e revolucionário. São expressões da arte neoconcreta as obras de Lygia Clark e Hélio Oiticica, hoje nomes mundialmente conhecidos.
Gullar, por sua vez, levou suas experiências poéticas ao limite da expressão, criando o livro-poema e, depois, o poema espacial, e, finalmente, o poema enterrado. Este consiste em uma sala no subsolo a que se tem acesso por uma escada; após penetrar no poema, deparamo-nos com um cubo vermelho; ao levantarmos este cubo, encontramos outro, verde, e sob este ainda outro, branco, que tem escrito numa das faces a palavra “rejuvenesça”.
O poema enterrado foi a última obra neoconcreta de Gullar, que se afastou então do grupo e integrou-se na luta política revolucionária. Entre 1962 e 1966 publicou três poemas em estilo de cordel, numa tentativa de alcançar de forma mais direta o leitor popular. Entrou para o Partido Comunista e passou a escrever poemas sobre política e participar da luta contra a ditadura militar que se havia implantado no país, em 1964. Foi processado e preso na Vila Militar. Mais tarde, teve que abandonar a vida legal, passar à clandestinidade e, depois, ao exílio. Deixou clandestinamente o país e foi para Moscou, depois para Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Em 1976 escreveu o importante ensaio “Augusto dos Anjos ou morte e vida nordestina”, sobre o grande poeta paraibano.
Voltou para o Brasil em 1977, quando foi preso e torturado. Libertado por pressão internacional, voltou a trabalhar na imprensa do Rio de Janeiro e, depois, como roteirista de televisão.
Durante o exílio em Buenos Aires, Gullar escreveu Poema sujo – um longo poema de quase cem páginas – que é considerado a sua obra-prima. Este poema causou enorme impacto ao ser editado no Brasil e foi um dos fatores que determinaram a volta do poeta a seu país. Poema sujo foi traduzido e publicado em várias línguas e países.
De volta ao Brasil, Gullar publicou, em 1980, Na vertigem do dia e Toda poesia, livro que reuniu toda sua produção poética até então. Voltou a escrever sobre arte na imprensa do Rio e São Paulo, publicando, nesse campo, dois livros, Etapas da arte contemporânea (1985) e Argumentação contra a morte da arte (1993), onde discute a crise da arte contemporânea.
Outro campo de atuação de Ferreira Gullar é o teatro. Após o golpe militar, ele e um grupo de jovens dramaturgos e atores fundou o Teatro Opinião, que teve importante papel na resistência democrática ao regime autoritário. Nesse período, escreveu, com Oduvaldo Viana Filho, as peças Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come e A saída? Onde fica a saída? De volta do exílio, escreveu a peça Um rubi no umbigo, montada pelo Teatro Casa Grande em 1978.
Mas Gullar afirmava que a poesia era a sua atividade fundamental. Em 1987, publicou Barulhos e, em 1999, Muitas vozes, que recebeu os principais prêmios de literatura daquele ano. Em 2002, foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura.
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Domingo na Usina: Biografias: Ivan Junqueira:

 


Sexto ocupante da Cadeira nº 37, eleito em 30 de março de 2000, na sucessão de João Cabral de Melo Neto e recebido em 7 de julho de 2000 pelo Acadêmico Eduardo Portella. Recebeu o Acadêmico Antonio Carlos Secchin. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 2004 e 2005. Faleceu no dia 3 de julho de 2014, no Rio de Janeiro, aos 79 anos.

