quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Poesias de Quinta na Usina: Cadáveres Alheios:

 


O que nos machuca naqueles,

que estão sempre tão próximos,

É o vasto senso de oportunismo

destilado pelos mais nobres seres.

Como se eles pudessem repousar

as suas desgraças e desenganos,

Sobre os cadáveres alheios.

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo: Amor não mata:

 


O ser não mata pelo amor ao outro.

Nem por amar tanto sem reciprocidade.

A sua maior dor é por não saber o que

Fazer com todo aquele sentimento que transborda

em seu peito, e ele não tem a menor ideia do que fazer com todo aquele amor..

Poesia de Quinta na Usina: William Shakespeare: Soneto 18:


Se te comparo a um dia de verão És...

``Se você se sente só, é porque ergueu muros em...

Amor quando é amor não definha

E até o final das eras há de aumentar.

Mas se o que eu digo for erro

E o meu engano for provado

Então eu nunca terei escrito

Ou nunca ninguém terá amado.

William Shakespeare

Poesia de Quinta na Usina: William Shakespeare: Soneto 35:



Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

William Shakespeare

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: 103:


Cantando estava um dia bem seguro quando, passando, Sílvio me dizia 
(Sílvio, pastor antigo, que sabia pelo canto das aves o futuro): 
—Méris, quando quiser o fado escuro, oprimir-te virão em um só dia 
dous lobos; logo a voz e a melodia te fugirão, e o som suave e puro. 
Bem foi assi: porque um me degolou quanto gado vacum pastava e tinha, 
de que grandes soldadas esperava; 
E outro por meu dano me matou

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto 120:


Cá nesta Babilónia, donde mana matéria a quanto mal o mundo cria; 
cá onde o puro Amor não tem valia, que a Mãe, que manda mais, tudo profana; 
cá, onde o mal se afina, e o bem se dana, e pode mais que a honra a tirania; 
cá, onde a errada e cega Monarquia cuida que um nome vão a desengana; 
cá, neste labirinto, onde a nobreza com esforço e saber pedindo 
vão às portas da cobiça e da vileza; 
cá neste escuro caos de confusão, 
cumprindo o curso estou da natureza. 
Vê se me esquecerei de ti, Sião!