sábado, 27 de fevereiro de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Pereira da Silva:


 
Quinto ocupante da Cadeira 18, eleito em 23 de novembro de 1933, na sucessão de Luís Carlos e recebido pelo Acadêmico Adelmar Tavares em 26 de junho de 1934. Recebeu o Acadêmico Múcio Leão.
Pereira da Silva (Antônio Joaquim Pereira da Silva), jornalista e poeta, nasceu em Araruna, Serra da Borborema, PB, em 9 de novembro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de janeiro de 1944.
Era filho de Manuel Joaquim Pereira da Silva e de D. Maria Erciliana da Silva. Aos 14 anos foi matriculado no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil. Fez os preparatórios na Escola Militar. Começou a interessar-se pelos estudos literários, estudou gramática e leu Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Fagundes Varela e Castro Alves. Em 1895, matriculou-se na Escola Militar, onde fez os preparatórios. Em 1897, foi preso em função de movimento revolucionário entre os alunos. Foi implicado e, preso incomunicável, levado para o 13º Batalhão de Cavalaria, no Paraná. Em Curitiba conheceu escritores e poetas, entre os quais Dario Veloso, que muito o influenciou. Depois da prisão, em 1900, desligou-se do Exército. Voltando ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar como funcionário postal e cursou a Faculdade de Direito.
Começou sua carreira como crítico literário nos jornais A Cidade do Rio (de José do Patrocínio, onde usou o pseudônimo J. d’Além), Gazeta de Notícias, Época e Jornal do Comércio. Participou do grupo simbolista que publicou a revista Rosa-Cruz, que tinha à frente Félix Pacheco, Saturnino de Meireles, Paulo Araújo e Castro Meneses. Tornou-se um destacado poeta do movimento, de 1903 a 1905.
Casou-se, no Rio, com a filha de Rocha Pombo. Foi nomeado, logo depois de bacharelar-se, juiz de direito no Paraná. Em Curitiba, escreveu Solitudes, seu segundo livro, que mereceu aceitação pública. Lá poderia ter tido um belo futuro, mas decidiu pedir demissão do emprego e voltar para o Rio, em 1918, em companhia da mulher, que não se adaptara ao clima de Curitiba. Conseguiu emprego de escrevente na Central do Brasil e voltou a colaborar na Rosa-Cruz. À noite, trabalhava na Gazeta de Notícias como revisor. Em 1922, a convite do editor Leite Ribeiro, organizou e passou a dirigir a revista Mundo Literário, com Agripino Grieco e Théo Filho.
Abandonado pela mulher, e com um filho aos seus cuidados, eis o quadro da sua vida que irá se refletir na sua poesia. Fernando Góis a define como “a obra de um elegíaco, de um pessimista, um desencantado, cujas temas são a solidão, a dor, a morte, a tristeza”. Já Andrade Murici destaca aspectos da sua obra em que “a poesia está profundamente embebida do espírito do simbolismo: a linguagem alusiva e secreta, o envolvimento em atmosfera de transcendência. (...) A fluidez da expressão simbolista não o conduziu, entretanto, nem à diluição, nem ao informe. Pelo contrário, evitou a descaída para a vulgaridade”.

Atualizado em 14/06/2017.
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Domingo na Usina: Biografias: Sousa Caldas:



