quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Ezequiel Alcântara Soares: Secos Caminhos:


 

As tardes perderam viço,

Murcharam todas as rosas

Tão lindas, férteis, cheirosas,

Quando a tristeza chegou.

Murcharam todas as árvores,

Apodreceram os frutos,

Não duraram dois minutos

Depois que o calor findou.

 

Era tudo tão formoso,

Tantas carícias suaves,

O doce canto das aves

Formavam bela harmonia!

Mas isso tudo acabou…

Há ventos impetuosos,

E tristes cantos chorosos

Das aves em agonia.

 

Caminho tão cabisbaixo

Por esses secos caminhos,

Notando que só espinhos

Restaram por toda flora.

Folhas secas são tapetes

Anunciando a chegada

Dos meus passos na morada

Da desolação de agora.

 

Ramos, galhos, troncos, folhas,

São emblemas da paisagem

Murchando com a passagem

Dos meus passos pelo chão…

Ecoam cantos chorosos,

Pelas matas tão despidas,

As vozes bem doloridas:

Os ais do meu coração!

 

Ezequiel Alcântara Soares

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