quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Carlos Roberto Bolzan:



INSENSÍVEL

Insensível para a dor,

Insensível para o amor.

Insensível para a música que canta e ouve,

Insensível para os poemas que escreve e lê.

Insensível para as notícias de jornal,

Por mais desgraçadas que sejam.

Insensível tal qual pedra fria,

Que pouco se importa

Com o que tem em volta.

Insensível para as agruras da vida.

Insensível de tanto sofrer nesta lida.

Insensível para as festas,

Insensível para o novo ano que se aproxima.

Insensível para o começo,

Insensível para a vida ,

Insensível para o fim,

Pouco se importando

Se o que sente é bom ou ruim.

Totalmente insensível, sim!

Autor: Carlos Roberto Bolzan - 23/12/2018

Publicado no Facebook em 23/12/2018 e 10/11/2020

Direitos reservados ao autor - Lei 9610/1998


Sexta na Usina: Poetas da Rede: kAwan oLiveira:

 


Fica longe dele

Não era uma boa pessoa

Mas também não era mau

A vida o fez oscilar entre os dois

Entre os outros ele destoa

A mente o fez perder o controle de seus atos

Na sua dolorosa solidão

Ele se senta em meio aos ratos

Ele chora

Tem vezes que suas lágrimas são de ódio

Ora seu pranto é de tristeza

As vezes seu choro é de alívio

Um alívio que não faz questão de permanecer

Ora ele quer morrer

Ora ele quer fazer alguém morrer

E se não ficar de olho

É bem provável que isso vá acontecer

As vezes já pode ter acontecido

Vilania humanizada

Antiheroismo

O mundo girou e ele ficou pra trás

Esquecido

As pessoas o deixaram doente

Suas cicatrizes fecharam

Mas não se curaram

O que causaria tamanho trauma?

Nem precisaria de muito

O cotidiano já é o suficiente

Para fazer um garoto perder a cabeça

kAwan oLiveira

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Ezequiel Alcântara Soares: Secos Caminhos:


 

As tardes perderam viço,

Murcharam todas as rosas

Tão lindas, férteis, cheirosas,

Quando a tristeza chegou.

Murcharam todas as árvores,

Apodreceram os frutos,

Não duraram dois minutos

Depois que o calor findou.

 

Era tudo tão formoso,

Tantas carícias suaves,

O doce canto das aves

Formavam bela harmonia!

Mas isso tudo acabou…

Há ventos impetuosos,

E tristes cantos chorosos

Das aves em agonia.

 

Caminho tão cabisbaixo

Por esses secos caminhos,

Notando que só espinhos

Restaram por toda flora.

Folhas secas são tapetes

Anunciando a chegada

Dos meus passos na morada

Da desolação de agora.

 

Ramos, galhos, troncos, folhas,

São emblemas da paisagem

Murchando com a passagem

Dos meus passos pelo chão…

Ecoam cantos chorosos,

Pelas matas tão despidas,

As vozes bem doloridas:

Os ais do meu coração!

 

Ezequiel Alcântara Soares

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Anderson Gouvêa:


 

Amor da minha vida

Por amor amar sem medo,

Dizer sem metáforas numa linguagem simples,

Pois o tempo passou passando por nos,

E sem olharmos olhamos uma flor.

Que meu beijo não seja simbólico,

Mas que tocamos ao tocar e assim voar,

Notar cada nota tocada ao vento,

Sobre nuvens num espaço infinito,

Pois não tenho vergonha de dizer,

E se quer saber o sábio diz...

Não por ser sábio:

Mas por querer ser feliz.

Vou chamar o pianista.

Esta noite quero a canção mais bela,

Para mostrar o que sinto quando olho seu sorriso.

Quando olho em seus olhos,

E perco-me no resplendor,

Navegando numa luz mansa,

Encontrando-me em seu peito,

O qual diz sem dizer por saber o que sente porque sabe que me ama.

Amo-te todos os dias,

E assim sempre será,

Pois se não sou eterno não importa.

O amor o qual eu amo não morrerá.

Por amor escrevo o amor que desejo quando acordo e te vejo,

Pois declarar ou gritar ao mundo seria pouco.

Não que eu seja louco.

E se for loucura amar.

Então sou?

Creio que não.

Pois alegria nasce ao nascer do dia,

Trazendo amor, paz, esperança, depois de uma noite fria.

Então em vez de gritar vou dizer todos os dias:

Bom dia amor da minha vida.

Anderson Gouvêa

Livro: Cartas de Amor

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Guerreiro da Luz-Edu Sol: **MULHER**:



Da mulher eu nasci.

Com ela os primeiros passos eu aprendi.

Mãe! A primeira palavra que emiti.

A proteção ela sempre me fez sentir!

Mulher!

A flor mais bela desse imenso jardim!

Nem as rosas, crisântemos ou jasmim,

Têm a tua ternura sem fim!

Na infância de cuidados me cercou.

Na adolescência para o mundo me preparou.

Como adulto nos meus fracassos me apoiou.

E em nenhum momento da vida me desamparou!

Mulher!

Que gera e que cria,

E que os sofrimentos alivia

Só luz do Criador irradia!

*Autor-Guerreiro da Luz-Edu Sol/Eduardo A. Soares*