Sousa Caldas (Antônio Pereira de Sousa Caldas), sacerdote, poeta e orador sacro, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 24 de novembro de 1762, e faleceu na mesma cidade, em 2 de março de 1814. É o patrono da cadeira n. 34, por escolha do fundador Pereira da Silva.
Era filho do comerciante Luís Pereira de Sousa e de Ana Maria de Sousa, portugueses, os quais, percebendo no filho a vocação para as letras, tudo fizeram para que florescesse. Aos oito anos de idade, e já evidenciando uma saúde frágil, foi mandado a Lisboa, aos cuidados de um tio. Foi matriculado no curso de Matemática (1778), de que se exigia então um ano para os candidatos ao curso de Cânones, em Coimbra, que ele concluiu em 1782. Prosseguiu no curso de Leis, no qual se formou somente em 1789. Em 1781 foi preso pelo Santo Ofício, por causa de suas “idéias francesas”, e penitenciado no auto-de-fé que se celebrou em 26 de agosto de 1781, sendo condenado por ser “herege, naturalista, deísta e blasfemo”. Foi transferido para o convento de Rilhafoles, a fim de ser ali “catequizado” por seis meses. Os seus biógrafos dizem que de lá saiu “regenerado”, ao ponto de se despertar nele a vocação para a vida eclesiástica. O fato é que em 1784 compõe a “Ode ao homem selvagem”, inspirada em Rousseau, e. em 1785, era apontado como um dos prováveis autores de O reino da estupidez. Antes de se formar, fez uma viagem à França, indo recomendado em Paris ao embaixador de Portugal, o Marquês de Pombal, filho. Depois da formatura (1789) viajou novamente, indo pelo Mediterrâneo até Gênova, recebendo ordens sacras em Roma no ano de 1790. Data dessa época a pequena ode "A Criação", composta ao entrar o estreito de Gênova. A partir daí, teria abandonado a poesia profana, ganhando fama como pregador e poeta sacro.
Os seus biógrafos registram que ele teria recusado dois bispados em Portugal, mas essa informação deve ser encarada com reserva, pois dificilmente tais cargos seriam oferecidos a um homem suspeito às autoridades. Em 1801 veio ao Rio de Janeiro para visitar a mãe e para aí se transferiu definitivamente em 1808. Nessa fase, confirma o renome de orador sacro, sendo significativo que nunca tenha sido nomeado pregador da Capela Real. De 1810 a 1812 compôs as “Cartas”, de que restam apenas umas cinco, quando seriam pelo menos meia centena. Versam sobre a liberdade de opinião, mostrando que a fé religiosa, sincera e forte, coexistia nele com a extrema liberdade intelectual. Desinteressado e modesto, sofrendo a vida toda por sua constituição frágil, faleceu aos 51 anos, sendo enterrado no convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro.
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Domingo na Usina: Biografias: Evanildo Cavalcante Bechara:

 


Quinto ocupante a Cadeira nº 33, eleito em 11 de dezembro de 2000, na sucessão de Afrânio Coutinho e recebido em 25 de maio de 2001 pelo Acadêmico Sergio Corrêa da Costa.
Evanildo Cavalcante Bechara nasceu no Recife (PE), em 26 de fevereiro de 1928. Aos onze para doze anos, órfão de pai, transferiu-se para o Rio de Janeiro, a fim de completar sua educação em casa de um tio-avô.
Desde cedo mostrou vocação para o magistério, vocação que o levou a fazer o curso de Letras, modalidade Neolatinas, na Faculdade do Instituto La-Fayette, hoje UERJ, Bacharel em 1948 e Licenciado em 1949.
Aos quinze anos conheceu o Prof. Manuel Said Ali, um dos mais fecundos estudiosos da língua portuguesa, que na época contava entre 81 e 82 anos. Essa experiência permitiu a Evanildo Bechara trilhar caminhos no campo dos estudos lingüísticos. Aos dezessete, escreve seu primeiro ensaio, intitulado Fenômenos de Intonação, publicado em 1948, com prefácio do filólogo mineiro Lindolfo Gomes. Em 1954, é aprovado em concurso público para a cátedra de Língua Portuguesa do Colégio Pedro II e reúne no livro Primeiros Ensaios de Língua Portuguesa artigos escritos entre os dezoito e vinte e cinco anos, saídos em jornais e revistas especializadas.
Concluído o curso universitário, vieram-lhe as oportunidades de concursos públicos, que fez com brilho, num total de onze inscritos e dez realizados. Aperfeiçoou-se em Filologia Românica em Madri, com Dámaso Alonso, nos anos de 1961 e 1962, com bolsa oferecida pelo Governo espanhol. Doutor em Letras pela UEG (atual UERJ), em 1964.
Convidado pelo Prof. Antenor Nascentes para seu assistente, chega à cátedra de Filologia Românica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UEG (atual UERJ) em 1964. Professor de Filologia Românica do Instituto de Letras da UERJ, de 1962 a 1992. Professor de Língua Portuguesa do Instituto de Letras da UFF, de 1976 a 1994.
Professor titular de Língua Portuguesa, Lingüística e Filologia Românica da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, de 1968 a 1988. Professor de Língua Portuguesa e Filologia Românica em IES nacionais (citem-se: PUC-RJ, UFSE, UFPB, UFAL, UFRN, UFAC) e estrangeiras (Alemanha, Holanda e Portugal).
Em 1971-72 exerceu o cargo de Professor Titular Visitante da Universidade de Colônia (Alemanha) e de 1987 a 1989 igual cargo na Universidade de Coimbra (Portugal).
Professor Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1994) e da Universidade Federal Fluminense (1998).
Dentre suas teses universitárias contam-se os seguintes títulos: A Evolução do Pensamento Concessivo no Português (1954), O Futuro em Românico (1962), A Sintaxe Nominal na Peregrinatio Aetheriae ad Loca Sancta (1964), A Contribuição de M. Said Ali para a Filologia Portuguesa (1964), Os Estudos sobre Os Lusíadas de José Maria Rodrigues (1980), As Fases Históricas da Língua Portuguesa: Tentativa de Proposta de Nova Periodização (1985). Autor de duas dezenas de livros, entre os quais a Moderna Gramática Portuguesa, amplamente utilizada em escolas e meios acadêmicos, e diretor da equipe de estudantes de Letras da PUC-RJ que, em 1972, levantou o corpus lexical do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, sob a direção geral de Antônio Houaiss.
Orientador de dissertações de Mestrado e de teses de Doutoramento no Departamento de Letras da PUC-RJ, no Instituto de Letras da UFF e no Instituto de Letras da UERJ, desde 1973. Membro de bancas examinadoras de dissertações de Mestrado, de teses de Doutoramento e de Livre-Docência na Faculdade de Letras da UFRJ, no Instituto de Letras da UERJ e em outras IES do país, desde 1973. Membro de bancas examinadoras de concursos públicos para o magistério superior no Instituto de Letras da UFF, no Instituto de Letras da UERJ e no Departamento de Letras da USP, desde 1978.
Foi Diretor do Instituto de Filosofia e Letras da UERJ, de 1974 a 1980 e de 1984 a 1988; Secretário-Geral do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro, de 1965 a 1975; Diretor do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, de 1976 a 1977; Membro do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro, de 1978 a 1984; Chefe do Departamento de Filologia e Lingüística do Instituto de Filosofia e Letras da UERJ, de 1981 a 1984; Chefe do Departamento de Letras da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, de 1968 a 1988.
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Domingo na Usina: Biografias: Afrânio Coutinho:


 
Quarto ocupante da Cadeira 33, eleito em 17 de abril de 1962, na sucessão de Luís Edmundo e recebido em 20 de julho de 1962 pelo Acadêmico Levi Carneiro. Recebeu o Acadêmico Eduardo Portella.
Afrânio Coutinho, professor, crítico literário e ensaísta, nasceu em Salvador, BA, em 15 de março de 1911 e faleceu no dia 05 de agosto de 2000 no Rio de Janeiro, RJ.
Filho do engenheiro Eurico da Costa Coutinho e de Adalgisa Pinheiro dos Santos Coutinho, fez o curso primário em escola pública, o secundário no Ginásio N. S. da Vitória, dos Irmãos Maristas, e os preparatórios no Colégio da Bahia. Diplomou-se em Medicina, em 1931, mas não seguiu a carreira médica, entregando-se ao ensino de Literatura e História no curso secundário, foi bibliotecário da Faculdade de Medicina, Professor da Faculdade de Filosofia da Bahia.
Em 1942 foi para os Estados Unidos, convidado para exercer o cargo de redator-secretário da revista Seleções do Reader’s Digest, em Nova York, permanecendo no posto por cinco anos. Durante esse tempo, frequentou cursos na Universidade de Columbia e em outras universidades norte-americanas, aperfeiçoando-se em crítica e história literária com mestres europeus e americanos. Em 1947, de regresso ao Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro. Foi nomeado catedrático interino do Colégio Pedro II, na cadeira de Literatura. Efetivou-se na cadeira por concurso, em 1951, com tese sobre o Barroco, de grande repercussão. Também naquele ano fundou, na Faculdade de Filosofia do Instituto Lafayette, a cadeira de Teoria e Técnica Literária, primeira iniciativa do gênero no Brasil.
Em 1948, inaugurou, no “Suplemento Literário” do Diário de Notícias, a seção “Correntes Cruzadas”, que manteve até 1961, debatendo problemas de crítica e teoria literária. Colaborou ativamente na imprensa e em revistas literárias, do país e do estrangeiro. Dirigiu a revista Coletânea (1951-1960) e divulgou os critérios de análise estético-literária formulados pelo New Criticism norte-americano.
Em 1952, foi encarregado pelo professor Leonídio Ribeiro, diretor do Instituto Larragoiti, da Companhia Sul América, de planejar e dirigir a publicação, A literatura no Brasil, com a colaboração de uma equipe de especialistas, obra publicada, em quatro volumes, de 1955 a 1959, sendo ampliada para seis volumes na edição de 1968-1971, revista e atualizada em 1986.
Em 1958, fez concurso para livre-docente da cadeira de Literatura Brasileira na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje UFRJ, conquistando o título de Doutor em Letras Clássicas e Vernáculas. Em 1963, após a aposentadoria de Alceu Amoroso Lima, foi nomeado professor catedrático interino de Literatura Brasileira. Em 1965, após concurso, foi nomeado catedrático efetivo. Designado, a seguir, para dividir o ensino de letras da Faculdade de Filosofia, criou a Faculdade de Letras da UFRJ, que instalou e organizou. Em 1968, foi nomeado Diretor da Faculdade de Letras da UFRJ, permanecendo no cargo até aposentar-se, em 1980. A ele é devida a criação da Biblioteca da Faculdade de Letras, reconhecida como a melhor do gênero no Rio de Janeiro, bem como lhe é devido o alto nível dos cursos de pós-graduação na área de Letras, dos quais foi coordenador.
Nas décadas de 1960 e 1970, realizou inúmeras viagens para o exterior, como professor visitante em universidades dos Estados Unidos, da Alemanha e da França, também com o intuito de ampliar os estudos brasileiros nas universidades visitadas.