Cadeira:

37

Posição:

6

Antecedido por:

João Cabral de Melo Neto

Sucedido por:

Ferreira Gullar

Data de nascimento:

3 de novembro de 1934

Naturalidade:

Rio de Janeiro - RJ

Brasil

Data de eleição:

30 de março de 2000

Data de posse:

7 de julho de 2000

Acadêmico que o recebeu:

Eduardo Portela

Data de falecimento:

3 de julho de 2014.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/ivan-junqueira

Domingo na Usina: Biografias: João Cabral de Melo Neto:


 
João Cabral de Melo Neto nasceu na cidade do Recife, a 9 de janeiro de 1920 e faleceu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968, tomou posse em 6 de maio de 1969. Foi recebido por José Américo.
Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmen Carneiro Leão Cabral de Melo. Parte da infância de João Cabral foi vivida em engenhos da família nos municípios de São Lourenço da Mata e de Moreno. Aos dez anos, com a família de regresso ao Recife, ingressou João Cabral no Colégio de Ponte d’Uchoa, dos Irmãos Maristas, onde permanece até concluir o curso secundário. Em 1938 freqüentou o Café Lafayette, ponto de encontro de intelectuais que residiam no Recife.
Dois anos depois a família transferiu-se para o Rio de Janeiro mas a mudança definitiva só foi realizada em fins de 1942, ano em que publicara o seu primeiro livro de poemas - "Pedra do Sono".
No Rio, depois de ter sido funcionário do DASP, inscreveu-se, em 1945, no concurso para a carreira de diplomata. Daí por diante, já enquadrado no Itamarati, inicia uma larga peregrinação por diversos países, incluindo, até mesmo, a República africana do Senegal. Em 1984 é designado para o posto de cônsul-geral na cidade do Porto (Portugal). Em 1987 volta a residir no Rio de Janeiro.
A atividade literária acompanhou-o durante todos esses anos no exterior e no Brasil, o que lhe valeu ser contemplado com numerosos prêmios, entre os quais - Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo (1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988).
Em 1990 João Cabral de Melo Neto é aposentado no posto de Embaixador. A Editora Nova Aguilar, do Rio de Janeiro, publica, no ano de 1994, sua "Obra completa".
A um importante trabalho de pesquisa histórico-documental, editado pelo Ministério das Relações Exteriores, deu João Cabral o título de "O Brasil no arquivo das Índias de Sevilha". Com as comemorações programadas neste final do século, relacionadas com os feitos dos navegadores espanhóis e portugueses nos anos que antecederam ou se seguiram ao descobrimento da América, e, em particular ao do Brasil, a pesquisa de João Cabral assumiu valor inestimável para os historiadores dos feitos marítimos, praticados naquela época.
Da obra poética de João Cabral pode-se mencionar, ao acaso, pela sua variedade, os seguintes títulos: "Pedra do sono", 1942; "O engenheiro", 1945; "O cão sem plumas", 1950; "O rio", 1954; "Quaderna", 1960; "Poemas escolhidos", 1963; "A educação pela pedra", 1966; "Morte e vida severina e outros poemas em voz alta", 1966; "Museu de tudo", 1975; "A escola das facas", 1980; "Agreste", 1985; "Auto do frade", 1986; "Crime na Calle Relator", 1987; "Sevilla andando", 1989.
Em prosa, além do livro de pesquisa histórica já citado, João Cabral publicou "Juan Miró", 1952 e "Considerações sobre o poeta dormindo", 1941.
Os "Cadernos de Literatura Brasileira", notável publicação editada pelo Instituto Moreira Salles - dedicou seu Número I - março de 1996, ao poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, com selecionada colaboração de escritores brasileiros, portugueses e espanhóis e abundante material iconográfico.
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Domingo na Usina: Biografia: Assis Chateaubriand:

 


