quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto 120:


Cá nesta Babilónia, donde mana matéria a quanto mal o mundo cria; 
cá onde o puro Amor não tem valia, que a Mãe, que manda mais, tudo profana; 
cá, onde o mal se afina, e o bem se dana, e pode mais que a honra a tirania; 
cá, onde a errada e cega Monarquia cuida que um nome vão a desengana; 
cá, neste labirinto, onde a nobreza com esforço e saber pedindo 
vão às portas da cobiça e da vileza; 
cá neste escuro caos de confusão, 
cumprindo o curso estou da natureza. 
Vê se me esquecerei de ti, Sião!

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