fonte de origem:

https://www.academia.org.br/academicos/afranio-coutinho/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Luís Edmundo:


 
Terceiro ocupante da Cadeira 33, eleito em 18 de maio de 1944, na sucessão de Fernando Magalhães e recebido pelo Acadêmico Viriato Correia em 2 de agosto de 1944.
Luís Edmundo (Luís Edmunedo de Melo Pereira da Costa), jornalista, poeta, cronista, memorialista, teatrólogo, historiador e orador, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 26 de junho de 1878, e faleceu na mesma cidade em 8 de dezembro de 1961.
Foram seus pais Edmundo Pereira da Costa e Maria Joana Melo Pereira da Costa. Já aos vinte anos Luís Edmundo fazia parte do grupo simbolista, tendo sido encarregado, por Cardoso Júnior, da direção da Revista Contemporânea, uma dentre as muitas publicações de vanguarda do Simbolismo brasileiro. De 1899 a 1900, trabalhou n’A Imprensa, de Alcindo Guanabara, passando em seguida para o Correio da Manhã, que Edmundo Bittencourt acabava de fundar. Foi, durante muitos anos, corretor de companhias francesas de navegação, tendo feito inúmeras viagens marítimas à Europa.
Publicou seu primeiro livro de versos, Nimbus, em 1899, logo seguido de Turíbulos, em 1900, e Turris Eburnea, em 1902, reunindo-os, mais tarde, no volume das Poesias (1896-1907). Tornou-se um poeta muito popular. Poesias suas, como o soneto “Olhos tristes’, eram declamados nos salões da época. Foi um poeta de cunho impressionista, que misturava elementos do Parnasianismo e do Simbolismo.
Luís Edmundo era um carioca apaixonado de sua cidade. Sentindo que o estro poético se lhe esgotara, transferiu o lirismo e o amor ao ritmo para um prosador que se transformaria no grande cronista da cidade. O boêmio e o poeta foram substituídos pelo bibliófilo e pesquisador do passado, buscando temas para as peças de teatro que viria a escrever. Voltou seu interesse para o século XVIII e imaginou um vasto painel do Rio de Janeiro no tempo dos Vice-reis. Foi a Portugal, pesquisou em arquivos, bibliotecas e conventos de província, depois à Espanha, reunindo material, inclusive iconográfico, para as obras que iria escrever. Encetou a crônica do passado, em O Rio de Janeiro no tempo dos Vice-reis e A corte de D. João no Rio de Janeiro, e também a da vida de sua cidade no tempo em que viveu, em O Rio de Janeiro do meu tempo, sua obra-prima, e nos cinco volumes de suas memórias.