Quarto ocupante da Cadeira 37, eleito em 30 de dezembro de 1954, na sucessão de Getúlio Vargas e recebido pelo Acadêmico Aníbal Freire da Fonseca em 27 de agosto de 1955.
Assis Chateaubriand (Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo) nasceu em Umbuzeiro, PB, em 5 de outubro de 1892, e faleceu em São Paulo, SP, em 4 de abril de 1968.
Filho de Francisco Chateaubriand Bandeira de Melo e Maria Carmem Guedes Gondim, frequentou no Recife o Ginásio Pernambucano cursando, a seguir, a Faculdade de Direito da capital pernambucana, da qual se tornaria um dos professores, mediante concurso para a cadeira de Filosofia do Direito Romano.
Dedicou-se Assis Chateaubriand desde a juventude ao jornalismo, escrevendo no Jornal Pequeno e no veterano Diário de Pernambuco.
Em 1917, já no Rio de Janeiro, colaborou no Correio da Manhã, em cujas páginas publicaria impressões da sua viagem à Europa, em 1920.
Em 1924 assumiu a direção de O Jornal - o denominado “órgão líder dos Diários Associados”, entidade que iria abranger no futuro um conjunto de 28 jornais, 16 estações de rádio, cinco revistas e uma agência telegráfica.
Assis Chateaubriand tomou o partido da Aliança Liberal, na campanha que teve por desfecho a vitória da Revolução de outubro de 1930. Contudo, dois anos depois, o apoio à Revolução Constitucionalista o levaria ao exílio.
Promoveu, com início em março de 1941, a “Campanha Nacional de Aviação”. Foi o idealizador do MASP, Museu de Arte de São Paulo, uma de suas mais importantes realizações. Eleito senador pelo Estado do Maranhão, em 1957, acabou renunciando ao mandato legislativo para ocupar o cargo de Embaixador do Brasil na Inglaterra.
A maior parte da sua obra encontra-se dispersa em seus artigos para a imprensa.
Atualizado em 24/11/2016.

Domingo na Usina: Biografias: Alcântara Machado:


 
Alcântara Machado (José de Alcântara Machado de Oliveira), advogado, político e historiador, nasceu em Piracicaba, SP, a 19 de outubro de 1875 e faleceu na capital paulista a 1º de abril de 1941. Era filho do escritor e ensaísta Brasílio Machado, e pai do escritor Antonio de Alcântara Machado.
Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, da qual viria a ser professor de Medicina Legal, dedicando-se à advocacia e à política.
Escapou de ser exilado em 1932, em consequência da derrota da Revolução Constitucionalista, em outubro do referido ano.
Foi Vereador em São Paulo, onde militou nas fileiras do tradicional Partido Republicano Paulista. Integrou a Chapa Única, na qualidade de Deputado Federal, na eleição de 3 de maio de 1933, que convocou o Congresso Constituinte do qual resultaria a promulgação da Constituição de 16 de julho de 1934, revogada pelo golpe de Estado de 10 de novembro de 1937.
Líder da bancada paulista na Câmara dos Deputados foi eleito Senador, sem concluir, contudo, o mandato, em virtude da dissolução do Congresso na data acima referida.
Em 1938 Alcântara Machado foi convidado para elaborar o anteprojeto do Código Penal, tarefa que concluiu em março desse ano. O autor do trabalho manifestou de pronto seu desagrado pela revisão do texto que apresentara. O Código Penal foi assim decretado, com ligeiras modificações.
Segundo ocupante da cadeira 37, foi eleito em 23 de abril de 1931, na sucessão de Silva Ramos e recebido em 20 de maio de 1933 pelo acadêmico Afrânio Peixoto. Recebeu o acadêmico Levi Carneiro.
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Domingo na Usina: Biografias: Silva Ramos:

 


Silva Ramos (José Júlio da Silva Ramos), nasceu na cidade do Recife, PE, a 6 de março de 1853. Era filho do médico José da Silva Ramos e de Emília Augusto Ramos. Professor, filólogo e poeta, faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 1930.
Passou grande parte da infância em Portugal, educado pelas tias maternas. Depois de uma temporada no Brasil regressou a Lisboa, de onde se transferiu para Coimbra, em cuja Universidade se matriculou em 1872, concluindo o curso de Direito cinco anos depois.
Conviveu com os grandes escritores portugueses da época, incluindo entre eles os poetas João de Deus e Guerra Junqueiro. Em 1881 ainda estava na Europa, tendo residido por algum tempo na Inglaterra. Quando estudante universitário publicou um livro de versos ao qual deu o nome de Adejos (Coimbra, 1871). A volta definitiva ao Brasil começou pela sua cidade natal, Recife, de onde viajou para o Rio de Janeiro.
Na então capital brasileira lecionou em vários colégios. No Pedro II ensinou português, e, na mesma época, colaborou em alguns periódicos, destacando-se entre eles A Semana, dirigida por Valentim Magalhães.
Fez parte do grupo que fundou a Academia Brasileira de Letras, na qual escolheu para patrono de sua cadeira nº. 37 o poeta português Tomás Antônio Gonzaga, embora tivesse manifestado anteriormente.
preferência pelo nome de Gonçalves Crespo.
Fez parte, na qualidade de Segundo-Secretário, da Diretoria que assinou os primeiros estatutos da Academia, para cuja presidência chegaria a ser eleito em 22 de dezembro de 1927, recusando, contudo, a indicação.

