quarta-feira, 27 de abril de 2022

Poesia de Quinta na Usina; D'Araújo:


Centeio

Profundo, raso, raso, profundo.
Profundamente raso é o centeio
da minha alma.

conteúdo do livro:





Poesia de Quinta na Usina; D'Araújo:



Confortável

Em sua carcaça inerte o espírito repousa.
No conforto do assento do sofá da sala,
a TV rouba-lhe o tempo.
O computador acalenta seus ensejos.
A esperança é morta.
O sonho nem nasceu....

Conteúdo do livro:



Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo:



Pétalas

Em palavras dispersas feito pétalas
Que sopram da minha alma
Vão semeando sentimentos
Ao meu querer, e sem saber
Vou desnudando todo o meu ser...
Conteúdo do livro:



Poesia de Quinta na Usina; Fagundes Varella:



A D. PEDRO II

Tu és a estrela mais fulgente e bela 
Que o solo aclara da Colúmbia terra, 
A urna santa que de um povo inteiro 
Arcanos fundos no sacrário encerra!
Tu és nos ermos a coluna ardente
Que os passos guia de uma tribo errante,
E ao longe mostras através das névoas
A plaga santa que sorriu distante!...
Tu és o gênio benfazejo e grato
Poupando as vidas no calor das fráguas,
E, à voz das turbas, do rochedo em chamas
Desprende um jorro de benditas águas!
Tu és o nauta que através dos mares
O lenho imenso do porvir conduz,
E ao porto chega sossegado e calmo
De um astro santo acompanhando a luz!
Oh! não consintas que teu povo siga
Louco, sem rumo, desonroso trilho!
Se és grande, ingente, se dominas tudo,
Também das terras do Brasil és filho!
Abre-lhe os olhos, o caminho ensina
Aonde a glória em seu altar sorri
Dize que vive, e viverá tranqüilo,
Dize que morra, morrerá por ti!

Poesia de Quinta na Usina: Fagundes Varella:



28

Quando nos templos da fama
Nas áureas folhas da história
Gravado revive o nome
Por entre os hinos da glória!
Quando a turba que se agita
Saúda a campa adorada:
- Foi um herói que esvaiu-se Nos braços da pátria amada!


Poesia de Quinta na Usina: Fagundes Varella:



DE NOTURNAS
AO POVO

Não ouvis?... Além dos mares
Braveja ousado Bretão!
Vingai a pátria, ou valentes
Da pátria tombai no chão!
Erguei-vos, povo de bravos,
Erguei-vos, brasíleo povo,
Não consintais que piratas
Na face cuspam de novo!
O que vos falta? Guerreiros?
Oh! que eles não faltam não,
Aos prantos de nossa terra
Guerreiros brotam do chão!
Mostrai que as frontes sublimes
Os anjos cercam de luz,
E não há povo que vença
O povo de Santa Cruz!
Sofrestes ontem, criança
Contra a força o que fazer?...
Se nada podeis, agora
Podeis ao menos morrer!...
Oh! morrei! a morte é bela
Quando junto ao pavilhão
Se morre pisando escravos
Que insultam brava nação!



Poesia de Quinta na Usina: trovas Burlescas:



(Do AUTOR.)

Lá ginga na praça
Gentil namorado;
Vai tam adamado,
Que as bellas mais dengues
Lhe rendem mendengues.
Passinhos de Nympha
Mimosa, engraçada;
Parece üma fada,
Nem Venus formosa
Como elle é garbosa.

Poesia de Quinta na Usina: trovas Burlescas:



CARICATURA.
Parece-me impossível que o gamenho,
Que cuidoso sú tracta do cabello,
Não tenha transformado em um novcllo
O miolo, que encobre tal sedenho !

Poesia de Quinta na Usina: Trovas Burlescas:



NOTAS.
(1) Urucungo—instrumento de musica africano;
consiste n'hum arco de quatro a cinco palmos de comprimento,
cuja besta é de arame ou fio de barbante,
tendo n'huma das extremidades huma pequena cabaça
cerceada, que applicam sobre o ventre, tangida com
uma varinha.
(2) Candimba—é, segundo algumas naçoens africanas,
sciencia mysteriosa, que só pode ser perscrutada
pelos sacerdotes.
(3) Cayumbas—danças animadas, ás quaes presidem
os seres transcendentaes.

Dante Alighieri: A Divina Comédia:



Da Física em princípio hás conhecido
102 Preceito, que hei mister recomendar-te:
Que é da vossa arte ir sempre que há podido Após natura — à mestra obediente; —
105 Neta de Deus chamá-la é permitido.
“Da natureza e da arte, se tua mente O Gênese em começo lembra, colhe
108 O seu sustento e haver a humana gente.
“Usura bem diversa estrada escolhe Natura e a aluna sua menospreza,
111 Esperança e cuidado e mal recolhe.
Mas andemos; prossiga a nossa empresa. Vão no horizonte os Peixes assomando; 
Voltando sobre o coro o culto pesa
115 E, além, a rocha está passagem dando”. —
8-9. Anastácio, engano de pessoa em que cai Dante, 
em conformidade com as crônicas do seu tempo. Não foi o papa Anastácio II, 
mas o imperador grego Anastácio I que foi transviado pela heresia de Fotino. 
— 80. Ética, a Ética de Aristóteles.
CANTO XII
O Minotauro está de guarda ao sétimo círculo. Vencida a ira dele, chegam os Poetas ao vale, em cujo primeiro compartimento vêem um rio de sangue fervendo, no qual são punidos os que praticaram violências contra a vida ou as coisas do próximo. Uma esquadra de Centauros anda em volta do paul vigiando os condenados, frechando-os se tentam sair do rio de sangue. Alguns desses Centauros pretendem deter os Poetas, porém Virgílio os domina, conseguindo que um deles os escolte e transporte na garupa a Dante. Na passagem o Centauro, que é Nesso, fala a respeito dos danados que sofrem a pena no rio de sangue.
DA descida era o passo tão fragoso
E tal por quem lá estava à guarda e atento,
3 Que se fazia à vista pavoroso.
Como a ruína, que daquém de Trento, O Ádige feriu, por terremoto
6 Ou por faltar de chofre o fundamento;
Do viso ao val do monte, que foi roto, Tão derrocada vê-se a penedia,
9 Que a descê-la o caminho é quase imoto.
A ribanceira assim nos parecia. E à borda do penedo fracassado
12 De Creta o monstro infame se estendia,
Da falsa vaca torpemente nado. Apenas viu-nos, se mordeu fremente, 
15 Como quem pela raiva é devorado.