Atualizado em 05/04/2016.

https://www.academia.org.br/academicos/luis-edmundo/biografia

Domingo na Usina: Biografias: Fernando Magalhães:


Fernando Magalhães (Ferrnando Augusto Ribeiro Magalhães), médico, professor e orador, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de fevereiro de 1878, e faleceu na mesma cidade em 10 de janeiro de 1944.
Era filho de Antônio Joaquim Ribeiro de Magalhães e de D. Deolinda Magalhães. Depois de se bacharelar em ciências e letras pelo Colégio Pedro II, doutorou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1899. Ali ingressou como professor interino de Clínica Ginecológica e Obstétrica, em 1900-1901; livre docente de Obstetrícia, de 1901 a 1910; professor de Clínica Obstétrica, de 1911 a 1915; diretor do Hospital da Maternidade do Rio de Janeiro, de 1915 a 1918; catedrático de Clínica Obstétrica, em 1922. Foi diretor da Faculdade de Medicina, em 1930; reitor da Universidade do Rio de Janeiro, em 1913. Além disso, teve atuação na política nacional, como deputado do Estado do Rio de Janeiro à Constituinte em 1934.
Foi o fundador da Pró-Matre, entidade beneficente que ele dirigiu por muitos anos, com altruísmo, enlevo e dedicação. Exerceu a presidência da Academia Brasileira de Letras (em 1929, 1931 e 1932), era membro da Academia Nacional de Medicina, do Conselho Nacional de Ensino; da Sociedade de Medicina e Cirurgia; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; da Liga de Defesa Nacional, da Academia das Ciências de Lisboa; da Société Obstétrique de Paris e de inúmeras outras associações médicas, nacionais e estrangeiras. Doutor honoris causa das universidades de Coimbra e de Lisboa; e prêmios Alvarenga e Madame Durocher da Academia Nacional de Medicina.
Deixou uma vasta obra médica, da qual se destacam os seis volumes de Clínica obstétrica, as Lições de clínica obstétrica, A obstetrícia no Brasil, Síntese obstétrica e Obstétrica forense, e mais de 200 trabalhos esparsos sobre assuntos médicos. Foi um ilustre orador.
Segundo ocupante da cadeira 33, foi eleito em 22 de julho de 1926, na sucessão de Domício da Gama, e recebido pelo acadêmico Medeiros e Albuquerque em 8 de setembro de 1926. Recebeu os acadêmicos João Neves da Fontoura, Barão de Ramiz Galvão e Alceu Amoroso Lima.
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Domingo na Usina: Biografias: Domício da Gama:


 

Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. É um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira n. 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.

Cadeira: 
33
Posição: 
Fundador
Sucedido por:
Data de nascimento: 
23 de outubro de 1862
Naturalidade: 
Maricá - RJ
Brasil
Data de falecimento: 
8 de novembro de 1925
Local de falecimento: 

Domingo na Usina: Biografias: Silva Ramos:


 

Silva Ramos (José Júlio da Silva Ramos), nasceu na cidade do Recife, PE, a 6 de março de 1853. Era filho do médico José da Silva Ramos e de Emília Augusto Ramos. Professor, filólogo e poeta, faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 1930.
Passou grande parte da infância em Portugal, educado pelas tias maternas. Depois de uma temporada no Brasil regressou a Lisboa, de onde se transferiu para Coimbra, em cuja Universidade se matriculou em 1872, concluindo o curso de Direito cinco anos depois.
Conviveu com os grandes escritores portugueses da época, incluindo entre eles os poetas João de Deus e Guerra Junqueiro. Em 1881 ainda estava na Europa, tendo residido por algum tempo na Inglaterra. Quando estudante universitário publicou um livro de versos ao qual deu o nome de Adejos (Coimbra, 1871). A volta definitiva ao Brasil começou pela sua cidade natal, Recife, de onde viajou para o Rio de Janeiro.
Na então capital brasileira lecionou em vários colégios. No Pedro II ensinou português, e, na mesma época, colaborou em alguns periódicos, destacando-se entre eles A Semana, dirigida por Valentim Magalhães.
Fez parte do grupo que fundou a Academia Brasileira de Letras, na qual escolheu para patrono de sua cadeira nº. 37 o poeta português Tomás Antônio Gonzaga, embora tivesse manifestado anteriormente preferência pelo nome de Gonçalves Crespo.
Fez parte, na qualidade de Segundo-Secretário, da Diretoria que assinou os primeiros estatutos da Academia, para cuja presidência chegaria a ser eleito em 22 de dezembro de 1927, recusando, contudo, a indicação.