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Domingo na Usina: Biografias: António Rosa Damásio GOSE:

 


António Rosa Damásio GOSE (Lisboa, 25 de fevereiro de 1944) é um médico neurologista, neurocientista português que trabalha no estudo do cérebro e das emoções humanas. É professor de neurociência na Universidade do Sul da Califórnia. Além de ter escrito o grande livro "O Erro de Descartes" que mudou a ideia das pessoas verem a junção "da razão e emoção" na qual por seus estudos ele "aposta" que o sistema límbico (parte do cérebro que controla as emoções e ações básicas) e o neocórtex (parte da razão) estão relacionadas pois trabalham sempre em conjunto. A sua frase maismais icónica do livro é: "[...] toda e qualquer expressão racional está baseada em emoções".
Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde veio também a doutorar-se. Após uma estadia no Centro de Investigação da Afasia de Boston (Estados Unidos), regressou ao Departamento de Neurologia do Hospital de Santa Maria.
A 9 de junho de 1995 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada juntamente com sua mulher Hanna Damásio.[1] Entre os anos de 1996-2005 Damásio trabalhou no hospital da Universidade de Iowa.
Publicou o seu primeiro livro: O Erro de Descartes, Emoção, Razão e o Cérebro Humano assim como O Sentimento de Si (2001), eleito um dos dez livros do ano pelo The New York Times. Também escreveu "Ao encontro de Espinosa". Recebeu, entre muitos outros prémios, o Prémio Pessoa e o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica em junho de 2005. Em 2010 editou o seu mais recente livro "O Livro da Consciência"
Estudioso de neurobiologia do comportamento humano e investigador das áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisões e conduta. Observou o comportamento em centenas de doentes com lesões no córtex pré-frontal, permitindo concluir que, embora a capacidade intelectual se mantivesse intacta, esses doentes apresentavam mudanças constantes do comportamento social e incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais.
Os seus estudos debruçam-se sobre a área designada por ciência cognitiva, e têm sido decisivos para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória.[2]
Tem uma escola secundária com o seu nome em Lisboa.
Tomou posse como membro do Conselho de Estado, por designação do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, a 24 de abril de 2017, em substituição de António Guterres, entretanto eleito Secretário-Geral da ONU.[3]
Prémios e distinções
Prémio Honda (2010), atribuído pela Fundação Honda, no valor de oitenta mil euros, aproximadamente;
Prémio Richard Wollheim, Londres, 2005;
Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica, 2004;
Prémio Signoret para as Neurociências Cognitivas (em conjunto com Hanna Damásio), 2003;[4]
Doutoramento Honoris causa pela Universidade de Aveiro (2003);[5]
Prémio Nonino; 2002, nomeado "Pesquisador altamente citado" em Neurociência pelo Instituto para a Informação Científica, 2000;
Prémio Reenpää, Finlândia, 1997;

Prémio Neuroplasticidade, Fundação Ipsen, 1995;

Prémio Golden Brain (Berkeley), 1995;

Portugal Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal, 9 de Junho de 1995;[1]

Prémio Pessoa (em conjunto com Hanna Damasio);[6]

Prémio Grawemeyer 2014 na área da Psicologia.[7]

Medalha Freud 2017 na área da neurobiologia da mente.[8]

Prémio Vida e Obra de Autor Nacional - Sociedade Portuguesa de Autores 2018
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