quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede: Ana Monteiro: Suplício:


Ai, como eu quero hoje!
Que lambuze o corpo de óleo, 
me massageie a carne, 
me sinta o cio.
Me desarme, 
me ame.

Não!
Não me ame.
Me chame: 
de puta, de gostosa. 
Me sinta a carne fogosa.
De quatro, na cama, no chão. 
Se demore em mim, 
ponha um fim nesse suplício
Me penetre em cada orifício, 
até que eu me acabe em paixão.

By Ana M.

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede:Patricia Piassa "Pimenta": Sufrágio...:


Amaldiçoada palavra minha... Soa mal e mau ressoa... Pobre Puta na calçada, não se vende e nem se aluga...Por muito se faz Puta e pensam ser por quase nada... E que se vá amaldiçoada palavra minha, por muitos ser escutada... Palavras que não são meros rumores... Que zunem no ar, pois acabou a escravidão... O chicote já não zuni, o que zuni, é o defeito de ser belo sem motivo só na emoção... Minha palavra amaldiçoada traz a menção, do sacrifício de todo sangue do sexo virgem derramado nos altares... Este mesmo sexo que não mais se come, agora este sexo é quem consome os nervos e as carnes dos pobres e coitados homens... O começo foi a luta, coisa bruta para a alma feminina... Que se fortificou nos corações de tantas meninas e mocinhas, fortes guerreiras de uma batalha injusta, que lhes deu a justa medida de se saberem e se valorizarem como mulheres e não como bichos de procria... Acabou o sufragismo, a mulher terminou mais decidida... Já faz tempo que trabalha sem precisar ser a comida... E a coisa toda muda... E minha palavra ainda é amaldiçoada, e precisa falar da discriminação de tanto homem que se ilude no passado e ainda pensa ser machão e não sabe sequer entender a verdadeira situação... Que por macho se tem o bicho, que vive apenas de instinto, este bicho que há muito pela fêmea foi abatido e engolido... Deste engolir de tantas mágoas dos frágeis corpos maculados por porradas, um novo homem foi vomitado, bem comido e ruminado, num novo pensar igualitário... Acabou-se a maldição, que foi passada de mães para filhas, de serem as Putas mães solteiras, condenadas pelas vidas que escolheram e os amores que viveram, apagaram-se as fogueiras... Há muito o que queima numa mulher é apenas o concreto conceito de poder viver o que bem quer... 

Patricia Piassa "Pimenta"

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede: Ana Paula Ribeiro :Amor surreal:


Mesmo distante
Sinto nosso amor
Entre sonhos e realidade

Era raridade deste nossa mocidade 

Mas tudo virou banalidade 

Não era pra ser nem mim
E nem pra você.

Amor de verdade 
Não tem hora e nem local
Nem ponto final.

Entre caminhos muito quiseram-me
Fazer parte de minha vida
Mas vivo apaixonada
Por um ser que me deixou
Mas nada me restou.

Ana Paula Ribeiro 
19/07/2015.
Todos os Direitos Preservados

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede: Elisabeth Gl da Conceição: Me ame:


Profundo, intenso
quente, com
ardor,

atormenta, desorienta

me transforma, me cala,

me perco em você.
Entre palavras, carícias
sorrisos, olhares
perdida estou.
Não pare;
vamos até o luar,
no céu , entre
estrelas 
no brilho do
meu olhar.
Me ame como
amo você,
que seja por 
um momento
seja profundo,
intenso
quente, seja
simplesmente meu
amante.
Somente.

Elisabeth Gl da Conceição

Quarta Na Usina: Poetisas Da Rede:Maura Rizzi.:Procuro:


Um coração 

que seja como o meu

um amante aventureiro

destemido hospitaleiro
onde eu possa fixar
minha morada permanente
sem temor e sem pudor
só cultivando o amor
onde quer que a gente vá
vamos nos tornar ciganos
belos fortes e companheiros
viajando pelo mundo
sem pressa e sem destino
levando na mala o amor
tocando a nossa canção
em noites claras de lua
serei tua doce amante
ouvindo nos teu gemidos
o prazer vindo da tua vós
entoando o doce hino
ao dizer-me que sou só tua.


Maura Rizzi.