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Domingo na Usina: Biografias: Rodolfo Amoedo:

 


Rodolfo Amoedo (Salvador, 11 de dezembro de 1857 — Rio de Janeiro, 31 de maio de 1941) foi um pintor, desenhista, professor e decorador brasileiro. Era professor na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e foi considerado um ótimo conhecedor das técnicas artísticas. Ao começar a lecionar, sempre dava grande importância ao método de aprendizado no momento que ensinava seus alunos. Acreditava que o mais significativo não era criar especialistas e sua maior pretensão era que todos aqueles que passassem por suas mãos se tornassem grandes entendedores de arte.[1]
Tinha uma personalidade forte, a ponto de se envolver em diversas brigas. Visto por muitos críticos como um dos pintores que inovou o conceito do que era pintura durante o fim do Brasil Imperial, foi denominado com o atualizador das obras acadêmicas do final do século XIX e começo do século XX.[2] Ao morrer, suas pinturas foram doadas para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro.[3]
Rodolpho Amoedo em foto de agosto de 1879.
Nascido em um vilarejo em Salvador (Bahia), em 11 de setembro de 1857, Rodolfo Amoedo era filho de pais atores[3] e estudava no Colégio Sebrão, ainda em Salvador. A família do pintor vivia sem luxo e passava por complicações financeiras.[4] Mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando ainda era criança, em 1868, aos 11 anos de idade e foi matriculado no Colégio Vitorio.[5] Começou a exercer seus primeiros traços de artista quando foi convidado por um amigo pintor-letrista para trabalhar no extinto Teatro São Pedro. Foi admitido no Colégio Pedro II e ficou trabalhando por lá por algum tempo, mas a falta de dinheiro o impedia de concluir o ensino. Depois disso, começou a trabalhar como assistente do pintor-letrista Albino Gonçalves.[1] Volta aos estudos somente em 1873, aos 16 anos, matriculando-se no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde foi aluno de Costa Miranda e de Antônio Sousa Lobo, que acabou se tornando uma espécie de protetor de Rodolfo. Lá encontrou também o então jovem artista, Victor Meirelles, que teve um importante papel na construção artística do pintor. Afinal, as pinturas de Victor Meirelles eram repletas de lirismo e influenciaram Rodolfo, mesmo em suas obras mais naturalistas. Rodolfo aprendeu a reproduzir a suavidade e a grande variação de cores por conta do legado das obras impressionantes de Meirelles.[3][6]
O Sacrifício de Abel (1878)
No ano seguinte, graças a uma ajuda de Costa Miranda, Amoedo ingressa na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) como pensionista, onde estudou com outros grandes artistas, como Zeferino da Costa, Agostinho José da Mota e o escultor Chaves Pinheiro. Em 1878, ainda muito jovem, e com uma tela retratando e nomeada como "O sacrifício de Abel", Rodolfo conquistou, em um polêmico concurso, o Prêmio de Viagem à Europa, no qual concorria com Henrique Bernardelli, e com o paisagista e pintor de assuntos históricos Antônio Firmino Monteiro.[2] O concurso se tornou polêmico pelo fato de que a comissão julgadora tinha classificado Amoedo e Bernadelli como os ganhadores, e ambos ficaram em primeiro lugar, considerados pintores de alto nível. Os jurados sentiram-se incapazes de escolher apenas um e pediram para que os concorrentes resolvem o problema na sorte. Na época, o diretor da Academia se recusou a dar continuidade ao que tinha sido proposto e os jurados tiveram que dar um parecer de sua decisão. Então, foi feita uma votação secreta e o resultado deu empate novamente. O diretor da Academia precisou intervir, escolhendo o pintor Rodolfo Amoedo como o ganhador do concurso. Foi assim que o artista conseguiu sua passagem para estudar em Paris.[3][2]
Para os artistas jovens daquela época, estudar na França era muito importante. Afinal, ali estava a mais prestigiada instituição de ensino, a École des Beaux-Arts. Durante o tempo em que ficou no pensionato, começou a se envolver e a se descobrir também como um amante das obras de caráter indianista, consideradas as melhores de sua carreira. Entre elas, podemos citar o “Marabá” (1882), uma obra que representa o realismo e a sensualidade. Considerada uma renovação final da temática indianista do pintor. Mas não foi uma tela que foi aclamada de imediato pelos críticos da época, justamente por ter uma base de concepção moderna para o período histórico. E o “Ultimo Tamoio” (1883), que é considerada uma pintura em que os progressos de Rodolfo são revelados, se trata de uma técnica superior ao da obra "Marabá". Seus traços são considerados mais firmes e decididos, era a afirmação de que o mundo artístico estava em movimento.[2][6][7]
O Último Tamoio (1883), uma das obras mais notórias de Amoedo. Óleo sobre tela, 180,3 x 260 cm. Assinado R. Amoedo 1883 Paris. Está em exibição e pertence ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
Estudos em Paris
Em 1879 mudou-se para Paris. Foi para a cidade luz com a intenção de trabalhar e estudar. Inicialmente, cursa a Academia Julian. A escola exigia exames de anatomia e perspectiva, história geral e desenho ornamental para que o candidato fosse aceito e fizesse parte do grupo de alunos. Mas só em maio de 1880, após submeter-se duas vezes ao exame de admissão,[5] Rodolfo consegue matricular-se na École des Beaux-Arts. É orientado por Alexandre Cabanel, Paul Baudry e Puvis de Chavannes, renomados pintores acadêmicos do Segundo Império. Com estes orientadores, Rodolfo aprendeu a pintar, tendo como base um desenho meticuloso, aprendeu também a usar cores discretas e a criar uma arte mais objetiva. Características que ficaram presentes em suas obras durante muito tempo. Durante o período que ficou cursando a Academia de Julian, pintou temas tradicionais e buscava se livrar um pouco dos seus traços idealistas.[4][6] Rodolfo também teve a oportunidade de ser um dos alunos de Jules Joseph Lefebvre, um importante pintor acadêmico francês que influenciou uma grande parcela dos artistas que estavam na Academia Julian.[3]
As regras da Academia eram rígidas e Rodolfo Amoedo, ciente deste fato, seguiu os primeiros anos na escola sem fazer nada de errado. No ano de 1882, o pintor começou a elaborar uma obra para que pudesse expor no Salon, que era a grande vitrine artística da época.[2] Participou do Salon de Paris em 1882, 1883 e 1884, passando a desenvolver seus grandes temas em torno da mitologia (A narração de Filectas), dos retratos (Amuada), dos temas bíblicos (Jesus em Cafarnaum, A partida de Jacob) e da literatura brasileira, na qual se destacou pela produção de grandes telas voltadas para o indianismo (O Último Tamoio, Marabá).[2][4]
Outro estilo de obra de Rodolfo Amoedo que mexeram com o imaginário de muitas pessoas durante o Segundo Império brasileiro, seriam os nus que o artista fazia. Ele tratava de representar o corpo como um modelo em um quadro hipotético. Que quase sempre eram localizadas em um ambiente tropical, o que nos dá a ideia de estar representando o período colonial brasileiro. Esses nus brasileiros representam o mito do herói e do anti-herói da literatura indianista. Podemos destacar entre as obras de Amoedo, que se encaixam nesta descrição, a obra “O estudo de mulher (Mulher com Ventarola)” (1884) e o “Marabá” (1883), este que representa um nu muito mais realístico e possui um recorte muito mais focado no corpo. O ambiente que é representado em torno do corpo da índia, possui poucos elementos narrativos. É uma obra em que o pintor representa sua ideia de uma maneira mais dramática. O “Marabá”, quando foi exposto em Paris, recebeu louvações e elogios de Alexandre Cabanel, professor prestigiado de Amoedo na École des Beaux Arts.[8] Em 1883, Benedicto de Souza, um correspondente da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro publicou suas impressões a respeito do estilo artístico do pintor: “Eu admiro no Sr. Amoedo esta bela qualidade de querer pintar as cousas de seus país. Quando tiver completa sua educação artística, e quando voltar para o Brasil e estiver em contato imediato com a natureza que ele conhece e que ele também sente e compreende, o Sr. Amoedo há de produzir quadros excelentes. É um artista de futuro.".[3]
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